Instrumentos (pag.1)


Home

Pág. anterior

Pág.1  -  Pág.2  -  Pág.3  -  Pág.4  -  Pág.5  -  Pág.6  -  Pág.7  -  Pág.8 -  Pág.9  -  Pág.10 -  Pág.11 -  Pág.12

 

 

 

Rebab (Afeganistão)

 Um dos mais antigos instrumentos afegãos, data dos remotos tempos do "Ghandaran", é o antecessor do "Sarod" indiano. Possui uma caixa funda, de madeira, com tampo de pele e toca-se com plectro ou com arco.

As cordas melódicas são em tripa e possui doze cordas simpáticas em metal o que lhe dá uma sonoridade muito própria. Numa região que serviu de fronteira entre as duas culturas oriental e ocidental, o Rebab possui uma verdadeira personalidade Persa.

 

 

 

 

 

O "Alaúde" (Egipto)

Já lá dizia Hans Hass que "há mais raças de tubarões que de gatos". O mesmo poderia ser dito do Alaúde. Cada terra tem o seu modelo. E mais: em cada terra há vários modelos, visto que a evolução deste cordofone não remeteu os antecessores para o esquecimento ou desuso.

O Alaúde egípcio moderno é um instrumento ricamente decorado, como podemos ver e pode ou não ter trastos. Toca-se dedilhado ou com plectro, sendo que as costas em aduelas abauladas proporcionam um som muito volumoso e profundo. A escala encontra-se alinhada com o tampo. Por isso possui um reforço de madeira dura, no tampo, para evitar que se desgaste quando se toca com um plectro (vulgo palheta).

 

 

 

 

Gravachord

 

O som e a forma de tocar da Kora da África Ocidental numa concepção moderna. Tem 21 cordas de nylon e cerca de 1,5m de comprido.

Inventado por Bob Grauey.

 

 

 

 

Kemenche

 

Adaptado de violinos gregos e turcos, esta Klasik Kemenche é um dos conhecidos instrumentos de corda friccionada turcos. Funciona com 3 cordas de tripa. Em vez das cordas serem premidas de encontro à escala, primem-se entre as unhas e a palma da mão esquerda. Segura-se ao colo para permitir que a mão esquerda circule pelas cordas com facilidade (sem ter de estar a segurar o instrumento (referimo-nos á Kemenche, claro).

 (Armudî kemençe) é um instrumento aparentado com a lira bizantina, com uns 40-41 cm de comprido e 14-15 cm de largura. As costas são escavadas de uma peça de madeira só, cedro ou cipreste.O tampo de abeto é convexo, à semelhança dos violinos.

Contudo é provável que os primeiros instrumentos usassem uma cabaça comprida como caixa de ressonância.

As aberturas em forma de D têm uns 4x3 cm, separados por aproximadamente 25 mm. A ponte é colocada entre as aberturas e por cima da alma (que possui em comum com os violinos). 

 

Tem um pequeno furo de 3-4mm de no tampo traseiro, por debaixo da ponte e um canal traseiro (‘sırt oluğu’) começa numa área triangular elevada (‘mihrap’) que é uma extensão do braço e que alarga no meio da caixa par air terminar junto do ponto onde fica preso o estandarte (“kuyruk takozu”).

 

 

As cravelhas chegam a ter 14-15cm de comprido e têm pegas triangulares. A cravelha do Maio é uns 4cm maior que as outras. Como não tem uma pestana para igualizar o comprimento das cordas, uma delas fica com mais uns 26mm que as outras duas. As cordas são todas tradicionalmente em tripa sendo uma delas (chamada yegâh) revestida em prata. Claro que actualmente usa-se também cordas sintéticas ou de aço.

 

Os grandes luthiers como Büyük İzmitli ou Baron integravam embutidos muito ricos em marfim e em madeiras exóticas, como exemplificamos nas fotos.

 

 

 

A Pontic kemenche, também chamada mais tarde Pontic lyra, está mais relacionada com a Kemane da Cappadocia, com a rebeca europeia e mesmo com as mais recentes pochettes (violinos de bolso) das quais tive o prazer de manufacturar um exemplar para experiência.

Muitos violinos do sudeste europeu, como a Gadulka e da India como o Sarangi tocam-se premindo as cordas com as unhas. A Kemane toca-se com os dedos, à mneira do violino moderno.

 

Afinação:

A afinação clássica usa 3 cordas afinadas em Tónica, Quarta e Oitava, ou seja: yegâh (Ré), rast (sol) e neva (ré). Também aparecem com os esquemas: Tónica, Oitava, Quarta (mais aguda), ou Quinta (abaixo da tónica), Tónica, Quarta, ou mesmo ainda em outros esquemas sempre baseados em diferenças de quartas, quase sempre ajustadas à tonalidade que o acompanhamento exija.

Toca-se muito à semelhança do violino, com relevo para o uso de duas ou três cordas em simultâneo.

 

 

Sanshin

 Japonês de Okinawa, é parecido com o San Xien, chinês.

Tem 3 cordas de seda entrançada e o tampo harmónico é em pele, muitas vezes de raia.

Dimensões: 77,5cm de comprido. 58cm de escala. 57,1 comprimento do braço. 19cm diametro.  9,5cm de bojo.

 

 

 

Cuatro

 Este é o descendente porto-riquenho do cavaquinho português, com influência da guitarra espanhola. Os Cubanos Guajiros têm, por exemplo, um instrumento derivado, chamado “SEIS” com o princípio da guitarra espanhola com um corpo pequeno, com 3 ordens de cordas de afinação variável e tendo as duas ordens exteriores afinadas em oitavas.

Estas últimas afinam em Gg-cc-Ee ou Gg-bb-Ee.

O cuatro afina em Bb-Ee-aa-dd-gg, e o tampo harmónico é em madeira tropical cortada em Quartier (veio direito).

 

 

 

EVE Harp

 A harpa de Eva, é um modelo gótico de 22 cordas que se toca no colo ou sobre os joelhos. Tem 3 oitavas de Sol a Sol. O Dó do meio corresponde ao Dó no meio de um piano. A caixa de ressonância é habitualmente em nogueira ou cerejeira e o tampo harmónico é actualmente feito em contraplacado com o corpo interior em bétula.

Esta coisa tem 76cm de altura, 43cm de fundo, 25cm de largura e pesa cerca de 3,5Kg.

 

 

Violino Otilde

Este instrumento é a modernização do violino barroco de Otilde (usado pelos mestres de dança para mostrar a música aos alunos). Feito de um tubo de bomboo com um comprimento de 50,5cm.

 

Cuatro Venezuelano

 Mais um descendente do cavaquinho, desta feita com 4 cordas de nylon e 12 ou 13 trastos.

 Comprimento: 76cm

Largura caixa: 23cm

Escala: 51 cm

Profundidade: +/- 10,5cm

 

TRICORDIA

 Bandolin de 12 cordas feito no México (4 ordens de cordas triples).

Habitualmente com corpo feito de pau-rosa mexicano e tampo harmónico em cedro e 17 trastos.

Comprimento: 69cm

Largura da caixa: 21,5cm

Profundidade: 9cm

 

Violino espigão turco

 Como os primeiros violinos conhecidos, este violino é formado por um espigão com cravelhas numa ponta e um ponto para amarrar as cordas na outra ponta. Depois é-lhe acrescentado uma caixa de ressonância que, neste caso é uma cabaça oca com uma pele no lugar do tampo harmónico.

Este género de violinos é mencionado por Al Farabi no remoto séc. X, de origem kurdistã. São actualmente mais tradicionais no Egipto e na Ásia.

 

 

Epinette des vogues

 A Espineta é um Dulcimer tradicional francês de 5 cordas e 15 trastos.

Comprimento: 60cm

Escala: 47,6cm

  

Existem outras variantes de 6 cordas e muitos vídeos no YouTube sobre este instrumento. Sugerimos uma busca no www.YouTube.com por “Epinette des Vogues”.

Existem as soluções construtivas mais diversas das quais deixamos aqui algumas imagens:

  A Espineta des Vogues é na sua essência, uma caixa com uns 42 a 60cm de comprido por : 7 a 8cm de largura no fundo e uns 4,5 a 6cm de largura junto da cabeça. Com uma espessura variável que pode chegar a 3cm. Tem geralmente por 5 cordas : duas melódicas, chamadas chanterelles e 3 bordões.

 Contrariamente ao Dulcimer dos Apalaches, os bordões ficam separados das “cantantes” (chanterelles), por um espaço maior, permitindo assim melhor separação entre melodia e acompanhamento.

 Nos exemplos mais antigos, a escala é diatónica.

Existem, contudo, modelos mais modernos em que a escala é cromática. Às vezes cromática nas cantantes e diatónica nos bordões. Às vezes cromáticas em todas as cordas.

 

 

Tipo de espinetas e distribuição geográfica:

 Este instrumento esteve muito espalhado pela Europa, mas actualmente é mais corrente na Noruega, Islândia, Flandres, Hungria e França. Um instrumento similar, o “Dulcimer das Montanhas Apalaches” é vulgar em áreas rurais dos montes Apalaches nos Estados Unidos da América.

  

A épinette de Val-d'Ajol

 Trata-se do primeiro instrumento antigo encontrado, é tido como sendo de 1730. Esta versão primitiva, de 4 cordas, evoluiu mais tarde para o instrumento de cinco cordas que conhecemos.

A espineta de Val-d'Ajol é mais pequena, estre 50 e 60cm. Tem catorze trastos, mas o mesmo instrumento no séc. XIX já se encontra com dezassete trastos. A escala é a diatónica natural (em Dó maior). Vulgarmente usava-se uma palheta feita de bico de um ganso para beliscar as cordas com mão direita enquanto se forma a nota com a mão esquerda, muito à laia de quem toca uma guitarra pousada em cima de uma mesa, em posição horizontal.

O construtor mais famoso foi Amé Lambert (1843-1908), que terá construído umas 500 épinettes por ano.

  

A épinette Gérardmer

Esta é uma peça datada de 1723. É um instrumento muito simples. É possível que tenha sido construido pelo próprio tocador. Este instrumento caiu fora de moda e pouco se soube dele até 1945,

 As épinettes do Vosges superior, são maiores. Aproximadamente com 80cm. O número de cordas varia entre 3 e 8, mas a escala continua a ser diatónica.

 

  

Características musicais:

 Como já vimos a espineta é diatónica. Como tem 17 trastos abrange 2 oitavas e meia.

 A técnica da mão direita: muito parecida com a guitarra de folk, toca-se mais frequentemente com uma palheta e pode usar-se apenas as cordas melódicas, apenas os bordões ou uma combinação da ambas.

Também se pode martelar as cordas, como se faz com o dulcimer de percussão ou usando um arco de um saltério.

A técnica da mão esquerda tem duas variantes principais: com os dedos, como se faria numa guitarra ou com um pedaço de madeira redondo chamado “noteur” o que dá uma característica de glissando muito evidente (tal como numa guitarra havaiana.

 O tocador da espineta toca geralmente sentado com o instrumento pousado em cima de uma mesa ou, mais vulgarmente sobre os joelhos.

 

 

 

Os modos:

 Num cravelhame cromático de uma epinette des Vosges

A espineta permite tocar música modal. Recolhemos da net um exemplo básico. Claro que o número a arranjo dos bordões depende da espineta e do gosto do executante.

 

Os modos possíveis são:

 

 

Modo

Trasto onde inicia o modo

Nota do 1º bordão

2º bordão

3º bordão

DO

Cantantes livres

SOL

DO

DO ou SOL

RE

1º Trasto

LA

RA

LA ou RE

MI

2º Trasto

SI

MI

SI ou MI

FA

3º Trasto

DO

FA

DO ou FA

FA (alternativo)

6º Trasto

FA

DO

DO ou FA

SOL

Cantantes livres

SOL

RE

SOL ou RE

LA

1º Trasto

LA

MI

LA ou MI

SI

2º Trasto

SI

FA

SI ou FA

 

 

 

 

 

 Para quem quiser tentar construir um instrumento destes e souber francês, pode consultar este sítio: http://epinette.des.vosges.free.fr/construire.htm

 

 

 

Gimbre

 O gimbre (à esquerda), ou gimbri, ou gambre, é uma evolução do antigo alaúde, ainda em uso em Marrocos. Toca-se com plectro. A caixa de madeira leva um tampo harmónico em pele tem uma escala sem trastos. Quatro cordas de tripa e cravelhas de madeira.

 

 

Bandolim romeno

 Este instrumento (à direita), foi feito para um som com mais brilho e menos profundidade. Para isso tem uma caixa mais baixa (8,5cm), estilo portugues. Tem apenas 17 trastos numa escala com 34cm de comprimento. Comprimento: 60cm  Largura: 28,5cm  Profundidade: 86mm  Compr.escala: 34,3

 

 

Próxima pág.

Página inicial

 

Home

 Esta página não tem copyright nem pôrra que se pareça. Os
direitos de autor encontram-se protegidos conforme o disposto nos artigos 11º e 12º do Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos (CDADC)
Última actualização: 23/12/23.

por respeito para com os nossos queridos leitores, este local cibernético encontra-se integralmente redigido em Português clássico.