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Rebab (Afeganistão)
Um dos mais antigos
instrumentos afegãos, data dos remotos tempos do "Ghandaran", é o antecessor do
"Sarod" indiano. Possui uma caixa funda, de madeira, com tampo de pele e toca-se
com plectro ou com arco.
As cordas melódicas são em tripa e possui doze cordas simpáticas em metal o
que lhe dá uma sonoridade muito própria. Numa região que serviu de fronteira
entre as duas culturas oriental e ocidental, o Rebab possui uma verdadeira
personalidade Persa.

O "Alaúde" (Egipto)
Já lá dizia Hans Hass que "há mais raças de tubarões que de gatos". O mesmo
poderia ser dito do Alaúde. Cada terra tem o seu modelo. E mais: em cada terra
há vários modelos, visto que a evolução deste cordofone não remeteu os
antecessores para o esquecimento ou desuso.
O Alaúde egípcio moderno é um instrumento ricamente decorado, como podemos
ver e pode ou não ter trastos. Toca-se dedilhado ou com plectro, sendo que as
costas em aduelas abauladas proporcionam um som muito volumoso e profundo. A
escala encontra-se alinhada com o tampo. Por isso possui um reforço de madeira
dura, no tampo, para evitar que se desgaste quando se toca com um plectro (vulgo
palheta).

Gravachord
O som e a forma de tocar
da Kora da África Ocidental numa concepção moderna. Tem 21 cordas de nylon e
cerca de 1,5m de comprido.
Inventado por Bob Grauey.
Kemenche

Adaptado de violinos gregos e turcos, esta Klasik Kemenche é um dos conhecidos
instrumentos de corda friccionada turcos. Funciona com 3 cordas de tripa. Em vez
das cordas serem premidas de encontro à escala, primem-se entre as unhas e a
palma da mão esquerda. Segura-se ao colo para permitir que a mão esquerda
circule pelas cordas com facilidade (sem ter de estar a segurar o instrumento
(referimo-nos á Kemenche, claro).

(Armudî
kemençe) é um instrumento aparentado com a lira bizantina, com uns 40-41 cm de
comprido e 14-15 cm de largura. As costas são escavadas de uma peça de madeira
só, cedro ou cipreste.O tampo de abeto é convexo, à semelhança dos violinos.
Contudo
é provável que os primeiros instrumentos usassem uma cabaça comprida como caixa
de ressonância.
As
aberturas em forma de D têm uns 4x3 cm, separados por aproximadamente 25 mm. A
ponte é colocada entre as aberturas e por cima da alma (que possui em comum com
os violinos).
Tem um
pequeno furo de 3-4mm de no tampo traseiro, por debaixo da ponte e um canal
traseiro (‘sırt oluğu’) começa numa área triangular elevada (‘mihrap’) que é uma
extensão do braço e que alarga no meio da caixa par air terminar junto do ponto
onde fica preso o estandarte (“kuyruk takozu”).
As
cravelhas chegam a ter 14-15cm de comprido e têm pegas triangulares. A cravelha
do Maio é uns 4cm maior que as outras. Como não tem uma pestana para igualizar o
comprimento das cordas, uma delas fica com mais uns 26mm que as outras duas. As
cordas são todas tradicionalmente em tripa sendo uma delas (chamada yegâh)
revestida em prata. Claro que actualmente usa-se também cordas sintéticas ou de
aço.
Os
grandes luthiers como Büyük İzmitli ou Baron integravam embutidos muito ricos em
marfim e em madeiras exóticas, como exemplificamos nas fotos.
A Pontic kemenche, também
chamada mais tarde Pontic lyra, está mais relacionada com a Kemane da Cappadocia, com a rebeca
europeia e mesmo com as mais recentes pochettes (violinos de bolso) das quais
tive o prazer de manufacturar um exemplar para experiência.
Muitos violinos do sudeste
europeu, como a Gadulka e da India como o Sarangi tocam-se premindo as cordas
com as unhas. A
Kemane toca-se com os dedos, à mneira do violino moderno.
Afinação:
A afinação clássica usa 3
cordas afinadas em Tónica, Quarta e Oitava, ou seja: yegâh (Ré), rast (sol) e
neva (ré). Também aparecem com os esquemas: Tónica, Oitava, Quarta (mais aguda),
ou Quinta (abaixo da tónica), Tónica, Quarta, ou mesmo ainda em outros esquemas
sempre baseados em diferenças de quartas, quase sempre ajustadas à tonalidade
que o acompanhamento exija.
Toca-se muito à semelhança
do violino, com relevo para o uso de duas ou três cordas em simultâneo.
Sanshin
Japonês
de Okinawa, é parecido com o San Xien, chinês.
Tem 3 cordas de seda
entrançada e o tampo harmónico é em pele, muitas vezes de raia.
Dimensões:
77,5cm de comprido. 58cm de escala. 57,1 comprimento do braço.
19cm diametro. 9,5cm de bojo.

Cuatro
Este é o descendente
porto-riquenho do cavaquinho português, com influência da guitarra espanhola. Os
Cubanos Guajiros têm, por exemplo, um instrumento derivado, chamado “SEIS” com o
princípio da guitarra espanhola com um corpo pequeno, com 3 ordens de cordas de
afinação variável e tendo as duas ordens exteriores afinadas em oitavas.
Estas últimas afinam em
Gg-cc-Ee ou Gg-bb-Ee.
O cuatro afina em
Bb-Ee-aa-dd-gg, e o tampo harmónico é em madeira tropical cortada em Quartier
(veio direito).
EVE
Harp
A
harpa de Eva, é um modelo gótico de 22 cordas que se toca no colo ou sobre os
joelhos. Tem 3 oitavas de Sol a Sol. O Dó do meio corresponde ao Dó no meio de
um piano. A caixa de ressonância é habitualmente em nogueira ou cerejeira e o
tampo harmónico é actualmente feito em contraplacado com o corpo interior em
bétula.
Esta coisa tem 76cm de
altura, 43cm de fundo, 25cm de largura e pesa cerca de 3,5Kg.
Violino
Otilde
Este instrumento é a
modernização do violino barroco de
Otilde (usado pelos mestres de dança para mostrar a música aos alunos). Feito de
um tubo de bomboo com um comprimento de 50,5cm.
Cuatro Venezuelano
Mais
um descendente do cavaquinho, desta feita com 4 cordas de nylon e 12 ou 13
trastos.
Comprimento: 76cm
Largura caixa: 23cm
Escala: 51 cm
Profundidade: +/- 10,5cm
TRICORDIA
Bandolin
de 12 cordas feito no México (4 ordens de cordas triples).
Habitualmente com corpo
feito de pau-rosa mexicano e tampo harmónico em cedro e 17 trastos.
Comprimento: 69cm
Largura da caixa: 21,5cm
Profundidade: 9cm
Violino
espigão turco
Como
os primeiros violinos conhecidos, este violino é formado por um espigão com
cravelhas numa ponta e um ponto para amarrar as cordas na outra ponta. Depois
é-lhe acrescentado uma caixa de ressonância que, neste caso é uma cabaça oca com
uma pele no lugar do tampo harmónico.
Este género de
violinos é mencionado por Al Farabi no remoto séc. X, de origem kurdistã. São
actualmente mais tradicionais no Egipto e na Ásia.
Epinette des vogues
A
Espineta é um Dulcimer tradicional francês de 5 cordas e 15 trastos.

Comprimento: 60cm
Escala:
47,6cm
Existem outras variantes
de 6 cordas e muitos vídeos no YouTube sobre este instrumento. Sugerimos uma
busca no
www.YouTube.com por “Epinette des
Vogues”.
Existem as soluções
construtivas mais diversas das quais deixamos aqui algumas imagens:
A
Espineta des Vogues é na sua essência, uma caixa com uns 42 a 60cm de comprido
por : 7 a 8cm de largura no fundo e uns 4,5 a 6cm de largura junto da cabeça.
Com uma espessura variável que pode chegar a 3cm. Tem geralmente por 5 cordas :
duas melódicas, chamadas chanterelles e 3 bordões.
Contrariamente
ao Dulcimer dos Apalaches, os bordões ficam separados das “cantantes” (chanterelles),
por um espaço maior, permitindo assim melhor separação entre melodia e
acompanhamento.
Nos exemplos mais
antigos, a escala é diatónica.
Existem, contudo, modelos
mais modernos em que a escala é cromática. Às vezes cromática nas cantantes e
diatónica nos bordões. Às vezes cromáticas em todas as cordas.
Tipo de espinetas e
distribuição geográfica:
Este instrumento esteve
muito espalhado pela Europa, mas actualmente é mais corrente na Noruega,
Islândia, Flandres, Hungria e França. Um instrumento similar, o “Dulcimer das
Montanhas Apalaches” é vulgar em áreas rurais dos montes Apalaches nos Estados
Unidos da América.
A
épinette de Val-d'Ajol
Trata-se do primeiro
instrumento antigo encontrado, é tido como sendo de 1730. Esta versão primitiva,
de 4 cordas, evoluiu mais tarde para o instrumento de cinco cordas que
conhecemos.
A espineta de Val-d'Ajol é
mais pequena, estre 50 e 60cm. Tem catorze trastos, mas o mesmo instrumento no
séc. XIX já se encontra com
dezassete trastos. A escala é a diatónica natural (em Dó maior).
Vulgarmente usava-se uma palheta feita de bico
de um ganso para beliscar as cordas com mão direita enquanto se forma a nota com
a mão esquerda, muito à laia de quem toca uma guitarra pousada em cima de uma
mesa, em posição horizontal.
O construtor mais famoso
foi Amé Lambert (1843-1908), que terá construído umas 500 épinettes por ano.
A
épinette Gérardmer
Esta é uma peça datada de
1723. É um instrumento muito simples. É possível que tenha sido construido pelo
próprio tocador. Este instrumento caiu fora de moda e pouco se soube dele até
1945,
As épinettes do Vosges
superior, são maiores.
Aproximadamente com 80cm. O número de cordas varia entre 3 e 8, mas a escala
continua a ser diatónica.

Características musicais:
Como já vimos a espineta
é diatónica. Como tem 17 trastos abrange 2 oitavas e meia.
A técnica da mão direita:
muito parecida com a guitarra de folk, toca-se mais frequentemente com uma
palheta e pode usar-se apenas as cordas melódicas, apenas os bordões ou uma
combinação da ambas.
Também se pode martelar as
cordas, como se faz com o dulcimer de percussão ou usando um arco de um
saltério.
A técnica da mão esquerda
tem duas variantes principais: com os dedos, como se faria numa guitarra ou com
um pedaço de madeira redondo chamado “noteur” o que dá uma característica de
glissando muito evidente (tal como numa guitarra havaiana.
O tocador da espineta
toca geralmente sentado com o instrumento pousado em cima de uma mesa ou, mais
vulgarmente sobre os joelhos.
Os modos:
Num cravelhame cromático
de uma epinette des Vosges
A espineta permite tocar
música modal. Recolhemos da net um exemplo básico. Claro que o número a arranjo
dos bordões depende da espineta e do gosto do executante.
Os modos
possíveis são:

Modo
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Trasto onde inicia o modo
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Nota do 1º bordão
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2º bordão
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3º bordão
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DO
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Cantantes livres
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SOL
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DO
|
DO ou SOL
|
RE
|
1º Trasto
|
LA
|
RA
|
LA ou RE
|
MI
|
2º Trasto
|
SI
|
MI
|
SI ou MI
|
FA
|
3º Trasto
|
DO
|
FA
|
DO ou FA
|
FA
(alternativo)
|
6º Trasto
|
FA
|
DO
|
DO ou FA
|
SOL
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Cantantes livres
|
SOL
|
RE
|
SOL ou RE
|
LA
|
1º Trasto
|
LA
|
MI
|
LA ou MI
|
SI
|
2º Trasto
|
SI
|
FA
|
SI ou FA
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Para
quem quiser tentar construir um instrumento destes e souber francês, pode
consultar este sítio:
http://epinette.des.vosges.free.fr/construire.htm

Gimbre
O
gimbre (à esquerda), ou gimbri, ou gambre, é uma evolução do antigo alaúde,
ainda em uso em Marrocos. Toca-se com plectro. A caixa de madeira leva um tampo
harmónico em pele tem uma escala sem trastos.
Quatro cordas de tripa e cravelhas
de madeira.
Bandolim romeno
Este
instrumento (à direita), foi feito para um som com mais brilho e menos
profundidade. Para isso tem uma caixa mais baixa (8,5cm), estilo portugues. Tem
apenas 17 trastos numa escala com 34cm de comprimento. Comprimento: 60cm
Largura: 28,5cm
Profundidade: 86mm Compr.escala: 34,3

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