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Fujiara

 

 A Fujiara é uma flauta contrabaixo com uns 15 a 17cm de comprimento originária de uma pequena região da Eslováquia, chamada Zvolenska. Tem 3 ou 4 buracos para os dedos e produz um som com entoações quase sobrenaturais.

Tradicionalmente é feita à mão, aproveitando cuidadosamente a forma e as propriedades da Madeira de que é feita, Ácer ou Plátano. Um construtor a trabalhar sem interrupção, pode levar 1 mês para produzir um destes instrumentos.

Encontra-se habitualmente afinada para Sol, embora se encontrem versões em Fá ou em Lá.

Embora possua apenas 3 furos para fazer as notas, pode ser tocada em falsete, levando a flauta a tocar uma oitava diatónica completa.

 

O som é produzido pela passagem do ar por um entalhe no topo do corpo principal da flauta, conduzido por um tubo paralelo chamado "vzduchovod" (que é o belo vocábulo eslovaco para “tubo de ar”).

Este tubo tem uma utilidade fundamental. É que, mesmo na Europa central, não há gente com tamanho suficiente para soprar na ponta de um tubo com 1,7m e tocar com os dedos, nos furos da outra ponta da flauta. Assim, a solução, apesar de engenhosa, é a única solução fácil para resolver esta limitação.

 

 

Podemos ver na imagem junta, como se toca a Fujiara tradicional.

 

 

 

Trata-se de um instrumento festivo, tradicionalmente usado por pastores (os grandes utilizadores das flautas, um pouco por todo o mundo) e que é ainda muito usado em festivais de folclore na Eslováquia, no seguir de um hábito herdado da influência soviética que era o de estimar o folclore como principal forma de entretenimento das populações.

 

Actualmente, com o advento dos plásticos, é muito habitual o uso de tubos de PVC para fabricar estas flautas introduzindo também um melhoramento muito cómodo: em vez do ar ser conduzido ao bocal por um tubo rígido, usam mangueira flexível de plástico ou de borracha.

Isto permite movimentar a Fujiara mais livremente, produzindo “glissandos” espectaculares ao aproximar a extremidade inferior da perna do tocador e dá-lhe mais uma nota grave se este resolver tapar a extremidade com a perna.

Para além disso, o tubo de pvc pode ser emendado a meio permitindo trocar ou acrescentar extensões de tubo para mudar de tonalidade.

 

 

 

Shofar

Para quem teve o cuidado de ler atentamente a página anterior, não será surpreendido por mais este corno musical. Desta feita, sendo aproveitado como trompa (um formato muito mais parecido com o aproveitamento dado aos cornos da nossa região).

Também apelidado de “Trompa dos Hebreus”, é um instrumento ritual da religião judaica. Terá sido o que permite que um instrumento tão primitivo continue a ter uso comum nos nossos tempos. É um instrumento de origem militar, adoptado pelo clero hebraico desde os tempos bíblicos. De acordo com Mishna, usavam-se dois tipos diferentes de shofar, no Templo: um feito do corno de um órix, com a campânula ornada de ouro, que era usada no ano novo e nos dias do “Yovel”. O outro, feito de corno de cabra montesa, ornado a prata, usado noutras festividades judaicas.

 

 

 

Shenai indiano

O shehnai é um oboe carcterístico do norte da Índia. Trata-se de um instrumento de 4 palhetas posicionadas duas a duas (duas exteriores e duas interiores, como se pode ver na imagem da esquerda). Aparecem amarradas por cordões a um tudel curto (ver imagem da direita). O tubo é feito em Madeira com uma campânula em latão e tem oito buracos para formar as notas. Para mudar a escala, é vulgar tapar parcialmente os buracos com cera.

O som do shenai é considerado auspicioso, por isso muito usado em casamentos e outras celebrações religiosas e foi usado em tempos nos emsembles tradicionais de nove instrumentos, na corte indiana (os “naubat”).

No sul do país, encontra-se um parente deste instrumento, de sua graça, o “nadaswaram”.

 

 

 

Gaitas (conjunto macho e fêmea)

Trata-se de uma flauta construída a partir do caule da Selencereus Grandiflorus (vêem como somos pessoas cultas nesta coisa da botânica?), da qual retiraram o miolo (que original!!). A boquilha é de cera misturada com cinza ou pó de carvão, para endurecer.

É um instrumento tradicional dos antigos habitantes da costa atlântica da Colômbia.

Uma ponta do instrumento chama-se “fotuto”. Aí se introduz uma pena de pato. Na outra ponta existem 2 buracos (se for macho) e cinco buracos (se for fêmea) e toca-se sempre aos pares (como convém).

 

Siku - Flauta de Pan boliviana

Trata-se de uma flauta de Pan com duas escalas harmónicas, muito à semelhança do que acontece com as gaitas-de-beiços, ou as harmónicas de blues.

São tradicionalmente  feitas de bambu, ou de ossos, ou mesmo de penas de condor. Na realidade, de qualquer material oco a que se consiga deitar mão.

Tradicionais da região dos Andes, tornaram-se muito populares e são muito utilizadas na música tradicional.

 

Mey - Turquia

Tem um furo para o polegar e mais 7 furos. Uma palheta dupla de grandes dimensões e um toque muito doce (algo semelhante ao do clarinete, mas um pouco mais brilhante). É aparentado do Duduk e a palheta é apertada no meio (em vez de no fundo, como é mais vulgar). Tem cerca de 35cm de comprimento e a palheta mede coisa de uns 11cm.

 

Zurna - Turquia

 

Mais um instrumento do folklore turco. Visto tratar-se de um instrumento com uma abertura muito cónica e larga, tem um som muito forte e toca-se ao ar livre, em casamentos, festivais e outros eventos mais ou menos barulhentos. Foi o primeiro instrumento melódico a ser usado pelas bandas Mehter, do período otomano. Tem também a sua tradição enraizada no teatro “orta oyunu” e geralmente acompanha-se com um bombo.

Não costuma ser usada em grupos musicais por abafar os outros instrumentos e porque tem uma entoação agreste que é difícil de encaixar com o resto do instrumental. As madeiras geralmente usadas no seu fabrico são: ameixieira, nogueira, pessegueiro, por exemplo. A Zurna tem uma amplitude tonal de quase 2 oitavas e tem os habituais 8 buracos para os dedos, sendo um deles para o polegar, como de costume.

O furo de trás tem a particularidade de se encontrar a meio caminho entre o primeiro e o Segundo buracos (embora do lado oposto da gaita). O corpo do instrumento, chamado Kalak, pode ter entre 30 e 60cm de comprimento. A palheta assenta numa espécie de tudel curto chamado Metem. Entre este tudel e o corpo do instrumento, existe uma peça chamada Avurtluk apenas para ajudar à técnica de “respiração circular” necessária para tocar este instrumento como mandam as regras. A campânula do instrumento chega a ter 10cm de diâmetro, no seu extremo mais largo.

Aqui vemos um plano da palheta usada na Zourna e que também pode ser usada no mizmar, no shanai, no oboé vietnamita e na raita.

Ao lado dos buracos usados para a melodia, existem outros tantos furos, muito mais pequenos, chamados “buracos do diabo” (seytan deligi) ou “buracos do génio” (cin deligi) . Estes buracos podem ser tapados (com cera, por exemplo), para mudificar a escala da Zurna. Conforme o tamanho e escala, a Zurna tem três tipos diferentes: Kaba Zurna, Orta Kaba Zurna e Cura Zurna (Zil Zurna).

 

 

 Tracanholas Australianas

Tocadas para acompanhar com o Didgeridoo, têm uns 25cm de comprido e são feitos em madeiras duras, bem á semelhança das nossas tracanholas. Podem, obviamente, ser tocadas ao mesmo tempo que o Didgeridoo, pelo mesmo músico.

 

 

 Bombarda

A Bombarda é um shawm ou oboé com um som mais estridente, característico da Bretanha.

 

Tem uma digitação parecida com a do whistle, mas com um furo mais abaixo para a sensível da oitava inferior (à semelhança das gaitas de fole). Como seria de esperar, exige forte pressão de ar pelo que costuma ser tocado em frases relativamente curtas, para sublinhar uma melodia, por exemplo. Por essa razão, é muito usado em dueto com a gaita de fole ou com o Biniou-Kohz. A bombarda toca-se como o oboé (com a palheta dupla entre os lábios).

   

 

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