Instrumentos (Pag. 8)


Home

Pág. anterior

Pág.1  -  Pág.2  -  Pág.3  -  Pág.4  -  Pág.5  -  Pág.6  -  Pág.7  -  Pág.8 -  Pág.9  -  Pág.10 -  Pág.11 -  Pág.12

 

Cornemuse francesa

  

A cornemuse da França central distingue-se de outras gaitas principalmente por possuir um ronco tenor ao lado do ponteiro, saindo do mesmo casquilho ligado ao fole. Pode ou não ter ronco baixo.

 

Nesta primeira imagem podemos ver uma cornemuse barroca.

 

 

Já nesta imagem da esquerda mostramos uma “Cornemuse Cabrette”.

 

Os roncos que existirem, possuem uma palheta simples que vibra de forma semelhante à palheta dos clarinetes. O ponteiro melódico pode ser de palheta simples ou pode ser de palheta dupla (semelhante à dos oboés).

Em alguns modelos o fole da gaita enche através de um fole (tipo fole de ferreiro) accionado através do movimento do braço que não segura o fole da gaita.

  

 

Este instrumento tem uma variante italiana chamada “Zampona” que podemos ver na imagem à direita e que possui ponteiro duplo (quase como se fossem dois ponteiros melódicos que tocam em harmonia).

 

  

 

Algumas Cornemuses, como já vimos, possuem um segundo ponteiro melódico que serve para enfeitar ou acompanhar a melodia principal e a que chamamos ponteiro semi-melódico. Esta configuração torna a Cornemuse muito próxima da Duda Húngara e da Zampona italiana.

 Este exemplar que vemos à esquerda é uma Duda.

 

 

Ainda não resistimos a apresentar mais duas variantes desta emblemática gaita. Assim, temos a “cornemuse centre”, na imagem da esquerda.

 

E temos a “cornemuse chevrette” na imagem da direita.

 

O ponteiro semi-melódico pode ter de 1 a 4 furos, mais raramente 5.

 

 

Northumbian Smallpipes

 

Northumberland é o condado mais a norte de Inglaterra, fazendo fronteira com a Escócia. Como seria de esperar, foi terra de violentos conflitos entre clãs e chegou a fazer parte do reino da Escócia por várias vezes ao longo da sua história, para além de breves períodos em que chegou a ser um reino de direito próprio.

Em virtude disso, os habitantes de Northumberland têm, no mínimo, um grande orgulho pela sua cultura própria e sentem-se por vezes mais próximos da Escócia que dos seus concidadãos ingleses.

Por estas razões, a gaita desta região não é referida como sendo inglesa, mas sim “northumbrian”.

O que torna esta gaita especial é o furo paralelo que têm no ponteiro, combinado com o ponteiro tapado na saída. Toca-se com digitação fechada, isto é, a nota é produzida pela abertura de um furo de cada vez, de forma que quando a nota é interrompida, o som cessa. Estas características combinadas tornam-na numa gaita de estilo “Staccato”. Este formato de gaita de fole surgiu há uns 300 anos e tem-se mantido com alterações menores, até hoje.

 

O conjunto simples consiste num fole + saco com três roncos afinados em Sol, ré, sol, e um ponteiro sem chaves capaz de produzir uma oitava (de Sol até sol).

Alguns conjuntos podem ter o ronco de Sol afinável para Lá.

A música para a “Northumbrian smallpipes” escreve-se em chave de sol, mas a gaita toca em tonalidade de fá (a sua nota mais baixa é o Si bemol). Trata-se de uma idiossincrasia gerada no período barroco, que ficou. Contudo, alguns construtores fazem-nas em tonalidade de sol ou mesmo de ré.

 

O conjunto mais comum é o de Fá com um ponteiro de 7 chaves.

Este no saco + fole, com 4 roncos (Ré, Sol, ré, sol) e um ponteiro com 7 chaves. Os roncos podem ser afináveis para (Mi, Lá, mi, lá). Somente se usam 2 ou 3 roncos de cada vez, mas esta possibilidade de afinação aumenta a capacidade harmónica de 2 tons para 4 tons. Muito útil uma vez que o ponteiro consegue fazer quase 2 oitavas (não cromáticas, contudo).

As chaves dão Ré, Mi, Fá#, dó#, mais o lá e o si da oitava acima. Duas são tocadas pelo dedo mindinho da mão esquerda (o Mi e o lá). As outras são todas operadas pelo polegar da mão direita (uma de cada vez).

 

O conjunto mais complexo que hoje se vê tem cinco roncos com um “interruptor” para mudar de chave mais facilmente e com ponteiros que podem ter até 21 chaves.

Por exemplo, um ponteiro de 17 chaves produz 2 oitavas cromáticas de Si até ao si’.

 

 

Um bom local para ver (em inglês) como se faz um destes instrumentos é: http://www.geocities.com/Paris/5701/smallpipes/pipe1.htm

 

 

Kaval

 

  

Mais uma flauta pastoril, desta feita, originária das regiões de Azerbaijão, Turquía, Bulgária, Republica da Macedónia, Kosovo, sul da Sérvia (кавал), norte da Grécia (Kavali ou Dzhamara), região sul da Roménia (Caval) e Armenia (Բլուլ ou Blul)

 

É uma flauta aberta nas duas extremidades e o som é produzido pelo sopro na borda aguçada da embocadura.

Tem uma amplitude de duas oitavas e meia e quase completamente cromática. Medindo quase 60cm, é uma flauta das mais longas que se conhece.

A forma de afinação varia ligeiramente de acordo com as características tonais da música tradicional das regiões aonde se toca o Kaval. Por exemplo:

O Kaval Búlgaro afinado em Ré produz as seguintes notas: Ré, Mi, Fá, Fá#, Sol, Sol#, Lá, Lá# e Si. Se for soprado com mais força, entra em falsete e aumenta a amplitude tonal em algumas notas mais.

 

O Kaval tem 8 furos melódicos (7 na frente e um atrás para o polegar) e mais 4 “furos do Diabo” junto da borda final do instrumento. Estes furos do diabo servem para aprimorar o som do instrumento.

Existe uma lenda Búlgara em que o diabo tentou vencer um pastor num desafio musical. Enquanto o pastor dormia, o Diabo fez uns furos extras no Kaval do pastor, mas, em vez de dar cabo do Kaval, os furos melhoraram muito o instrumento e o pastor venceu o Diabo facilmente, no dia seguinte.

Se bem que o Kaval típico seja feito de madeira, (fruteiras várias como a cerejeira, macieira, ou freixo, buxo, cana, ect) também se encontram versões em corno, ou metal ou mesmo plástico.

Têm uns 60 a 90cm e aparecem muitas vezes montados num suporte que mantém o instrumento fechado para não secar ou rachar.

O Kaval primitivo era constituído por uma só peça de madeira, mas actualmente são feitos em 3 peças. Excepção a esta regra é o Kaval das montanhas Rhodope, que são ainda feitos  de uma só peça. Estes últimos são geralmente tocados aos pares (um a tocar a melodia principal e outro a fazer acompanhamento como bordão).

Um Kaval similar, da região da antiga Jugoslávia e Kosovo, mais outro parente albanês (o fyell), também é usado em pare (macho e fêmea)

 

Na Turquia, usa-se muitas vezes esta designação para todas as flautas pastoris, principalmente as que não têm embocadura.

Assim, pode ouvir-se referências a diversas variantes, por exemplo:

dilsiz kaval (‘kaval sem língua’) que é o Kaval sem embocadura.

dilli kaval (‘kaval com língua’) que é o Kaval com uma embocadura normal, também comum no Azerbeijão.

kamiş kavalı (‘kaval de cana’)

çam kavalı (‘kaval de pinho’)

madenı kavalı (‘kaval de metal’)

cura kavalı (‘kaval pequeno’)

çoban kavalı (‘kaval de pastores’) que é o kaval mais longo

üç parçalı kavalı (‘kaval em 3 peças’)

 

Na Trácia e nas ilhas do mar Egeu, o termo “Kavali” refere-se a uma flauta de vertical da família da Floyera. Tem 7 furos melódicos na frente e, por vezes, mais um furo para o polegar.

No norte da Grécia, o termo “Kavali” é também usado para se referirem ao “souravli”.

 

No Epirus, uma região a Sudoeste dos Balcãs, logo abaixo da Albânia, o Kaval é conhecido pelo nome de “dzhamara”.

 

O Kaval romeno, já é uma flauta de canal mais largo, com cinco furos distribuídos em grupos de dois e três, a contar do fundo da flauta.

Ainda na Roménia, encontramos o “Kaval Dobrujan” ou “Caval Bulgăresc” que, como o estimado leitor terá já por esta altura adivinhado, é muito semelhante ao Kaval búlgaro.

 

 

Pág. anterior

Próxima pág.

Página inicial

 

Home

 Esta página não tem copyright nem pôrra que se pareça. Os
direitos de autor encontram-se protegidos conforme o disposto nos artigos 11º e 12º do Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos (CDADC)
Última actualização: 23/12/23.

por respeito para com os nossos queridos leitores, este local cibernético encontra-se integralmente redigido em Português clássico.