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Durante a execução deste recanto
cibernético, não foi molestado, ou minimamente incomodado, nenhum animal,
planta, bactéria ou vírus.
Toda a bicharada que aqui vemos morta, faleceu em prole
de benefício maior (o de alimentar a cratividade culinária dos nossos
cozinheiros).
Foram executados com todo o respeito e os seus cadáveres
aproveitados para as mais delicadas receitas. Bom hajam.
Todos os bits deste local são veganos e não
contêm glúten. São de baixo teor calórico e não possuem gordura ou açucar
adicionados.Também não têm caroço, pelo que
podem ser consumidos por leitores
que tenham a dentadura fraca. Este local é gerido por uma rigorosa política de
sustentabilidade e é muito amigo do ambiente.
Moliceiros em Capítulo

Afinando gaitas e percussão enquanto se
prepara o solene desfile que levará tantas almas ilustres pelas ruas da Murtosa.
A minúcia destas organizações é levada muito
a peito e tratada com grande veneração e respeito pela ordem do protocolo
estabelecido, como seguramente é do conhecimento do caro leitor.
Ao som de gaita-de-foles e com a caixa de
guerra a marcar passo, estandarte ao alto a guiar as hostes, avançam os
molicairos, com as vestes ao vento, quais velas desfraldadas ao furor da
nortada.

Sublime visão esta, de uma vintena de
elegantes cavaleiros lançados à luta contra o colesterol em excesso,
trigicerídeos e outras aberrações metabólicas que sempre se exacerbam nestes
dias de forte comemoração.
O arcaboiço e largura de ombros (para já não
dizer dos abdomens) destes bravos defensores da gastronomia murtoseira,
testemunha as múltiplas justas em que vêm envolvidos, na constante luta contra a
fome e sede que tão profundamente ataca as populações ribeirinhas desta região.

Resolutamente, dirige-se esta tremenda força
de armas (sendo estas maioritariamente constituídas pelos mais altos expoentes
da cutelaria de mesa e do talher de cerimónia), para o campo de batalha onde são
esperados com impaciência.
Estes singelos exercícios matinais, ajudam o
cérebro a iniciar o seu funcionamento, permitem ao gancho (onde em outros tempos
se pendurava o fígado) a recuperar a sua posição habitual e proporciona o
reposicionamento do aparelho digestivo para enfrentar os desafios da jornada.

Aí são investidos os novos confrades. Acto
solene, envolvido por elaborado cerimonial e com a intervenção das mais altas
personalidades, vindas das mais remotas terras, propositadamente para assistir a
esta alta investidura.


É pois, assim que chegamos finalmente ao
culminar das cerimónias, entre trombetas e címbalos, que os novos embaixadores
da gastronomia se acham entre os seus iguais.
E podem já começar a degustar os escolhidos
pitéus, com aquela expressão de de douto entendimento dos temas sobre que se
debruçam.
 
E já agora, para acabar com os boatos de que somos uma cambada de
gordos e feios guerreiros, embrutecidos pelas agruros de nosso santo mister, aqui deixamos
enlevado testemunho do contrário.
Moliceiros com "Los
Amigos de los Nabos" - La Foz de Morcin
Moliceiros nas Astúrias 2020:

No ano da desgraça de 2020 (à semelhança de anos anteriores), uma
delegação da confraria gastronómica "O Moliceiro", deslocou-se até às Astúrias,
para aí propagar a sua mensagem eterna de agitação e desassossego.
S.Exas. D. Augusto (Alto Embaixador de Terras de Cesar), junto
com D. Pedro Melo Santos (Abade Mor de Caldas de S. Jorge) e mais o
Prof.Dr.Eng.Arq Avô Mokka (mui douto Pontífice de Terra de Santa Maria), levaram
as bençãos do sapal da Ria de Aveiro, até estas terras encaixadas entre as
faldas dos Picos da Europa.
Levaram enguia, música e dança (executada por terceiros),
abençoaram os povos autóctones e trouxeram em seus alforges, queijo "afuega
l'pitú", jamon serrano, enchidos de várias proveniências e litros e litros de
Rioja de crianza de colheitas entre 2011 e 2013.
Uma reportagem bem mais detalhada do que foi este périplo por
terras asturianas, pode ser visto na secção "vídeos" que pode ser acedida
directamente neste botão:


Após um interregno de 3 anos, a confraria "Los Amigos de Los Nabos", irmanada
com a Confraria dos Nabos, dos Carapelhos - Mira, voltou a receber a visita de
idêntica embaixada.
Pode assistir-se às reportagens, quer da TV Astúrias, quer do Canal Mokka, na já
indicada secção "Vídeos", no botão acima. É só aceder e ir rolando a página dos
vídeos até encontrar as ditas reportagens.
Ao lado podemos ver como ficam elegantes os nossos confrades, junto com o nosso
amigo Miguel da "Confradía del Desarme".
FUNÇÕES GASTRONÓMICAS

Festival "Sabores da Ria":

A Confraria Gastronómica "O Moliceiro", é mais conhecida pelos seus festivais de
gastronomia que pelos seus capítulos (que raramente leva a cabo).
Um dos festivais mais apreciados, é o festival "Os Sabores da
Ria", que inclui a degustação da fauna icticola da Ria de Aveiro, como são:
as enguias, o sável, o robalo, a ameijoa, a lampreia, as navalheiras e as cricas
que aqui vemos serem atacadas por um voraz predador.
Tem sido prezada tradição desta confraria, a animação cultural,
com destaque para a animação musical para a qual o emérito grupo de música
erudita Trovas à Tôa tem contribuido com o maior prazer
e desassossego.

à direita, podemos testemunhar o aspecto de um pratinho de
ameijoas, a cumprir o papel de aperitivo, num de nossos festivais. Este trata-se
de um bivalve que não tinha grande destaque nos tempos em que o domínio era da
enguia. Contudo, agora que a enguia anda mais escassa, tem sido iguaria
divulgada com invulgar sucesso, na gastronomia murtoseira.
O Festival da Enguia:


Outro festival muito estimado por quem nos acompanha nestas
andanças, é o Festival da Enguia, tradicionalmente levado a efeito por alturas
de Outubro, que é quando se apanha a enguia.
Longe vão os tempos das grandes colheitas deste delicado
necrófago, nos baixios da Ria de Aveiro. Sobram contudo ainda algumas e quando
não bastam, podem trazer-se das rias da Galiza que são da mesma raça e podem
cozinhar-se da mesma maneira.
O festival serve enguias em várias composições:
A enguia frita de escabeche,
A caldeirada de enguias,
A sopa de enguias.

O Festival da Lampreia e do Sável:

Por alturas de Março e Abril, um ilustre parasita, da ordem dos
Petromyzontiformes, conhecido pelo nome de lampreia, vem do oceano e sobe pelas
correntes de água doce com a finalidade de desovar no local em que eclodiu.
Não sabemos exactamente qual é o mecanismo que as leva a fazer
esta viagem, mas sabemos exactamente como devem ser preparadas e cozinhadas.

Não se tratando de uma daquelas espécias mais populares da
culinária murtoseira, não constituiu qualquer dificuldade descobrir como se
cozinha nas suas duas mais populares compusições:
Lampreia à bordalesa,
Arroz de lampreia.
"Chef" Salgado e "chef" Lamego rapidamente desenharam o
procedimento, tendo este sido aprovado por unanimidade e aclamação, da parte de
todos quantos se deslocam à Murtosa para atender a estes festivais.
Na última foto podemos apreciar um momento de introspecção
cultural, tendo ocorrido enquanto o grupo de música erudita
Trovas à Tôa (com acento circunflexo), executou
uma obra de fino recorte para alguns convidados ilustres.
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O Avô Mokka:
Dedicado degustante das mais finas
iguarias, foi ordenado confrade da mui nobre e sempre leal Confraria
Gastronómica "O Moliceiro", em tempos já bastamente recuados.
Aqui fica a sua modesta contribuição para
este crescente movimento.
Os pequenos excertos de vídeo que aqui se
juntam marcados com o título de "EXCLUSIVO", não se encontram disponíveis em
servidores públicos.
Para preservar a intimidade dos
participantes, mantê-los-emos dentro deste nosso circulo confrádico.
O Eiró (rei dos necrófagos):

Eis o prato mais emblemático da nossa
praça: a caldeirada de enguias" em tacho fabricado em Cesar, a vila
portuguesa com a maior percentagem de paneleiros por Km2 (paneleiros são,
como sabeis, os fabricantes de panelas de cozinha, panelas de escape, etc).
Visita-nos no Facebook:

Agenda:
Dias 14, 15 e 16 de Julho:
Em Oliveira de Azemeis, mostra de gastronomia com a
participação de numerosas confrarias gastronómicas que aí levarão os seus
requintados pitéus.
Os vinhos ficarão a cargo da organização, mas não há que
colocar em causa a capacidade desta em matérias enológicas. Já deu provas
mais que evidentes.
DESTAQUES:
Muito se enganam as gentes que pensam que
fomos para S. Miguel apenas para ocupar o nosso tracto digestivo.

Motivos muito mais nobres nos guiaram aos
confins do Atlântico. Por exemplo:
1- discussão teológica na biblioteca de
Ponta Delgada (ainda se pode ver os escaparates contendo as tábuas da lei
(neste caso, os vidros da lei).
2- a sustentabilidade na alimentação: o
papel da cortiça na dieta trans atlântica.
3- os benefícios dos banhos terapêuticos.
Neste caso, na terceira pessoa(s).
DESTAQUES:
Aconselhamos: A Lampreia.
As lampreias são anádromas, peixes que se
reproduzem em água doce, porém migram para o mar para desenvolver-se até a
fase adulta, e pertencem à ordem Petromyzontiformes, agrupadas na família
Petromyzontidae.

Depois de devidamente preparada, fica
assim:

ou assim:

MOMENTOS DE REFLEXÃO:


NOTÍCIAS ANTIGAS:
Imagens da chegada de uma fornada de confrades, alguns ainda
maçaricos, nesses tempos longínquos. Atentem ao tamanho do lombo e barriga
dos ditos confrades e logo vereis as marcas do tempo que desde então
decorreu.

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