Arco Medieval


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  • O ARCO E FLECHA

Não é que não haja muito que contar sobre esta arma, mas é também amplamente conhecida. Como curiosidade, podemos mencionar algumas características menos divulgadas:

1. É feito de madeira de teixo (árvore de pequeno porte e de cerne rijo parecido com o do carvalho ou freixo).

2- O tronco do teixo é cortado em estrela, deixando o borne da madeira que vai servir como protecção para que o arco não se parta quando tenso.

3- É talhado a gosto (para a guerra é mais grosso e mede cerca de 1,6m, para a caça é mais curto, para facilidade de manejo entre a vegetação e não precisa de tanta força, pelo que pode ser mais fino e fácil de usar).

4- A força de tensão de um arco de guerra é de aprx. 70 Kg (equivale a esticar TODAS as cordas de um violino, à mão, de cada vez que se dispara uma flecha). Só podia ser usado por homens muito fortes e bem alimentados.

5- A sua força de perfuração é bem superior a uma pistola de calibre 6.35mm.

6- Pode disparar em arco, sendo por isso usado com tácticas de artilharia. Em vez de disparar a direito, dispara por cima dos obstáculos indo atingir que estiver por detrás.

O Arco e flecha, tal como a caçadeira dos nossos dias, é originalmente uma arma de caça. Claro que é pouco selectiva, de tal forma que caça tão bem o porco selvagem como o porco doméstico (mesmo que seja o badalhoco do conde da região).

 

 

Sendo assim, é a arma de eleição dos revoltosos, foras-da-lei organizados (como o lendário Robin dos Bosques) e outros facínoras que se dedicavam a dar cabo da economia da época, reagindo contra os excessivos impostos, manifestações de legítima autoridade, leis e costumes religiosos, contra o tesouro da fazenda, etc, etc, etc.

Nem mais nem menos do que hoje (tornamo-nos mais sofisticados, mas não evoluímos nem um milímetro desde a época dos gregos de há quatro mil anos).

 

Sendo portanto, o Arco, um instrumento de fácil execução e matéria prima grátis (se bem que era punido com a morte o desgraçado que fosse apanhado a cortar uma árvore das florestas do Sr. Conde) tornou-se muito popular entre caçadores e livre pensadores.

 

A flecha, muito mais difícil de fazer, era construída especificamente para furar armaduras (tal era o calibre dos porcos bravos desses tempos).

 

O Arco e flecha rapidamente foi adoptado para as mais nobres funções da guerra logo que os senhores medievais lhe descobriram a utilidade e, como já é tradicional, cedo lhe inventaram novas adaptações.

A ciência é sempre muito mais activa e engenhosa quando se trata de encontrar formas de matar e destruir com eficiência. Assim, a Besta (referimo-nos à arma e não ao seu inventor), foi o passo seguinte na escalada da sofisticação tecnológica.

É um bonito instrumento letal muito em voga ainda nos nossos dias (tal como o arco longo), mas este nunca foi usado por caçadores nem por mão não autorizadas visto tratar-se de um instrumento exclusivamente útil para matar os tais livres pensadores que andavam de arco à bandoleira.

 

De várias formas e feitios é basicamente um arco de ferro (aço artesanal, normalmente de duas placas para ser mais elástico e deformar menos) horizontal, montado numa coronha de madeira.

 

Como qualquer outro instrumento de matar gente, dispensa instruções de utilização. Todos sabemos intuitivamente como matar o nosso semelhante. Sobre isso não precisamos de grande instrução. Daí o termos a certeza cartesiana de que fomos feitos para nos matarmos uns ao outros, contrariamente aos ensinamentos dessoutro Jesus Emanuel que teimou em ser pacifista e acabou a decorar uma oliveira nos arredores de Jerusalém, ou dessoutro Ghandi que também tinha a mania da resistência passiva e teve mais sorte, mas não muita.

E assim acaba a minha dissertação de Sábado de manhã. Divirtam-se.

 

ass: avô mokka

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Última actualização: 23/12/23.

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