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Sede e
Morte
Música: Carlos Paredes
Intérprete: Mariana Abrunheiro* (in Livro/CD "Cantar Paredes", Mariana
Abrunheiro/BOCA - Palavras Que Alimentam, 2015) [>>
YouTube]
Versão original: Carlos Paredes (1973) (in CD "Na Corrente", EMI-VC,
1996, Valentim de Carvalho/Som Livre, 2007; Livro/4CD "O Mundo Segundo
Carlos Paredes: Integral 1958-1993": CD3 – "Danças", EMI-VC, 2003) [>>
YouTube]
(instrumental / vocalizos)
* Mariana Abrunheiro – voz
Ruben Alves – piano
Carlos Bica – contrabaixo
[entrevista com Mariana Abrunheiro]
Verdes
Anos
Poema: Pedro Tamen (excerto) [texto integral >> abaixo]
Música: Carlos Paredes (introdução de "Despertar", in EP "Guitarradas
Sob o Tema do Filme Verdes Anos", Alvorada, 1964; CD "Carlos Paredes e
Artur Paredes", col. O Melhor dos Melhores, vol. 36, Movieplay, 1994; CD
"Os Verdes Anos de Carlos Paredes: As Primeiras Gravações a Solo
1962-1963", Movieplay, 2003; Livro/4CD "O Mundo Segundo Carlos Paredes:
Integral 1958-1993": CD1 – "Despertar", EMI-VC, 2003) [>>
YouTube]
Intérprete: Mariana Abrunheiro* (in Livro/CD "Cantar Paredes", Mariana
Abrunheiro/BOCA - Palavras Que Alimentam, 2015) [>>
YouTube]
Versão original (canção): Teresa Paula Brito (in filme "Os Verdes Anos",
de Paulo Rocha, 1963) [>>
YouTube]
Outra versão de Teresa Paula Brito (in EP "Canções Para Fim de Noite",
Riso e Ritmo, 1968; CD "Teresa Paula Brito", col. Clássicos da
Renascença, vol. 61, Movieplay, 2000) [>>
YouTube]
[instrumental]
Era o amor
que chegava e partia:
estarmos os dois
era um calor
que arrefecia
sem antes nem depois...
Era um segredo
sem ninguém para ouvir:
eram enganos
e era um medo,
a morte a rir
nos nossos verdes anos...
Foi o tempo que secou
a flor que ainda não era.
Como o Outono chegou
no lugar da Primavera!
Era o amor
que chegava e partia:
estarmos os dois
era um calor
que arrefecia
sem antes nem depois...
Era um segredo
sem ninguém para ouvir:
eram enganos
e era um medo,
a morte a rir
nos nossos verdes anos...
No nosso sangue corria
um vento de sermos sós.
Nascia a noite e era dia,
e o dia acabava em nós...
[instrumental]
* Mariana Abrunheiro – voz
Ruben Alves – piano
Pedro Carneiro – vibrafone e marimba
VERDES
ANOS
(Pedro Tamen, da secção "Esparsos 1956-2000", in "Retábulo das Matérias
(1956-2001)", Gótica, 2001 - p. 658)
Era o amor
que chegava e partia:
estarmos os dois
era um calor
que arrefecia
sem antes nem depois...
Era um segredo
sem ninguém para ouvir:
eram enganos
e era um medo,
a morte a rir
nos nossos verdes anos...
Teus olhos não eram paz,
não eram consolação.
O amor que o tempo traz
o tempo o leva na mão.
Foi o tempo que secou
a flor que ainda não era.
Como o Outono chegou
no lugar da Primavera!
No nosso sangue corria
um vento de sermos sós.
Nascia a noite e era dia,
e o dia acabava em nós...
O que em nós mal começava
não teve nome de vida:
era um beijo que se dava
numa boca já perdida.
(1963)
Fado
Moliceiro
Poema: José Carlos Ary dos Santos
Música: Carlos Paredes
Intérprete: Mariana Abrunheiro* (in Livro/CD "Cantar Paredes", Mariana
Abrunheiro/BOCA - Palavras Que Alimentam, 2015) [>>
YouTube]
Versão original: Carlos do Carmo (in LP "Um Homem no País",
Philips/Polygram, 1983, reed. Philips/Polygram, 1984, Universal, 2000,
2013; Livro/4CD "O Mundo Segundo Carlos Paredes: Integral 1958-1993":
CD5 – "Improvisos", EMI-VC, 2003) [>>
YouTube]
[instrumental]
Morro de amor
pelas águas da ria;
esta espuma de dor
eu não sabia.
Sou moliceiro
do teu lodo fecundo;
sou a Ria de Aveiro,
o sal do mundo.
Vara comprida,
tamanho da vida;
braço de mar,
a lavrar,
a lavrar.
[instrumental]
Morro de amor
nesta rede que teço
e é no sal do suor
que eu aconteço.
Para além da salina
o horizonte me ensina
que há muito mar,
muito mar
para lavrar!
para lavrar!
[instrumental]
* Mariana Abrunheiro – voz
Ruben Alves – piano
Jaques Morelenbaum – violoncelo
Valsa
Música: Gonçalo Paredes e Artur Paredes
Intérprete: Carlos Paredes* (ao vivo no Teatro Carlos Alberto, Porto,
1984)
Primeira versão de Carlos Paredes (in LP "Movimento Perpétuo",
Columbia/VC, 1971, 1983, reed. EMI-VC, 1988, 1998, Valentim de
Carvalho/Som Livre, 2007; Livro/4CD "O Mundo Segundo Carlos Paredes:
Integral 1958-1993": CD3 – "Danças", EMI-VC, 2003) [>>
YouTube]
(instrumental)
* Carlos Paredes – guitarra portuguesa
Fernando Alvim – viola
Variações
Música: Artur Paredes
Intérprete: Carlos Paredes* (ao vivo no Teatro Carlos Alberto, Porto,
1984)
Primeira versão de Carlos Paredes – "Variações" (in LP "Concerto em
Frankfurt", Phillips/Polygram, 1983, reed. Phillips/Polygram, 1990;
Livro/4CD "O Mundo Segundo Carlos Paredes: Integral 1958-1993": CD4 –
"As Mãos", EMI-VC, 2003) [a partir de 29':11'' >>
YouTube]
Outra versão de Carlos Paredes – "Coimbra e o Mondego – Variações A" (in
CD "Espelho de Sons", Philips/PolyGram, 1988; Livro/4CD "O Mundo Segundo
Carlos Paredes: Integral 1958-1993": CD6 – "Asas", EMI-VC, 2003) [a
partir de 2'54'' >>
YouTube]
Versão original: Artur Paredes – "Variações em Ré Menor" (in single 78
rpm "Variações em Ré Menor / Bailados do Minho", His Master's Voice,
1927; CD "Fados From Portugal: Volume 2 (1926-1930)", Heritage, 1992; CD
"Fado de Coimbra (1926-1930)", col. Arquivos do Fado, Vol. II, Tradisom,
1994; CD "Biografia do Fado de Coimbra", EMI-VC, 2000; Livro/5CD
"Biografias do Fado": CD 5, EMI, 2010) [>> YouTube]
(instrumental)
* Carlos Paredes – guitarra portuguesa
Fernando Alvim – viola
Em
Memória de uma Camponesa Assassinada – Cantar Alentejano
Letra: António Vicente Campinas
Música: Carlos Paredes ("Em Memória de uma Camponesa Assassinada") e
José Afonso ("Cantar Alentejano")
Intérprete: Mariana Abrunheiro* com o Grupo Coral "Estrelas do Sul" de
Portel (in Livro/CD "Cantar Paredes", Mariana Abrunheiro/BOCA - Palavras
Que Alimentam, 2015) [teaser >>
YouTube]
Versão original ("Em Memória de uma Camponesa Assassinada"): Carlos
Paredes (1973) (in CD "Na Corrente", EMI-VC, 1996, Valentim de
Carvalho/Som Livre, 2007; Livro/4CD "O Mundo Segundo Carlos Paredes:
Integral 1958-1993": CD3 – "Danças", EMI-VC, 2003) [>>
YouTube]
Versão original ("Cantar Alentejano"): José Afonso (in LP "Cantigas do
Maio", Orfeu, 1971, 1982, reed. Movieplay, 1987, 1996, Art'Orfeu Media,
2012) [>>
YouTube]
(instrumental / vocalizos)
Chamava-se Catarina,
O Alentejo a viu nascer;
Serranas viram-na em vida,
Baleizão a viu morrer.
Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão pôr;
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou.
Acalma o furor, campina,
Que o teu pranto não findou!
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou.
Aquela pomba tão branca
Todos a querem p'ra si;
Ó Alentejo queimado,
Ninguém se lembra de ti!
Aquela andorinha negra
Bate as asas p'ra voar;
Ó Alentejo esquecido,
Inda um dia hás-de cantar!
* Mariana Abrunheiro – voz
Ruben Alves – piano
Ana Isabel Dias – harpa
Grupo Coral "Estrelas do Sul" de Portel (António Silva, Bernardo
Charrua, Henrique Valadas, José Almança, José Campaniço, Joaquim
Rendeiro, Luís Madeira e Paulo Coelho) – vozes
Direcção musical – Mariana Abrunheiro e Ruben Alves, com a preciosa
maestria, criatividade, talento e sensibilidade dos músicos convidados
Produção musical – Mariana Abrunheiro
Produção executiva – Mariana Abrunheiro
Gravado nos estúdios Biscoito Fino (Rio de Janeiro), Conservatório de
Música de Coimbra, Could Noise (Barreiro), A.P.S. (Oeiras), Orquestra de
Câmara Portuguesa (Algés), de 8 de Março a 19 de Maio de 2015
Captação – António Pinheiro da Silva, Gonçalo Rui Santos, João Thiré,
Paulo Cavaco e Pedro Carneiro
Mistura e masterização – António Pinheiro da Silva
O Mocho
Letra e
música: Popular (Alentejo)
Arranjo:
Monda
Intérprete: Monda* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira
versão de Monda (in CD "Monda",
Monda/TáNaForja, 2016) [>>
YouTube]
[instrumental]
Gosto
muito dos teus olhos, ó Maria,
Muito
mais gosto dos meus;
Se não
fossem os meus olhos, ó Maria,
Não podia
amar os teus.
O triste
do mocho piava,
Ó lari,
lariava,
Em cima
da melancia, ó Maria,
Maria,
Maria, Maria Capitôa,
Dos
montes, tiroli, ó terrim, tim, tim;
As
mulheres são a alegria de mim.
[instrumental]
Eu não
quero mais amar, ó Maria,
Que eu do
amar tenho medo;
Eu não
quero arriscar, ó Maria,
A pagar o
que eu não devo.
O triste
do mocho piava,
Ó lari,
lariava,
Em cima
da melancia, ó Maria,
Maria,
Maria, Maria Capitôa,
Dos
montes, tiroli, ó terrim, tim, tim;
As
mulheres são a alegria de mim.
[instrumental]
Diz a
Laranja ao Limão
Letra e
música: Popular (Alentejo)
Arranjo:
Monda e Ruben Alves
Intérprete: Monda* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira
versão de Monda (in CD "Monda",
Monda/TáNaForja, 2016) [>>
YouTube]
Primeira
versão: Vitorino (in LP "Não Há Terra Que Resista: Contraponto", Orfeu,
1979, reed. Movieplay, 1991) [>>
YouTube]
[instrumental]
Diz a
laranja ao limão:
"Qual de
nós será mais doce?"
Sou fiel
ao meu amor,
Assim ele
p'ra mim fosse.
Assim ele
p'ra mim fosse,
Fiel ao
meu coração;
"Qual de
nós será mais doce?",
Diz a
laranja ao limão.
[instrumental]
Diz a
laranja ao limão:
"Qual de
nós será mais doce?"
Sou fiel
ao meu amor,
Assim ele
p'ra mim fosse.
Assim ele
p'ra mim fosse,
Fiel ao
meu coração;
"Qual de
nós será mais doce?",
Diz a
laranja ao limão.
[instrumental]
Mais
Brando João Brandão
Letra:
Popular (Alentejo)
Música:
Monda
Intérprete: Monda* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão
original: Monda com o Grupo de Cantadores de Portel (in CD "Monda",
Monda/TáNaForja, 2016) [>>
YouTube] [ao vivo com Katia Guerreiro, em Portel, 18 Ago. 2016 /
Festival Agosto em Festa >>
YouTube]
'Tá preso
o João Brandão
Às grades
do Limoeiro;
Mais
brando...
Às grades
do Limoeiro.
Era rico,
agora é pobre...
Olha o
que faz o dinheiro!
Mais
brando...
Olha o
que faz o dinheiro!
Estando
eu na minha loja,
Encostadinho ao balcão,
Mais
brando...
Encostadinho ao balcão,
Ouvi uma
voz dizer:
"'Tá
preso o João Brandão."
Mais
brando...
"'Tá
preso o João Brandão."
[instrumental]
Ouvi uma
voz dizer:
"'Tá
preso o João Brandão."
Mais
brando...
Mais
Brando João Brandão.
Adeus,
Maria, Até Quando
Letra:
António Pardelha
Música:
Monda
Intérprete: Monda* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão
original: Monda com Katia Guerreiro (in CD "Monda",
Monda/TáNaForja, 2016) [ao
vivo com Katia Guerreiro, em Portel, 18 Ago. 2016 / Festival Agosto em
Festa >>
YouTube] [ao vivo no Teatro Tivoli, Lisboa, 15 Nov. 2016 >>
YouTube]
— «Adeus,
Maria, até quando,
Eu até
quando não sei;
Cá ando
no Ultramar, a pensar
No dia em
que voltarei.
Espera
por mim, se quiseres...
Faz o que
tu entenderes;
Acho que
deves pensar em casar,
Eu posso
por cá morrer.
Ninguém o
pode saber,
É uma
carta fechada...
E depois
te chamarão, pois então, | bis
Viúva sem
seres casada.» |
[instrumental]
— «Ó
António, Deus te guie
Nos
campos do Ultramar!
Eu penso
em ti, cá solteira, há quem queira
Se tu
nunca mais voltares.
Espero
por ti, meu amor,
Eu
d'outro não quero ser!
Nunca
mais me casarei, que eu bem sei,
Serei tua
até morrer!
A carta
que me mandaste
Com um
conselho imprudente...
Meu amor,
para contigo eu te digo: | bis
'Inda
fiquei mais ardente.» |
[instrumental]
Meu amor,
para contigo eu te digo: | bis
'Inda
fiquei mais ardente.» |
Lindo
Ramo Verde Escuro
Letra e
música: Popular (Alentejo)
Arranjo:
Monda
Intérprete: Monda* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira
versão de Monda (in CD "Monda",
Monda/TáNaForja, 2016) [>>
YouTube]
Primeira
versão: Vitorino com o Grupo de Cantadores do Redondo (in LP "Os
Malteses", Orfeu, 1977, reed. Movieplay, 1999) [>>
YouTube]
[instrumental]
[Cantiga:]
Nasce o
Sol no Alentejo,
Nasce
água clara na fonte;
Nasce em
mim a saudade
Na
ladeira do teu monte.
[Moda:]
Lindo
ramo verde escuro,
Oh! sala
dos passarinhos
Onde
cantam docemente
Poisados
nesse raminho.
Poisados
nesse raminho
Andam
vivendo o ar puro;
Oh! sala
dos passarinhos,
Lindo
ramo verde escuro.
[Cantiga:]
Na
ladeira do teu monte,
Meu amor,
quando te vejo
Nasce
água clara na fonte,
Nasce o
Sol no Alentejo.
[Moda:]
Lindo
ramo verde escuro,
Oh! sala
dos passarinhos
Onde
cantam docemente
Poisados
nesse raminho.
Poisados
nesse raminho
Andam
vivendo o ar puro;
Oh! sala
dos passarinhos,
Lindo
ramo verde escuro.
Só Uma
Pena Me Existe
Letra e
música: Popular (Alentejo)
Arranjo:
Monda e Ruben Alves
Intérprete: Monda* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão
original: Monda com Rui Veloso (in CD "Monda",
Monda/TáNaForja, 2016) [>>
YouTube] [ao vivo com Rui Veloso, no Teatro Tivoli, Lisboa, 15 Nov.
2016 >>
YouTube]
[instrumental]
[Cantiga:]
Como
podem ser iguais
Os dedos
das nossas mãos,
Se há
filhos dos mesmos pais
Que não
parecem irmãos?
[Moda:]
Só uma
pena me existe,
Minha
doce saudade:
É olhar
para o teu rosto,
Ver-te
assim tão pouca idade.
Ver-te
assim tão pouca idade,
Ver-te
assim tão criancinha;
Só uma
pena me existe,
Minha
doce jovenzinha.
[instrumental]
[Cantiga:]
Lá por
trás daquele outeiro,
Nasce o
sol e nasce a lua;
Ando à
procura, não acho
Cara mais
linda que a tua.
[Moda:]
Só uma
pena me existe,
Minha
doce saudade:
É olhar
para o teu rosto,
Ver-te
assim tão pouca idade.
Ver-te
assim tão pouca idade,
Ver-te
assim tão criancinha;
Só uma
pena me existe,
Minha
doce jovenzinha.
[instrumental]
Só uma
pena me existe,
Minha
doce saudade:
É olhar
para o teu rosto,
Ver-te
assim tão pouca idade.
Ver-te
assim tão pouca idade,
Ver-te
assim tão criancinha;
Só uma
pena me existe,
Minha
doce jovenzinha.
Portel
Estás Satisfeito
Letra e
música: Popular (Portel, Alentejo)
Arranjo:
Monda e Ruben Alves
Intérprete: Monda* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira
versão de Monda, com o Grupo de Cantadores de Portel (in CD "Monda",
Monda/TáNaForja, 2016) [ao
vivo com o Grupo de Cantadores de Portel, 7 Dez. 2015 >>
YouTube]
[instrumental]
As vozes
da minha fala,
Como eram
já não são:
Fazem a
mesma diferença
Que o
Inverno faz do Verão.
Portel
estás satisfeito
Em ver
teus filhos brilhar,
E até
choras de contente
Em os
ouvindo cantar.
Minha
fala é baixinha,
Não a
posso alevantar;
E mesmo
assim, sendo baixinha,
Já m'a
quiseram comprar.
Portel
estás satisfeito
Em ver
teus filhos brilhar,
E até
choras de contente
Em os
ouvindo cantar.
Em os
ouvindo cantar
Até bate
a mão no peito;
Em ver
teus filhos brilhar
Portel
estás satisfeito.
Fui-te
Ver, Estavas Lavando
Letra e
música: Popular (Alentejo)
Arranjo:
Monda e Ruben Alves
Intérprete: Monda* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira
versão de Monda (in CD "Monda",
Monda/TáNaForja, 2016) [ao
vivo com Katia Guerreiro e Rui Veloso, no Teatro Tivoli, Lisboa, 15 Nov.
2016 >>
YouTube]
[instrumental]
[Cantiga:]
Quem
tiver olhos azuis [bis]
Bem os
pode arrecadar:
Que os
olhos azuis são poucos, [bis]
São
custosos de alcançar.
[Moda:]
Fui-te
ver, estavas lavando [bis]
No rio
sem assabão;
Lavas em
água de rosas, [bis]
Fica-te o
cheiro na mão.
Fica-te o
cheiro na mão, [bis]
Fica-te o
cheiro no fato;
Se eu
morrer e tu ficares, [bis]
Adora-me
o meu retrato!
Adora-me
o meu retrato, [bis]
Adora meu
coração!
Fui-te
ver, estavas lavando [bis]
No rio
sem assabão.
[instrumental]
[Cantiga:]
Menina,
tire a camisa [bis]
Que tem à
sua janela!
Que a
camisa sem a dona [bis]
Lembra-me
a dona sem ela.
[Moda:]
Fui-te
ver, estavas lavando [bis]
No rio
sem assabão;
Lavas em
água de rosas, [bis]
Fica-te o
cheiro na mão.
Fica-te o
cheiro na mão, [bis]
Fica-te o
cheiro no fato;
Se eu
morrer e tu ficares, [bis]
Adora-me
o meu retrato!
Adora-me
o meu retrato, [bis]
Adora meu
coração!
Fui-te
ver, estavas lavando [bis]
No rio
sem assabão.
[instrumental]
* Monda:
Jorge
Roque – voz e guitarras
Pedro
Zagalo – teclados
Herlander
Medinas – contrabaixo
Músico
convidado:
João
Tiago Oliveira – guitarra clássica
Quadras
de A6 e de A2
Letra:
Duarte (Dezembro de 2012)
Música:
Álvaro Duarte Simões (Fado Meia-Noite e Uma Guitarra)
Intérprete: Duarte* (in CD "Sem Dor Nem Piedade", Duarte/Alain Vachier
Music Editions, 2015) [>>
YouTube]
[instrumental]
Não
mereço esta cidade
Nem as
coisas que ganhei:
Se em
parte digo a verdade,
Outras
partes ocultei.
Não
mereço esta cidade
Nem as
coisas que ganhei.
A tua mão
foi rasgando
Meu
cabelo em desalinho;
É tão
mais fácil dormir
Quando
não estamos sozinhos.
A tua mão
foi rasgando
Meu
cabelo em desalinho.
Já não
temos dias novos
Nem novas
formas de estar:
O teu
olhar que era eterno
Agora é
mais um olhar.
Já não
temos dias novos
Nem novas
formas de estar.
Eu fui
deixando a cidade
E fui
ficando mais leve;
Quando
nos falta a coragem
Somos um
barco sem leme.
Eu fui
deixando a cidade
E fui
ficando mais leve.
[instrumental]
Retiro o
que perguntei,
Bem como
a raiva que tinha;
Depois de
tudo o que dei,
Dei muito
mais do que tinha.
Depois de
tudo o que dei,
Dei muito
mais do que tinha;
Voltava a
dar-te o que dei
Se a
raiva não fosse minha.
[entrevista com Duarte]
Não É,
Mãe?
Letra:
Duarte (Novembro de 2010)
Intérprete: Albano Jerónimo* (in CD "Sem Dor Nem Piedade", Duarte/Alain
Vachier Music Editions, 2015) [>>
YouTube]
Resguardaste-me da vida
E mesmo
frágil e ferida
Tomaste
conta de mim.
Levaste-me leite à cama,
Disseste
que para quem ama
Nunca
pode haver um fim.
São
difíceis de queimar as coisas más.
As coisas
boas são difíceis de encontrar.
Mãe...
está tudo bem, mãe?
Quando a
minha mãe dobrava meias
Estava
sempre tudo bem.
Não é,
mãe?
Desassossego
Letra:
Duarte (Abril de 2010)
Música:
Carlos Neves (Fado Tamanquinhas)
Intérprete: Duarte* (in CD "Sem Dor Nem Piedade", Duarte/Alain Vachier
Music Editions, 2015) [>>
YouTube] [>>
YouTube]
[instrumental]
Foi
sempre desassossego,
Inquietação delirante:
Sintomas
dum amor cego; | bis
Um
labirinto de enredos |
Tão
perverso e perturbante. |
Tivemos
noites errantes,
Cruzámos
tantos caminhos;
Deixámos
de ser amantes, | bis
Dia a dia
mais distantes |
E
acabámos tão sozinhos. |
Fechei-me
dentro de mim,
Estou num
quarto sem janelas;
Da viagem
foi o fim, | bis
As
certezas são assim, |
Não sei o
que fazer delas. |
[instrumental]
Disseste
que o tempo cura
As
feridas do coração;
Depois de
tanta procura
E duma ou
outra aventura,
As
feridas ainda cá estão.
Disseste
que o tempo cura
As
feridas do coração;
Depois de
tanta procura...
Rosas
Letra:
Duarte (Janeiro de 2011)
Música:
Carlos Manuel Proença e Duarte
Intérprete: Duarte* com Albano Jerónimo (in CD "Sem Dor Nem Piedade",
Duarte/Alain Vachier Music Editions, 2015) [>>
TugaFado] [>>
YouTube]
[instrumental]
Mais um
domingo em Lisboa
E já não
tens para onde ir;
A solidão
não perdoa
Quem não
consegue dormir.
Ninguém
te fala na rua,
Ninguém
conhece o teu nome;
De que te
serve a procura
Se esta
mesma te consome?
Secaram
as rosas...
Secaram
as rosas...
Matámos...
Matámos
as rosas...
[instrumental]
«Os dias
trazem fantasmas
Dos dias
todos iguais;
Quem anda
sempre em viagem
Não quer
ter coisas a mais.
Empenhei-me tanto, empenhei-me tanto, empenhei-me tanto...
Que às
vezes inventei que me esquecias.
Cantei
tanto
Que às
vezes me pareceu que retribuías.
Mas não
aplaudiste???
Eu vi que
aplaudiste.
Viste em
mim o doce escorpião,
O
solitário príncipe da melancolia:
Belo
demais para viver,
Frágil
demais para morrer.
Se tudo o
resto falhar,
Podes
sempre dizer que te menti;
Só espero
que estejas bem
E se
assim for, que assim seja.»
Estás
cada vez mais sozinho,
«Porventura deprimido;
Mesmo
quem escolhe o caminho
Às vezes
anda perdido.»
[instrumental]
Secaram
as rosas...
Secaram
as rosas...
Matámos
as rosas...
Morreram
as rosas...
[instrumental]
Secaram
as rosas...
Matámos
as rosas...
Morreram
as rosas...
«Mas não
aplaudiste???...
Eu vi que
aplaudiste...»
Secaram
as rosas...
Matámos
as rosas, amor...
Vou
sentir a tua falta...
Vou
sentir a tua falta.
Quadras
dum Dia Sozinho
Letra:
Duarte (Março de 2011)
Música:
Carlos Manuel Proença e Duarte
Intérprete: Duarte* com Albano Jerónimo (in CD "Sem Dor Nem Piedade",
Duarte/Alain Vachier Music Editions, 2015) [>>
TugaFado] [>>
YouTube]
[instrumental]
Minha
terra não tem rios,
Minha
terra não tem mar;
Mas todos
os meus vazios
Vão à
minha terra dar.
Meu amor
nunca lá foi,
Meu amor
nunca me quis;
Eu vivo
do que não foi
Com tudo
o mais que não fiz.
Indiferença no sentir,
À-vontade
no calar...
Acredito
que há-de vir
No dia em
que não vou estar.
Minha
terra não tem rios,
Minha
terra não tem mar;
Vão-se
embora os meus vazios
Quando o
meu amor chegar.
[instrumental]
«Minha
terra não tem rios,
Minha
terra não tem mar;
Mas todos
os meus vazios
Vão à
minha terra dar.
Meu amor
nunca lá foi,
Meu amor
nunca me quis;
Eu vivo
do que não foi
Com tudo
o mais que não fiz.
Indiferença no sentir,
À-vontade
no calar...
Acredito
que há-de vir
No dia em
que não vou estar.
Minha
terra não tem rios,
Minha
terra não tem mar;
Vão-se
embora os meus vazios
Quando o
meu amor chegar.»
[instrumental]
Meu amor
nunca lá foi,
Meu amor
nunca me quis;
Eu vivo
do que não foi
Com tudo
o mais que não fiz.
* Duarte
– voz
Albano
Jerónimo – voz (falada)
José
Manuel Neto – guitarra portuguesa
Carlos
Manuel Proença – viola
Daniel
Pinto – viola baixo
Bernardo
Moreira – contrabaixo
João
Moreira – trompete
Tomás
Pimentel e Diogo Pedro – fliscornes
Xavier
Ribeiro e Diogo Costa – trombones
Ricardo
Dias – acordeão
Vicky
Marques – percussões
Produção
musical – Carlos Manuel Proença
Produção
executiva – Alain Vachier
Gravado
no Saafran Studio, Montijo, por Amândio Bastos
Misturas
e masterização – António Pinheiro da Silva e Carlos Manuel Proença
Chuva de Paus
Letra: Miguel
Cardina
Música: Pedro
Damasceno
Arranjo: Diabo a
Sete
Intérprete: Diabo
a Sete* (in CD "tarAra",
atrasdosbarrocos.com, 2011)
[instrumental]
A chuva choveu
num dia de sol
Um peixe cresceu
em cima do anzol
Tenho dois
corações para gostar melhor
Um bate cá
dentro, o outro não tem lugar
[instrumental]
Um rio balançou
p'ra trás e p'rá frente
Tenho duas bocas
p'ra cantar diferente
Uma tem tristeza
e cheiro a manjerico
Quando a outra
cant'a esta dá lhe o fanico
[instrumental]
Chuva de Paus,
Castelo de Areia
Grão-de-Bico é
bom à sombra da bananeira
Tenho sete vidas
e uma epifania
Sou gata, estou
viva no reino de hoj'em dia
[instrumental]
Chuva de Paus,
Castelo de Areia
Grão-de-Bico é
bom à sombra da bananeira
Tenho sete vidas
e uma epifania
Sou gata, estou
viva no reino de hoj'em dia
[instrumental]
Tarara
Letra: Miguel
Cardina
Música: Julieta
Silva
Arranjo: Diabo a
Sete
Intérprete: Diabo
a Sete* (in CD "tarAra",
atrasdosbarrocos.com, 2011) [ao vivo >>
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[instrumental]
Lança a roda
sobre o céu
afagar o mel
chamar mel ao
fruto que há-de vir
chamar fruto ao
sorrir da terra
Ó tarara, faz
soprar
as pás desta
história
chamar história
ao que nos sai do ventre
chamar fruto ao
que temos p'la frente
[instrumental]
Lança a roda
sobre o céu
azul sanguinário
esta máquina não
vai parar
não parece mas
sabe voar
Ó tarara, abre o
sol
laranja pendente
sumo, seiva, som
da claridade
coisa quente,
corpo em liberdade
[instrumental]
Paraíso Fiscal
Letra: Miguel
Cardina
Música e arranjo:
Diabo a Sete
Intérprete: Diabo
a Sete* com Carlos Guerreiro (in CD "tarAra",
atrasdosbarrocos.com, 2011) [>>
SoundCloud] [>>
YouTube] [ao vivo >>
YouTube]
Dez cabelos
penteados
Não pagam imposto
A luva está mais
barata
Do que o fogo
posto
Sabe bem pagar
tão pouco
O segredo é total
Tens na ilha uma
morada
Virtual
No Paraíso Fiscal
O silêncio é
d'ouro
As mobílias são
de prata
E os jardins de
couro
Anjos, deuses,
capitais
Filhos de alguém
especial
Somar zeros à
direita
Não faz mal
[instrumental]
No Paraíso Fiscal
A justiça é cega
As fronteiras
apagadas
E o tempo
escorrega
Sabe bem pagar
tão pouco
O segredo é total
Tens na ilha uma
morada
Virtual
Guarda, rico, o
teu roubo
Franca liberdade
Virar isto do
avesso
Seria maldade
Somos sombras
invisíveis
Sem gravata p'ra
apertar
Mas hoje a nossa
tampa
Vai saltar
[instrumental]
Dez cabelos
penteados
Não pagam imposto
A luva está mais
barata
Do que o fogo
posto
Sabe bem pagar
tão pouco
O segredo é total
Tens na ilha uma
morada
Virtual
No Paraíso Fiscal
O silêncio é
d'ouro
As mobílias são
de prata
E os jardins de
couro
Anjos, deuses,
capitais
Filhos de alguém
especial
Somar zeros à
direita
Não faz mal
[instrumental]
Ronda do
Garampijo
Letra: Miguel
Cardina
Música: Pedro
Damasceno
Arranjo: Diabo a
Sete
[instrumental]
Inventar um dia
diferente
Longe do futuro,
perto do presente
Fazer chover de
baixo para cima
Agitar os céus e
mudar o clima
O peso do relógio
não nos vai vergar
O ruir das horas
é o nascer do mar
[instrumental]
O crime deste
tempo é já não ter razão
A nossa tarefa é
dar-lhe conclusão
Esta raiva imensa
não vai abrandar
O vento vem
forte, é tempo de acordar
Se digo "pão" eu
como, se digo "quero" eu venço
As sílabas são
histórias, as músicas vitórias!
[instrumental]
* Diabo a Sete:
Celso Bento –
flautas, gaita-de-foles
Eduardo Murta –
baixo eléctrico
Hugo Natal da Luz
– percussões
Julieta Silva –
voz, sanfona, concertina
Luísa Correia –
guitarra acústica
Miguel Cardina –
bateria
Pedro Damasceno –
cavaquinho, bandolim, concertina, flautas
Músico convidado:
Carlos Guerreiro
– sanfona e voz (em "Paraíso Fiscal")
Produção – Diabo
a Sete e Quico Serrano
Gravado no
estúdio da ACERT, Tondela, durante o ano de 2011
Captação de som –
Cajó Viegas
Gravações
adicionais e pós-produção – Quico Serrano
Mistura e
masterização – Quico Serrano, nos Estúdios da Aguda, Vila Nova de Gaia
Tamboril
Letra: Miguel
Cardina
Música e arranjo:
Diabo a Sete
Intérprete: Diabo
a Sete* (tema de avanço do novo álbum) [>>
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[instrumental]
Tubarão tinha
dentes de tainha
E a tainha tinha
dentes de tambor
Toca traz tempo
chuva tempestade
Tubarão trincou
um touro nos taleigos da vontade
Tubarão tinha o
tímpano trocado
E trocado
(es)tava o tempo todo o ano
Toca traz tempo
chuva tempestade
Tubarão
tamborilou 'inda a missa ia a metade
[instrumental]
Tubarão
traficou-se em tamboril
Troca-tintas com
retoque teatral
Toca terça,
quarta, quinta, noite e dia
Travestido no
Entrudo c'uma tromba de enguia
Tamboril teve
tísica ao contrário
Já tossia como
tosse o tubarão
Toca terça,
quarta, quinta, noite e dia
Tamboril
entubarou num atalho p'rá Turquia
[instrumental]
Tubarão tinha
dentes de tainha
E a tainha tinha
dentes de tambor
Toca traz tempo
chuva tempestade
Tubarão trincou
um touro nos taleigos da vontade
Tubarão tinha o
tímpano trocado
E trocado
(es)tava o tempo todo o ano
Toca traz tempo
chuva tempestade
Tubarão
tamborilou 'inda a missa ia a metade
[instrumental]
Tubarão
traficou-se em tamboril
Troca-tintas com
retoque teatral
Toca terça,
quarta, quinta, noite e dia
Travestido no
Entrudo c'uma tromba de enguia
Tamboril teve
tísica ao contrário
Já tossia como
tosse o tubarão
Toca terça,
quarta, quinta, noite e dia
Tamboril
entubarou num atalho p'rá Turquia
[instrumental]
* Julieta Silva –
voz e sanfona
Pedro Damasceno –
cavaquinho e coros
Luísa Correia –
guitarra
Celso Bento –
ponteira e coros
Miguel Cardina –
bateria, percussões e coros
Eduardo Murta –
baixo
Gravação, mistura
e produção – Quico Serrano
Manhaninha de São João
Letra e
música: Tradicional (Idanha-a-Nova, Beira Baixa / Moimenta da Raia,
Vinhais, Trás-os-Montes)
Recolhas:
José Alberto Sardinha ("S. João", 1981, in "Portugal - Raízes Musicais":
CD 4 - Beira Baixa e Beira Trasmontana, BMG/JN, 1997) e Michel
Giacometti ("Manhaninha de S. João", 1960, in LP "Trás-os-Montes", série
"Antologia da Música Regional Portuguesa", Arquivos Sonoros
Portugueses/Michel Giacometti, 1960; 5CD "Portuguese Folk Music": CD 2 –
Trás-os-Montes, Strauss, 1998; 6CD "Música Regional Portuguesa": CD 3 –
Trás-os-Montes, col. Portugal Som, Numérica, 2008)
Intérprete: Segue-me à Capela* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira
versão de Segue-me à Capela (in Livro/CD "San'Joanices, Paganices e
Outras Coisas de Mulher", Segue-me à Capela/Fundação GDA/Tradisom, 2015)
[>>
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Ó ó, São
João do meio, | bis
Ai hei-de
morar noutra rua! |
Ainda não
tenho casa, | bis
Ai
menina, arrende-me a sua! |
Manhaninha de São João,
Ao redor
da alvorada,
Jesus
Cristo se passeia
Ao redor
da fonte clara.
Eu hei-de
ir ao São João, | bis
Ai hei-de
lá ir, se lá for, |
Ou a pé
ou a cavalo | bis
Ai ou nos
braços do amor. |
Jesus
Cristo se passeia
De volta
da fonte clara,
E a água
fica benzida
E a fonte
fica sagrada.
Eu hei-de
ir ao São João, | bis
Ai hei-de
lá ir, se lá for, |
Ou a pé
ou a cavalo | bis
Ai ou nos
braços do amor. |
Manhaninha de São João,
Manhaninha de São João.
São João
de Alpalhão
Letra e
música: Tradicional (Alpalhão, Nisa, Alto Alentejo)
Intérprete: Segue-me à Capela* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira
versão de Segue-me à Capela (in Livro/CD "San'Joanices, Paganices e
Outras Coisas de Mulher", Segue-me à Capela/Fundação GDA/Tradisom, 2015)
[>>
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Ó meu São
João Baptista!
Ó meu
Baptista João!
Vamos ir
à água nova
Na noite
de São João!
São João
baptiza Cristo,
Cristo
baptiza João:
Ambos
foram baptizados
Lá no rio
do Jordão.
São João
p'ra ver as moças
Fez uma
fonte de prata;
As moças
não vão a ela,
São João
todo se mata.
Meu
divino São João
Que na
mão tem a bandeira!
Vamos ir
ao rosmaninho | bis
P'ra
fazermos uma fogueira! |
São João
Perdeu
Letra e
música: Tradicional (Ponte de Lima, Minho)
Intérprete: Segue-me à Capela* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira
versão de Segue-me à Capela (in Livro/CD "San'Joanices, Paganices e
Outras Coisas de Mulher", Segue-me à Capela/Fundação GDA/Tradisom, 2015)
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São João
perdeu, perdeu...
Ai São
João que perderia?
Perdeu o
lenço da mão
Ai, ai à
vinda da romaria.
São João,
se bem soubera
Ai quando
era o seu dia,
Descia do
Céu à Terra
Ai com
prazer e alegria.
Bendito e
Louvado das Trovoadas
Letra e
música: Tradicional (Penha Garcia, Idanha-a-Nova, Beira Baixa)
Recolha:
Ernesto Veiga de Oliveira
Intérprete: Segue-me à Capela* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira
versão de Segue-me à Capela (in Livro/CD "San'Joanices, Paganices e
Outras Coisas de Mulher", Segue-me à Capela/Fundação GDA/Tradisom, 2015)
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[instrumental / reza]
— «Santa
Barburinha bendita,
Livrai-nos das trovoadas!
Lev'as
p'ra bem longe!
Santa
Barburinha bendita,
Com um
ramo de água benta
Arramai
esta tormenta.»
Santa
Bárbara pequenina
Se vestiu
e se calçou,
Bordão na
mão tomou.
— «Onde
vais, Santa Barburinha,
Que no
céu estais escrita?»
— «Eu vou
p'ra bem longe!
Vou
correr esta trovoada
Onde não
há pão e vinho,
Nem bafo
de menino!
Só a
serpente e as sete filhas
Bebem
leite de maldição
E água de
trovão.»
Olé, ó
Senhora Mãe
Letra e
música: Tradicional (Talhadas, Sever do Vouga, Beira Litoral)
Recolha:
Michel Giacometti (in LP "Beira Alta, Beira Baixa, Beira Litoral", série
"Antologia da Música Regional Portuguesa", Arquivos Sonoros
Portugueses/Michel Giacometti, 1970; 5CD "Portuguese Folk Music": CD 3 –
Beiras, Strauss, 1998; 6CD "Música Regional Portuguesa": CD 4 – Beiras,
col. Portugal Som, Numérica, 2008)
Intérprete: Segue-me à Capela* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira
versão de Segue-me à Capela (in Livro/CD "San'Joanices, Paganices e
Outras Coisas de Mulher", Segue-me à Capela/Fundação GDA/Tradisom, 2015)
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Olé, ó
senhora mãe,
Aquela
menina agrada-me bem!
Olé, ó
senhora mãe!
Olé, ó
senhor, dai, dai
Uma
esmola a mim, que eu não tenho pai!
Olé, ó
senhor, dai, dai!
Cantiga
da Segada
Letra e
música: Tradicional (Castro Daire, Douro Litoral)
Recolha:
José Alberto Sardinha (1977, in "Portugal - Raízes Musicais": CD 1 –
Minho e Douro Litoral, BMG/JN, 1997)
Intérprete: Segue-me à Capela* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira
versão de Segue-me à Capela (in CD "Segue-me à Capela", Segue-me à
Capela, 2004)
Tenho
dentro do meu peito,
Ai dentro
do meu peito,
Dois
moinhos a moer:
Um anda,
o outro desanda,
Ai o
outro desanda,
Assim é o
bem-querer.
[gritos]
Tenho
dentro do meu peito,
Ai dentro
do meu peito,
Um
alambique d'aguardente,
P'ra
destilar as saudades,
Ai
ouvides, ouvides,
Quando de
ti estou ausente.
[gritos]
Macelada
- São João
Letra e
música: Tradicional (Beira Baixa)
Recolhas:
Hubert de Fraysseix ("Macelada") e GEFAC ("São João")
Intérprete: Segue-me à Capela* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira
versão de Segue-me à Capela (in CD "Segue-me à Capela", Segue-me à
Capela, 2004) [>>
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Venho de
macelada, | bis
Venho de
colher macela, |
Lá dos
campos do castelo,
Daquela
mais amarela!
Venho de
macelada! [bis]
Olô ai
larilolela,
Olô ai
lariloló,
Venho de
macelada!
Venho de
macelada!
Venho de
macelada, | bis
Venho de
colher o cravo, |
Lá dos
campos do castelo,
Para dar
ao namorado!
Venho de
macelada! [bis]
Olô ai
larilolela,
Olô ai
lariloló,
Venho de
macelada!
Venho de
macelada!
Venho de
macelada, | bis
Venho de
colher uma flor, |
Lá dos
campos do castelo,
Para dar
ao meu amor!
Venho de
macelada! [bis]
Olô ai
larilolela,
Olô ai
lariloló,
Venho de
macelada!
Venho de
macelada!
Olô ai
larilolela,
Olô ai
lariloló,
Venho de
macelada!
Venho de
macelada!
Se fores
ao São João [bis]
Ai
trazei-me um São Joãozinho! [bis]
Se não
puderes com um grande [bis]
Ai
trazei-me um mais pequenino! [bis]
São João
era bom homem [bis]
Ai se não
fora tão velhaco; [bis]
Foram
três moças à fonte [bis]
Ai foram
três, vieram quatro. [bis]
Eu hei-de ir ao São João, [bis]
Ai o meu
marido não quer; [bis]
Deixai-o
vós abalar, [bis]
Ai eu
farei o que eu quiser! [bis]
Siñora
Novia
Letra e
música: Tradicional sefardita
Intérprete: Segue-me à Capela* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira
versão de Segue-me à Capela (in Livro/CD "San'Joanices, Paganices e
Outras Coisas de Mulher", Segue-me à Capela/Fundação GDA/Tradisom, 2015)
[>>
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[instrumental]
Ah,
sinora novia, | bis
abaxés
abaxo! |
– «No
puedo, no puedo
que
me'stó vistiendo,
vistido
de novia
para'l
mancebico.»
Ah,
sinora novia, | bis
abaxés
abaxo! |
– «No
puedo, no puedo,
que
me'stó peinando,
peinado
de novia
para'l
mancebico.»
Cuando
veres, novia, | bis
al
vuestro amado, |
tomalde
la mano
y
llevadvolo al lado,
que el
hijo del hombre
servido
quere!
Hija Mia
Letra e
música: Tradicional sefardita
Intérprete: Segue-me à Capela* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira
versão de Segue-me à Capela (in Livro/CD "San'Joanices, Paganices e
Outras Coisas de Mulher", Segue-me à Capela/Fundação GDA/Tradisom, 2015)
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– Hija
mia, te vou dar a un alto! [bis]
– No
quero, madre, no quero!
Él es
alto, yo no l'alcanzo, | bis
No quero,
madre, no quero! |
– Hija
mia, te vou dar a un bajico! [bis]
– No
quero, madre, no quero!
Y él es
bajo, s'arasta en bajo, | bis
No quero,
madre, no quero! |
– Hija
mia, te vou dar a un tiñoso! [bis]
– No
quero, madre, no quero!
Con él
tiñoso no hay reposo, | bis
No quero,
madre, no quero! |
– Hija
mia, te vou dar a un borracho! [bis]
– Ya
quero, madre, ya quero!
Con él
borracho yo me abrazo, | bis
Ya quero,
madre, ya quero! |
Embalo do
Algarve
Letra e
música: Tradicional (Alvor, Portimão, Algarve)
Recolha:
Michel Giacometti ("Faça 'ai, ai', meu menino", in LP "Algarve", série
"Antologia da Música Regional Portuguesa", Arquivos Sonoros
Portugueses/Michel Giacometti, 1962; 5CD "Portuguese Folk Music": CD 5 –
Algarve, Strauss, 1998; 6CD "Música Regional Portuguesa": CD 6 –
Algarve, col. Portugal Som, Numérica, 2008) [>>
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Intérprete: Segue-me à Capela* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira
versão de Segue-me à Capela (in Livro/CD "San'Joanices, Paganices e
Outras Coisas de Mulher", Segue-me à Capela/Fundação GDA/Tradisom, 2015)
[>>
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Faça "ai,
ai", meu menino,
Que a
mãezinha logo vem!
Foi lavar
os cueirinhos | bis
À
fontinha de Belém. |
Vai-te
embora, papá negro, [bis]
De cima
desse telhado! [bis]
Deixa
dormir o menino,
Está no
sono descansado.
Embala,
José, embala! [bis]
Embala
suavemente, [bis]
Entretendo o inocente [bis]
Com esta
cantiga em verso! [bis]
Dorme,
dorme, meu menino,
Que a
mãezinha logo vem!
Dorme,
dorme, meu menino,
Que a
mãezinha, ai, logo vem!
Ovelhudas
Letra e
música: Amélia Muge
Intérprete: Segue-me à Capela* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão
original: Segue-me à Capela (in Livro/CD "San'Joanices, Paganices e
Outras Coisas de Mulher", Segue-me à Capela/Fundação GDA/Tradisom, 2015)
[>>
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[chocalhos / instrumental]
As
ovelhas, lá no prado, | bis
Terão
todas seu pastar, |
Terão
todas seu pastar
No que o
prado tem p'ra dar;
O pasto
será de todas, | bis
Mas de
cada o paladar, |
Mas de
cada o paladar
No que o
prado tem p'ra dar.
Ovelhudas
e lanudas
Que o
prado transformam em lã:
Lã fofa
da cor da neve
Cardada à
luz da manhã.
[bis]
Bom ou
mau ou muito ou pouco, | bis
Nada
escapa ao seu olhar, |
Nada
escapa ao seu olhar;
Param,
andam a pastar...
E se o
prado está pior | bis
O seu
melhor vão buscar, |
O seu
melhor vão buscar;
Param,
andam a pastar...
Ovelhudas
e lanudas
Que o
prado transformam em lã:
Lã fofa
da cor da neve
Cardada à
luz da manhã.
[bis]
Lá vai
uma, lá vão duas, | bis
Todas num
só carreirinho, |
Todas num
só carreirinho;
Lá vêm,
lá vão mansinho...
Olham as
ervas do chão, | bis
Ruminam
devagarinho, |
Ruminam
devagarinho;
Lá vêm,
lá vão mansinho...
Ovelhudas
e lanudas
Que o
prado transformam em lã:
Lã fofa
da cor da neve
Cardada à
luz da manhã.
[4x]
Uma Pêra
Letra e
música: Tradicional (Ponte de Lima, Minho)
Intérprete: Segue-me à Capela* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira
versão de Segue-me à Capela (in Livro/CD "San'Joanices, Paganices e
Outras Coisas de Mulher", Segue-me à Capela/Fundação GDA/Tradisom, 2015)
[>>
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Uma pêra,
duas pêras,
Três
pêras no ramalhinho; [bis]
Uma é
minha, outra é tua,
Outra é
do meu amorzinho. [bis]
A folha
do castanheiro
Tem
biquinhos como a renda; [bis]
Quem tem
um amor bonito
Não pode
ter melhor prenda. [bis]
Adeus,
que me vou embora,
Já me
parece que é bem, [bis]
Que o
muito cantar enfada
E o pouco
parece bem. [bis]
Encomendação das Almas
Letra e
música: Tradicional (Penha Garcia, Idanha-a-Nova, Beira Baixa)
Intérprete: Segue-me à Capela* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira
versão de Segue-me à Capela (in Livro/CD "San'Joanices, Paganices e
Outras Coisas de Mulher", Segue-me à Capela/Fundação GDA/Tradisom, 2015)
[>>
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Recordai,
fiéis cristãos, de Jesus
No dia em
que estava na cruz!
Aleluia!
Aleluia!
Lembrai-vos de quem lá tendes:
Vossas
mães e vossos pais!
Aleluia!
Aleluia!
E
ajudai-os a tirar:
Padre-nosso e uma ave-maria!
Aleluia!
Aleluia!
Seja p'lo
amor de Deus.
Ua Bielha
e um Bielho
Letra e
música: Tradicional (Galiza; versão de Ardentia)
Adaptação
para mirandês: Galandum Galundaina
Intérprete: Segue-me à Capela* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira
versão de Segue-me à Capela, com Galandum Galundaina (in Livro/CD
"San'Joanices, Paganices e Outras Coisas de Mulher", Segue-me à
Capela/Fundação GDA/Tradisom, 2015) [>>
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[instrumental]
«Nun lo
beileis agarrado!
Nun lo
beileis agarrado!»
Quien lo
dixo fui l cura,
Que era
de muito pecado,
Que era
de muito pecado,
Que era
de muito pecado.
«Nun lo
beileis agarrado!
Nun lo
beileis agarrado!»
«Bai
beilar, Carminda,
I lhieba
l tou nino!»
Sei que
nun ye miu,
Mas you
quiero be-lo,
Mas you
quiero be-lo,
Mas you
quiero be-lo.
«Bai
beilar, Carminda,
I lhieba
l tou nino!»
Mie mai
quando me ralha
Bate cul
pie ne l sobrado;
Eilha diç
que nun quier gienro,
You ya lo
tengo achado,
You ya lo
tengo achado,
You ya lo
tengo achado.
Mie mai
quando me ralha
Bate cul
pie ne l sobrado.
Anda,
nina, anda!
Nun seias
assi!
Se te
gaba o mundo,
Nun
t'agabes tu,
Nun
t'agabes tu,
Nun
t'agabes tu.
Anda,
nina, anda!
Nun seias
assi!
Ua bielha
e um bielho
Fazirun
ua patuscada;
La bielha
comiu-la toda,
L bielho
quedou sien nada;
Ua bielha
e um bielho
Fazirun
ua patuscada.
Ai
lalala, ai lalala, ai lala, ai lalala
Aí bai
Manuel, deixai-lo passar!
Bai achar
amores acerca de l mar,
Acerca de
l mar, acerca de l mar.
Aí bai
Manuel, deixai-lo passar!
Ua bielha
p'ra comer
Fiç las
papas nua criba;
Pus la
criba na cabeça,
Escaldou-se la bielha biba.
Ua bielha
p'ra comer
Fiç las
papas nua criba.
Ai
lalala, ai lalala, ai lala, ai lalala
Aí bai
Manuel, deixai-lo passar!
Bai achar
amores acerca de l mar,
Acerca de
l mar, acerca de l mar.
Aí bai
Manuel, deixai-lo passar!
Aí bai
Manuel, deixai-lo passar!
Bai achar
amores acerca de l mar,
Acerca de
l mar, acerca de l mar.
Aí bai
Manuel, deixai-lo passar!
*
Segue-me à Capela:
Ananda
Fernandes – voz
Catarina
Moura – voz
Joana
Dourado – voz
Margarida
Pinheiro – voz
Maria
João Pinheiro – voz
Mila Bom
– voz
Sílvia
Franklim – voz
Músico
convidado:
Quiné
Teles – percussões
Não Tenhas
Medo do Escuro
Letra: José
Fialho Gouveia
Música:
Rogério Charraz
Arranjo:
Rogério Charraz, Paulo Loureiro e Jaume Pradas
Intérprete:
Rogério Charraz* (in CD "Não Tenhas Medo do Escuro", Rogério Charraz/Compact
Records, 2016) [vídeo de apresentação >>
YouTube] [>>
YouTube] [ao vivo no programa "5 Para a Meia-Noite" da RTP-1, 2 Mai.
2016 >>
YouTube]
[instrumental]
Não tenhas
medo do escuro
Mesmo que
seja tão duro
Ter à frente
a noite inteira;
Vou cantar
para tu dormires
E até tu
conseguires
Fico à tua
cabeceira.
Para que
fiques descansada
E não durmas
assustada
Vou deixar a
luz acesa;
Assim podes
ter certeza
Que não há
sombra malvada
Que te apanhe
de surpresa.
Não fiques
assim de cara triste!
O que dói
nunca resiste até mais não
E nada cai
mais fundo do que o chão.
Tristeza não
é feitio
E o calor
depois do frio
É tão certo
como o Verão;
Por maior que
seja a ferida
Tu vais ver
que tem saída
Essa dor no
coração.
Mesmo que
tudo pareça
Não ter pés
nem ter cabeça,
Mete fé no
que eu te juro;
Eu vou estar
aqui por perto
E não há nada
mais certo
Que a manhã
depois do escuro.
Não fiques
assim de cara triste!
O que dói
nunca resiste até mais não
E nada cai
mais fundo do que o chão.
[instrumental
/ vocalizos]
Não fiques
assim de cara triste!
O que dói
nunca resiste até mais não
E nada cai
mais fundo do que o chão.
E nada cai
mais fundo do que o chão.
* Rogério
Charraz – voz, guitarra acústica e guitalele
Nuno Oliveira
– baixo
Carlos Lopes
– acordeão
Paulo
Loureiro – piano eléctrico
Rui Carvalho
– bateria
Alexandre
Manaia – guitarras eléctricas
[entrevista
com Rogério Charraz]
Lá Vai Ela...
Letra: Joana
Correia
Música e
arranjo: Rogério Charraz
Intérprete:
Rogério Charraz* (in CD "Não Tenhas Medo do Escuro", Rogério Charraz/Compact
Records, 2016) [>>
YouTube]
[instrumental]
Lá vai ela,
vestidinho justo,
Olhos negros,
lábios de veludo,
Num passo
certo e seguro
Sem saber que
tantos olhos a namoram.
Num desfile
de ousadia pura,
Quando passa
por alguém na rua,
Sorri, baixa
os olhos e continua
Sem ninguém
saber aonde vai.
À noite
dorme sozinha,
Numa cama
grande e vazia,
Com o gato
aninhado a seus pés...
À noite
sonha com o que já foi
Numa cama
longa e fria,
Que um dia
também já foi minha...
Ela também
já foi minha...
Lá vai ela,
subindo a calçada,
Salto alto,
unha encarnada;
Quando passa
é sempre desejada,
Não sabe que
a esperam ver passar...
Caminhando de
cabelo ao vento
Deixa aroma a
doce momento;
Todos a
esperam em segredo
Sem saber
afinal quem ela é...
À noite
dorme sozinha,
Numa cama
grande e vazia,
Com o gato
aninhado a seus pés...
À noite
sonha com o que já foi
Numa cama
longa e fria,
Que um dia
também já foi minha...
Ela também
já foi minha...
[instrumental]
Todos a
esperam em segredo
Sem saber
afinal quem ela é...
Só eu sei
quem ela é!
* Rogério
Charraz – voz
Nuno Oliveira
– contrabaixo
Carlos Lopes
– acordeão
Tiago
Oliveira – viola
Bernardo
Couto – guitarra portuguesa
SMS
Letra: José
Fialho Gouveia
Música e
arranjo: Rogério Charraz
Intérprete:
Rogério Charraz* com Katia Guerreiro (in CD "Não Tenhas Medo do Escuro",
Rogério Charraz/Compact Records, 2016) [>>
YouTube]
—
Olá! Como é que estás? Como é que vais?
Os dias por
aqui seguem iguais
E passam sem
trazer mais novidades;
Há muito que
eu não sei nada de ti,
Mas pelo
coração já percebi
Que ainda
guardo aqui muita saudade.
—
Se tu quiseres podemos tomar
Um copo ou um
café para falar,
Pôr a
conversa em dia um destes dias:
Quero saber
de ti e do que fazes,
Saber se por
acaso ainda trazes
Contigo
aquele brilho que trazias.
Podemos ver
um filme no cinema
—
E dar os dois a mão naquela
cena,
—
Ficar assim até aos créditos
finais;
—
Podemos ir os dois beber um gin,
—
Dizer que a vida vai
assim-assim...
—
Os dias por aqui seguem iguais.
—
Podias pôr aquele teu vestido,
Aquele azul
com o ombro descaído,
Estampado a
padrões orientais;
Gostava de
levar-te a jantar fora,
Por mim
podemos ir a qualquer hora
Porque aqui
os dias seguem sempre iguais.
[instrumental]
—
Desculpa se o telefone te
acordou,
Escrevi-te
porque o coração mandou,
Ele já não
podia esperar mais;
Eu já ouvi
dizer que o tempo cura
Mas sei que a
tua falta ainda dura...
Os dias por
aqui seguem iguais.
Não me leves
a mal por te escrever
Nem sintas
que é preciso responder,
É só uma
mensagem, nada mais;
Só escrevo
p'ra dizer que ainda te quero
E quando a
lua vem ainda te espero...
As noites por
aqui seguem iguais.
—
As noites por aqui seguem
iguais.
—
As noites por aqui seguem
iguais.
—
Os dias por aqui seguem iguais.
—
As noites por aqui seguem
iguais.
* Rogério
Charraz – voz
Nuno Oliveira
– contrabaixo
Carlos Lopes
– acordeão
Paulo
Loureiro – piano
Edu Miranda –
guitarra de cordas de nylon
Convidadas
especiais:
Katia
Guerreiro – voz
Marta Pereira
da Costa – guitarra portuguesa
Chuva nos
Beirados
Letra:
Rogério Perrolas
Música e
arranjo: Rogério Charraz
Intérprete:
Rogério Charraz* com António Caixeiro, Buba Espinho e Eduardo Espinho (in CD
"Não Tenhas Medo do Escuro", Rogério Charraz/Compact Records, 2016) [>>
YouTube]
[instrumental
/ vocalizos]
Gosto de te
ouvir cantar,
Ó chuva, nos
beirados,
Trauteando
músicas de encantar,
Tornando os
dias molhados:
É o Inverno a
chegar.
Gosto de te
ouvir cair,
Ó chuva, nos
telhados,
Sussurrando
melodias calmas;
O teu gotejo
sincopado,
De sinfonia
abstracta,
É como a
amizade
Quando o amor
nos falta!
[instrumental
/ vocalizos]
Gosto de te
ouvir cantar,
Ó chuva, nos
beirados,
Trauteando
músicas de encantar,
Tornando os
dias molhados:
É o Inverno a
chegar.
Gosto de te
ouvir cair,
Ó chuva, nos
telhados,
Sussurrando
melodias calmas;
O teu gotejo
sincopado,
De sinfonia
abstracta,
É como a
amizade
Quando o amor
nos falta!
É como a
amizade
Quando o amor
nos falta!
[instrumental
/ vocalizos]
* Rogério
Charraz – voz e guitarra acústica
Carlos Lopes
– acordeão
Sérgio Mendes
– lap steel guitar
Convidados
especiais:
António
Caixeiro – voz
Buba Espinho
– voz
Eduardo
Espinho – voz
Põe de Lado o
GPS
Letra: José
Fialho Gouveia
Música:
Rogério Charraz
Arranjo:
Rogério Charraz e Paulo Loureiro
Intérprete:
Rogério Charraz* (in CD "Não Tenhas Medo do Escuro", Rogério Charraz/Compact
Records, 2016) [>>
YouTube]
[instrumental]
Quero ir
contigo embora
P'ra ficarmos
na demora
De um beijo
devagar;
Vou tirar-te
a pulsação
E dizer-te ao
coração
Que te quero
viajar!
Quero ir
contigo agora,
Tu e eu por
aí fora
E vais ver
que estamos perto;
Quando a
gente chegar lá
Tu vais ver
como isto dá,
Como tudo
bate certo.
Ninguém
chega se não for,
E não indo
ninguém sabe
Se aquilo
que nos cabe,
Contas
feitas, é o amor.
Já agora que
aqui estamos
Vamos ver
como nos damos
Nós os dois
nesse lugar;
Deixa lá
essas razões,
Porque só os
corações
Sabem como lá
chegar!
Põe de lado o
GPS!
Vamos ver o
que acontece
Indo nesta
direcção,
Pois eu tenho
cá p'ra mim
Que nós vamos
dar por fim
Onde mora o
coração.
Ninguém
chega se não for,
E não indo
ninguém sabe
Se aquilo
que nos cabe,
Contas
feitas, é o amor.
[instrumental
/ vocalizos]
Ninguém
chega se não for,
E não indo
ninguém sabe
Se aquilo
que nos cabe,
Contas
feitas, é o amor.
Ninguém
chega se não for,
E não indo
ninguém sabe
Se aquilo
que nos cabe,
Contas
feitas, é o amor.
Põe de lado o
GPS!
Vamos ver o
que acontece...
* Rogério
Charraz – voz, guitarra acústica e guitalele
Nuno Oliveira
– baixo
Carlos Lopes
– acordeão
Paulo
Loureiro – piano e Hammond
Rui Carvalho
– bateria
Meu Amor
Eterno
Letra:
Rogério Charraz (dedicada à sua Mãe)
Música:
Rogério Charraz e Júlio Resende
Arranjo:
Júlio Resende
Intérprete:
Rogério Charraz* (in CD "Não Tenhas Medo do Escuro", Rogério Charraz/Compact
Records, 2016) [>>
YouTube]
[instrumental]
Meu Amor
Eterno,
Doce verde
olhar,
Ilumina o meu
caminho!
Acompanha o
meu andar!
Meu Amor
Eterno,
Mãos de
acarinhar,
Segura no teu
menino!
Ajuda-me a
continuar!
Meu Amor
Eterno,
Fada do meu
lar,
Alimenta-me a
saudade!
Sacia o meu
paladar!
[instrumental]
Meu Amor
Eterno,
Cordão de
umbilicar,
Relembra-me
do teu cheiro!
Não me deixes
de cantar! [bis]
Ema te
fez,
Deus te
criou,
Paulo te
abriu,
José
completou.
"Morrer
por morrer!",
Disseste-o
assim;
Da tua
coragem | bis
Tiveste-me
a mim. |
[instrumental]
Meu Amor
Eterno,
Cordão de
umbilicar,
Relembra-me
do teu cheiro!
Não me deixes
de cantar! [3x]
* Rogério
Charraz – voz
Convidado
especial:
Júlio Resende
– piano acústico
Festa da
Aldeia
Letra: Filipa
Martins
Música:
Rogério Charraz
Arranjo: João
Balão
Intérprete:
Rogério Charraz* (in CD "Não Tenhas Medo do Escuro", Rogério Charraz/Compact
Records, 2016) [>>
YouTube]
[instrumental]
Lá na festa
da aldeia,
Debaixo da
cameleira,
Convidaste-me
a dançar:
Tamanha era a
borracheira
Que no adro
da igreja
Nos chegámos
a casar.
No nariz,
sinal de perigo,
Quem dorme
contigo
Má sorte vai
enfrentar:
Mas na festa
da aldeia,
Com as
vizinhas na soleira,
Eu fui-me
enamorar.
Peço aos
dias tempo emprestado
P'ra
apagar esta recordação;
Na frase
sem predicado
Há
vírgulas sem cuidado
Entre o
sujeito e o coração.
[bis]
Entre o
sujeito e o coração.
[instrumental]
Lá na festa
da aldeia,
Debaixo da
cameleira,
A saia sempre
a rodar:
A tua mão que
se esgueira
Debaixo da
pregadeira...
Eu vermelha,
a corar.
No banco,
dívidas, assombros;
Fiado não
vais em ombros;
Fim do mês,
falta-te o ar;
Debaixo da
cameleira
Foi grande a
ciumeira,
Começámos a
namorar.
Peço aos
dias tempo emprestado
P'ra
apagar esta recordação;
Na frase
sem predicado
Há
vírgulas sem cuidado
Entre o
sujeito e o coração.
[bis]
Entre o
sujeito e o coração.
[instrumental]
Mas na festa
da aldeia,
Tu de mão na
algibeira,
Nós chegámos
a casar:
Porque na
festa da aldeia
Debaixo da
cameleira
Tu puseste-me
a dançar.
Peço aos
dias tempo emprestado
P'ra
apagar esta recordação;
Na frase
sem predicado
Há
vírgulas sem cuidado
Entre o
sujeito e o coração.
[bis]
Entre o
sujeito e o coração.
[instrumental]
* Rogério
Charraz – voz
João Balão –
percussões, cavaquinho e baixo
Carlos Lopes
– coros
Convidado
especial:
João Gentil –
acordeão
Produzido por
Rogério Charraz e Carlos Lopes
Gravado por
Carlos Lopes, nos Estúdios Piranha e Chumbinho, de Novembro de 2015 a Março
de 2016
Misturado por
Edu Miranda
Em Nome da
Rosa
Letra: José
Jorge Letria
Música:
Janita Salomé
Intérprete:
Janita Salomé* (in CD "Em Nome da Rosa", Cantar ao Sol/Ponto Zurca, 2014)
[>>
YouTube] [ao vivo / arquivo da RTP >>
YouTube] [ao vivo no auditório Maestro Frederico de Freitas, da SPA,
Lisboa, 9 Mar. 2015 >> >>
YouTube] [ao vivo em Serpa, 8 Jun. 2015 / XII Encontro de Culturas >>
YouTube]
[instrumental]
Podia
chamar-te tudo
o que se
chama a uma flor
e fazer do
teu perfume
essa centelha
de lume
que incendeia
o nosso amor.
[instrumental]
Tu és a rosa
perfeita
desta secreta
alquimia,
promessa de
eternidade
que renasce
com a idade
entre a urze
e a maresia.
[instrumental]
Tu és a rosa
sem nome,
mas é em nome
da rosa
que eu faço
de cada espinho
a dor que
abre caminho
a quem te
quer sempre airosa.
[instrumental]
Tu és a rosa
mais pura
do canteiro,
do que sonhei:
o teu rosto é
a corola,
doce acorde
de viola
dos madrigais
que te cantei.
[instrumental]
Nota:
«Dedicada à minha Isabel.» (Janita Salomé)
* Janita
Salomé – voz e guitarra acústica
Filipe Raposo
– piano
Daniel Vieira
– clarinetes
Quiné Teles –
bateria e percussão
António
Quintino – contrabaixo
[entrevista
com Janita Salomé]
La Rosa
Enflorese
Letra e
música: Autor anónimo (Canção de amor ladino-sefardita do séc. XV) [tradução
>> abaixo]
Intérprete:
Janita Salomé (in CD "Em Nome da Rosa", Cantar ao Sol/Ponto Zurca, 2014) [>>
YouTube]
[instrumental]
La rosa
enflorese
en el mez de
mars
i mi alma se
s'kurese | bis
d'estar en
este mal. |
[instrumental]
Los bibilicos
kantan
sospiran del
amor
i la pasiyon
me mata | bis
muchigua mi
dolor. |
[instrumental]
Los bibilicos
kantan
en el arvol
de la flor
debasho se
asentan | bis
los ke sufren
del amor. |
[instrumental]
* Janita
Salomé – voz
Filipe Raposo
– piano
Daniel Vieira
– saxofone soprano
Mário Delgado
– guitarra eléctrica
Quiné Teles –
bateria e percussão
António
Quintino – contrabaixo
A Rosa
Floresce
A rosa
floresce
no mês de
Março
e a minha
alma s'escurece
d'estar neste
mal.
Os rouxinóis
cantam,
suspiram de
amor
e a paixão me
mata,
aumenta a
minha dor.
Os rouxinóis
cantam
na árvore
florida;
debaixo se
sentam
os que sofrem
de amor.
Outra Rosa
Letra: Hélia
Correia
Música:
Janita Salomé
Intérprete:
Janita Salomé* (in CD "Em Nome da Rosa", Cantar ao Sol/Ponto Zurca, 2014)
[>>
YouTube]
Eu sou da
terra bravia
Onde a loba
aleita a cria
E o sardão
cintila ao sol.
Eu sou a
rosa-de-cão,
Vivo no mato
onde não
Chega a voz
do rouxinol.
Eu sou a
rosa-albardeira
Que nem mesmo
a rosas cheira,
Nem é nome de
mulher.
Sou a que
fica de fora,
Rosa da silva
da amora
Que ninguém
ousa colher.
Eu sou a rosa
com falha,
Sou a rosa
assim-assim,
Coisa de
sangue ruim
Que se oculta
na muralha.
E não terás
quem te valha
Quando te
prender a mim.
[bis]
[instrumental]
Enterro o meu
pé na areia
Onde a aranha
faz a teia
E onde a
víbora rasteja.
Sou rosa de
encruzilhada
Onde dançam
bruxa e fada.
Sou a rosa
malfazeja.
Eu sou a rosa
com falha,
Sou a rosa
assim-assim,
Coisa de
sangue ruim
Que se oculta
na muralha.
E não terás
quem te valha
Quando eu te
prender a mim.
[bis]
* Janita
Salomé – voz
Filipe Raposo
– piano
Mário Delgado
– dobro com ebow
Daniel Vieira
– clarinetes
Quiné Teles –
bateria e percussão
António
Quintino – contrabaixo
Oh Bento
Airoso
Letra e
música: Tradicional (Paradela, Miranda do Douro, Trás-os-Montes)
Recolha:
Michel Giacometti (1960, in "Cancioneiro Popular Português", Lisboa: Círculo
de Leitores, 1981 – p. 43)
Intérprete:
Janita Salomé* (in CD "Em Nome da Rosa", Cantar ao Sol/Ponto Zurca, 2014)
[>>
YouTube]
[instrumental]
Oh bento
airoso, mistério divino!
Encontrei a
Maria à beira do rio
E lavando os
cueiros do bendito Filho.
Oh bento
airoso, mistério divino!
Maria lavava,
S. José estendia
E o Menino
chorava c'o frio que fazia.
[instrumental]
Oh bento
airoso, mistério divino!
Calai, meu
Menino! Calai, meu amor!
As vossas
verdades me matam com dor.
[instrumental
/ vocalizos]
* Janita
Salomé – voz
Filipe Raposo
– piano
Quiné Teles –
bateria
António
Quintino – contrabaixo
Bre Sarika
Bre
Letra:
Tradicional judaico-espanhola-otomana [tradução >> abaixo]
Música:
Janita Salomé
Intérprete:
Janita Salomé* (in CD "Em Nome da Rosa", Cantar ao Sol/Ponto Zurca, 2014)
[>>
YouTube]
[instrumental]
Bre Sarika,
bre trayme un copo d'água
Bre Sarika,
bre trayme un copo d'água
Sto deskalsa,
ay rosio'n basho: me se hiela el pie
Sto deskalsa,
ay rosio'n basho: me se hiela el pie
[instrumental]
Bre Sarika,
bre blonda i hermozika
Bre Sarika,
bre linda i savrosika
Yo te vo
merkar sapatos d'Unkapán, chizmés de Chibali
Yo te vo
merkar sapatos d'Unkapán, chizmés de Chibali
[instrumental]
No me prime a
mi ke me merkes tú
No me prime a
mi ke me merkes tú
Tengo un
padre merkador muy grande
Y el me va
merkar sapatos d'Unkapán, chizmés de Chibali
Tengo un
padre merkador muy grande
Y el me va
merkar sapatos d'Unkapán, chizmés de Chibali
[instrumental]
Nota:
«Homenagem a Frieder Bauer (1946-2008), companheiro de aventuras, grande
amigo do povo alentejano, que desde cedo me incentivou a abordar a temática
da música sefardita.» (Janita Salomé)
* Janita
Salomé – voz e percussões
Filipe Raposo
– piano e acordeão
Pedro Jóia –
cümbüs e guitarra acústica
Quiné Teles –
bateria e percussão
António
Quintino – contrabaixo
Ó Sarita,
Ó...
Ó Sarita,
ó... traz-me um copo d'água
Estou
descalça, ai o orvalho em baixo me gela o pé
Ó Sarita,
ó... traz-me um copo d'água
Estou
descalça, ai o orvalho em baixo me gela o pé
Ó Sarita,
ó... loira e formosa
Ó Sarita,
ó... linda e apetitosa
Eu te vou
comprar sapatos d'Unkapán, botas de Chibali
Eu te vou
comprar sapatos d'Unkapán, botas de Chibali
Não preciso
eu que mos compres tu
Não preciso
eu que mos compres tu
Tenho um pai
mercador muito rico
E ele me vai
comprar sapatos d'Unkapán, botas de Chibali
Tenho um pai
mercador muito rico
E ele me vai
comprar sapatos d'Unkapán, botas de Chibali
Sofia Rosa
Letra:
António Lobo Antunes (Fevereiro de 2012)
Música:
Janita Salomé
Intérprete:
Janita Salomé* (in CD "Em Nome da Rosa", Cantar ao Sol/Ponto Zurca, 2014)
[>>
YouTube]
[instrumental]
Mil pálpebras
tem a rosa,
Mil olhos o
girassol;
Mil beijos à
menina
debaixo do
meu lençol.
Ao pé de ti
sou um barco
de mastro
espetado ao céu;
Se me falta o
teu carinho
murcha o
mastro e morro eu.
O soba veio
da mata,
angolar veio
da chana;
Sofia Rosa
morreu
na ponta duma
catana.
Quem morreu
foi Sofia Rosa,
Sofia, ué,
ué!
Sofia, ué,
ué!
[3x]
Foi comigo
que sou pobre,
não disse ao
soba que sim;
Sofia Rosa
morreu
de olhos
postos em mim.
[instrumental
/ vocalizos]
Nota:
«Homenagem a Liceu Vieira Dias (1918-1994).
Abraço forte
a Carlitos Vieira Dias, ao Barradas (alentejano angolar) e a Rui Mingas.»
(Janita Salomé)
* Janita
Salomé – bendir e voz
Karyna Gomes
– voz feminina
Filipe Raposo
– direcção artística e piano
Daniel Vieira
– clarinete e saxofone soprano
Pedro Jóia –
cümbüs e guitarra acústica
Mário Delgado
– guitarra eléctrica
Quiné Teles –
bateria e percussão
António
Quintino – contrabaixo
Direcção
musical e arranjos – Filipe Raposo
Produção
executiva – Cantar ao Sol, Lda.
Gravação –
Rui Guerreiro, André Tavares e José Maria Sobral, nos Atlântico Blue
Studios, Paço d'Arcos, de Julho a Agosto de 2013
Mistura – Rui
Guerreiro
Masterização
– Tó Pinheiro da Silva
Biografia e
discografia em:
A Nossa Rádio
Brota a Água
Letra e
música: Pedro Mestre
Intérprete:
Pedro Mestre* com Janita Salomé (in CD "Campaniça do Despique", Viola
Campaniça Produções Culturais/Pedro Mestre, 2015) [com Janita Salomé, ao
vivo em Serpa, 8 Jun. 2015 / XII Encontro de Culturas – a partir de 7':30''
>>
YouTube]
Outra versão
de Pedro Mestre com Janita Salomé (in DVD "No CCB: Pedro Mestre &
Convidados", Pedro Mestre, 2017)
[instrumental]
Brota a água
da pedra bruta:
Sua luta,
labuta,
De tudo
dessedentar;
Ganha altura,
desmesura
De tanto
querer ser mar.
Corre campos,
cria formas
Que nem
ousara sonhar;
Dança ritmos,
canta trovas | bis
Antes de
chegar ao mar. |
A ciência que
o mar tem
Não tem nada
de pasmar:
Não há regato
nem rio
Que ao mar
não vá parar.
Brota a água
da pedra bruta:
Sua luta,
labuta,
De tudo
dessedentar;
Ganha altura,
desmesura
De tanto
querer ser mar.
Corre campos,
cria formas
Que nem
ousara sonhar;
Dança ritmos,
canta trovas | bis
Antes de
chegar ao mar. |
[instrumental]
Brota a água
da pedra bruta:
Sua luta,
labuta,
De tudo
dessedentar;
Ganha altura,
desmesura
De tanto
querer ser mar.
Corre campos,
cria formas
Que nem
ousara sonhar;
Dança ritmos,
canta trovas | 3x
Antes de
chegar ao mar. |
[entrevista
com Pedro Mestre]
Campaniça do
Despique
Letra e
música: Pedro Mestre
Intérprete:
Pedro Mestre* (in CD "Campaniça do Despique", Viola Campaniça Produções
Culturais/Pedro Mestre, 2015)
Outra versão
de Pedro Mestre (in DVD "No CCB: Pedro Mestre & Convidados", Pedro Mestre,
2017) [>>
YouTube]
[instrumental]
Campaniça do
despique,
Na venda e
bailes de roda:
Dedilhando o
improviso | bis
Ou trauteando
uma moda. |
Na rua do
velho monte,
Com as moças
a bailar
Os passos
simples duma dança | bis
E a viola a
dedilhar. |
Nas feiras e
romarias,
Na serra e no
alambique,
Na venda e
bailes de roda: | bis
Campaniça do
despique. |
[instrumental]
O tocador da
viola
É feio mas
toca bem;
Se não casar
por a prenda, | bis
Formosura não
a tem! |
Campaniça do
despique,
Na venda e
bailes de roda:
Dedilhando o
improviso, | bis
Ou trauteando
uma moda. |
Na rua do
velho monte,
Com as moças
a bailar
Os passos
simples duma dança | bis
E a viola a
dedilhar. |
Nas feiras e
romarias,
Na serra e no
alambique,
Na venda e
bailes de roda: | bis
Campaniça do
despique. |
Ti Mariana
Letra: Rosa
Guerreiro Dias
Música: José
Manuel David
Intérprete:
Pedro Mestre* (in CD "Campaniça do Despique", Viola Campaniça Produções
Culturais/Pedro Mestre, 2015)
[instrumental]
Mariana canta
ao despique:
Fez do cante
a sua lida,
Ali p'rós
lados de Ourique, [bis]
Nessa
planície perdida.
Nessa
planície perdida,
Nesse
Alentejo adorado,
Ti Mariana
achou a vida [bis]
E fez do
cante o seu fado.
E fez do
cante o seu fado,
Cantando com
o coração;
As modas vão
dando brado [bis]
Ao velho
estilo baldão.
[instrumental]
Quem canta
seu mal espanta,
É o ditado
que o diz;
Cantar afina
a garganta, [bis]
Povo que
canta é feliz.
Mariana canta
ao despique:
Fez do cante
a sua lida,
Ali p'rós
lados de Ourique, [bis]
Nessa
planície perdida.
Nessa
planície perdida,
Nesse
Alentejo adorado,
Ti Mariana
achou a vida [bis]
E fez do
cante o seu fado.
E fez do
cante o seu fado,
Cantando com
o coração;
As modas vão
dando brado [bis]
Ao velho
estilo baldão.
[instrumental]
A viola
campaniça,
Em meus dedos
dedilhando,
Acompanha sem
preguiça [bis]
Qualquer
Mariana cantando.
Mariana canta
ao despique:
Fez do cante
a sua lida,
Ali p'rós
lados de Ourique, [bis]
Nessa
planície perdida.
Nessa
planície perdida,
Nesse
Alentejo adorado,
Ti Mariana
achou a vida [bis]
E fez do
cante o seu fado.
E fez do
cante o seu fado,
Cantando com
o coração;
As modas vão
dando brado [bis]
Ao velho
estilo baldão.
Jardim dos
Sentidos
Letra e
música: Pedro Mestre
Intérprete:
Pedro Mestre* com António Zambujo (in CD "Campaniça do Despique", Viola
Campaniça Produções Culturais/Pedro Mestre, 2015) [ao vivo no Cine-Teatro
Municipal de Castro Verde, 19 Abr. 2015 >>
YouTube] [ao vivo em Serpa, 8 Jun. 2015 / XII Encontro de Culturas >>
YouTube] [gravado no salão da Voz do Operário, Lisboa, 31 Mar. 2016 / A
Música Portuguesa a Gostar Dela Própria >>
Vimeo]
Outra versão
de Pedro Mestre com António Zambujo (in DVD "No CCB: Pedro Mestre &
Convidados", Pedro Mestre, 2017)
Trago um
jardim no sentido,
Por ter
sentido o que sinto:
Amor que não
faz sentido
Num coração
louco e faminto.
No jardim do
meu sentido
Nascem cravos
cardinais;
Também eu
nasci no mundo
P'ra te
querer cada vez mais.
No jardim do
rei há rosas,
Também há
malvas de cheiro;
Não há luz
como a do dia,
Nem amor como
o primeiro.
Coração louco
e faminto,
Rosa que
tenho sentido;
Jardim que
anda perdido,
Por ter
sentido o que sinto.
No jardim do
meu sentido
Nascem cravos
cardinais;
Também eu
nasci no mundo
P'ra te
querer cada vez mais.
No jardim do
rei há rosas,
Também há
malvas de cheiro;
Não há luz
como a do dia,
Nem amor como
o primeiro.
[instrumental]
Por ter
sentido o que sinto,
Amor que não
faz sentido,
Jardim que
anda perdido,
Trago um
jardim no sentido.
No jardim do
meu sentido
Nascem cravos
cardinais;
Também eu
nasci no mundo
P'ra te
querer cada vez mais.
No jardim do
rei há rosas,
Também há
malvas de cheiro;
Não há luz
como a do dia,
Nem amor como
o primeiro.
Trago um
jardim no sentido...
Sobreiro
Velhinho
Letra e
música: Martinho Marques
Arranjo: José
Manuel David
Intérprete:
Pedro Mestre* com Pedro Calado & Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São
Bento (in CD "Campaniça do Despique", Viola Campaniça Produções
Culturais/Pedro Mestre, 2015) [excerto >>
YouTube] [ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa, 12 Fev. 2015 / programa
"Viva a Música" >>
YouTube] [ao vivo em Mértola, 19 Mai. 2017 >>
YouTube]
Outra versão
de Pedro Mestre com Pedro Calado & Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de
São Bento (in DVD "No CCB: Pedro Mestre & Convidados", Pedro Mestre, 2017)
[instrumental]
Há um
sobreiro velhinho
Que nasceu à
meia-encosta:
É a casa dos
pardais,
Malhada dos
animais,
Faz sombra
que o pastor gosta.
Faz sombra
que o pastor gosta
Nos dias
quentes de Verão;
Põe o seu
gado ao acarro,
Da cortiça
faz um tarro,
Corta a
lenha, faz carvão.
Corta a
lenha, faz carvão
E nasce um
novo raminho
Da Primavera
ao Inverno;
Deus queira
que seja eterno,
Há um
sobreiro velhinho.
[instrumental]
O sobreiro é
obrigado
A sustentar a
cortiça;
Quem não ama
de vontade,
Seja qual for
a idade,
Não se obriga
por justiça.
Há um
sobreiro velhinho
Que nasceu à
meia-encosta:
É a casa dos
pardais,
Malhada dos
animais,
Faz sombra
que o pastor gosta.
Faz sombra
que o pastor gosta
Nos dias
quentes de Verão;
Põe o seu
gado ao acarro,
Da cortiça
faz um tarro,
Corta a
lenha, faz carvão.
Corta a
lenha, faz carvão
E nasce um
novo raminho
Da Primavera
ao Inverno;
Deus queira
que seja eterno,
Há um
sobreiro velhinho.
* Pedro
Mestre – viola campaniça e voz
José Manuel
David – piano, teclados, viola acústica, guitarra eléctrica, flauta
transversal indiana, órgão de tubos, acordeão, trompa, bateria digital,
saxhorn altos
Tânia Lopes –
percussão
Vasco Sousa –
baixo 'fretless'
Participação
especial de:
Janita Salomé
– voz (em "Brota a Água")
António
Zambujo – voz (em "Jardim dos Sentidos")
Rancho de
Cantadores de Aldeia Nova de São Bento – vozes (em "Sobreiro Velhinho")
Pedro Calado
– voz (em "Sobreiro Velhinho")
Produção,
direcção musical e arranjos – Pedro Mestre e José Manuel David
Produção
executiva – Pedro Mestre / Viola Campaniça Produções Culturais
Gravação,
misturas e masterização – João Magalhães, no Centro Musibéria (Serpa), no
Estúdio de Vale de Lobos (Almargem do Bispo - Sintra), na Igreja de S. Tomás
de Aquino (Lisboa) e na Casa 7 Tons
Técnicos
assistentes – Hugo Bentes (Centro Musibéria) e João Szas (Estúdio de Vale de
Lobos)
Sobe
e Desce Toda a Vida
Letra
e música: Luís Pucarinho
Intérprete: Luís Pucarinho* (in CD "Orgânica Mente Humana", Caracol
Secreto Associação/Alain Vachier Music Editions, 2015) [>>
YouTube]
Quantos dias já somados em contagem decrescente?
E
sobe a confiança e desce a condição
Estar
em baixo faz subir, em cima faz descer,
Sobe
e desce toda a vida, ou não será?
Sobe
e desce toda a vida, será isto ou não viver?
Quase
morto em desabrigo ou abrigado quase vivo,
Tanta
fome espalhada faz riqueza concentrada
E
sobe a previsão e desce na tendência,
Uns
são logo, outros ficam para ser
Sobe
e desce toda a vida, será isto ou não viver?
De
cada lado por seu lado desde a terra até à lua,
Quantos sítios e pessoas? E quanto falta conhecer?
Quantos sítios e pessoas, para saber o que é viver?
De
cada lado por seu lado da terra ao fundo do mar
E
quanto falta navegar? A quantas histórias pertencer?
A que
vidas e pessoas? Para saber o que é viver...
Sobe,
sobe o numerário para sobrar e dividir,
Vê no
gráfico ao contrário quanto custa existir
Da
engorda do passado emagrece para o presente,
Quanto mais ganhas da vida, mais da vida vais perder,
Será
isto ou não viver?
Quantas cores e vontades que se cruzam no caminho?
Quais
ofertas aos milhares, quanto somas tu sozinho?
Dar
amor e ser amado, ou sem amado ser...
Há de
tudo um bocadinho, ou não será?
Sobe
e desce toda a vida, será isto ou não viver?
De
cada lado por seu lado desde a terra até à lua,
Quantos sítios e pessoas? E quanto falta conhecer?
Quantos sítios e pessoas, para saber o que é viver?
De
cada lado por seu lado da terra ao fundo do mar
E
quanto falta navegar? A quantas histórias pertencer?
A que
vidas e pessoas? Para saber o que é viver...
[instrumental]
Tudo
verde e natural serve o sonho descontente
Ao
sector industrial que fabrica o sonho à gente
Vem
da terra esse sustento, do mar o alimento
Pôr
na vida uma semente faz colher
Sempre foi assim a vida, sempre assim será viver, será viver...
De
cada lado por seu lado desde a terra até à lua,
Quantos sítios e pessoas? E quanto falta conhecer?
Que
vidas e pessoas? Para saber o que é viver...
De
cada lado por seu lado da terra ao fundo do mar
E
quanto falta navegar?
E
quanto falta conhecer, para saber o que é viver?
Para
saber o que é viver...
Ali
Estavas Tu
Letra
e música: Luís Pucarinho
Intérprete: Luís Pucarinho* (in CD "Orgânica Mente Humana", Caracol
Secreto Associação/Alain Vachier Music Editions, 2015) [>>
YouTube]
[instrumental]
Ali
estavas tu olhando à janela, quando voltei já quase dia
Da
boémia, da boémia e do som.
E
desceste até à porta, num sorriso maior e num abraço
Num
abraço sentido
Colaram-se os corpos numa dança, varrendo tudo pelo chão
Um
aceso rebolar sufocante e o suor em crescente pulsação
E a
força, o sangue corre num único sentido
Algo
em mim se vai e morre e me consome morto e vivo
[instrumental]
Como
quem sabe de cor, puseste-me um cigarro na boca
E com
amor, um brilho nos olhos
Em
corpo nu à luz duma vela, disse-te ao ouvido baixinho:
"Quando voltas? Quando voltas à janela?"
Colaram-se os corpos numa dança, varrendo tudo pelo chão
Um
aceso rebolar sufocante e o suor em crescente pulsação
E a
força, o sangue corre num único sentido
Algo
em mim se vai e morre e me consome morto e vivo
Ali
estavas tu olhando à janela, quando voltei já quase dia
Da
boémia, da boémia e do som.
E
desceste até à porta, num sorriso maior e num abraço
Num
abraço sentido
Ficaste tu olhando à janela...
[entrevista com Luís Pucarinho]
Perdidos pela Estrada
Letra
e música: Luís Pucarinho
Intérprete: Luís Pucarinho* (in CD "Orgânica Mente Humana", Caracol
Secreto Associação/Alain Vachier Music Editions, 2015) [>>
YouTube]
[instrumental]
Caem
tordos e pardais das varandas, dos telhados
Caem
todos os normais sem asas levantados
Caídos morrem pela rua na tristeza e pela fome
Porque as vidas não são as suas e sem vida tudo morre
Quem
por ti pensa e vê e te diz como tudo deve ser?
Quem
a ti te encaminha e faz render?
Quem
por ti decide, por ti irá viver?
[instrumental]
De
tão certos e arrumados nas gavetas inventadas
Nas
varandas e telhados, sem da vida verem nada
Seguem do formato o trilho, da moral endiabrada
Que
se perdem no caminho todos, todos pela mesma estrada
Quem
por ti pensa e vê e te diz como tudo deve ser?
Quem
a ti te encaminha e faz render?
Quem
por ti decide, por ti irá viver?
Quem
por ti... por ti irá viver?
E te
diz...
Quem
por ti decide, por ti irá viver?
A
Verdade Vem
Letra
e música: Luís Pucarinho
Intérprete: Luís Pucarinho* com Duarte (in CD "Orgânica Mente
Humana", Caracol Secreto Associação/Alain Vachier Music Editions,
2015) [>>
YouTube]
[instrumental]
A
verdade vem ao de cima e mostra
O que
em baixo tem, que ao de cima não se gosta
A
verdade tem algo difícil de atingir
Quando em cima há quem, por baixo vem e te faça distrair
A
verdade vem ao de cima e mostra
A
verdade vê e ao de cima há-de vir
A
verdade vem ao de cima e mostra
A
verdade vê e ao de cima há-de vir
[instrumental]
Quando de baixo vem, tão hibernado e escondido,
O
desejo de ter e conhecer o proibido
Quando a vontade for escorregando a mentir
A
verdade vê e ao de cima há-de vir
A
verdade vem ao de cima e mostra
A
verdade vê e ao de cima há-de vir
A
verdade vem ao de cima e mostra
A
verdade vê e ao de cima há-de vir
[instrumental]
E por
mais que tentes dar a volta
A
verdade veio sempre e sempre há-de vir
Há-de
vir noutro presente às cambalhotas
Noutro presente há-de vir, noutro presente há-de vir
A
verdade vem ao de cima e mostra
A
verdade vê e ao de cima há-de vir
A
verdade vem ao de cima e mostra
A
verdade vê e ao de cima há-de vir
A
verdade vem ao de cima e mostra
A
verdade vê e ao de cima há-de vir
A
verdade vem ao de cima e mostra
A
verdade vê e ao de cima há-de vir
A Tua
Felicidade
Letra
e música: Luís Pucarinho
Intérprete: Luís Pucarinho* com Mara (in CD "Orgânica Mente Humana",
Caracol Secreto Associação/Alain Vachier Music Editions, 2015) [>>
YouTube]
– O
que é feito de ti? Deixa ver como estás...
–
Desde que foste embora, estamos aqui, diz-me: como foi por lá?
Ou
então faz-me ouvir como sempre quis
–
Encontrei um lugar
– Diz
que encontras-te um lugar,
D'onde vens tu tão feliz?
Dá-me
um pouco mais, que mereço, agora
Depois de tanto tempo, depois de tanto tempo à espera e só
Dá-me
a solução e esse sorriso e diz, diz que me vais levar
E só
irei voltar... e só irei voltar feliz
–
Vou-te agora contar o que vi, o que vi afinal
–
Conta-me essa história, conta-me: não foste assim em vão?
Ou
faz-me antes ouvir, como sempre quis
– Já
pensei na solução
– Diz
que tens a solução
P'ra
também eu ser feliz.
Dá-me
um pouco mais, que mereço, agora
Depois de tanto tempo, depois de tanto tempo à espera e só
Dá-me
a solução e esse sorriso e diz, diz que me vais levar
E só
irei voltar, não quero voltar
Leva-me daqui, leva-me contigo, para não voltar mais, leva-me
Vamos, vamos também ter histórias vividas e reais, vividas e reais
Ou
faz-me antes ouvir que pensaste em mim
E que
vens de coração, vens com a nossa solução
P'ra
contigo ser feliz...
A
Mesma Camisola
Letra
e música: Luís Pucarinho
Intérprete: Luís Pucarinho* com Jorge Benvinda (in CD "Orgânica
Mente Humana", Caracol Secreto Associação/Alain Vachier Music
Editions, 2015) [>>
YouTube]
[instrumental]
O dia
não te correu bem e não gostas do que fazes
E
agora só pedes um pouco de atenção
Diz
tudo para fora, estou pronto para ouvir
Diz-me algo que não saiba e que te dê a razão
Vais
ter de mim um ar de sério compreensivo
Num
abraço convincente, como se fosse um irmão
Diz
agora o que te vai na mente e no que puder ajudar
Tens
aqui um amigo com quem... com quem podes contar
No
fundo, na frente, na mesma camisola,
A
frio, a quente com a cara para dar
No
bom, no mau, no que importa realmente
Levo
a tua bandeira, onde consiga chegar
O dia
não te correu bem e não gostas do que fazes
Não é
culpa de ninguém e podes sempre mudar
Procura no que sabes um caminho para andar
Trata
a vida sempre bem, que ela bem te vai tratar
Põe
amor no teu caminho e a verdade ao de cima
Nunca
ficarás sozinho e podes ajudar também
Se
alguém no teu presente possa a vir necessitar
Faz
de ti um amigo com quem... com quem se possa contar
No
fundo, na frente, na mesma camisola,
A
frio, a quente com a cara para dar
No
bom, no mau, no que importa realmente
Levo
a tua bandeira, onde consiga chegar
No
fundo, na frente, na mesma camisola,
A
frio, a quente e com a cara para dar
No
bom, no mau, no que importa realmente
Levo
a tua bandeira, onde consiga chegar
No
fundo, na frente, na mesma camisola,
A
frio, a quente e com a cara para dar
No
bom, no mau, no que importa realmente
Levo
a tua bandeira...
A Tua
Pessoa
Letra
e música: Luís Pucarinho
Intérprete: Luís Pucarinho* (in CD "Orgânica Mente Humana", Caracol
Secreto Associação/Alain Vachier Music Editions, 2015) [>>
YouTube]
Tu em
pessoa,
Inventaste lá fora um baralho de cartas e outras mil coisas
Tu em
pessoa,
Tens
a sorte do lado do vento a favor, onde flutuas e vais... e vais
A tua
pessoa, nos caminhos da frente e de trás,
Aparentemente sóbria e capaz de ser
A tua
pessoa com raízes nos pés
E
visão nos sentidos em formas sensuais... sensuais
A tua
pessoa passa e a "Terra" pára de girar
Em
mil fragrâncias que deixas... que deixas soltas no ar
A tua
pessoa presente,
Descoordena os sentidos em mim e não me deixa dizer... não me deixa
dizer
Fica
longe daqui... que fico atrapalhado
Contigo em pessoa, contigo aqui ao lado.
Fica
longe daqui... que fico atrapalhado
Contigo em pessoa, contigo aqui ao lado.
Contigo, contigo em pessoa.
[instrumental]
Tu em
pessoa,
Desenhaste o teu corpo inspirado nos animais
Tu em
pessoa,
Desmembras histórias conjugais e vives à solta... e vives à solta
A tua
pessoa passa e a "Terra" pára de girar
Em
mil fragrâncias que deixas... que deixas soltas no ar
A tua
pessoa presente descoordena os sentidos em mim e não me deixa
dizer... não me deixa dizer:
Fica
longe daqui... que fico atrapalhado
Contigo em pessoa, contigo aqui ao lado.
Fica
longe daqui... que fico atrapalhado
Contigo em pessoa, contigo aqui ao lado.
Tu em
pessoa,
Exibes em bicos dos pés requintes na postura em toques e sinais
Tu em
pessoa,
Deixas palavras no ar, com duplos sentidos e uma estranha tendência
de baralhar... de baralhar
A tua
pessoa passa e a "Terra" pára de girar
Em
mil fragrâncias que deixas... que deixas no ar
A tua
pessoa presente descoordena os sentidos em mim e não me deixa
dizer... não me deixa dizer:
Fica
longe daqui... que fico atrapalhado
Contigo em pessoa, contigo aqui ao lado.
Fica
longe daqui... que fico atrapalhado
Contigo em pessoa, contigo aqui ao lado.
Contigo, contigo em pessoa.
Até
Ficar Doente
Letra
e música: Luís Pucarinho
Intérprete: Luís Pucarinho* (in CD "Orgânica Mente Humana", Caracol
Secreto Associação/Alain Vachier Music Editions, 2015) [>>
YouTube] [ao vivo no auditório da Restart, Lisboa, 2013 >>
YouTube]
[instrumental]
Não
sei se isto vai passar ou tem solução
Se é
mesmo que passa...
Ou
não passa duma invenção que aparece na cabeça
Uma
imagem presa, presa e presente
Não
sei se isto vai passar assim tão depressa
Se é
mesmo que tenho pressa que passe assim em vão
E
esta coisa desapareça que acelera a pulsação
Até
ficar... até ficar doente
Sei
que dei por mim assim, de queixo no chão,
Em
estado irreversível, como quem... como quem...
Como
quem não pensa e deixa-se levar
Como
uma doença que não deixa respirar
Como
uma revolta que faz imaginar
Um
filme na cabeça que não pára... que não pára de rodar... de rodar
[instrumental]
Não
sei se isto vai passar
Ou
vai prosseguir...
No
diagnóstico, sem receita e sem medicação,
Aparece na cabeça uma imagem presa, presa e presente
Sei
que dei por mim assim, de queixo no chão,
Em
estado irreversível, como quem... como quem...
Como
quem não pensa e deixa-se levar
Como
uma doença que não deixa respirar
Como
uma revolta que faz imaginar
Um
filme na cabeça que não pára... que não pára de rodar
Como
quem não pensa e deixa-se levar
Como
uma doença que não deixa respirar
Como
uma revolta que faz imaginar
Um
filme na cabeça que não pára... que não pára de rodar
[instrumental]
Como
quem não pensa e deixa-se levar
Como
quem... como quem... como quem...
Como
quem não pensa e deixa-se levar
Como
uma doença que não deixa respirar
Como
uma revolta que faz imaginar
Um
filme na cabeça que não pára... que não pára de rodar
Como
quem não pensa e deixa-se levar
Como
uma doença que não deixa respirar
Como
uma revolta que faz imaginar
Um
filme na cabeça que não pára... que não pára de rodar
*
Luís Pucarinho – guitarra clássica e voz
André
Penas Lopes – viola-d'arco
Zé
Peps (José Pinho) – guitarra folk, cuatro venezuelano, cavaquinho
brasileiro e ukelele
Afonso Castanheira – contrabaixo
João
Barata – bateria
Samuel Santos – violoncelo
Músicos convidados:
Jorge
Benvinda (Virgem Suta) – voz (em "A Mesma Camisola")
Sérgio Cobos – acordeão (em "Ali Estavas Tu" e "Sobe e Desce Toda a
Vida")
Mara
– voz (em "A Tua Felicidade"
António Bexiga – viola campaniça (em "A Verdade Vem")
Duarte – voz (em "A Verdade Vem")
Cristina Pimentel – coros (em "Perdidos pela Estrada" e "A Tua
Pessoa")
Mariana Magalhães – coros (em "Perdidos pela Estrada" e "A Tua
Pessoa")
Ideia
original – Luís Pucarinho
Direcção artística – Luís Pucarinho
Produção – Caracol Secreto Associação
Direcção técnica – Wladimiro Guerrido
Componentes (microfones e interface) – Wladimiro Guerrido
Salas
de captação – A'MAR Estúdio (Baleal - Peniche), Sociedade Operária
de Instrução e Recreio Joaquim António de Aguiar (Évora) e Caracol
Secreto Associação (Évora)
Captação – Luís Pucarinho
Edição e revisão do projecto – Luís Pucarinho, Samuel Nascimento e
Wladimiro Guerrido
Mistura e masterização – Samuel Nascimento
--
Um lugar ao sol das palavras temperadas com música.
Há Lobos Sem Ser
na Serra
Letra e música:
Tradicional (Alentejo)
Arranjo: Há Lobos
Sem Ser na Serra
Intérprete: Há
Lobos Sem Ser na Serra* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
do grupo Há Lobos Sem Ser na Serra (in CD "Cantares do Sul e da Utopia", Há
Lobos Sem Ser na Serra/Alain Vachier Music Editions, 2016) [>>
YouTube] [ao vivo na Sociedade Operária de Instrução e Recreio Joaquim
António de Aguiar, Évora, 28 Abr. 2015 / Raízes do Som - IV Encontro de Música e
Tradição de Évora >>
YouTube] [ao vivo na Television de Galicia, 17 Fev. 2017 / programa "Luar"
>>
YouTube]
[instrumental]
Maldita
sociedade,
Estás tão mal
organizada!
Quem não trabalha
tem tudo,
Quem trabalha não
tem nada.
Há lobos sem ser
na serra,
Eu ainda não
sabia;
Debaixo de um
arvoredo
Trabalham com
valentia.
Trabalham com
valentia
Cada qual a sua
terra;
Eu ainda não
sabia
Que há lobos sem
ser na serra.
João Brandão
Letra e música:
Tradicional (Alentejo)
Arranjo: Há Lobos
Sem Ser na Serra
Intérprete: Há
Lobos Sem Ser na Serra* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
do grupo Há Lobos Sem Ser na Serra (in CD "Cantares do Sul e da Utopia", Há
Lobos Sem Ser na Serra/Alain Vachier Music Editions, 2016) [>>
YouTube]
[instrumental]
Estando eu na
minha loja,
Encostado ao meu
balcão,
Mais brando...
Encostado ao meu
balcão,
Ouvi uma voz
dizer:
«Vais preso, João
Brandão!»
Mais brando...
«Vais preso, João
Brandão!»
[instrumental]
Passarinho
prisioneiro,
Pela tua
liberdade;
Mais brando...
Pela tua
liberdade.
Eu cantando peço
a Deus:
Não haja aqui
falsidade!
Mais brando...
Não haja aqui
falsidade!
Estando eu na
minha loja,
Encostado ao meu
balcão,
Mais brando...
Encostado ao meu
balcão,
Ouvi uma voz
dizer:
«Vais preso, João
Brandão!»
Mais brando...
«Vais preso, João
Brandão!»
Mais brando...
«Vais preso, vais
p'rá prisão!»
Sarapateado
Letra e música:
Tradicional (Alentejo)
Arranjo: Há Lobos
Sem Ser na Serra
Intérprete: Há
Lobos Sem Ser na Serra* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
do grupo Há Lobos Sem Ser na Serra (in CD "Cantares do Sul e da Utopia", Há
Lobos Sem Ser na Serra/Alain Vachier Music Editions, 2016) [>>
YouTube] [gravado em Lisboa, Mar. 2017 >>
YouTube] [ao vivo na Television de Galicia, 17 Fev. 2017 / programa "Luar" –
a partir de 1':30'' >>
YouTube]
[instrumental]
Se eu for preso
por cantar
Não calarei a
garganta;
Eu sou como o
passarinho
Que até na gaiola
canta.
Vai sim, meu bem,
sarapatear!
Quem quiser
bailar traga bom calça...,
Traga bom
calça..., traga bom calçado!
Vai sim, meu bem,
sarapateado. [bis]
À porta da minha
sogra
Vem uma silva
nascendo;
Todos passam, não
se enleiam,
Só eu na silva me
prendo.
Vai sim, meu bem,
sarapatear!
Quem quiser
bailar traga bom calça...,
Traga bom
calça..., traga bom calçado!
Vai sim, meu bem,
sarapateado. [bis]
[instrumental]
Vai sim, meu bem,
sarapatear!
Quem quiser
bailar traga bom calça...,
Traga bom
calça..., traga bom calçado!
Vai sim, meu bem,
sarapateado. [4x]
Querido Alentejo
Letra e música:
Tradicional (Alentejo)
Arranjo: Há Lobos
Sem Ser na Serra
Intérprete: Há
Lobos Sem Ser na Serra* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
do grupo Há Lobos Sem Ser na Serra (in CD "Cantares do Sul e da Utopia", Há
Lobos Sem Ser na Serra/Alain Vachier Music Editions, 2016) [>>
YouTube]
Papoilas
vermelhas
Criadas ao vento
São cravos de
Abril:
Deixai-os florir
No meu
pensamento.
Querido Alentejo,
Minha terra
amada:
Eu nunca me
esqueço
De seres
Alentejo,
És sempre
lembrada.
Teus cravos
vermelhos
Já não murcharão;
Tens o privilégio
De seres
Alentejo,
Celeiro da nação.
Vem o mês de
Abril,
Cresce a saudade;
Vem o nosso povo
E a cantar de
novo:
«Viva a
liberdade!»
Querido Alentejo,
Minha terra
amada:
Eu nunca me
esqueço
De seres
Alentejo,
És sempre
lembrada.
Teus cravos
vermelhos
Já não murcharão;
Tens o privilégio
De seres
Alentejo,
Celeiro da nação.
[instrumental]
Terra de Catarina
(Baleizão, Baleizão)
Letra e música:
Tradicional (Alentejo)
Arranjo: Há Lobos
Sem Ser na Serra
Intérprete: Há
Lobos Sem Ser na Serra* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
do grupo Há Lobos Sem Ser na Serra (in CD "Cantares do Sul e da Utopia", Há
Lobos Sem Ser na Serra/Alain Vachier Music Editions, 2016) [>>
YouTube]
[instrumental]
Aqui ninguém tem
trabalho
E há muito para
fazer:
Vieram de toda a
parte,
Não tinham pão
p'ra comer.
Ó Baleizão,
Baleizão!
Ó terra de
Catarina,
Onde nasceu e
morreu
Por uma bala
assassina,
Por uma bala
assassina
Cravada no
coração;
Ó terra de
Catarina!
Ó Baleizão,
Baleizão!
[instrumental]
Tinha no peito a
coragem,
Trazia os filhos
na mão;
Ó terra de
Catarina!
Ó Baleizão,
Baleizão!
Ó Baleizão,
Baleizão!
Ó terra de
Catarina,
Onde nasceu e
morreu
Por uma bala
assassina,
Por uma bala
assassina
Cravada no
coração;
Ó terra de
Catarina!
Ó Baleizão,
Baleizão!
Que Bonito Que
Seria
Letra e música:
Tradicional (Alentejo)
Arranjo: Há Lobos
Sem Ser na Serra
Intérprete: Há
Lobos Sem Ser na Serra* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
do grupo Há Lobos Sem Ser na Serra (in CD "Cantares do Sul e da Utopia", Há
Lobos Sem Ser na Serra/Alain Vachier Music Editions, 2016) [>>
YouTube]
Eu ia não sei
p'ra onde,
Encontrei não sei
quem era:
Encontrei o mês
de Abril
Procurando a
Primavera.
Que bonito que
seria
Se houvesse
compreensão:
Os Homens não se
matavam
E davam-se como
irmãos.
É tão linda a
liberdade
Até que chegou o
dia;
Se houvesse
compreensão
Então, que bonito
que seria!
Cantiga do Tempo
Novo
Letra e música:
Paulo Ribeiro
Arranjo: Há Lobos
Sem Ser na Serra
Intérprete: Há
Lobos Sem Ser na Serra* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
do grupo Há Lobos Sem Ser na Serra (in CD "Cantares do Sul e da Utopia", Há
Lobos Sem Ser na Serra/Alain Vachier Music Editions, 2016) [>>
YouTube]
Versão original:
Paulo Ribeiro com o Grupo Coral e Etnográfico "Os Camponeses de Pias" (in CD
"Aqui Tão Perto do Sol", EMI-VC, 2002) [>>
YouTube]
Outra versão de
Paulo Ribeiro (in CD "Canções 1998-2002", Paulo Ribeiro, 2014)
[instrumental]
Deixei de olhar
p'ra quem fui,
Do passado estou
ausente;
Às vezes mais
vale a pena
Rir de tudo o que
faz pena
Da alma triste da
gente.
Vou lançar mãos à
aventura,
Correr noutra
direcção;
Quanto mais nos
lamentamos
Ainda mais presos
ficamos
E nos dói o
coração.
Quando me ponho a
pensar
Em alguém que
tanto quis,
Já não me sento a
chorar
E até me dá p'ra
cantar
Modas que um dia
lhe fiz.
Agora sinto-me
livre,
Sem nada p'ra me
prender:
E vou pela
estrada fora
Rumo ao sul, vou
sem demora,
Basta o sol p'ra
me aquecer.
[instrumental]
A nossa vida é um
mar
Com muitas marés
e vagas:
Não temos nada a
perder,
O melhor mesmo é
viver
Combatendo as
nossas mágoas.
Tenho o mundo à
minha espera,
Há ilhas por
descobrir:
E há uma vontade
nova,
Um tempo que se
renova,
Novo amor que vai
surgir.
Saias de Abril
Letra:
Tradicional do Alto Alentejo (refrão) e Há Lobos Sem Ser na Serra
Música:
Tradicional (Alto Alentejo)
Arranjo: Há Lobos
Sem Ser na Serra
Intérprete: Há
Lobos Sem Ser na Serra* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
do grupo Há Lobos Sem Ser na Serra (in CD "Cantares do Sul e da Utopia", Há
Lobos Sem Ser na Serra/Alain Vachier Music Editions, 2016) [>>
YouTube]
Primeira versão:
Vitorino com Sheila Charlesworth – "São Saias, Senhor, São Saias" (in LP "Semear
Salsa ao Reguinho", Orfeu, 1975, reed. Movieplay, 1999; CD "Vitorino", col. O
Melhor dos Melhores, vol. 43, Movieplay, 1994)
[instrumental]
São saias,
senhor, são saias | bis
Para varar ao
sol-pôr; |
Se não varas as
searas | bis
O balho será
pior. |
[instrumental]
As portas que
Abril abriu | bis
Ninguém as pode
fechar; |
Se não fosse a
liberdade | bis
Não podia aqui
cantar. |
São saias,
senhor, são saias | bis
Para varar ao
sol-pôr; |
Se não varas as
searas | bis
O balho será
pior. |
[instrumental]
As portas que
Abril abriu | bis
Ninguém as pode
fechar; |
Se não fosse a
liberdade | bis
Não podia aqui
pensar. |
São saias,
senhor, são saias | bis
Para varar ao
sol-pôr; |
Se não varas as
searas | bis
O balho será
pior. |
[instrumental]
São saias,
senhor, são saias | bis
Para varar ao
sol-pôr; |
Se não varas as
searas | bis
O balho será
pior. |
Afã
Poema:
Al-Mu'tamid (1040-1095); trad. Adalberto Alves (in "O Meu Coração É Árabe: A
Poesia Luso-Árabe", Lisboa: Assírio & Alvim, 1987, 2.ª edição, 1991 – p. 151)
Música: Paulo
Ribeiro e Pedro Frazão
Arranjo: Há Lobos
Sem Ser na Serra
Intérprete: Há
Lobos Sem Ser na Serra* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
do grupo Há Lobos Sem Ser na Serra (in CD "Cantares do Sul e da Utopia", Há
Lobos Sem Ser na Serra/Alain Vachier Music Editions, 2016) [>>
YouTube] [gravado na sala A Bruxa Teatro, Évora, Fev. 2017 >>
YouTube]
Versão original: Anonimato (in CD "Anonimato", Heaven Sound, 1993) [>>
YouTube]
Outras versões:
Paulo Ribeiro (in CD "Aqui Tão Perto do Sol", EMI-VC, 2002) [>>
YouTube]; Paulo Ribeiro (in CD "Canções 1998-2002", Paulo Ribeiro, 2014)
[instrumental]
Eu só quero que
me fales
De cantigas e de
vinho;
Deixa lá e não te
rales,
Deus perdoa o
descaminho!
[instrumental]
Eu só quero que
me fales
De cantigas e de
vinho;
Deixa lá e não te
rales,
Deus perdoa o
descaminho!
Deixa essa gente
vã
Com conversas e
intrigas.
Elas não
interessam nada
Pois o meu maior
afã
É beber minha
golada
De vinho na tarde
vã,
Ao som de belas
cantigas.
[instrumental]
* Há Lobos Sem
Ser na Serra:
António Bexiga –
viola campaniça, guitarras, piano, melódica, percussão, coros
Buba Espinho –
voz, percussão
David Pereira –
voz, viola campaniça
Cristina Viana –
desenho digital (ao vivo)
Chula de Gouve
Música:
Tradicional (Gove, Baião, Douro Litoral)
Recolha: Ernesto
Veiga de Oliveira
Intérprete:
Cardo-Roxo* (in CD "Alvorada", Cardo-Roxo, 2015) [>>
YouTube] [ao vivo na Capela de S. Pedro, Arganil, 2014 >>
YouTube]
(instrumental)
* Antony
Fernandes – säckpipa (gaita-de-foles sueca)
Carmina Repas
Gonçalves – viola da gamba
Tiago Soares –
percussão
[entrevista com
Carmina Repas Gonçalves & Antony Fernandes]
Beijai o Menino
Letra e música:
Tradicional (Miranda do Douro)
Recolha: José
Alberto Sardinha (1982, in "Portugal - Raízes Musicais": CD2 – Trás-os-Montes,
BMG/JN, 1997)
Intérprete:
Cardo-Roxo* (in CD "Alvorada", Cardo-Roxo, 2015)
Beijai o Menino,
Beijai-o agora!
Beijai o Menino
De Nossa Senhora!
[instrumental]
Encontrei a Maria
Na beira do rio,
Lavando os
cueiros | bis
Do seu bendito
Filho. |
Maria lavava,
São José
estendia,
E o Menino
chorava | bis
Com o frio que
tinha. |
[instrumental]
Cala, cala, meu
Menino!
Cala, cala, meu
amor,
Que as vossas
verdades | bis
Me cortam com
dor! |
[bis]
Os filhos dos
ricos
Em berços
doirados...
Só vós, meu
Menino, | bis
Em palhas
deitado! |
Em palhas
deitado,
Em palhas
aquecido,
Filho de uma
rosa, | bis
De um cravo
nascido. |
Beijai o Menino,
Beijai-o agora!
Beijai o
Menino | bis
De Nossa
Senhora! |
* Antony
Fernandes – voz (barítono) e säckpipa (gaita-de-foles sueca)
Carmina Repas
Gonçalves – voz (soprano) e viola da gamba
Entrai, Pastores
Letra e música:
Tradicional (Peroguarda, Ferreira do Alentejo, Baixo Alentejo)
Recolha: Michel
Giacometti ("Entrai, pastores, entrai", in LP "Alentejo", série "Antologia da
Música Regional Portuguesa", Arquivos Sonoros Portugueses/Michel Giacometti,
1965; 5CD "Portuguese Folk Music": CD 4 – Alentejo, Strauss, 1998; 6CD "Música
Regional Portuguesa": CD 5 – Alentejo, col. Portugal Som, Numérica, 2008)
Intérprete:
Cardo-Roxo* (in CD "Alvorada", Cardo-Roxo, 2015) [ao vivo em Viseu, Ago. 2013 /
Musiquim >>
YouTube] [ao vivo com Rui Silva, na igreja de S. José das Taipas, Porto, 9
Jun. 2014 >>
YouTube]
Entrai, pastores,
entrai
Por este portal
sagrado!
Vinde ver o
Deus-Menino
Entre palhinhas
deitado!
Li, ai
li, ai li, ai lé!
Jesus, Maria,
José.
[instrumental]
Entre os portais
de Belém
Está uma árvore
de Jassé,
Com três
letrinhas que dizem:
Jesus, Maria,
José.
Li, ai
li, ai li, ai lé!
O Menino nascido
é.
* Antony
Fernandes – voz (barítono) e flauta de harmónicos
Carmina Repas
Gonçalves – voz (soprano) e viola da gamba
Bailarico
Algarvio
(Corridinho)
Letra e música:
Tradicional (Tavira, Algarve)
Recolha: Grupo
Folclórico de Tavira
Intérprete:
Cardo-Roxo* (in CD "Alvorada", Cardo-Roxo, 2015) [>>
YouTube]
— Ó Maria, vem
bailar o corridinho!
— Ó Manel, não me
faltes ao respeito!
— Ó Maria, que as
penas do teu peitinho...
E eu não sou
Maneleto!
— Ó Maneleto, que
eu já te tenho dito:
Cá comigo só se
baila com preceito!
— Ó Maria, não
sejas tão esquisita,
Que bailamos ao
toque da concertina!
Raios me parta se
há alguma mais bonita,
Ai que tem como
tu a pele tão fina...
Que bem que
bailas, ó Maria, mas que bem!
Andas no ar como
uma pena levezinha.
Só tenho pena que
as penas que o peito tem,
Só tenho pena que
as penas não sejam minhas...
Que bem que
bailas, ó Maria, mas que bem!
Andas no ar como
uma pena levezinha.
Só tenho pena que
as penas que o peito tem,
Só tenho pena que
as penas não sejam minhas...
[instrumental]
— Ó Maria, vem
bailar o corridinho!
— Ó Manel, não me
faltes ao respeito!
— Ó Maria, que as
penas do teu peitinho...
E eu não sou
Maneleto!
— Ó Maneleto, que
eu já te tenho dito:
Cá comigo só se
baila com preceito!
— Ó Maria, não
sejas tão esquisita,
Que bailamos ao
toque da concertina!
Raios me parta se
há alguma mais bonita,
Ai que tem como
tu a pele tão fina...
Que bem que
bailas, ó Maria, mas que bem!
Andas no ar como
uma pena levezinha.
Só tenho pena que
as penas que o peito tem,
Só tenho pena que
as penas não sejam minhas...
Que bem que
bailas, ó Maria, mas que bem!
Andas no ar como
uma pena levezinha.
Só tenho pena que
as penas que o peito tem,
Só tenho pena que
as penas não sejam minhas...
[instrumental]
* Antony
Fernandes – voz (barítono) e säckpipa (gaita-de-foles sueca)
Carmina Repas
Gonçalves – voz (soprano) e viola da gamba
Sofia Fernandes –
violino barroco
Acorda, Tó
(Alvorada)
Música:
Tradicional (Rio de Onor, Bragança, Trás-os-Montes)
Recolha: Ernesto
Veiga de Oliveira
Intérprete:
Cardo-Roxo* (in CD "Alvorada", Cardo-Roxo, 2015) [ao vivo em Palaçoulo, Miranda
do Douro, Jul. 2013 / Diç que hai Fiesta ne l Pobo >>
YouTube] [ao vivo em Viseu, Ago. 2013 / Musiquim >>
YouTube] [ao vivo na igreja matriz de Pedorido, Castelo de Paiva, 2015 /
Festival Serranias >>
YouTube]
(instrumental)
* Antony
Fernandes – säckpipa (gaita-de-foles sueca)
Carmina Repas
Gonçalves – viola da gamba
Eito Fora
Letra e música:
Tradicional ("Cantiga da Ceifa" – Lourosa da Trapa, São Pedro do Sul, Beira Alta
/ "Passacalhes" – Miranda do Douro, Trás-os-Montes)
Recolhas: Michel
Giacometti ("Cantiga da Ceifa I", 1969, in LP "Beira Alta, Beira Baixa, Beira
Litoral", série "Antologia da Música Regional Portuguesa", Arquivos Sonoros
Portugueses/Michel Giacometti, 1970; 5CD "Portuguese Folk Music": CD 3 – Beiras,
Strauss, 1998; 6CD "Música Regional Portuguesa": CD 4 – Beiras, col. Portugal
Som, Numérica, 2008) / Pe. António Mourinho ("Passacalhes")
Intérprete:
Cardo-Roxo* (in CD "Alvorada", Cardo-Roxo, 2015)
Eito fora, eito
fora, eito fora!
Ai, e ó ai, e ó
ai, e ó ai!
Em lá chegando ao
cabo, descansar!
Ai, e ó ai, e ó
ai, e ó ai!
[instrumental /
staccato vocal]
* Antony
Fernandes – voz (barítono) e säckpipa (gaita-de-foles sueca)
Carmina Repas
Gonçalves – voz (soprano) e viola da gamba
Cuca Repas – voz
(soprano)
Maria Repas
Gonçalves – voz (soprano)
Xuxu Repas – voz
(soprano)
Rui Silva –
percussão histórica
Chora, Aurora
Letra:
Tradicional ("Nós somos trabalhadores" – Ferreira do Alentejo, Baixo Alentejo /
"Ai, tu é que és o meu rapaz" – Amareleja, Baixo Alentejo / "A quetobia patorra"
– Cardanha, Torre de Moncorvo, Trás-os-Montes)
Recolhas: Michel
Giacometti ("Nós somos trabalhadores", in "Cancioneiro Popular Português",
Lisboa: Círculo de Leitores, 1981 – p. 127) / Pe. António Marvão ("Ai, tu é que
és o meu rapaz", 1920-42, in "Cancioneiro Popular Português", de Michel
Giacometti e Fernando Lopes-Graça, Lisboa: Círculo de Leitores, 1981 – p. 106) /
Maestro Afonso Valentim ("A quetobia patorra", 1953, in "Cancioneiro Popular
Português", de Michel Giacometti e Fernando Lopes-Graça, Lisboa: Círculo de
Leitores, 1981 – p. 120)
Música:
Tradicional ("A quetobia patorra" – Cardanha, Torre de Moncorvo, Trás-os-Montes)
e Carmina Repas Gonçalves
Arranjo: Carmina
Repas Gonçalves
Intérprete:
Cardo-Roxo* (in CD "Alvorada", Cardo-Roxo, 2015) [ao vivo no Instituto Superior
de Economia e Gestão de Lisboa, 18 Mar. 2015 / Concerto Antena 2 >>
YouTube]
Despediu-se o Sol
da Aurora,
Aurora ficou
chorando...
Não chores,
Aurora, não chores, não chores!...
Aurora, não
chores, que eu virei de quando em quando!
Ai, tu é que és o
meu rapaz...
Quando é que lá
vais? [bis]
Ai, vai ao jardim
das flores!
Lá me
encontrarás. [bis]
[bis]
Ai, se lá me não
encontrares,
Torna a voltar,
torna a voltar!
Ai, pergunta a
quem tenha amores,
A quem tenha
amores, a quem saiba amar!
[instrumental]
A quetobia
patorra [bis]
Está debaixo do
torrão;
A quetobia
patorra, ai!
A quetobia
patorra
Está debaixo do
torrão.
Mas ai!
ai! ai!
Moidinha com
pancadas [bis]
Que lhe deu o
gafanhão;
Moidinha com
pancadas, ai!
Moidinha com
pancadas
Que lhe deu o
gafanhão.
Mas ai!
ai! ai! ai!
* Antony
Fernandes – gaita galega
Carmina Repas
Gonçalves – voz (soprano)
Cuca Repas – voz
(soprano)
Maria Repas
Gonçalves – voz (soprano)
Rui Silva –
percussão histórica
Tiago Soares –
percussão
Xuxu Repas – voz
(soprano)
Direcção,
produção e arranjos – Cardo-Roxo
Captação e
masterização – Daniel Santos
O Lugar de
Macieira
Letra e música:
Tradicional (Beira Litoral)
Arranjo: Luís
Fernandes
Intérprete:
Toques do Caramulo* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa) [>>
Facebook Vídeos]
Primeira versão
discográfica de Toques do Caramulo, com Elíseo Parra (in CD "Mexe!",
d'Eurídice/d'Orfeu Associação Cultural, 2016) [ao vivo no Centro Cultural
Malaposta, Olival Basto, Odivelas, 21 Mai. 2012 >>
YouTube]
O lugar de
Macieira (ó ai ó larilolela)
Tem ladeiras a
subir: (ó ai)
Quem lá tem os
seus amores, (ó ai ó larilolela)
Vai ao céu e
torna a vir. (ó ai)
O lugar de
Outeiro da Vila (ó ai ó larilolela)
Tem carreiros de
formigas (ó ai)
Aonde os rapazes
vão (ó ai ó larilolela)
Vigiar as
raparigas. (ó ai)
[instrumental]
O lugar de
Macieira (ó ai ó larilolela)
Tem ladeiras a
subir: (ó ai)
Quem lá tem os
seus amores, (ó ai ó larilolela)
Vai ao céu e
torna a vir. (ó ai)
O lugar de
Outeiro da Vila (ó ai ó larilolela)
Tem carreiros de
formigas (ó ai)
Aonde os rapazes
vão (ó ai ó larilolela)
Vigiar as
raparigas. (ó-ó-ó ai)
Quem está sem
amores sou eu; (larilolela)
Paciência, ó
coração! (ó ai)
Não tenho p'ra
quem olhar, (ó ai ó larilolela)
Deito os meus
olhos ao chão. (ó-ó-ó ai)
Na Urgueira nasce
o Sol, (ó ai ó larilolela)
No Ribeiro faz
calor; (ó ai)
No lugar de
Macieira (ó ai ó larilolela)
É que brilha o
meu amor. (ó-ó-ó ai)
[instrumental]
Quem está sem
amores sou eu; (ó ai ó larilolela)
Paciência, ó
coração! (ó ai)
Não tenho p'ra
quem olhar, (ó ai ó larilolela)
Deito os meus
olhos ao chão. (ó ai)
Na Urgueira nasce
o Sol, (ó ai ó larilolela)
No Ribeiro faz
calor; (ó ai)
No lugar de
Macieira (ó ai ó larilolela)
É que brilha o
meu amor. (ó-ó-ó ai)
Vira Bairrês
Letra e música:
Tradicional (Bairrada, Beira Litoral)
Arranjo: Luís
Fernandes
Intérprete:
Toques do Caramulo* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
discográfica de Toques do Caramulo (in CD "Mexe!", d'Eurídice/d'Orfeu Associação
Cultural, 2016)
[instrumental]
Ó Bairrada, ó
Bairrada, [bis]
Terra da minha
Paixão, [bis]
Onde eu tenho os
meus amores, [bis]
Ninguém me diga
que não!
Terra da Minha
Paixão!
[instrumental]
Corri Arcos e
Três Arcos, [bis]
Famalicão,
Anadia... [bis]
Ao cruzeiro de
Sangalhos [bis]
Fui encontrar
quem eu queria;
Famalicão,
Anadia...
Almas Santas da
Areosa, [bis]
Dizei-me onde
morais [bis]
Entre Aguada e
Vidoeiro, [bis]
No meio dos
pinheirais!
Dizei-me onde
morais!
[instrumental]
Maria Alice
Letra e música:
Tradicional (Beira Litoral)
Arranjo: Luís
Fernandes
Intérprete:
Toques do Caramulo* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
discográfica de Toques do Caramulo (in CD "Mexe!", d'Eurídice/d'Orfeu Associação
Cultural, 2016) [ao vivo no Conservatório de Música de Coimbra, 23 Abr. 2015 >>
YouTube]
[instrumental]
«Onde vais, Maria
Alice? | bis
Onde vais tu a
chorar?» |
Vou chamar o meu
marido, | bis
Está na taberna a
jogar. |
Está na taberna a
jogar | bis
Com uma grande
bebedeira: |
Se eu casei para
estar sozinha | bis
Mais valia estar
solteira. |
[instrumental]
Mais valia estar
solteira, | bis
Solteirinha
estava bem: |
Estava à sombra
de meu pai, | bis
Carinhos de minha
mãe. |
«Onde vais, Maria
Alice? | bis
Onde vais tu a
chorar?» |
Ai! ai! ai!
Ai! ai! ai!
Ai! ai! ai!
Senhora do
Livramento I
Letra e música:
Tradicional (Beira Litoral)
Arranjo: Luís
Fernandes e Manuel Maio
Intérprete:
Toques do Caramulo* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa) [a partir de 6'34'' >>
Facebook Vídeos]
Primeira versão
discográfica de Toques do Caramulo (in CD "Mexe!", d'Eurídice/d'Orfeu Associação
Cultural, 2016) [ao vivo no Cine-Teatro São Pedro, Águeda, 10 Mar. 2017 / Sextas
Culturais >>
YouTube]
[instrumental]
Senhora do
Livramento,
Livrai o meu
namorado
Que me vai deixar
sozinha
Ai meu Jesus,
ai meu Jesus!
Pela vida de
soldado! [3x]
As vossas
tranças, Senhora,
São loiras como
as espigas;
Senhora do
Livramento,
Ai meu Jesus,
ai meu Jesus!
Protegei as
raparigas! [3x]
[instrumental]
Hei-de bordar a
toalha,
Senhora, do vosso
altar,
E a camisa do meu
noivo
Ai meu Jesus,
ai meu Jesus!
Quando me for a
casar. [4x]
Senhora do
Livramento...
Senhora do
Livramento...
Senhora do
Livramento II
Letra e música:
Tradicional (Beira Litoral)
Arranjo: Luís
Fernandes
Intérprete:
Toques do Caramulo* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
discográfica de Toques do Caramulo (in CD "Mexe!", d'Eurídice/d'Orfeu Associação
Cultural, 2016)
[instrumental]
Senhora do
Livramento, (ó ai)
Livrai o meu
namorado
Que me vai deixar
sozinha (ó ai)
Pela vida de
soldado!
[instrumental]
As vossas
tranças, Senhora, (ó ai)
São loiras como
as espigas;
Senhora do
Livramento, (ó ai)
Protegei as
raparigas!
[instrumental]
Pena Verde
Letra e música:
Tradicional (Verde-Gaio de Casal d'Álvaro, Beira Litoral)
Arranjo: Luís
Fernandes
Intérprete:
Toques do Caramulo* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
discográfica de Toques do Caramulo (in CD "Mexe!", d'Eurídice/d'Orfeu Associação
Cultural, 2016) [>>
YouTube] [arquivo de BalconyTV, Jul. 2012 >>
YouTube]
[instrumental]
Verde-Gaio, Pena
Verde, [bis]
Vem cantar ao meu
jardim! [bis]
Põe o pé na
manjerona, [bis]
O bico no
alecrim! [bis]
[instrumental]
Não há nada que
mais cresça [bis]
Como o pé da
melancia! [bis]
Quem tem o amor
ausente [bis]
Chora de noite e
de dia. [bis]
[instrumental]
Ó terra da minha
terra, [bis]
Sombra da minha
ramada! [bis]
Eu hei-de voltar
a ela [bis]
Ou solteira ou
casada! [bis]
Verde-Gaio, Pena
Verde,
Verde-Gaio, Pena
Verde,
Pena, Verde-Gaio,
Pena,
Gaio, Pena Verde,
Gaio.
[instrumental]
O Verde-Gaio é
meu [bis]
Que me custou bom
dinheiro: [bis]
Custou-me quatro
vinténs [bis]
Lá no Rio de
Janeiro. [bis]
[instrumental]
Verde-Gaio, Pena
Verde, [bis]
Empresta-me o teu
vestido! [bis]
O meu vestido são
penas, [bis]
Em penas ando
vestido. [bis]
Verde-Gaio, Pena
Verde,
Verde-Gaio, Pena
Verde,
Pena, Verde-Gaio,
Pena,
Gaio, Pena Verde,
Gaio.
Ó Pedras Desta
Calçada
Letra e música:
Tradicional (Beira Litoral)
Intérprete:
Toques do Caramulo* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
discográfica de Toques do Caramulo (in CD "Toques do Caramulo É ao Vivo!",
d'Orfeu Associação Cultural, 2007) [ao vivo, 2011 >>
YouTube]
[instrumental]
Nunca te ouvira,
nem conhecera,
Nunca te eu dera
um sinal de amor:
Vem aos meus
braços que eu dou-te um beijo!
Vem os meus
beijos, linda flor!
[instrumental]
Ó pedras desta
calçada,
Levantai-vos e
dizei
Quem vos passeia
à noite, | bis
Que de dia eu bem
sei! |
[instrumental /
vocalizos]
Ó pedras desta
calçada,
Levantai-vos e
dizei
Quem vos passeia
à noite, | bis
Que de dia eu bem
sei! |
Nunca te ouvira,
nem conhecera,
Nunca te eu dera
um sinal de amor:
Aos meus braços,
aos meus beijos,
Aos meus braços,
linda flor!
[instrumental /
vocalizos]
Ó pedras desta
calçada,
Levantai-vos e
dizei
Quem vos passeia
à noite, | bis
Que de dia eu bem
sei! |
Real Caninha
Letra e música:
Tradicional (Beira Litoral)
Intérprete:
Toques do Caramulo* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
discográfica de Toques do Caramulo (in CD "Toques do Caramulo É ao Vivo!",
d'Orfeu Associação Cultural, 2007) [>>
Reverbnation] [>>
Palco Principal] [arquivo da RTP, 2009 / programa "Portugal no Coração" >>
YouTube] [ao vivo, Nov. 2017 >>
YouTube] [ao vivo com Galandum Galundaina, 2008 >>
YouTube] [ao vivo no Centro Cultural Malaposta, Olival Basto, Odivelas, 21
Mai. 2012 >>
YouTube]
[instrumental]
Eu fui à barra do
Porto
Com vento
norte-suão,
Ó real
caninha!
Com vento
norte-suão,
Só para ver se
alcançava
A filha do
capitão.
[instrumental]
Eu fui à barra do
Porto
Com vento
norte-nordeste,
Ó real
caninha!
Com vento
norte-nordeste,
Só para ver se
alcançava
A filha do
contramestre.
[instrumental]
Tenho rendas que
me rendem,
Não quero mais
trabalhar,
Ó real
caninha!
Não quero mais
trabalhar;
Tenho um navio no
Porto
Com janelas para
o mar.
[instrumental]
Eu fui à barra do
Porto
Com vento
norte-suão,
Ó real
caninha!
Com vento
norte-suão,
Só para ver se
alcançava
A filha do
capitão.
[instrumental]
* Toques do
Caramulo:
Luís Fernandes –
voz, acordeão, flauta, viola braguesa
Pedro Martins –
bandolim, violino, coros
Miguel Cardoso –
contrabaixo, coros
Alex Duarte –
guitarra, coros
Gonçalo Garcia –
bateria, percussões, coros
São João
Letra e música:
Tradicional (Beira Baixa)
Intérprete:
Sebastião Antunes & Quadrilha* (in CD "Proibido Adivinhar", Sebastião
Antunes/Alain Vachier Music Editions, 2015) [>>
YouTube] [com Winga, gravado na barragem de Póvoa e Meadas, Castelo de Vide,
Alto Alentejo, 4 Ago. 2014 / A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria >>
Vimeo]
[instrumental]
Se fôreis ao São
João, [bis]
Ai traguei-me um
São Joãozinho! [bis]
Se não pudéreis
com um grande, [bis]
Ai traguei-me um
mais picanino! [bis]
[instrumental /
vocalizos]
São João, casai
as moças, [bis]
Ai as que vos
fazem fogueiras! [bis]
E aquelas que não
as fazem [bis]
Ai deixai-as
ficar solteiras! [bis]
Eu hei-de ir ao
São João... [bis]
Ai o meu marido
não quer... [bis]
Deixai-o vós
abalar! [bis]
Ai eu farei o que
eu quiser! [bis]
[instrumental /
vocalizos]
Do São João ao
São Pedro [bis]
Ai quatro dias,
cinco são! [bis]
Moças que andais
à soldada, [bis]
Ai aligrai
o coração! [bis]
[instrumental /
vocalizos]
Se fôreis ao São
João, [bis]
Ai traguei-me um
São Joãozinho! [bis]
Se não pudéreis
com um grande, [bis]
Ai traguei-me um
mais picanino! [bis]
Ai traguei-me um
mais picanino!
Ai traguei-me um
mais picanino!
Ai traguei-me um
mais picanino!
Ai traguei-me um
mais picanino!
Ai traguei-me um
mais picanino!
Ai traguei-me um
mais picanino!
Ai traguei-me um
mais picanino!
Ai traguei-me um
mais picanino!
Ai traguei-me um
mais picanino!
Ai traguei-me um
mais picanino!
Ai traguei-me um
mais picanino!
Ai traguei-me um
mais picanino!
Filhas da Rosa
Letra e música:
Tradicional (Baixo Alentejo)
Intérprete:
Sebastião Antunes & Quadrilha* com grupo Alma Alentejana (in CD "Proibido
Adivinhar", Sebastião Antunes/Alain Vachier Music Editions, 2015) [>>
YouTube]
[instrumental]
Cantam as filhas
da Rosa, [bis]
Respondem lá do
jardim:
Olaré, quem
canta, canta assim!
[bis]
A minha fala não
é [bis]
A mesma que era
algum dia: [bis]
Quem ouvia a
minha fala [bis]
E o meu nome
conhecia. [bis]
Cantam as filhas
da Rosa, [bis]
Respondem lá do
jardim:
Olaré, quem
canta, canta assim!
[bis]
E o cantar parece
bem, [bis]
E é uma prenda
bonita: [bis]
Não empobrece
ninguém [bis]
Assim como não
enrica. [bis]
Cantam as filhas
da Rosa, [bis]
Respondem lá do
jardim:
Olaré, quem
canta, canta assim!
[bis]
Se eu soubesse
cantar bem [bis]
Nunca estaria
calado; [bis]
Mesmo assim
cantando mal [bis]
Não vivo
desmarginado. [bis]
Cantam as filhas
da Rosa, [bis]
Respondem lá do
jardim:
Olaré, quem
canta, canta assim!
[instrumental]
Não julgues por
eu cantar [bis]
Que a vida alegre
me corre; [bis]
Eu sou como o
passarinho: [bis]
Tanto canta até
que morre. [bis]
Cantam as filhas
da Rosa, [bis]
Respondem lá do
jardim:
Olaré, quem
canta, canta assim!
[bis]
Senhora do
Almortão (Ao Vivo)
Letra:
Tradicional (Beira Baixa)
Música:
Tradicional (Beira Baixa e Sahara Ocidental)
Intérprete:
Intérprete: Sebastião Antunes & Quadrilha* com Mariem Hassan (in CD "Proibido
Adivinhar", Sebastião Antunes/Alain Vachier Music Editions, 2015) [>>
YouTube]
Primeira versão
de Sebastião Antunes e a Quadrilha (in CD "Com Um Abraço", Vachier & Associados,
2012) [>>
YouTube] [ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa, 11 Out. 2012 / programa "Viva a
Música" >>
YouTube]
[instrumental]
Senhora...
Senhora do
Almortão,
Senhora do
Almortão,
Ó minha linda
raiana,
Virai costas!...
Virai costas a
Castela!
Virai costas a
Castela!
Não queirais ser
castelhana!
[canto em árabe
por Mariem Hassan]
Senhora...
Senhora do
Almortão,
Senhora do
Almortão,
A vossa capela
cheira...
Cheira a
cravos...
Cheira a cravos,
cheira a rosas,
Cheira a cravos,
cheira a rosas,
Cheira a flor de
laranjeira.
[canto em árabe
por Mariem Hassan]
Senhora...
Senhora do
Almortão,
Senhora do
Almortão,
Eu p'ró ano não
prometo,
Que me mo...
Que me morreu um
amor,
Que me morreu um
amor,
Ando vestido de
preto.
[canto em árabe
por Mariem Hassan]
Ando vestido de
preto.
Ando vestido de
preto.
Ando vestido de
preto.
Ando vestido de
preto.
Ando vestido de
preto.
O Comboio dos
Atrasos
Letra e música:
Sebastião Antunes
Intérprete:
Sebastião Antunes & Quadrilha com Carlos Guerreiro (in CD "Proibido Adivinhar",
Sebastião Antunes/Alain Vachier Music Editions, 2015) [>>
YouTube]
No comboio dos
atrasos vai gente que a gente esquece
Vai quem nunca
chega a horas e às vezes nem aparece
[instrumental]
Logo pela
madrugada vai o sinal de um bocejo
Vai uma noite
acordada, vai a lembrança de um beijo
Vai quem perdeu
quase tudo e quem não tem nada a perder
Vai alguém com um
ar sisudo por não ter nada a dizer
Vai uma lágrima
solta num olhar desamparado
Um bilhete de ida
e volta que ainda nunca foi usado
Um caso de amor
secreto com perfume de abandono
Vai um olhar
indiscreto e por resposta um olhar de sono
No comboio dos
atrasos vai gente que a gente esquece
Vai quem nunca
chega a horas e às vezes nem aparece
Devagar,
devagarinho eu conheço tantos casos
De quem passa a
vida inteira no comboio dos atrasos
[instrumental]
Logo pela
madrugada vai quem já vai atrasado
Quem nem se quer
deu por nada e vai dar ao destino errado
Vai quem quer
andar no centro e do centro nunca sai
Vai quem não quer
ir lá dentro mas não sabe aonde vai
No comboio dos
atrasos vai gente que a gente esquece
Vai quem nunca
chega a horas e às vezes nem aparece
Devagar,
devagarinho eu conheço tantos casos
De quem passa a
vida inteira no comboio dos atrasos
[instrumental]
No comboio dos
atrasos vai gente que a gente esquece
Vai quem nunca
chega a horas e às vezes nem aparece
Devagar,
devagarinho eu conheço tantos casos
De quem passa a
vida inteira no comboio dos atrasos
No comboio dos
atrasos...
Devagar,
devagarinho...
No comboio dos
atrasos...
Devagar,
devagarinho...
Vai gente que a
gente esquece
* Sebastião
Antunes – voz, guitarras, n'goni
Luís Peixoto –
bandolim, cavaquinho, bouzouki, sanfona, programação electrónica, e vozes (em
"Sete e Pico")
Marta Crocket –
violino
Hugo Ganhão –
baixo
Carlos Lopes –
acordeão
Ricardo Mingatos
– percussões
Quiné Teles –
percussões sampladas (em "Proibido Adivinhar" e "São João")
Músicos
convidados:
Carlos Guerreiro
– voz, sarronca, reco-reco (em "O Comboio dos Atrasos")
Orlando Murteira
– bandola (em "Filhas da Rosa")
Miguel Quitério –
gaita-de-foles irlandesa (em "Filhas da Rosa")
Marien Hassan –
voz (em "Senhora do Almortão (Ao Vivo)")
Alma Alentejana:
Sofia de Portugal, Tânia Cardoso, Diana Henriques, Ana Mendes, Rita Santos,
Patrícia Marques – vozes (em "Filhas da Rosa")
Produção – Luís
Peixoto
Co-produção –
Sebastião Antunes
Produção
executiva – Alain Vachier
Gravado e
misturado por Luís Peixoto, nos Estúdios Constroisons, Lisboa, e nos Estúdios
Groove Punch; "Senhora do Almortão (Ao Vivo)" gravado por Manuel Domingues, na
Quinta da Atalaia – Amora, Seixal, a 7 de Setembro de 2013 (Festa do "Avante!")
Para Que Quero Eu
Olhos
Letra e música:
Tradicional (Beira Baixa)
Intérprete:
Afonso Dias* com Teresa Silva (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
de Afonso Dias, com Teresa Silva (in CD "Andanças & Cantorias", Bons Ofícios -
Associação Cultural, 2016)
Primeira versão:
Adriano Correia de Oliveira (in EP "Para Que Quero Eu Olhos", Orfeu, 1967; 2LP
"Memória de Adriano": LP 1, Orfeu, 1983, reed. Movieplay, 1992; CD "Adriano
Correia de Oliveira", col. O Melhor dos Melhores, vol. 40, Movieplay, 1994;
"Obra Completa": CD "Cantigas Portuguesas", Movieplay, 1994, 2007) [>>
YouTube]
[instrumental]
Para que quero eu
olhos,
Senhora Santa
Luzia,
Se eu não vejo o
meu amor
Nem de noite nem
de dia?
Oh és tão linda!
Tu és tão fermosa
Como a fresca
rosa
Que eu no jardim
vi!
Ai dá-me um beijo
P'ra matar
desejos
Que eu sinto por
ti!
Ai, que eu sinto
por ti!
Ai dá-me um beijo
P'ra matar
desejos
Que eu sinto por
ti!
Bem Podia a
Andorinha
Letra: António
Aleixo (1.ª quadra) e tradicional do Baixo Alentejo
Música:
Tradicional (Baixo Alentejo)
Intérprete:
Afonso Dias* com Teresa Silva (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa) [>>
Facebook Vídeos]
Primeira versão
de Afonso Dias, com Teresa Silva (in CD "Andanças & Cantorias", Bons Ofícios -
Associação Cultural, 2016)
[instrumental]
Quem trabalha e
mata a fome | bis
Não come o pão de
ninguém; |
Mas quem não
trabalha e come, | bis
Come sempre o pão
de alguém. |
Bem podia a
andorinha | bis
Fazer paragem no
chão; |
Bem podia o meu
amor | bis
Ser firme ao meu
coração. |
Ser firme ao meu
coração,
Ser firme e não
me enganar;
Bem podia a
andorinha
Fazer paragem no
ar.
Bem podia quem
tem muito | bis
Repartir por quem
não tem: |
O rico ficava
rico | bis
E o pobre ficava
bem. |
Bem podia a
andorinha | bis
Fazer paragem no
chão; |
Bem podia o meu
amor | bis
Ser firme ao meu
coração. |
Ser firme ao meu
coração,
Ser firme e não
me enganar;
Bem podia a
andorinha
Fazer paragem...
A Roupa do
Marinheiro
Letra e música:
Tradicional (Minho)
Intérprete:
Afonso Dias* com Teresa Silva (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa) [a partir de
4':04'' >>
Facebook Vídeos]
Primeira versão
de Afonso Dias, com Teresa Silva (in CD "Andanças & Cantorias", Bons Ofícios -
Associação Cultural, 2016) [>>
YouTube]
A cana verde no
mar [bis]
Anda à roda do
vapor; [bis]
Ainda está p'ra
nascer [bis]
Quem há-de ser
meu amor. [bis]
A roupa do
marinheiro [bis]
Não é lavada no
rio: [bis]
É lavada no
mar-alto [bis]
À sombra do seu
navio. [bis]
À sombra do seu
navio,
À sombra do seu
vapor;
Não é lavada no
rio
A roupa do meu
amor.
O meu amor foi-se
embora [bis]
Sem se despedir
de mim; [bis]
Que o mar se
transforme em rosas [bis]
E o seu barco num
jardim. [bis]
A roupa do
marinheiro [bis]
Não é lavada no
rio: [bis]
É lavada no
mar-alto [bis]
À sombra do seu
navio. [bis]
À sombra do seu
navio,
À sombra do seu
vapor.
[instrumental]
Senhora do
Almortão
Letra e música:
Tradicional (Idanha-a-Nova, Beira Baixa)
Intérprete:
Afonso Dias* com Teresa Silva (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
de Afonso Dias, com Teresa Silva (in CD "Andanças & Cantorias", Bons Ofícios -
Associação Cultural, 2016) [>>
YouTube]
Primeira versão:
José Afonso (in LP "Cantares do Andarilho", Orfeu, 1968, 1982, reed. Movieplay,
1987, 1996, Art'Orfeu Media, 2012) [>>
YouTube]
[instrumental]
Senhora...
Senhora do
Almortão,
Senhora do
Almortão,
Ó minha linda
raiana,
Virai co...
Virai costas a
Castela!
Virai costas a
Castela!
Não queirais ser
castelhana!
Senhora...
Senhora do
Almortão,
Senhora do
Almortão,
A vossa capela
cheira...
Cheira a cra...
Cheira a cravos,
cheira a rosas,
Cheira a cravos,
cheira a rosas,
Cheira a flor de
laranjeira.
[instrumental]
Senhora...
Senhora do
Almortão,
Senhora do
Almortão,
Eu p'ró ano não
prometo,
Que me mo...
Que me morreu o
amor,
Que me morreu o
amor,
Ando vestida de
preto.
Senhora...
Senhora do
Almortão,
Senhora...
Senhora...
Charamba
Letra e música:
Tradicional (Ilha Terceira, Açores)
Intérprete:
Afonso Dias* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão:
Adriano Correia de Oliveira (in EP "Lira", Orfeu, 1968) [a partir de 5':40'' >>
YouTube]
Outra versão de
Adriano Correia de Oliveira (in LP "Cantigas Portuguesas", Orfeu, 1980; "Obra
Completa": CD "Cantigas Portuguesas", Movieplay, 1994, 2007) [>>
YouTube]
[instrumental]
É esta a vez
primeira,
A vez primeira
Que neste
auditório canto;
Em nome de Deus
começo,
De Deus começo,
Padre, Filho,
Esp'rito Santo.
A ausência tem
uma filha,
Ai tem uma filha
Que se chama
saudade;
Eu sustento mãe e
filha,
Ai mãe e filha
Bem contra a
minha vontade.
[instrumental]
Naufrágio
Letra: Cristóvão
de Aguiar
Música:
Tradicional (Charamba) (Ilha Terceira, Açores)
Intérprete:
Afonso Dias* com Teresa Silva (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
de Afonso Dias, com Teresa Silva (in CD "Andanças & Cantorias", Bons Ofícios -
Associação Cultural, 2016)
Versão original:
Duarte & Ciríaco (in EP "Nós: Canções Populares", Sonoplay, 1969) [>>
YouTube]
[instrumental]
A história que eu
vou contar
Ouvi-a na minha
aldeia,
Onde à noite a
voz do mar
Murmura canções
na areia.
História de
pescadores
Do Cais Negro à
Pontinha,
Onde há grandes
senhores
Que bocejam à
noitinha.
Foi o barco do Zé
Tordo:
Partiu à noite
p'ró mar
E na madrugada ao
porto
O seu barco sem
chegar.
Encheu-se a praia
de gritos
Da gente da minha
aldeia
Ao ver o corpo do
Zé
Trazido na
maré-cheia.
Ouvem-se vozes:
«Coitado!
Cinco filhos e
mulher
Sem uma côdea de
pão,
Sem um abrigo
sequer!»
E no enterro, à
viúva,
Levando ao Zé
muitas flores,
Prometem-lhe a
sua ajuda
O povo e os
grandes senhores.
[instrumental]
Mas dois anos já
são passados,
Na praia da minha
aldeia
Vêem-se cinco
crianças
Brincando nuas na
areia.
E da moral desta
história
Tirem vossas
conclusões:
Uma família não
vive
Só de boas
intenções.
E da moral desta
história
Tirem vossas
conclusões:
Uma família não
vive
Só de boas
intenções.
Marião
Letra e música:
Tradicional (Trás-os-Montes)
Intérprete:
Afonso Dias* com Teresa Silva (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
de Afonso Dias, com Teresa Silva (in CD "Andanças & Cantorias", Bons Ofícios -
Associação Cultural, 2016)
Primeira versão:
Brigada Victor Jara (in LP "Eito Fora: Cantares Regionais", Mundo Novo/Editorial
Caminho, 1977, reed. Farol Música, 1995) [>>
YouTube]
Outra versão da
Brigada Victor Jara, com Minela Medeiros (in 2CD "Por Sendas, Montes e Vales":
CD 2, Farol Música, 2000) [>>
YouTube]
[instrumental]
Adeus, ó Vale de
Gouvinhas, Marião!
Não és vila nem
cidade, Marião.
Sim, sim, Marião;
Não, não, Marião.
És um povo
pequenino, Marião,
Feito à minha
vontade, Marião.
Sim, sim, Marião;
Não, não, Marião.
Hei-de cercar
Vale de Gouvinhas, Marião,
Com trinta metros
de fita, Marião.
Sim, sim, Marião;
Não, não, Marião.
À porta do meu
amor, Marião,
Hei-de pôr a mais
bonita, Marião.
Sim, sim, Marião;
Não, não, Marião.
[instrumental]
Os meus olhos não
são olhos, Marião,
Sem estarem os
teus defronte, Marião.
Sim, sim, Marião;
Não, não, Marião.
Parecem dois rios
de água, Marião,
Quando vão de
monte em monte, Marião.
Sim, sim, Marião;
Não, não, Marião.
[instrumental]
Já corri os mares
em volta, Marião,
Com uma vela
branca acesa, Marião.
Sim, sim, Marião;
Não, não, Marião.
Em todo o mar
achei água, Marião;
Só em ti pouca
firmeza, Marião.
Sim, sim, Marião;
Não, não, Marião.
Sim, sim, Marião;
Não, não, Marião.
Adeus, ó Vale de
Gouvinhas, Marião!
Marcela,
Marcelinha
Letra e música:
Tradicional (Baixo Alentejo)
Intérprete:
Afonso Dias* com Teresa Silva (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
de Afonso Dias, com Teresa Silva (in CD "Andanças & Cantorias", Bons Ofícios -
Associação Cultural, 2016)
[instrumental]
A flor da branca
amora | bis
Cai na água,
faz-se em espuma; |
Aqui está quem te
namora | bis
Sem falsidade
nenhuma. |
Lá nos campos,
verdes campos, | bis
Eu fui apanhar
marcela, |
Daquela mais
miudinha, | bis
Daquela mais
amarela. |
Daquela mais
amarela, | bis
Daquela mais
miudinha, |
Lá nos campos,
verdes campos, | bis
A marcela,
marcelinha. |
[instrumental]
Fui beber à clara
fonte, | bis
Por baixo da flor
da murta; |
Fui mais por ver
os teus olhos, | bis
Que a sede não
era muita. |
Lá nos campos,
verdes campos, | bis
Eu fui apanhar
marcela, |
Daquela mais
miudinha, | bis
Daquela mais
amarela. |
Daquela mais
amarela, | bis
Daquela mais
miudinha, |
Lá nos campos,
verdes campos, | bis
A marcela,
marcelinha. |
Verde-Gaio
Letra e música:
Tradicional (Algarve)
Intérprete:
Afonso Dias* com Teresa Silva (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
de Afonso Dias, com Teresa Silva (in CD "Andanças & Cantorias", Bons Ofícios -
Associação Cultural, 2016)
Ó água que vais
correndo
Mansamente
vagarosa,
Passa pelo meu
jardim,
Rega-me lá uma
rosa!
Água da Fóia
corre alta,
Por canais vai à
cidade;
Eu não sou rica,
mas tenho
Amores à minha
vontade.
O ladrão do
Verde-Gaio
Foi-se gabar à
rainha
Que era dono do
morgado
E nem sequer
sapatos tinha.
E nem sequer
sapatos tinha
Nem dinheiro para
os comprar;
O ladrão do
Verde-Gaio
Foi-me falso no
amar.
[instrumental]
Eu tenho à minha
janela
O que tu não tens
à tua:
Um vaso de
violetas
Que perfuma toda
a rua.
Bem sei que me
andais mirando
Por debaixo do
chapéu;
Se eu não sou do
vosso gosto
Quem quer anjos
vai ao céu.
O ladrão do
Verde-Gaio
Foi-se gabar à
rainha
Que era dono do
morgado
E nem sequer
sapatos tinha.
E nem sequer
sapatos tinha
Nem dinheiro para
os comprar;
O ladrão do
Verde-Gaio
Foi-me falso no
amar.
O ladrão do
Verde-Gaio
Foi-se gabar à
rainha
Que era dono do
morgado
E nem sequer
sapatos tinha.
E nem sequer
sapatos tinha
Nem dinheiro para
os comprar;
O ladrão do
Verde-Gaio
Foi-me falso no
amar.
[instrumental]
* Afonso Dias –
voz, viola e percussão
Teresa Silva –
voz e percussão
Pedro Gil –
guitarras
Luís Henrique –
viola baixo
Os Ponteirinhos
Letra e música: Júlio Pereira
Intérprete: Júlio Pereira* com Sara Tavares (in CD "Faz de
Conta", EMI-VC, 2003)
[instrumental]
Tic-tac, tic-tac,
Martelinhos maneirinhos.
Tic-tac, tic-tic-tac,
Tic-tac, vão girando os ponteirinhos,
Vão girando os ponteirinhos.
Diz "bom dia!" ao tic-tac!
Abre os olhos fechadinhos!
Vai p'rá escola! Tic-tac,
Tic-tac, vão girando os ponteirinhos,
Vão girando os ponteirinhos. [bis]
[instrumental / vocalizos]
Boa tarde, tic-tac!
Vai brincar aos adivinhos!
E cansados, cansadinhos,
Tic-tac, vão girando os ponteirinhos,
Vão girando os ponteirinhos.
[instrumental / vocalizos]
Boa noite, tic-tac!
Vai sonhar com os moinhos!
Lá no escuro, tic-tac,
Tic-tac, vão girando os ponteirinhos,
Vão girando os ponteirinhos. [bis]
Tic-tac, vão dançando os ponteirinhos,
Vão girando os ponteirinhos.
[instrumental / vocalizos]
* Instrumentação e voz – Júlio Pereira
Convidada especial:
Sara Tavares – voz
Participação especial de:
Simão e Julinha – vozes
Conceito original e produção – Júlio Pereira
Assistente de produção – João Luís Oliva
Programação, sintetizadores, mistura e masterização – Quico
Serrano
Gravado e misturado em 2002

Capa do CD "Faz de Conta", de Júlio Pereira (EMI-VC, 2003).
Corpo Inteiro
Letra: Miguel
Cardina
Música: Pedro
Damasceno e Julieta Silva
Intérprete: Diabo
a Sete* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão original:
Diabo a Sete (in CD "Figura de Gente", Sons Vadios, 2016) [excerto inicial >>
SoundCloud] [>>
YouTube]
[instrumental]
Ai apertem os
cintos, vamos começar
Vou contar uma
história de desencantar
Eram quatro
donzelas a olhar o Sol
Cada qual em
busca do amor
Procurando saber
o que arde sem se ver
Se é a dor ou se
é o prazer
A primeira caiu
num sono fatal
À espera que um
sapo a salvasse do mal
A segunda abalou
nas ondas do mar
Nunca mais veio
p'ra contar
A terceira devota
subiu aos céus
Uma voz que fugiu
do lugar
[instrumental]
Vou contar uma
história de desencantar
Eram quatro
donzelas presas pelo olhar
Já três delas se
foram por causa do amor
Como carne que
estilhaçou
Se o que arde não
cura e o desejo é fartura
Só a quarta é que
se salvou
Vou contar uma
história de desencantar
Vi a quarta
donzela que olhava p'ra o mar
De improviso
cantava para o último sol
A mais doce
feitiçaria
Quatro flores
cortadas e ela não murchou
E das febres fez
alegria
[instrumental]
Tamboril
Letra: Miguel
Cardina
Música: Pedro
Damasceno e Celso Bento
Intérprete: Diabo
a Sete* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão original:
Diabo a Sete (in CD "Figura de Gente", Sons Vadios, 2016) [excerto inicial >>
SoundCloud] [>>
YouTube] [ao vivo no Teatro da Cerca de São Bernardo, Coimbra, 9 Jul. 2016
>>
YouTube]
[instrumental]
Tubarão tinha
dentes de tainha
E a tainha tinha
dentes de tambor
Toca traz tempo
chuva tempestade
Tubarão trincou
um touro nos taleigos da vontade
Tubarão tinha o
tímpano trocado
E trocado estava
o tempo todo o ano
Toca traz tempo
chuva tempestade
Tubarão
tamborilou 'inda a missa ia a metade
[instrumental]
Tubarão
traficou-se em tamboril
Troca-tintas com
retoque teatral
Toca terça,
quarta, quinta, noite e dia
Travestido no
Entrudo c'uma tromba de enguia
Tamboril teve
tísica ao contrário
Já tossia como
tosse o tubarão
Toca terça,
quarta, quinta, noite e dia
Tamboril
entubarou num atalho p'rá Turquia
[instrumental]
Tubarão tinha
dentes de tainha
E a tainha tinha
dentes de tambor
Toca traz tempo
chuva tempestade
Tubarão trincou
um touro nos taleigos da vontade
Tubarão tinha o
tímpano trocado
E trocado estava
o tempo todo o ano
Toca traz tempo
chuva tempestade
Tubarão
tamborilou 'inda a missa ia a metade
[instrumental]
Tubarão
traficou-se em tamboril
Troca-tintas com
retoque teatral
Toca terça,
quarta, quinta, noite e dia
Travestido no
Entrudo c'uma tromba de enguia
Tamboril teve
tísica ao contrário
Já tossia como
tosse o tubarão
Toca terça,
quarta, quinta, noite e dia
Tamboril
entubarou num atalho p'rá Turquia
[instrumental]
Cantiga de Vir ao
Mundo
Letra: Miguel
Cardina
Música: Pedro
Damasceno e Sara Vidal
Intérprete: Diabo
a Sete* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão original:
Diabo a Sete (in CD "Figura de Gente", Sons Vadios, 2016) [excerto inicial >>
SoundCloud] [>>
YouTube]
[instrumental]
Já sentes em ti o
que vais ser
Já dormiste um
sono profundo
Chegou a hora
d'amanhecer
Deixar p'ra trás
a porta do mundo
[instrumental]
Vais repousar na
estrela-d'alva
E dançar a dança
dormente
Ouro na pele,
incenso e salva
Desabraçar o
ninho mais quente
Tens o sol
riscado nas asas
Um rei sem roque
nem patrão
Um deus a quem
dei coração
A sombra incerta
do amor
[instrumental]
Serás acaso,
serás fronteira
Sussurrando
temporais
Velhas perguntas,
luas inteiras
Vencendo a sina
dos mortais
Tens o sol
riscado nas asas
Um rei sem roque
nem patrão
Um deus a quem
dei coração
A sombra incerta
do amor
[bis]
[instrumental]
Dança das
Fritilárias
Música: Pedro
Damasceno
Intérprete: Diabo
a Sete* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão original:
Diabo a Sete (in CD "Figura de Gente", Sons Vadios, 2016) [excerto inicial >>
SoundCloud] [>>
YouTube] [ao vivo no Teatro da Cerca de São Bernardo, Coimbra, 9 Jul. 2016
>>
YouTube]
(instrumental)
Paraíso Fiscal
Letra: Miguel
Cardina
Música e arranjo:
Diabo a Sete
Intérprete: Diabo
a Sete* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão original:
Diabo a Sete com Carlos Guerreiro (in CD "tarAra",
atrasdosbarrocos.com, 2011) [>>
SoundCloud] [>>
YouTube] [ao vivo >>
YouTube] [ao vivo no Teatro da Cerca de São Bernardo, Coimbra, 9 Jul. 2016
>>
YouTube]
Dez cabelos
penteados
Não pagam
imposto;
A luva está mais
barata
Do que o
fogo-posto.
Sabe bem pagar
tão pouco,
O segredo é
total;
Tens na ilha uma
morada
Virtual.
No Paraíso Fiscal
O silêncio é
d'ouro;
As mobílias são
de prata
E os jardins de
couro.
Anjos, deuses,
capitais,
Filhos de alguém
especial;
Somar zeros à
direita
Não faz mal.
[instrumental]
No Paraíso Fiscal
A justiça é cega,
As fronteiras
apagadas
E o tempo
escorrega.
Sabe bem pagar
tão pouco,
O segredo é
total;
Tens na ilha uma
morada
Virtual.
Guarda, rico, o
teu roubo!
Franca liberdade!
Virar isto do
avesso
Seria maldade.
Somos sombras
invisíveis,
Sem gravata p'ra
apertar,
Mas hoje a nossa
tampa
Vai saltar!
[instrumental]
Dez cabelos
penteados
Não pagam
imposto;
A luva está mais
barata
Do que o
fogo-posto.
Sabe bem pagar
tão pouco,
O segredo é
total;
Tens na ilha uma
morada
Virtual.
No Paraíso Fiscal
O silêncio é
d'ouro;
As mobílias são
de prata
E os jardins de
couro.
Anjos, deuses,
capitais,
Filhos de alguém
especial;
Somar zeros à
direita
Não faz mal.
[instrumental]
Quarto Crescente
Música: Sara
Vidal
Intérprete: Diabo
a Sete* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão original:
Diabo a Sete (in CD "Figura de Gente", Sons Vadios, 2016) [excerto inicial >>
SoundCloud] [>>
YouTube]
(instrumental)
Tempos Anormais
Letra: Miguel
Cardina
Música: Pedro
Damasceno, Julieta Silva e Celso Bento
Intérprete: Diabo
a Sete* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão original:
Diabo a Sete (in CD "Figura de Gente", Sons Vadios, 2016) [excerto inicial >>
SoundCloud] [>>
YouTube]
[instrumental]
Anda cá, se
queres ver
As coisas que eu
vi:
Um pato a
endoidecer,
Outro a sorrir.
Anda cá, nem
podes crer
Coisas de contar:
Uma centelha a
chover,
Outra a congelar.
[instrumental]
Anda cá, se
queres ver
As coisas que eu
vi:
Gente cansada a
lançar
Pragas contra si.
Andam no ar
vibrações,
Tempos anormais,
Gente que pede
aflições
A quem lhas der
mais.
[instrumental]
Anda cá, se
queres ver
As coisas que eu
vi:
Um pato a
endoidecer,
Outro a sorrir.
Anda cá, nem
podes crer
Coisas de contar:
Uma centelha a
chover,
Outra a congelar.
[instrumental]
Anda cá, se
queres ver
As coisas que eu
vi:
Gente cansada a
lançar
Pragas contra si.
Andam no ar
vibrações,
Tempos anormais,
Gente que pede
aflições
A quem lhas der
mais.
[instrumental]
Outono Embargado
Música: Pedro
Damasceno
Intérprete: Diabo
a Sete* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão original:
Diabo a Sete (in CD "Figura de Gente", Sons Vadios, 2016) [excerto inicial >>
SoundCloud] [>>
YouTube]
(instrumental)
Figura de Gente
Letra: Miguel
Cardina
Música: Pedro
Damasceno e Celso Bento
Intérprete: Diabo
a Sete* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão original:
Diabo a Sete (in CD "Figura de Gente", Sons Vadios, 2016) [excerto inicial >>
SoundCloud] [>>
YouTube] [ao vivo no Teatro da Cerca de São Bernardo, Coimbra, 9 Jul. 2016
>>
YouTube]
[instrumental]
Tenho o corpo
confiscado
Vinte fogos num
braseiro
Dedo a dedo, gota
a gota
A regar ilusões,
mares, muros, tentações
A flor no céu da
boca
Girassol ligado
ao ventre
Tenho figura de
gente
Sou bicho raro, a
perturbar
[bis]
O azul...
Trago um sopro
nos pés
Vou...
Ver o mundo outra
vez
Já trouxe o tempo
atrás
Tenho o corpo
confiscado
No fulgor das
horas nuas
Dedo a dedo, gota
a gota
A regar ilusões,
mares, muros, tentações
Adeus, que já é
tarde
Tenho figura de
gente
Nos tendões, a
sede quente
Sou bicho raro, a
perturbar
O azul...
Trago um sopro
nos pés
Vou...
Ver o mundo outra
vez
Já trouxe o tempo
atrás
[instrumental]
* Diabo a Sete:
Celso Bento –
flautas, gaita-de-foles, coros
Eduardo Murta –
baixo eléctrico
Luísa Correia –
guitarra acústica, coros
Miguel Cardina –
bateria
Pedro Damasceno –
cavaquinho, bandolim, machinho, coros
Sara Vidal – voz,
harpa celta, pandeireta galega
Héptimo
Música: Danças
Ocultas
Intérprete:
Danças Ocultas* & Orquestra Filarmonia das Beiras (in CD "Amplitude", Danças
Ocultas/Uguru/Sony Music, 2016)
Versão original:
Danças Ocultas (in CD "Tarab", Numérica, 2009; CD "Alento" (compilação), Iplay,
2011) [>>
YouTube] [ao vivo no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha,
2010 >>
YouTube]
(instrumental)
[entrevista com
Artur Fernandes]
Diatónico
Música: Artur
Fernandes
Intérprete:
Danças Ocultas* & Orquestra Filarmonia das Beiras (in CD "Amplitude", Danças
Ocultas/Uguru/Sony Music, 2016)
Versão original:
Danças Ocultas (in CD "Ar", EMI-VC, 1998) [ao vivo no Cine-Teatro José Lúcio,
Leiria, 12 Out. 2007 >>
YouTube] [ao vivo no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha,
2010 >>
YouTube]
(instrumental)
O Diabo Tocador
Letra: Popular
("Minha Roda 'stá Parada", cantiga de rega recolhida por António Avelino Joyce,
em 1938, nas margens do rio Zêzere, Beira Baixa, in "Cancioneiro Popular
Português", de Michel Giacometti e Fernando Lopes-Graça, Lisboa: Círculo de
Leitores, 1981 – p. 145 / "Cantiga da Roda", cantiga de rega recolhida por
Michel Giacometti, em Dornelas do Zêzere, Pampilhosa da Serra, Beira Baixa, in
LP "Beira Alta, Beira Baixa, Beira Litoral", série "Antologia da Música Regional
Portuguesa", Arquivos Sonoros Portugueses/Michel Giacometti, 1970; 5CD
"Portuguese Folk Music": CD 3 – Beiras, Strauss, 1998; 6CD "Música Regional
Portuguesa": CD 4 – Beiras, col. Portugal Som, Numérica, 2008)
Música: Danças
Ocultas (sobre o tema tradicional "Minha Roda 'stá Parada", Beira Baixa)
Intérprete:
Danças Ocultas* & Orquestra Filarmonia das Beiras, com Carminho (in CD
"Amplitude", Danças Ocultas/Uguru/Sony Music, 2016) [>>
SoundCloud]
Versão original:
Danças Ocultas – instrumental (in CD "Tarab", Numérica, 2009) [>>
YouTube] [ao vivo com Maria João, no BMW Werk Leipzig, Alemanha, Out. 2012 /
Akkordeon Akut Festival >>
YouTube]
Minha roda 'stá
parada | bis
Por falta de
tocador; |
Anda a roda, anda
a roda | bis
Que eu já vou, ó
meu amor. |
[instrumental]
Minha roda 'stá
parada
Por falta de
tocador;
Anda a roda, anda
a roda | bis
Que eu já vou, ó
meu amor. |
Esta água 'stá
parada: | bis
Quem seria que a
parou? |
Foi a mãe do meu
amor | bis
Que esta noite
aqui passou. |
[instrumental]
Ó mar largo, ó
mar largo,
Ó mar largo sem
ter fundo!
Mais vale andar
no mar largo | bis
Que andar nas
bocas do mundo. |
Tarab
Música: Danças
Ocultas (sobre o tema tradicional "Ao Romper da Bela Aurora", Alentejo)
Intérprete:
Danças Ocultas & Orquestra Filarmonia das Beiras (in CD "Amplitude", Danças
Ocultas/Uguru/Sony Music, 2016) [>>
YouTube]
Versão original:
Danças Ocultas (in CD "Tarab", Numérica, 2009; CD "Alento" (compilação), Iplay,
2011) [>>
Reverbnation] [ao vivo no Koncerthuset Copenhagen, Dinamarca / Womex 2010 >>
YouTube] [ao vivo, 2012 >>
YouTube]
(instrumental)
Dança II
Música: Artur
Fernandes
Intérprete:
Danças Ocultas & Orquestra Filarmonia das Beiras (in CD "Amplitude", Danças
Ocultas/Uguru/Sony Music, 2016) [>>
YouTube]
Versão original:
Danças Ocultas (in CD "Danças Ocultas", EMI-VC, 1995: CD "Alento" (compilação),
Iplay, 2011) [>>
YouTube]
(instrumental)
* Danças Ocultas:
Artur Fernandes –
acordeão diatónico (melodias)
Filipe Ricardo –
acordeão diatónico (baixo)
Filipe Cal –
acordeão diatónico (acordes e ritmo harmónico)
Francisco Miguel
– acordeão diatónico (contrapontos: respostas à melodia)
Orquestra
Filarmonia das Beiras:
Direcção –
António Vassalo Lourenço
Primeiros
violinos – André Fonseca, Agnese Bravo, Kinga Switaj, Elitza Mladenov, Andriy
Slabodukh, Flávio Azevedo, José Carvalho
Segundos violinos
– Daniel Matys, Mafalda Pires, Luís Trigo, Juliana Sousa, Sofia Grilo, Ana
Rufino, Bruno Sousa
Violetas – Judit
Bank, Carina Rocha, João Tiago Dinis, Daniel Leão
Violoncelos –
Aliaksandr Znachonak, Alberto Restivo, Raquel Andrade, Svitlana Gavrikova
Contrabaixos –
Hugo Correia, Bruno Rodrigues
Participação
especial:
Carminho – voz
(em "O Diabo Tocador")
Produção
executiva – Paulo Pato
Gravado ao vivo
na Casa da Música (Porto) e no Centro Cultural de Belém (Lisboa), a 4 e 5 de
Maio de 2015
Engenheiro de som
– Nuno Rebocho
Assistente –
Carlos Cruz
Mistura e
masterização – Nuno Rebocho e Danças Ocultas
Para Namorar
Morena
Letra:
Tradicional (Planalto Mirandês, Trás-os-Montes) e Galandum Galundaina (estrofes
incipit "Ó senhor da casa" e "Alhá na nuossa tierra")
Música:
Tradicional (Planalto Mirandês, Trás-os-Montes) e Galandum Galundaina
Intérprete:
Galandum Galundaina* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão original:
Galandum Galundaina (in CD "Quatrada", Açor/Emiliano Toste, 2015) [>>
YouTube]
Nun me gusta l
pan centeno
que m'amarga la
costreza;
S'algun die falei
contigo,
nun me pesa, nun
me pesa!
Para namorar,
para namorar,
morena...
Para namorar,
bun çapato i
buona meia!
[bis]
Sei un ciento de
cantigas
i mais ua
talagada:
Puodo cantar toda
a noite
i mais toda la
madrugada.
Para namorar,
para namorar,
morena...
Para namorar,
bun çapato i
buona meia!
[bis]
Diabos lhieben ls
ratos
i ls dientes das
formigas,
Que me robírun ls
lhibros
donde stában las
cantigas!
Para namorar,
para namorar,
morena...
Para namorar,
bun çapato i
buona meia!
[bis]
Yá comi, yá bui,
tengo la barriga
chena!
Mas de l amor
tengo fame:
só te quiero a
ti, morena!
Para namorar,
para namorar,
morena...
Para namorar,
bun çapato i
buona meia!
[bis]
[instrumental]
Ó senhor da casa,
quiero la mano da
sue filha!
You yá la namoro
hai nuobe meses i
un die;
Tengo l lhume
aceso,
quiero ser sou
marido,
la cama caliente
pra deitar l
nuosso nino.
Alhá na nuossa
tierra
sou you l
regidor;
Yá nun tengo
mula,
cumprei um
tractor;
Cabeço de la
Trindade
yá sembrei la
huorta;
Tardo quatro
jeiras
para dar la
ronda.
[instrumental]
Ó senhor da casa,
quiero la mano da
sue filha!
You yá la namoro
hai nuobe meses i
un die;
Tengo l lhume
aceso,
quiero ser sou
marido,
la cama caliente
pra deitar l
nuosso nino.
[bis]
[instrumental]
Mirandum
Letra e música:
Tradicional (Planalto Mirandês, Trás-os-Montes)
Intérprete:
Galandum Galundaina* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
de Galandum Galundaina (in CD "Quatrada", Açor/Emiliano Toste, 2015)
[instrumental]
Mirandum se fui a
la guerra, [bis]
Mirandum,
Mirandum, Mirandela!
Num sei quando
benerá:
Se benerá por la
Pascua [bis]
Mirandum,
Mirandum. Mirandela!
Ou se por la
Trenidade?
La Trenidade se
passa, [bis]
Mirandum,
Mirandum, Mirandela!
Mirandum num
bieno yá;
Birun benir un
passe, [bis]
Mirandum,
Mirandum, Mirandela!
Que nobidades
trairá?
Las nobidades que
traio [bis]
Mirandum,
Mirandum, Mirandela!
Bos han de fazer
chorar:
Que Mirandum yá
ye muorto, [bis]
Mirandum,
Mirandum, Mirandela!
You bien lo bi
anterrar.
[instrumental]
Mirandum,
Mirandum, Mirandela!
Mirandum se fui a
la guerra,
Num sei quando
benerá,
Num sei quando
benerá:
Se benerá por la
Pascua
Mirandum,
Mirandum. Mirandela!
Se benerá por la
Pascua
Ou se por la
Trenidade? [3x]
La Trenidade se
passa,
Mirandum,
Mirandum, Mirandela!
La Trenidade se
passa,
Mirandum num
bieno yá...
[instrumental]
Senhor Galandum
Letra e música:
Tradicional (Planalto Mirandês, Trás-os-Montes)
Intérprete:
Galandum Galundaina* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
de Galandum Galundaina (in CD "Senhor Galandum", Açor/Emiliano Toste, 2009) [>>
Reverbnation] [>>
SoundCloud] [ao vivo em Coimbra, Festival Passagem de Ano 2009/2010 >>
YouTube] [ao vivo em Carção, Vimioso, 7 Abr. 2012 >>
YouTube]
Senhor Galandun,
Galandun Galundaina!
Senhor Galandun,
Galandun Galundaina!
Senhor Galandun,
Galandun Galundaina!
Senhor
Galandun!...
[instrumental]
Senhor Galandun,
Galandun Galundaina!
Senhor Galandun,
Galandun Galundaina!
Madre la bizcaia,
cun las trés traseiras, cun las delantreiras,
Dá-me la mano
squierda, dá-me la dreita!
I arréden-se
atrás, que manda la reberéncia!
Yá nun manda l
Rei, que manda la Justícia!
Esses bailadores
que se cáian cun la risa,
que se cáian, que
se cáian!
Esses bailadores
que se cáian cun la risa,
que se cáian, que
se cáian!
[instrumental]
Yá nun manda l
Rei, que yá manda l'Alcaide!
Yá nun manda l
Rei, que yá manda l'Alcaide!
Esses bailadores
que se lhebanten i que bailen,
que bailen, que
bailen!
Esses bailadores
que se lhebanten i que bailen,
que bailen, que
bailen!
[instrumental]
Yá nun manda l
Rei, que manda l Regidor!
Yá nun manda l
Rei, que manda l Regidor!
Essas bailadeiras
que se cáian cun la risa,
que se caian, que
se cáian!
Essas bailadeiras
que se cáian cun la risa,
que se caian, que
se cáian!
[instrumental]
Senhor Galandun,
Galandun Galundaina!
Senhor Galandun,
Galandun Galundaina!
Senhor Galandun,
Galandun Galundaina!
Senhor
Galundaina!...
La casa de l Cura
nun ten mais que ua cama,
La casa de l Cura
nun ten mais que ua cama:
An la cama drume
l Cura donde conhos drume l'ama,
donde conhos
drume l'ama;
An la cama drume
l Cura donde conhos drume l'ama,
donde conhos
drume l'ama.
Tu madre me dixo
que eras machorra,
Tu madre me dixo
que eras machorra;
Me saliste
prenha, mira que porra,
que porra, que
porra!
Me saliste
prenha, mira que porra,
que porra, que
porra!
[instrumental]
Alicran
Música: Galandum
Galundaina
Intérprete:
Galandum Galundaina* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão original:
Galandum Galundaina (in CD "Quatrada", Açor/Emiliano Toste, 2015)
(instrumental)
Siga a Malta
Letra:
Tradicional (Planalto Mirandês, Trás-os-Montes) e Amadeu Ferreira (estrofes
incipit "No tiempo de primabera", "Na selombra dun sobreiro" e "Anriba deste
cabeço")
Música:
Tradicional (Planalto Mirandês, Trás-os-Montes) e Galandum Galundaina
Intérprete:
Galandum Galundaina* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão original:
Galandum Galundaina com José Medeiros (in CD "Quatrada", Açor/Emiliano Toste,
2015) [>>
SoundCloud] [>>
YouTube]
[instrumental]
Siga a malta,
siga a malta,
siga a malta pra
diante!
Siga a malta pra
diante!
Esta malta stá
parada
só por nun haber
quien cante,
só por nun haber
quien mande.
No tiempo de
primabera
todo l mundo
reberdece:
Bien lhargo l
eimbierno seia
d'amberdecer nun
se squece
i naide outra
cousa spera
por esso naide se
spante
que téngamos esta
eideia.
Siga a malta pra
diante!
Siga a malta,
siga a malta,
siga a malta pra
diante!
Siga a malta pra
diante!
Esta malta stá
parada
só por nun haber
quien cante,
só por nun haber
quien mande.
Na selombra dun
sobreiro
quememos nuossa
merenda:
Çcansados apuis
la ronda
i se nun hai
quien santenda;
Qualquier un
quier ser purmeiro
ou por nada fáien
guerra,
nós dezimos que
yá bonda.
Siga a malta i
trema a tierra!
Siga a malta,
siga a malta,
siga a malta pra
diante!
Siga a malta pra
diante!
Esta malta stá
parada
só por nun haber
quien cante,
só por nun haber
quien mande.
Siga a malta,
siga a malta,
siga a malta i
trema a tierra!
Siga a malta i
trema a tierra!
Benga d'alhá
quien benir,
esta malta nun
arreda!
Esta malta nun
arreda!
Anriba deste
cabeço
l praino bemos, i
Spanha;
Mas l cielo nunca
l bimos,
muito hai quien
mos anganha;
Yá muitá tubo
esse ampeço
por esso rábia
mos medra
i a cantar eiqui
benimos.
Esta malta nun
arreda!
[instrumental]
Siga a malta,
siga a malta,
siga a malta pra
diante!
Siga a malta pra
diante!
Esta malta stá
parada
só por nun haber
quien cante,
só por nun haber
quien mande.
Siga a malta,
siga a malta,
siga a malta i
trema a tierra!
Siga a malta i
trema a tierra!
Benga d'alhá
quien benir,
esta malta nun
arreda!
Esta malta nun
arreda!
Canedo
Letra:
Tradicional (Trás-os-Montes) e Galandum Galundaina (estrofes incipit
"Canedo nun podie", "La giente inda se lhembra" e "Nun ye culpa de l Canedo")
Música:
Tradicional (Trás-os-Montes)
Intérprete:
Galandum Galundaina* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
de Galandum Galundaina (in CD "Quatrada", Açor/Emiliano Toste, 2015)
[instrumental]
Canedo stá
borracho | bis
de bino i
augardiente; |
Mandou tocar la
gaita | bis
Delantre de toda
giente. |
Canedo nun
podie | bis
Qu'era hora de l
sagrado: |
Tocórun a
rebate | bis
pra le botar la
mano. |
[instrumental]
Yá matórun l
Canedo | bis
mas nun fui na
sue tierra: |
Fui an Santo
Anton da Barca | bis
delantre de la
capielha. |
[instrumental]
La giente inda se
lhembra | bis
daqueilha
maldiçon: |
Fazírun la
barraige, | bis
mudórun l Santo
Anton. |
Nun ye culpa de l
Canedo | bis
nien da gaita i
bordon:
Ye culpa de quien
manda | bis
afogar l Santo
Anton. |
[instrumental]
Canedo stá
borracho | bis
de bino i
augardiente; |
Mandou tocar la
gaita | bis
Delantre de toda
giente. |
Yá matórun l
Canedo | bis
mas nun fui na
sue tierra: |
Fui an Santo
Anton da Barca | bis
delantre de la
capielha. |
[instrumental]
Fraile Cornudo
Letra e música:
Tradicional (Fonte da Aldeia, Miranda do Douro, Trás-os-Montes)
Intérprete:
Galandum Galundaina* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
de Galandum Galundaina (in DVD "Ao Vivo no Teatro Municipal de Bragança",
Açor/Emiliano Toste, 2007) [>>
YouTube]
Outra versão de
Galandum Galundaina (in CD "Senhor Galandum", Açor/Emiliano Toste, 2009) [>>
Reverbnation] [>>
SoundCloud] [>>
YouTube] [ao vivo em Coimbra, Festival Passagem de Ano 2009/2010 >>
YouTube]
Esta ye la
tonadica de l fraile...
[instrumental]
Fraile cornudo,
Hecha-te al baile
Que te quiero ber
beilar,
Saltar i brincar
I andar por l
aire!
Esta ye la
tonadica de l fraile...
Esta ye la
tonadica de l fraile...
Busca cumpanha,
Que te quiero ber
beilar,
Saltar i brincar
I andar por l
aire!
Esta ye la
tonadica de l fraile...
Esta ye la
tonadica de l fraile...
Deixa-la sola,
Que la quiero ber
beilar,
Saltar i brincar
I andar por l
aire!
Esta ye la
tonadica de l fraile...
Esta ye la
tonadica de l fraile...
[instrumental]
Fraile cornudo,
Hecha-te al baile
Que te quiero ber
beilar,
Saltar i brincar
I andar por l
aire!
Esta ye la
tonadica de l fraile...
Esta ye la
tonadica de l fraile...
Busca cumpanha,
Que te quiero ber
beilar,
Saltar i brincar
I andar por l
aire!
Esta ye la
tonadica de l fraile...
Esta ye la
tonadica de l fraile...
Deixa-la sola,
Que la quiero ber
beilar,
Saltar i brincar
I andar por l
aire!
Esta ye la
tonadica de l fraile...
Esta ye la
tonadica de l fraile...
[instrumental]
Esta ye la
tonadica de l fraile...
Esta ye la
tonadica de l fraile...
Esta ye la
tonadica de l fraile...
Nós Tenemos
Muitos Nabos
Letra e música:
Tradicional (Planalto Mirandês, Trás-os-Montes)
Intérprete:
Galandum Galundaina* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão anterior
de Galandum Galundaina (in CD "Quatrada", Açor/Emiliano Toste, 2015) [>>
Reverbnation] [>>
SoundCloud] [>>
YouTube] [ao vivo em Vila Nova de Cerveira, 14 Ago. 2016 >>
YouTube]
Primeira versão
de Galandum Galundaina (in CD "L Purmeiro", Açor/Emiliano Toste, 2002) [>>
YouTube]
Outra versão de
Galandum Galundaina (in DVD "Ao Vivo no Teatro Municipal de Bragança",
Açor/Emiliano Toste, 2007)
Nós tenemos
muitos nabos
a cozer nua
panela...
[instrumental]
Nós tenemos
muitos nabos
a cozer nua
panela;
Nun tenemos sal
nien unto,
nien presunto
nien bitela.
Mirai
qu'alforjas, mirai qu'alforjas!
Uas mais lhargas,
outras mais gordas,
uas de lhana,
outras de stopa.
Ls chocalhos
rúgen, rúgen,
ls carneiros alhá
ban;
An chegando a
Ourrieta Cuba
ls carneiros
bulberan.
Mirai
qu'alforjas, mirai qu'alforjas!
Uas mais lhargas,
outras mais gordas,
uas de lhana,
outras de stopa.
[instrumental]
Roubórun la
Malgarida
pula ripa de l
telhado,
cuidando que era
toucino
que stava
çpindurado.
Mirai
qu'alforjas, mirai qu'alforjas!
Uas mais lhargas,
outras mais gordas,
uas de lhana,
outras de stopa.
[instrumental]
Nós tenemos
muitos nabos
a cozer nua
panela;
Nun tenemos sal
nien unto,
nien presunto
nien bitela.
Mirai
qu'alforjas, mirai qu'alforjas!
Uas mais lhargas,
outras mais gordas,
uas de lhana,
outras de stopa.
Ls chocalhos
rúgen, rúgen,
ls carneiros alhá
ban;
An chegando a
Ourrieta Cuba
ls carneiros
bulberan.
Mirai
qu'alforjas, mirai qu'alforjas!
Uas mais lhargas,
outras mais gordas,
uas de lhana,
outras de stopa.
[instrumental]
Bai, Pedro, bai
al lhugar de la
justicia!
Di le a tou amo,
cumo you te digo
a ti:
Que la filha de l
Lima
stá ne l lhume i
pinga;
La filha de la
Bergada
stá ne l lhume i
bai assada.
Pedro, que te
falta?
Repica la tue
gaita!
Tenes l pan na
tulha
l bino na bodega;
Tenes la melhor
moça
que habie nesta
tierra:
Ciega dun uolho
i manca dua
pierna.
Bai, Pedro, bai
al lhugar de la
justicia!
Di le a tou amo,
cumo you te digo
a ti:
Que la filha de l
Lima
stá ne l lhume i
pinga;
La filha de la
Bergada
stá ne l lhume i
bai assada.
Pedro, que te
falta?
Repica la tue
gaita!
Tenes l pan na
tulha
l bino na bodega;
Tenes la melhor
moça
que habie nesta
tierra:
Ciega dun uolho
i manca dua
pierna.
[instrumental]
* Galandum
Galundaina:
Paulo Preto –
voz, sanfona, gaita-de-foles mirandesa, flauta pastoril, dulçaina
Paulo Meirinhos –
voz, rabeles, bombo, gaita-de-foles mirandesa
Alexandre
Meirinhos – voz, percussões (caixa de guerra, pandeiros mirandeses, tamboris,
castanholas)
João Pratas –
voz, saltério, tamboril
Fado Lenitivo
Letra: Fernanda Santos
Música: Helena Moreira Vieira
Intérprete: Tânia Oleiro* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão discográfica de Tânia Oleiro (in CD "Terços de
Fado", Museu do Fado Discos, 2016)
Versão original: Maria do Rosário Bettencourt (in EP "Lenitivo",
Alvorada/Rádio Triunfo, 1966; CD "Maria do Rosário Bettencourt", col. Fados do
Fado, vol. 41, Movieplay, 1998) [>>
YouTube]
[instrumental]
Desdenharam-me, bem sei,
Quando um dia comecei
A cantar sofrida o fado;
Não sabiam o motivo: | bis
É que o fado é lenitivo |
D'um coração torturado. |
Ao ver de todo perdidas,
As minhas esperanças mais queridas,
Senti, fui talvez pisada;
E era doce companhia | bis
Para a minha melancolia |
O chorar d'uma guitarra. |
Amarguras e cansaços,
A minha dor em pedaços
Eu vou esquecendo a cantar;
E nos queixumes do fado, | bis
Já nem sei se é um trinado |
Se a minh'alma a soluçar. |
Sei que me ouves lamentando,
As mágoas que vou cantando
Só tu podes entender;
Vou meu fado dedicar-te: | bis
Uma dor que se reparte |
Não custa tanto a sofrer. |
Brincos para Brincar
Letra: João Linhares Barbosa
Música: Francisco Carvalhinho
Intérprete: Tânia Oleiro* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão discográfica de Tânia Oleiro (in CD "Terços de
Fado", Museu do Fado Discos, 2016)
Versão original: Maria Pereira (in EP "Quero Que Saibas", A Voz
do Dono/VC, 1960) [>>
YouTube]
[instrumental]
Quando eu era pequenina,
P'ra me enfeitar as orelhas,
Minha mãe punha-me, às vezes, | bis
Quatro cerejas vermelhas. |
E toda tola, lembro-me ainda
Que ia p'rá escola vaidosa e linda:
Brincos vermelhos a dar que dar,
Pedia espelhos p'ra me mirar.
Diziam todas: «Que bem lhe fica!
Lembra, nos modos, menina rica.»
Via-os, revia-os como riqueza,
Depois comia-os à sobremesa.
Um dia as mais raparigas,
Filhas como eu da pobreza,
Puseram-me nas orelhas | bis
Dois brinquinhos de princesa. |
E toda triques, faces coradas,
Ia aos despiques nas desfolhadas;
Vinham meus brincos d'algum vergel,
Não punham vincos na minha pele.
Depois, mais tarde, vi-te e amei,
Deste-me brincos d'ouro de lei;
Bendito sejas mas, na verdade,
Vejo cerejas, sinto saudade.
[instrumental]
E toda triques, faces coradas,
Ia aos despiques nas desfolhadas;
Vinham meus brincos d'algum vergel,
Não punham vincos na minha pele.
Depois, mais tarde, vi-te e amei,
Deste-me brincos d'ouro de lei;
Bendito sejas mas, na verdade,
Vejo cerejas, sinto saudade.
Nova Rosa da Mouraria
Letra e música: Marco Oliveira
Intérprete: Tânia Oleiro* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão original: Tânia Oleiro (in CD "Terços de Fado", Museu do
Fado Discos, 2016)
[instrumental]
De manhãzinha, voltou a Rosa sem dizer nada;
Vinha sozinha e mais formosa, bem apressada;
Parou na Rua do Capelão, onde esperava
O tal rapaz que há muitos anos a namorava.
Ai quem diria
Que um dia a Rosa da Mouraria
Voltava àquela casa,
No Largo da Severa.
Ai quem diria
Que a Rosa da Mouraria
Tinha a vida bem guardada
P'ra voltar a ser quem era.
[instrumental]
Viu sardinheiras e margaridas numa janela,
Namoradeiras entristecidas à espera dela;
Agora a casa tem o encanto que tinha outrora,
Até a Rosa já prometeu não ir embora.
Ai quem diria
Que um dia a Rosa da Mouraria
Voltava àquela casa,
No Largo da Severa.
Ai quem diria
Que a Rosa da Mouraria
Tinha a vida bem guardada
P'ra voltar a ser quem era.
[instrumental]
Ai quem diria
Que um dia a Rosa da Mouraria
Voltava àquela casa,
No Largo da Severa.
Ai quem diria
Que a Rosa da Mouraria
Tinha a vida bem guardada
P'ra voltar a ser quem era.
Ai quem diria
Que a Rosa da Mouraria
Tinha a vida bem guardada
P'ra voltar a ser quem era.
Pensa em Nós Dois
Letra: Fernando Girão
Música: Fernando de Freitas (Fado Marinho)
Intérprete: Tânia Oleiro* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão original: Tânia Oleiro (in CD "Terços de Fado", Museu do
Fado Discos, 2016)
[instrumental]
Não sei se a paixão foi tão intensa,
Não sei se a culpa é tua ou é minha;
Só sei que agora choro a tua ausência,
Pior que o choro é também chorar sozinha.
Na rua da saudade, agora vivo;
E, pouco a pouco, enlouqueço em segredo;
Às vezes, eu te sinto aqui na cama
E agarrada ao teu pijama
Eu engano os meus medos.
Tudo mudou para mim,
Depois que tu te foste embora;
Nada é igual a ti,
É tão diferente o meu agora.
Pensa em nós dois,
No que foi o nosso mundo,
Pois é belo e profundo
O que juntos construímos.
Pensa em nós dois,
Pois um erro tem emenda;
E assim talvez aprendas
Que o nosso amor é o destino.
[instrumental]
Tudo mudou para mim,
Depois que tu te foste embora;
Nada é igual a ti,
É tão diferente o meu agora.
Pensa em nós dois,
No que foi o nosso mundo,
Pois é belo e profundo
O que juntos construímos.
Pensa em nós dois,
Pois um erro tem emenda;
E assim talvez aprendas
Que o nosso amor é o destino.
Romance Incompleto
Letra: Manuel de Almeida
Música: Casimiro Ramos (Rapsódia de Fados)
Intérprete: Tânia Oleiro* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão discográfica de Tânia Oleiro (in CD "Terços de
Fado", Museu do Fado Discos, 2016)
Versão original: Manuel de Almeida (in EP "A Única Mulher",
Alvorada/Rádio Triunfo, 1961; "'O Fado' de José Malhoa - 100 Anos": CD 7,
Tugaland, 2012) [>>
YouTube]
[instrumental]
O mais profundo desdém | bis
Ou a mais sentida dor |
É nós gostarmos de alguém | bis
Que não quer o nosso amor. |
Se há no mundo tanta gente
Que não sabe o que é a dor,
P'ra quem tudo é felicidade...
Também há, infelizmente, | bis
Os que padecem de amor |
E os que morrem de saudade. |
Se a dor e a saudade andam a par,
No pranto, na descrença e na tristeza,
Porque será que a gente há-de gostar | bis
D'alguém que não nos quer e nos despreza? |
Amar e não ser amado | bis
É cruel desilusão: |
É como andar naufragado, | bis
Caminhar desamparado, |
Perdido na escuridão. |
Eu sofro como ninguém, | bis
Do amor suas paixões; |
Quero-te tanto, meu bem, | bis
E só me dás ralações! |
Silêncio
Letra: Frederico de Brito
Música: Carlos Rocha
Intérprete: Tânia Oleiro* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão discográfica de Tânia Oleiro (in CD "Terços de
Fado", Museu do Fado Discos, 2016) [ao vivo na Casa de Linhares, Lisboa, 22 Jul.
2012 >>
YouTube] [ao vivo no Restaurante Guarda-Mor, Madragoa, Lisboa, 28 Ago. 2013
>>
YouTube]
Versão original: Carlos Ramos (in EP "Carlos Ramos Em Alta
Fidelidade N.º 2", Columbia/VC, 1958; CD "Carlos Ramos: Biografias do Fado",
EMI-VC, 1998)
[instrumental]
Já noite, nas horas calmas,
Sozinho à luz do luar,
O fado procura as almas
Que andam pr'aí a sonhar.
Corre os bairros de Lisboa,
Desce às quelhas da Moirama,
Bairro Alto, Madragoa
E anda p'los becos de Alfama.
Silêncio!
Deixem ouvir as guitarras
Gemendo canções bizarras,
Chorando numa voz rouca!
Silêncio!
Deixem ouvir este fado,
Fartinho de ter andado
Por aí, de boca em boca!
Mas dizem que agora o fado
Vai pôr de parte os queixumes,
E pôr tristezas de lado
Sem querer saber de ciúmes.
Diz que vai andar tranquilo,
Usar de mais altivez;
Se assim é, vamos ouvi-lo
Chorar p'la última vez.
Silêncio!
Deixem ouvir as guitarras
Gemendo canções bizarras,
Chorando numa voz rouca!
Silêncio!
Deixem ouvir este fado,
Fartinho de ter andado
Por aí, de boca em boca!
[instrumental]
Silêncio!
Deixem ouvir este fado,
Fartinho de ter andado
Por aí, de boca em boca!
O Casamento da Rita
Letra e música: Júlio Vieitas
Intérprete: Tânia Oleiro* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão discográfica de Tânia Oleiro (in CD "Terços de
Fado", Museu do Fado Discos, 2016)
Versão original: Fernanda Maria (in EP "Isto É Fado" A Voz do
Dono/VC, 1960; CD "O Melhor de Fernanda Maria", EMI-VC, 1994; CD "O Melhor de
Fernanda Maria", Edições Valentim de Carvalho/Iplay, 2009; CD "Fernanda Maria:
Essencial", Edições Valentim de Carvalho, 2014) [>>
YouTube]
[instrumental]
Esse romance amoroso
Do mercado da Ribeira
Teve um final milagroso;
E, afinal, de que maneira!
Um romance igual a tantos,
Esse da Rita e do Chico:
Lá na Igreja de Santos
Foi-se os encantos do namorico.
Muito juntinhos sob o altar,
Entre os padrinhos foram casar;
Após a boda, a Rita e o Chico
Foram na roda do bailarico.
Desde a sagrada união
A mãe dela já nem ralha,
Nem sequer faz discussão
Por dá cá aquela palha.
Com sua graça expedita
Disse ao Chico pescador:
«Se não me dás outra Rita,
Vai haver fita seja onde for.»
E hoje uma Rita mais pequenina
Toda se agita linda e traquina:
Lembra a sardinha viva a saltar,
Outro romance para contar.
[instrumental]
Muito juntinhos sob o altar,
Entre os padrinhos foram casar;
Após a boda, a Rita e o Chico
Foram na roda do bailarico.
E hoje uma Rita mais pequenina
Toda se agita linda e traquina:
Lembra a sardinha viva a saltar,
Outro romance para contar.
Resposta Fácil
Letra: Silva Tavares (quadra) e Domingos Gonçalves Costa
Música: Popular e Maria Teresa de Noronha (Fado das Horas)
Intérprete: Tânia Oleiro* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão discográfica de Tânia Oleiro (in 2CD "Bar Lisbon:
Classic & New Portuguese Flavours": CD 1, Nascente (UK), 2008; Livro/4CD "Divas
do Fado": CD 2 – "O Futuro da Saudade", Difference/Iplay, 2009)
Segunda versão discográfica de Tânia Oleiro (in CD "Terços de
Fado", Museu do Fado Discos, 2016)
Versão original: Fernanda Maria (in EP "Ai Amigos Quem Me Dera",
Alvorada/Rádio Triunfo, 1967)
[instrumental]
Perguntas-me o que significa
Saudade, vou-te dizer:
Saudade é tudo o que fica
Depois de tudo morrer.
Tu que jamais conheceste
A dor que as almas tortura,
Que só conheces ventura | bis
E por amor não sofreste; |
Tu, que uma saudade agreste
Nunca te fez padecer,
Nem cravou no teu viver
Um espinho que mortifica;
Perguntas-me o que significa
Saudade, vou-te dizer:
Saudade é um bem ruim
Que tortura o coração;
É o princípio do fim | bis
D'um sonho sonhado em vão; |
Saudade é doce ilusão
D'um amor que não nos quer,
Que a gente teima em esquecer
E a própria dor glorifica;
Saudade é tudo o que fica |
bis
Depois de tudo morrer.
|
* [Músicos que actuaram no Teatro da Luz:]
Tânia Oleiro – voz
Bernardo Couto – guitarra portuguesa
José Elmiro Nunes – viola de fado
Francisco Gaspar – viola baixo
Altinho
Letra:
Tradicional do Alentejo, e Celina da Piedade e Alex Gaspar (quadra "Eu subi
àquele monte")
Música:
Tradicional do Alentejo, e Toon Van Mierlo e Pascale Rubens
Intérprete:
Celina da Piedade* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
de Celina da Piedade (in CD "Sol", Sons Vadios, 2016) [excerto inicial >>
SoundCloud] [>>
YouTube] ao vivo na FNAC do Almada Fórum, 19 Fev. 2017 >>
YouTube]
Eu subi àquele
monte | bis
para ver se te
esquecia; |
Quanto mais alta
estava | bis
mais o meu amor
crescia. |
Quero ir para o
altinho | bis
que eu daqui não
vejo bem; |
Quero ir ver o
meu amor | bis
se ele adora mais
alguém. |
Se ele adora mais
alguém, | bis
se ele me ama a
mim sozinha, |
que eu daqui não
vejo bem, | bis
quero ir para o
altinho. |
[instrumental]
que eu daqui não
vejo bem, | 3x
quero ir para o
altinho. |
Assim Sou Eu
Letra: António
Avelar de Pinho
Música: João Gil
Intérprete:
Celina da Piedade* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão original:
Celina da Piedade (in CD "Sol", Sons Vadios, 2016) [excerto inicial >>
SoundCloud] [>>
YouTube]
[instrumental]
Sou formiga, sou
cigarra
Sou cantiga,
pinto a manta, faço a farra
Sou a lebre e a
tartaruga
Sou de raça,
estou em brasa, vou à luta
Sou bichinho bem
manhoso
Poderoso e
preguiçoso
Com franqueza e
arredia
Sou tristeza e
alegria
Sou chorona, está
na palma
Rezingona, perco
a calma
Sou destino
ensarilhado
Diz a linha do
meu fado
Sei que assim sou
eu
Sei lá eu porque
sou assim
Está-se mesmo a
ver
Sempre assim vou
ser
Está dentro de
mim
Eu ser assim
[bis]
[instrumental]
Sou areia, sou
granito
Fico cheia, sou
"o bom e o bonito"
Sou canseira, sou
de gancho
Parideira, só de
filhos faço um rancho
D'ir à luta tenho
ganas
Contra gregas e
troianas
Lusitana, luzidia
Sou beleza e
ousadia
Sou mandona, está
na alma
Rezingona, perco
a calma
Tudo muito
complicado
Diz a letra do
meu fado
Sei que assim sou
eu
Sei lá eu porque
sou assim
Está-se mesmo a
ver
Sempre assim vou
ser
Está dentro de
mim
Eu ser assim
[instrumental]
Sei que assim sou
eu
Sei lá eu porque
sou assim
Está-se mesmo a
ver
Sempre assim vou
ser
Está dentro de
mim
Eu ser assim
[4x]
Ser assim
Ser assim
Ser assim
Ser assim
Acredito
Letra: Celina da
Piedade
Música: Alex
Gaspar
Intérprete:
Celina da Piedade* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão original:
Celina da Piedade (in CD "Sol", Sons Vadios, 2016) [excerto inicial >>
SoundCloud] [>>
YouTube]
[instrumental]
Acredito em pouca
coisa
que venha escrita
em loiça,
dessa de pôr na
parede.
Acredito mais no
desempenho
da laranja que
apanho,
que como e me
mata a sede.
Acredito nas
façanhas,
muito menos nas
patranhas
de quem faz só
porque sim.
Acredito nas
crianças,
no meu ventre são
esperanças
de um futuro sem
fim.
Acredito na
loucura
de quem pede mais
ternura
e vira costas à
guerra.
Acredito na fé
dos outros
que às vezes
abrem poços
só para encontrar
mais terra.
Acredito no
Caetano,
no Zambujo que é
meu mano,
em todas as vozes
calmas.
Acredito na
poesia
e também na
aletria,
em todos
adoçantes de almas.
[instrumental /
coros]
Acredito na minha
mãe,
ela que sofreu
bem
para que eu fosse
como sou.
Crente nos frutos
e flores,
nos mais
impossíveis amores,
onde o Sol mais
brilhar eu estou.
[instrumental /
coros]
Aurora Tem um
Menino
Letra:
Tradicional do Alentejo, e Celina da Piedade e Alex Gaspar (duas estrofes
iniciais)
Música:
Tradicional do Alentejo
Intérprete:
Celina da Piedade* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
de Celina da Piedade (in CD "Sol", Sons Vadios, 2016) [excerto inicial >>
SoundCloud] [>>
YouTube]
[instrumental]
Dorme, meu menino
d'oiro!
Oh meu lindo
amor!
Não chores a tua
sorte,
Oh meu lindo
amor!
Oh meu lindo bem!
Que eu de ti
nunca me perco,
Oh meu lindo
amor!
Minha estrela do
norte,
Oh meu lindo
amor!
Oh meu lindo bem!
Aurora tem um
menino
Mas tão
pequenino;
O pai quem será?
É o Zé da Aroeira
Que vai p'rá
Figueira,
Mais tarde virá.
No adro de São
Vicente,
Onde há tanta
gente,
Aurora não está;
Cala-te, Aurora,
não chores,
Que o pai da
criança
Mais tarde virá!
Cala-te, Aurora,
não chores,
Que o pai da
criança
Mais tarde virá!
[bis]
Canção de Nanar
Letra e música:
Teresa Gentil
Intérprete:
Celina da Piedade* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão original:
Celina da Piedade (in CD "Sol", Sons Vadios, 2016) [excerto inicial >>
SoundCloud] [>>
YouTube]
[instrumental]
Hoje o dia foi um
dia assim:
Esta sede e
vontade de ti;
Se eu pudesse
amar-te mais,
Bem sei
Que a lua ia
dançar também.
Quantas horas
faltam p'ra te ver
Nesta espera de
aprender a ser?
Mais um som no
tom do teu brilhar,
Mais um traço ao
sol do teu vibrar.
Vem saber que o
que vejo em ti
É sal e sopro e
luz dentro de mim;
E a música da
terra e ar
Ficam uma só no
teu pulsar.
Se ainda não
sorris carmim,
Perdoa a minha
falta de cetim!
Nas palavras que
não escrevi
Vive o amor que
não se escreve.
[instrumental]
Se ainda não
sorris carmim,
Perdoa a minha
falta de cetim!
Nas palavras que
não escrevi
Vive o amor que
não se escreve...
Mas está aqui.
[instrumental]
A Linha e o Linho
Letra e música:
Gilberto Gil
Intérprete:
Celina da Piedade* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Primeira versão
de Celina da Piedade (in CD "Sol", Sons Vadios, 2016) [excerto inicial >>
SoundCloud] [>>
YouTube]
Versão original: Gilberto Gil (in LP "Extra", Warner Bros.
Records, 1983, reed. WEA Discos,
1995) [>>
YouTube] [ao vivo >>
YouTube]
É a tua vida que
eu quero bordar na minha
Como se eu fosse
o pano e tu fosses a linha
E a agulha do
real nas mãos da fantasia
Fosse bordando
ponto a ponto o nosso dia-a-dia
E fosse
aparecendo aos poucos o nosso amor
Os nossos
sentimentos loucos, o nosso amor
O zig-zag do
tormento, as cores da alegria
A curva generosa
da compreensão
Formando a pétala
da rosa, da paixão
A tua vida o meu
caminho, o nosso amor
Tu és a linha e
eu o linho, o nosso amor
A nossa colcha de
cama, a nossa toalha de mesa
Reproduzidos no
bordado
A casa, a
estrada, a correnteza
O sol, a ave, a
árvore, o ninho da beleza
[instrumental]
A tua vida o meu
caminho, o nosso amor
Tu és a linha e
eu o linho, o nosso amor
A nossa colcha de
cama, a nossa toalha de mesa
Reproduzidos no
bordado
A casa, a
estrada, a correnteza
O sol, a ave, a
árvore, o ninho da beleza
[instrumental]
Amores de Jericó
Letra e música:
Celina da Piedade e Alex Gaspar
Intérprete:
Celina da Piedade* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão original:
Celina da Piedade (in CD "Sol", Sons Vadios, 2016) [excerto inicial >>
SoundCloud] [>>
YouTube]
[instrumental]
Deixo-te ao
postigo
Um lenço e uma
rosa;
Vou partir p'ra
longe,
Partir sem
demora.
Não chores por
mim!
Eu não o mereço:
Sou sombra fugaz
Mas não te
esqueço.
Não queiras saber
O que eu não te
digo:
Sou fora-da-lei,
Sou mais que um
bandido.
Não venhas por
mim
Que eu não sei
amar!
Com a faca nos
dentes
Meu verbo é
zarpar.
O Sol já
desponta,
Vai-se a
madrugada:
O perigo
espreita;
Adeus, minha
amada!
Não quero teus
ais,
Ouve o que eu te
digo:
Ande eu onde
andar,
Estarás sempre
comigo.
Não queiras saber
O que eu não te
digo:
Sou fora-da-lei,
Sou mais que um
bandido.
Não venhas por
mim
Que eu não sei
amar!
Com a faca nos
dentes
Meu verbo é
zarpar.
Não queiras saber
O que eu não te
digo:
Sou fora-da-lei,
Sou mais que um
bandido.
Não venhas por
mim
Que eu não sei
amar!
Com a faca nos
dentes
Meu verbo é
zarpar.
[instrumental]
Calimero e a Pêra
Verde
(hanter-dro)
Letra:
Tradicional do Baixo Alentejo (aprendida com Pedro Mestre e o grupo coral
feminino "As Papoilas do Corvo")
Música: Pascale
Rubens (para o duo Naragonia) + Tradicional do Baixo Alentejo (aprendida com
Pedro Mestre e o grupo coral feminino "As Papoilas do Corvo")
Intérprete:
Celina da Piedade* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versões
originais: Celina da Piedade (in 2CD "Em Casa": CD 1, Celina da
Piedade/Melopeia, 2012) [>>
Reverbnation] [>>
YouTube] [>>
YouTube] [ao vivo em Coimbra, 2011 / TEDx – a partir de 6':15" >>
YouTube] / Celina da Piedade com Naragonia (in 2CD "Em Casa": CD2, Celina da
Piedade/Melopeia, 2012) [>>
Reverbnation] [ao vivo no Clube Ferroviário de Santa Apolónia, Lisboa / IX
Fest-i-Ball 2010 >>
YouTube] [em casa de Celina da Piedade, Lisboa, 1 Mar. 2012 / A Música
Portuguesa a Gostar Dela Própria >>
Vimeo]
[instrumental]
Deste-me uma pêra
verde,
Estava a meio de
amadurar;
Pêra verde, minha
verde pêra, | bis
Não me venhas
enganar! |
Não me venhas
enganar!
A mim não me
enganas, não!
Pêra verde, minha
verde pêra, | bis
Amor do meu
coração. |
[instrumental]
O amor quando se
perde | bis
É como a nódoa da
amora: |
Só com outra
amora verde | bis
A nódoa se vai
embora. |
Deste-me uma pêra
verde,
Estava a meio de
amadurar;
Pêra verde, minha
verde pêra, | bis
Não me venhas
enganar! |
Não me venhas
enganar!
A mim não me
enganas, não!
Pêra verde, minha
verde pêra, | bis
Amor do meu
coração. |
[instrumental]
Pediste-me uma
laranja, | bis
Meu pai não tem
laranjal; |
Se queres um
limão doce | bis
Vai à porta do
meu quintal! |
Deste-me uma pêra
verde,
Estava a meio de
amadurar;
Pêra verde, minha
verde pêra, | bis
Não me venhas
enganar! |
Não me venhas
enganar!
A mim não me
enganas, não!
Pêra verde, minha
verde pêra, | bis
Amor do meu
coração. |
[instrumental]
Deste-me uma pêra
verde,
Estava a meio de
amadurar;
Pêra verde, minha
verde pêra, | bis
Não me venhas
enganar! |
Não me venhas
enganar!
A mim não me
enganas, não!
Pêra verde, minha
verde pêra, | bis
Amor do meu
coração. |
* [Músicos que
actuaram no Teatro da Luz:]
Celina da Piedade
– voz e acordeão
Filipa Ribeiro –
bateria e coros
Sofia Neide –
contrabaixo
Nilson Dourado –
guitarras, viola caipira
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