O DOBRO

 A criação deste instrumento partiu como uma procura para um violão mais alto - um violão para resistir aos trompetes, saxofones e banjos que dominaram música popular nos anos vinte. George Beauchamp, um guitarrista de Los Angeles, levou a visão dele de um instrumento mecanicamente ampliado a John Dopyera e o seu irmão Rudy, imigrantes da Eslováquia que já tinham patenteado várias melhorias para banjos. John Dopyera aperfeiçoou um desenho que utiliza três cones de alumínio, Rudy sugeriu um corpo de metal para aumentar a amplificação, e o violão de caixa de ressonância de tri-cone nasceu em 1927.

John Dopyera deixou a empresa “National” em 1928 e começou a desenvolver um violão de corpo de madeira mais barato com um único cone e uma base de ponte em forma de teia de aranha. Apresentou a sua nova invenção no final de 1928 sob o nome DOBRO® - uma combinação de Dopyera e Irmãos (Brothers em inglês) o irmãos John, Rudy, Emile, Robert e Louis teriam vários papéis na produção e financiando da companhia.

(o DOBRO® com caixa de contraplacado e ponte em forma de teia de aranha)

A National respondeu com seu próprio violão de um único-cone, com uma base de ponte de encaixe por lamela (biscuit joint). Depois de se terem processado um ao outro, fundiram as empresas em 1932 para formar a “Nacional - Dobro Company”.

(pormenor da ponte de encaixe por lamela na fig à esquerda)

A National não fez nenhum violão de DOBRO® depois da SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, mas vários dos irmãos de Dopyera com os violões de “ponte de ressonância em teia de aranha” reavivaram a marca Original. Sócios familiares formaram em 1967 uma nova empresa e fez violões de “ressonador” sob a marca “Hound Dog” até 1970, quando eles readquiriram o nome de DOBRO® finalmente.

Corpos de contraplacado de três camadas - ácer é standard mas caoba, nogueira e outras madeiras exóticas são usados para instrumentos personalizados, para diversificar o som de DOBRO® original. Aço pintado produz um tom encaracolado, cortante. O bronze de sino cromado emite uma sonoridade mais doce.

(o DOBRO® com caixa de ressonância em bronze de sino)

Neste momento, o DOBRO® é um instrumento muito utilizado em orquestras acústicas porque o seu nível de som é alto o bastante para ser ouvido no meio de outros instrumentos que abafariam um violão tradicional. Com o advento das aparelhagens electrónicas de tratamento e amplificação de som, este instrumento tem vindo a ser cada vez menos utilizado pelas bandas populares vocacionadas para concertos de grande dimensão. Pouco utilizados em Portugal por causa do seu preço, estes instrumentos são normalmente fabricados com uma riqueza de acabamentos pouco vulgar e que pode atingir um fantástico efeito visual.

Composição do Avô Fernando com a graciosa colaboração dos “Estúdios Mokka”.