CANCIONEIRO


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As cantigas aqui incluídas pertencem quase todas ao nosso cancioneiro popular, mas tem algumas que estão registadas na SPA pelos respectivos autores. Devem ter o cuidado de não as usar em actividades que violem esses direitos.

 

 

v   CHIBINHA

 

v   ESTAVA A ASSAR SARDINHAS

 

v   REAL CANINHA

 

v   MENINA TIRA A CHINELA

 

v   FANDANGO DA MINHOTO

 

v   FADO MARAVILHAS

 

v   SERENATA AO LUAR

 

v   VELHAS

 

v   ÓH LAURINDINHA

 

v   CANTIGA DO ALECRIM

 

v   OLIVEIRA DA SERRA

 

v   ÓH ROSA ARREDONDA A SAIA

 

v   ISSO NÃO MARIDINHO

 

v   RIBEIRA VAI CHEIA

 

v   A VIDA DE UM MARINHEIRO

 

v   ABANA CASACA (PICO)

 

·                OLHOS PRETOS

 

·                LIRA

 

·                A MULHER GORDA

 

·                REGADINHO

 

·                OH MEU AMOR QUANDO FORES

 

·                CASAMENTO

 

·                CANTAR BREJEIRO

 

·                CANTIGAS DO MAIO

 

·                BAILE DA D. ESTER

 

·                DAMAS AO MEIO

 

·                FUI-TE VER

 

·                LENGA LENGA

 

·                TINTA VERDE

 

·                FADO DO MALAQUIAS BARBEIRO

 

·                NO CUME DAQUELA SERRA

 

·                ESTA NOITE NÃO SE DORME

 

·                BALHO FURADO

 

·                OS OLHOS DA MARIANITA

 

·                PÉZINHO DO PICO

 

·                TERRAS DE MIRANDA

 

·                ROUXINOL REPICA O CANTI

 

·                SAMARITANA

 

·                TENHO UMA ROCA

 

·                TOURADA

 

·                VIRGININHA

 

·                POSTAL DOS CORREIOS

 

·                JANEIRAS EM S. MIGUEL

 

·                AS MENINAS DA RIBEIRA DO SADO

 

·                FADO DAS SETE LETRAS

 

·                FADO CORRIDO

 

·                CAMPAÍNHAS AMARELAS

 

·                CANINHA VERDE

 

·                LENGA-LENGA

 

·                TOADA DA NAZARÉ

 

·                CHARLATÃO

 

·                ILHA DOS VIDROS

 

·                BARCO VAI DE SAÍDA

 

·                PONDE PONDE PONDE

 

·                STAR OF THE COUNTY DOWN

 

·                FISGA

 

 

 

 

 

 

OLHA A CHIBINHA  (Beira Litoral)

 

Olha a Chibinha, mé, mé, mé

Anda perdida, ninguém sabe de quem é.

 

 

Fugiu do aido

Um dia de manhazinha

Prometi dinheiro às almas

P’ra encontrar minha Chibinha

 

Ouvi barulho

Não sabia de onde vinha

Pensei que era a minha chiba

Era a chiba da Vizinha

 

Pus-me a correr

Com toda a força que tinha

Não consegui agarrar

A minha rica chibinha

 

Já quase rouco

P’ra falar força não tinha

E apanhei uma grande chiba

Em vez da minha chibinha

 

Como castigo

Minha mulher à noitinha

Obrigou-me a dormir

Lá no aido da chibinha

 

Mas certo dia

A minha chiba apareceu

E eu revoltado mandei-a

P’rá pulha que ma vendeu

 

 

ESTAVA A ASSAR SARDINHAS  (popular)

 

Quando eu era pequenino

Minha mãe disse vai vai (bis)

Vai depressa assar sardinhas

Para o jantar do teu pai. (bis)

 

Estava a assar sardinhas

Com o lume a arder

Queimei a pilinha

Sem ninguém saber.

Se fosse outra coisa

Eu não me importava

Mas foi a pilinha

Que eu tanto estimava

 

Menina de saia curta

Eu quero que sejas minha (bis)

Não volto a assar sardinhas

Nem a queimar a pilinha. (bis)

 

Estava a assar sardinhas

Com o lume a arder

Queimei a pilinha

Sem ninguém saber.

Se fosse outra coisa

Eu não me importava

Mas foi a pilinha

Que eu tanto estimava

 

Menina de saia curta

Venha as sardinhas assar (bis)

Eu não queimo a pilinha

Para consigo casar. (bis)

 

Estava a assar sardinhas

Com o lume a arder

Queimei a pilinha

Sem ninguém saber.

Se fosse outra coisa

Eu não me importava

Mas foi a pilinha

Que eu tanto estimava

 

 

REAL CANINHA  (Beira Litoral)

 

Eu fui à barra de Aveiro

Com vento norte nordeste

Ó real caninha

Com vento norte nordeste

Só para ver se alcançava

A filha do contramestre

Ó real caninha

A filha do contramestre

Eu fui à barra de Aveiro

Com vento norte nordeste

 

Eu fui à barra de Aveiro

Com vento norte suão

Ó real caninha

Com vento norte suão

Só para ver se alcançava

A filha do capitão

Ó real caninha

A filha do capitão

Eu fui à barra de Aveiro

Com vento norte suão

 

Eu fui à barra de Aveiro

No meu barquinho à vela

Ó real caninha

No meu barquinho à vela

Só para ver meu amor

Debruçado à janela

Ó real caninha

Debruçado à janela

Eu fui à barra de Aveiro

No meu barquinho à vela

 

Tenho rendas que me rendem

Não quero mais trabalhar

Ó real caninha

Não quero mais trabalhar

Tenho navios na barra

Com janelas para o mar

Ó real caninha

Com janelas para o mar

Tenho rendas que me rendem

Não quero mais trabalhar

 

 

MENINA TIRA A CHINELA (Popular)

 

Menina tira a chinela

Ó rapaz descalça a meia (bis)

 

Vem acender a braseira, ó ai

Dois beijos para a minha ceia (bis-coro)

 

O meu amor me disse hoje

Para a semana falaremos (bis)

 

A semana tem seis dias, ó ai

Eu ainda queria menos (bis-coro)

 

Pinheiro dá-me uma pinha

Ó pinha dá-me um pinhão (bis)

 

Menina dá-me os teus olhos, ó ai

Eu dou-te o meu coração (bis-coro)

 

 

FANDANGO MINHOTO  (Minho)

 

O fandango de uma velha

Fez-me doer a barriga

Já não quero mais fandango

Se não for duma rapariga.

 

Eu gosto muito de pêras

Sendo elas cabaçais

Eu gosto muito das velhas

Mas das novas muito mais.

 

Eu dantes para te ver

Sete janelas abria

Agora p’ra te não ver

Outras sete fecharia

 

Eu gosto muito de ver

As pernas às raparigas

Se são grossas ou delgadas

Se são curtas ou compridas

 

 

FADO MARAVILHAS (Popular)

 

Fui no Domingo a Cacilhas

Mais o Chico maravilhas

Comer uma caldeirada

 

A gente não nada em taco

Mas vai dando p’ró tabaco

E p’ra regar a salada

 

E antes gastá-lo em tacho

Que na farmácia qu’eu acho

Qu’isto é principalmente

 

E p’ro qu’isto é mesmo assim

A gente morre e o pilim

Não vai p’rá cova ca gente

 

Terminada a refeição

Ao entrar na embarcação

Começou a grande espiga

 

O mangas abriu o bico

Pôs-se a mandar vir co Chico

E o Chico arriou a giga

 

E eu p’ra acalmar a tormenta

Inda disse ó Chico aguenta

Mas o mangas insistiu

 

E o Chico sem intenção

Com um ligeiro encontrão

Atirou co tipo ao rio....Ai!!

 

Outro sócio outro meco

Quis-se armar ó malandreco

A gente já’tava quentch

 

Veio p’ra mim desnorteado

Dei-lhe co penteado

Pus-lhe a cuspir dos dentch

 

Outro sócio outra ideia

De cernelha à plateia

Mais outro fui-lhó focinho

 

E o Chico por seu lado

Só p’ra não ficar parado

Aviou quatro sozinho

 

Fez-se uma grande molhada

Desatou tudo à estalada

Eu o Chico no centro

 

Naquela calamidade

Apareceu a autoridade

E meteu-nos todos dentro

 

Eu não tenho vida p’ra isto

De futuro desisto

De me meter noutra alhada

 

Nunca mais vou a cacilhas

Mais o Chico Maravilhas

Comer outra caldeirada

 

 

SERENATA AO LUAR (Trovas à Toa)

 

Ai como a noite é bela

Ai como é belo amar

Junto d’uma janela

Viradinh’ao luar

 

É triste a minha vida

Passo tormentos sem par

Minh’alma está perdida

Vivo só para te amar

 

Ó bela anda à janela

Anda ouvir a serenata

Deixa lá teus aposentos

Dos belos momentos

Que a noite é de prata

 

Anda ouvir as serenata

Ao som do meu violão

Anda vem ver o luar

Ouvir soluçar

O meu coração

 

 

VELHAS (Açores)

 

Meu avô mais minha avó

Isto foi um dia só

Que se houveram de alembrar

 

Gafanhotos, gafanhotas

Gafanhotas, gafanhotos

P'rá relva foram apanhar

 

Diz minha avó p'ró meu avô

Salta lá p'ráquela horta

Se apanhares um gafanhoto

Dou-te a minha gafanhota

 

Meu avô tinha um pomar

E era amigo de dar

Da fruta lha quem a pedia (bis)

 

Uma velha foi-lhe pedir

E ele respondeu-lhe a sorrir

Hei-de ter também p'rá tia

 

Deu-lhe dois maracujás

E um figo de banana

E se a tia quiser mais

Venha cá pará semana

 

Meu avô veio de longe

E trouxe um casal de pombos

Com o sentido de os criar (bis)

 

Minha avó ai que não queria

Deram em pancadaria

Tiveram que os apartar

 

Assisti a tudo isto

E vi como se passou

Minha avó ficou com o pombo

E deu a pomba ao meu avô

 

Namorei-me com uma velha

Uma vez lá na cidade

Junto à ribeira do testo (bis)

 

No dia do casamento

Em vez de a levar p'rá cama

Meti-a dentro de um cesto

 

Ai o diabo da velha

Que toda a noite se riu

Ao chegar onde chegou

E ao ver um que nunca viu

 

Uma velha cagarola

Queria ser mestre escola

Mas não tinha entendimento (bis)

 

Como era fraca da bola

Foi mijar na caçarola

Onde tinha o fermento

 

Sai-te velha do diabo

Que isto já passa de graça

Já mijaste no fermento

Ainda cagas na massa

 

Uma velha, duas velhas

Duas velhas e três velhas

A mijar p'ra um garrafão (bis)

 

Dizem umas para as outras

Dizem umas para as outras

Temos vinho p'ra todo o verão

 

Ai o diabo das velhas

Que se houveram de alembrar

À volta de um garrafão

Todas juntas a esguichar.

 

 

ÓH LAURINDINHA (Trás-os-Montes)

 

Óh Laurindinha vem á janela (bis)

 

Ver o teu amor ai, ai, ai

 

Que ele vai p’rá guerra

 

Ver o teu amor ai, ai, ai

 

Que ele vai p’rá guerra

 

 

Ele vai p’rá guerra, deixai-o ir (bis)

Ele é rapaz novo ai, ai, ai

Ele torna a vir ai, ai, ai

Ele é rapaz novo ai, ai, ai

Ele torna a vir

 

 

Ele torna a vir se Deus quiser (bis)

Ainda vem a tempo ai, ai, ai

De arranjar mulher ai, ai, ai

Ainda vem a tempo ai, ai, ai

De arranjar mulher

 

 

Ele torna a vir,, virá ou não (bis)

Ó Laurindinha ai, ai, ai

Dá-me a tua mão ai, ai, ai

Ó Laurindinha ai, ai, ai

Dá-me a tua mão

 

 

CANTIGA DO ALECRIM  (Popular)

 

Alecrim, alecrim doirado

Que nasces no monte sem ser semeado (bis)

 

AI MEU AMOR, QUEM TE DISSE A TI

QUE A F(E)LOR DO MONTE ERA O ALECRIM (bis)

 

Alecrim, alecrim aos molhos,

Por causa de ti choram os meus olhos.(bis)

 

Alecrim, alecrim querido.

Que vives no monte quase esquecido(bis)

 

Alecrim, alecrim a arder,

O teu fumo é santo, junto a Deus vai Ter (bis)

 

 

OLIVEIRA DA SERRA  (popular)

 

Oh oliveira da serra

O vento leva a flor (bis)

Ó-I-Ó-AI, SÓ A MIM NINGUÉM ME LEVA,

Ó-I-Ó-AI PARA O PÉ DO MEU AMOR! (bis)

Oh oliveira da serra

O vento leva a ramada (bis)

Ó-I-Ó-AI, SÓ A MIM NINGUÉM ME LEVA,

Ó-I-Ó-AI, PARA O PÉ DA MINHA AMADA (bis)

 

 

ÓH ROSA ARREDONDA A SAIA  (infantil)

 

 

Óh Rosa, arredonda a saia,

Óh Rosa arredonda bem !

Óh Rosa arredonda a saia,

Olha a roda que ela tem !

 

Olha a roda que ela tem,

Olha a roda que ela tinha !

Óh Rosa arredonda a saia

Que fique bem direitinha.

 

 

ISSO NÃO MARIDINHO  (popular)

 

Ó mulher, eu compro-te umas luvas !(bis)

Isso não, maridinho, que eu não sou mulher de uvas !

 

COMPRA-ME UM LITRO DE VINHO,

ÁGUA FRIA FAZ-ME MAL,

ISSO SIM, MARIDINHO (bis)

 

Ó mulher eu compro-te umas “chancas”!(bis)

Isso não maridinho, que me faz as pernas mancas!

 

Ó mulher, eu compro-te umas meias !(bis)

Isso não, maridinho, que me põe as pernas feias !

 

Ó mulher, eu compro-te uma saia !(bis)

Isso não, maridinho, que eu não sou mulher da praia !

 

Ó mulher, eu compro-te um burrinho !(bis)

Isso sim, maridinho, pois de um lado leva o pão

Do outro lado leva o vinho e eu também vou no burrinho

 

 

RIBEIRA VAI CHEIA  (Popular)

 

Ribeira vai cheia

E o barco não anda,

Tenho o meu amor

Lá da outra banda!

 

Lá da outra banda

E eu cá deste lado,

Ribeira vai cheia

E o barco parado!

 

Se eu tivesse amores

Que me têm dado,

Tinha a casa cheia

Até ao telhado!

 

Amores, amores,

Amores, só um;

E o melhor de tudo

É não ter nenhum!

 

 

A VIDA DE UM MARINHEIRO  (Beira Litoral)

 

A vida de um marinheiro

É uma vida amargurada

Vai marinheiro vai vai

Vai buscar a tua amada.

 

Vai buscar a tua amada

Vai buscar a Laurindinha

Vai marinheiro vai vai

Ela é tua não é minha.

 

Ela é tua não é minha

Não será tua mulher

Vai marinheiro vai vai

Será de quem ela quer.

 

Instrumental

 

À sombrinha do navio

À sombrinha do vapor

Vai marinheiro vai vai

Vai buscar o teu amor.

 

Vai buscar o teu amor

Vai buscar a Laurindinha

Vai marinheiro vai vai

Ela é tua não é minha

 

Ela é tua não é minha

Não será tua mulher

Vai marinheiro vai vai

Será de quem ela quer.

 

Instrumental

 

Vai marinheiro vai vai

Vai à pesca da sardinha

Vai marinheiro vai vai

Vai buscar a Laurindinha.

 

Vai buscar a Laurindinha

Vai marinheiro vai vai

Ela é tua não é minha

Ela é filha de seu pai.

 

Ela é filha de seu pai

Não será tua mulher

Vai marinheiro vai vai

Será de quem ela quer.

 

Instrumental

 

 

OLHOS PRETOS (Açores)

 

Olhos pretos são gentios,

São gentios, são gentios da Guiné.

Ai da Guiné, por serem negros,

Da Guiné por serem negros, gentios por não ter fé.

 

Olhos pretos, cheios de ardor,

Ai quanto amor, diz à gente com o olhar.

Ai olhos pretos, do meu encanto,

Ai quanto pranto tu fizeste derramar.

 

Eu amei dois olhos pretos,

Que me foram, que me foram dois traidores.

Quem diz que é firme, que o preto é firme,

Ai quem diz que o preto é firme, entende pouco de amores.

 

Olhos pretos são cativos,

São cativos do império brasileiro.

Não há paixão ai, ai como a última,

Não há paixão como a última, nem amor como o primeiro.

 

 

LIRA (Açores)

 

Morte que mataste Lira,

Morte que mataste Lira,

Morte que mataste Lira,

Mata-me a mim, que sou teu!

 

Morte que mataste Lira,

Mata-me a mim, que sou teu

Mata-me com os mesmos ferros

Com que a Lira morreu

 

A lira por ser ingrata

Tiranamente morreu

A morte a mim não me mata

Firme e constante sou eu

 

Veio um pastor lá da serra

À minha porta bateu

Veio me dar por notícia

Que a minha Lira morreu

 

 

A MULHER GORDA (Tunas)

 

A mulher gorda

A mim não me convém

Eu não quero andar na rua

Com as banhas de ninguém.

 

A mulher magra

A mim não me convém

Eu não quero andar na rua

Com o esqueleto de ninguém.

 

Refrão:

Ai...ai...ai...ai...

Eu gosto dessa mulher

Quero tê-la ao pé de mim

Beijá-la quando quiser.

 

A mulher alta

A mim não me convém

Eu não quero andar na rua

Com o escadote de ninguém

 

A mulher baixa

A mim não me convém

Eu não quero andar na rua

Com a muleta de ninguém.

 

Refrão

Ai...ai...ai...ai...

Eu gosto dessa mulher

Quero tê-la ao pé de mim

Beijá-la quando quiser.

 

 

A mulher bela

A mim não me convém

Eu não quero andar na rua

Com o retrato de ninguém.

 

A mulher feia

A mim não me convém

Eu não quero andar na rua

Com a careta de ninguém.

 

Refrão

Ai...ai...ai...ai...

Eu gosto dessa mulher

Quero tê-la ao pé de mim

Beijá-la quando quiser.

 

 

A mulher nova

A mim não me convém

Eu não quero andar na rua

Com a creche de ninguém.

 

A mulher velha

A mim não me convém

Eu não quero andar na rua

Com o asilo de ninguém.

 

A mulher do Mickey

A mim não me convém

Eu não quero andar na rua

Com a rata de ninguém

 

 

REGADINHO (Terras de Santa Maria)

 

Água leva o regadinho

Água leva o regador

Enquanto rega e não rega

Vou falar ao meu amor (bis)

 

Água leva o regadinho

Pela minha porta acima

Enquanto rega e não rega

Vou falar à minha prima (bis)

 

Água leva o regadinho

Pela minha porta abaixo

Escorreguei e caí

Quebrei o fundo ao tacho (bis)

 

Água leva o regadinho

Rega o campo e rega a rua

O meu amor rega bem

Porque a água é toda tua (bis)

 

Água leva o regadinho

Água leva o bem regar

Enquanto rega e não rega

Ao meu amor vou falar (bis)

 

 

OH MEU AMOR SE TU FORES (Manhouce)

 

Oh meu amor se tu fores, Ai

Deixa-me a quem hei-de amar.

Ai, ai, ai, não te deixo a ninguém

Ai, ai, ai, eu vou mas hei-de voltar.

 

 

Oh meu amor a quem deste, Ai

O teu lenço às pintinhas.

Ai, ai, ai, diz-me com quem repartiste

Ai, ai, ai, a amizade que me tinhas.

 

 

Oh meu cravinho vermelho, Ai

Salpicado da botica.

Ai, ai, ai, adeus que me vou embora

Ai, ai, ai, meu coração cá te fica

 

 

Oh meu amor se tu fores, Ai

dá um tiro na Portela.

Ai, ai, ai, para que as moças saibam

Ai, ai, ai, que vai o bom desta terra.

 

 

CASAMENTO  (Rio Grande)

 

Era quase meio-dia, a noiva está a chegar,

O padre com bonomia, faz sinal à galeria:

A função vai começar

 

O povo pôs-se em sentido, nós à frente lado a lado,

Estava tudo bem vestido, ela de branco e comprido,

E ele com um fato riscado,

 

O sermão chegou ao fim, alianças com o nome,

Quando gastou o latim, dissemos os dois que sim,

Já estava tudo com fome.

 

Nos retratos com fogacho, à saída da igreja,

Os chegados mais em baixo, os outros ficam em cacho,

Isto tudo salvo seja.

 

Está na hora do cortejo, também tem os seus preceitos,

As mulheres mandam um beijo, os homens lembram desejo,

Todos atiram confeitos,

 

Com ervas que nem eu sei, os comeres são temperados,

Parece a mesa de um rei, e antes que vinho almarei,

Canta-se aos recém-casados

 

 

ABANA (ILHA DO PICO - Açores))

 

 

ABANA CASACA ABANA

ABANA TORNA A ABANAR

QUEM TEM A CASACA ABANA

QUEM A NÃO TEM VAI COMPRAR.

 

ABANA CASACA ABANA

ABANA TORNA A ABANAR

QUEM TEM A CASACA ABANA

QUEM A NÃO TEM VAI COMPRAR.

 

ABANA CASACA ABANA,

ABANA NÃO TENHAS DÓ

EU TENHO SETE CASACAS

TODAS FEITAS DE FILÓ.

 

 

ABANA CASACA ABANA

ABANA TORNA A ABANAR

QUEM TEM A CASACA ABANA

QUEM A NÃO TEM VAI COMPRAR.

 

ABANA CASACA ABANA

ABANA TORNA A ABANAR

QUEM TEM A CASACA ABANA

QUEM A NÃO TEM VAI COMPRAR.

 

QUER P’RA TRÁS QUER P’RA DIANTE

HEI-DE TE FAZER ANDAR

AS SOLINHAS DOS SAPATOS

HEI-DE T’AS FAZER GASTAR

 

 

ABANA CASACA ABANA

ABANA TORNA A ABANAR

QUEM TEM A CASACA ABANA

QUEM A NÃO TEM VAI COMPRAR.

 

ABANA CASACA ABANA

ABANA TORNA A ABANAR

QUEM TEM A CASACA ABANA

QUEM A NÃO TEM VAI COMPRAR.

 

RUA ABAIXO RUA ACIMA

NÃO SEI QUANTAS RUAS SÃO.

TUDO SÃO CRAVOS E ROSAS

PLANTADOS NA MINHA MÃO.

 

 

CANTAR BREJEIRO  (Pedro Barroso)

 

Passei de largo para ver se não te via

Se me esquecia do teu doce bamboleio

Mas por má sorte caminhaste para mim

Olhos gulosos e assim

Com o vento a colar teu seio

 

 

Olha a perninha, a perninha da menina

Olha a perninha, a perninha a dar a dar

Cabeça não tem juízo e a perna é que vai pagar

Cabeça não tem juízo e a perna é que vai pagar

 

 

Amor de verão que foi no tempo das colheitas

E o teu perfume tinha a naturalidade

De quem descansa dos trabalhos e maleitas

Nos derriços mais gostosos de uma breve mocidade

 

 

Olha a perninha, a perninha da menina

Olha a perninha, a perninha a dar a dar

Cabeça não tem juízo e a perna é que vai pagar

Cabeça não tem juízo e a perna é que vai pagar

 

 

Mas da seara cortada fez-se farinha

Dessa farinha com fermento fiz o pão

Ficou-me ao peito essa trigueira rainha

Que me roubou alegria ao meu canto e coração

 

 

Olha a perninha, a perninha da menina

Olha a perninha, a perninha a dar a dar

Cabeça não tem juízo e a perna é que vai pagar

Cabeça não tem juízo e a perna é que vai pagar

 

 

CANTIGAS DO MAIO (José Afonso)

 

Em    G    

Eu fui ver a minha amada

h7    Em   

lá prós lados dum jardim

G     h7   

dei-lhe uma rosa encarnada

Em   

para se lembrar de mim 

 

Eu fui ver o meu benzinho

lá prós lados dum paçal

dei-lhe o meu lenço de linho

que é do mais fino bragal

 

Em   

Minha mãe quando eu morrer

h7    Em   

ai chore por quem muito amargou

para então dizer ao mundo

 

h7    Em   

ai Deus mo deu ai Deus mo levou

 

Eu fui ver uma donzela

numa barquinha a dormir

dei-lhe uma colcha de seda

para nela se cobrir

 

Eu fui ver uma solteira

numa salinha a fiar

dei-lhe uma rosa vermelha

para de mim se encantar

 

Minha mãe quando eu morrer ...

 

Eu fui ver a minha amada

lä nos campos eu fui ver

dei-lhe uma rosa encarnada

para de mim se prender

 

Verdes prados verdes campos

onde está minha paixão

as andorinhas não param

umas voltam outras não

 

Minha mãe quando eu morrer..

 

 

O BAILE DA D. ESTER  (António Mafra)

 

Sol

NO BAILE DA D. ESTER

                     

FEITO A SEMANA PASSADA,

                      

FORAM DAR COM O CHOFER

                      Sol

A DANÇAR COM A CRIADA

Sol

DIZIA-LHE ELA BAIXINHO:

     Sol7ª           

-NA PRIZE ÉS BESTIAL

 

                    Sol

ERAM PR’AÍ SETE E PICO

                      Sol

OITO E COISA NOVE E TAL

 

 

 

Sol

CHEGANDO A ALTURA DA VALSA

Sol                

E EXIBIU-SE O OSÓRIO

                        

DE REPENTE CAI-LHE A CALÇA,

                          Sol

REBENTOU-LHE O SUSPENSÓRIO

Sol                

AFLITO C’OA MÃO NA CINTA

 Sol7ª              

PERANTE O RISO GERAL

 

 

                     Sol

ERAM PR’AÍ SETE E PICO

                       Sol

OITO E COISA NOVE E TAL

 

 

 

Sol

A D. INÊS SEQUIOSA,

Sol                 

NÃO RESISTIU AO UISQUE

                      

E P’RA SE TORNAR FAMOSA

                       Sol

QUIS IR DANÇAR O TWISTE

Sol

AO DAR UM JEITO PARTIU-SE

  Sol7ª          

A COLUNA VERTEBRAL

 

                     Sol

ERAM PR’AÍ SETE E PICO

                      Sol

OITO E COISA NOVE E TAL

 

 

 

Sol

O D. JOSÉ DE VICENTE

                        

QUE É DE S. PEDRO DA COVA.

                             

P’RA MOSTRAR QU’INDA É VALENTE,

                       Sol

FOI DANÇAR A BOSSA NOVA

Sol

ESCORREGOU NO SOALHO,

 Sol7ª                 

CAIU, FOI P’RÓ HOSPITAL

 

                    Sol

ERAM PR’AÍ SETE E PICO

                      Sol

OITO E COISA NOVE E TAL

 

 

 

Sol

QUANDO O SERVIÇO ABUNDANTE

Sol                

NO BAILE SE INICIOU.

                     

O D. GRILO NUM INSTANTE,

                Sol

A ALFACE DEVOROU.

Sol

DIZ-LHE A LOCAS AO OUVIDO:

Sol7ª            

-PARECES UM ANIMAL

 

                   Sol

ERAM PR’AÍ SETE E PICO

                      Sol

OITO E COISA NOVE E TAL

 

 

 

Sol

FALTOU A LUZ E GEROU-SE

Sol              

A CONFUSÃO NATURAL.

                   

E A LOCAS ENCONTROU-SE

                     Sol

NOS BRAÇOS DO AMARAL.

Sol

LOGO ESTA GRITA AFLITA:

Sol7ª                 

-AI ACENDAM O CASTIÇAL.

 

                    Sol

ERAM PR’AÍ SETE E PICO

                      Sol

OITO E COISA NOVE E TAL

 

 

VÃO AS DAMAS PARA O MEIO (Douro Litoral)

 

Lá<

Vão as damas para o meio

 

Lá<    Sol7ª       Dó>

Também vão os cidadões

 

Lá<

Vão as damas para o meio

 

Lá<    Sol7ª       Dó>

Também vão os cidadões

 

Dó>                     Mi>

Já não há quem queira amar

 

Mi>               Lá<

Estes nossos corações

 

Lá<                     Mi>

Já não há quem queira amar

 

Mi>               Lá<

Estes nossos corações

 

 

FUI-TE VER “TAVAS LAVANDO

 

Fui-te ver estavas lavando

fui-te ver estavas lavando

no rio sem assabão

lavas com águas de rosas

lavas com águas de rosas

fica-te cheiro na mão

Ficou-te o cheiro na mão

ficou-te o cheiro na mão

ficou-te o cheiro no fato

se eu morrer e tu ficares

se eu morrer e tu ficares

adorna o meu retrato

Adorna o meu retrato

adorna o meu retrato

adorna meu coração

fui te ver estavas lavando

fui te ver estavas lavando

no rio sem [as]sabão

 

 

LENGA-LENGA  (Trás-os-Montes)

 

Tinha vinte e quatro freiras

Mandei-as fazer um doce

deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas

não ficaram senão doze

Dessas doze que ficaram

mandei-as vestir de bronze

deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas

não ficaram senão onze

dessas onze que ficaram

mandei-as lavar os pés

deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas

não ficaram senão dez

dessas dez que me ficaram

mandei-as pró dezanove

deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas

não ficaram senão nove

dessas nove que ficaram

mandei-as comer biscoito

deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas

não ficaram senão oito

dessas oito que ficaram

tiveram de ir à retrete

deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas

não ficaram senão sete

dessas sete que me ficaram

mandei-as cantar os reis

deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas

não ficaram senão seis

dessas seis que me ficaram

pendurei-as por um brinco

deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas

não ficaram senão cinco

dessas cinco que ficaram

mandei-as mascar tabaco

deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas

não ficaram senão quatro

dessas quatro que ficaram

mandei-as lá outra vez

deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas

não ficaram senão três

dessas três que me ficaram

mandei-as calçar as luvas

deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas

não ficaram senão duas

dessas duas que ficaram

mandei-as comer pirua

deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas

não ficaram senão uma

Tinha vinte e quatro freiras

fi-las andar na poeira

elas morreram-me todas

com uma grande borracheira

 

 

TINTA VERDE DOS TEUS OLHOS (Vitorino)

 

Tinta verde dos teus olhos

Escreve torto no meu peito

Amores tenho eu aos molhos

Se pr’ó teu me faltar jeito

Amores tenho eu aos molhos

Se pr’ó teu me faltar jeito

Tinta verde dos teus olhos

Escreve torto no meu peito

No meu peito, escreve torto

Na minh’alma a dar a dar,

Nunca mais eu chego ao Porto,

Se lá for por este andar

Nunca mais eu chego ao Porto,

Se lá for por este andar

No meu peito, escreve torto

Na minh’alma a dar a dar,

Nunca mais eu chego ao Porto,

Ao porto de Matosinhos

A luz verde dos teus olhos

Estão cá outros mais escurinhos.

 

 

MAFARRICAS

 

Estavam todas juntas

Quatrocentas bruxas

À espera À espera

À espera da lua cheia

Estavam todas juntas

Veio um chibo velho

Dançar no adro

Alguém morreu

Arlindo coveiro

Com a tua marreca

Leva-me primeiro

Para a cova aberta

Arlindo Arlindo

Bailador das fadas

Vai ao pé coxinho

Cava-me a morada

Arlindo coveiro

Cava-me a morada

Fecha-me o jazigo

Quero campa rasa

Arlindo Arlindo

Bailador das fadas

Vai ao pé coxinho

Cava-me a morada

 

 

O FADO DO MALAQUIAS BARBEIRO (Trovas à Toa)

 

               

Houve grande confusão

              

no Malaquias barbeiro

                Dó7ª

Foi à feira de Azeitão

Dó7ª              

para comprar um carneiro

Escolheu um a seu jeito

                

Com as patinhas malhadas,

                    Dó7ª

Mas tinha um grande defeito,

Dó7ª                

que era andar às cabeçadas.

Malaquias já contente,

           

E cheio de alegria,

                Dó7ª

Onde foi pôr o carneiro

Dó7ª           

Dentro da barbearia.

 

Instrumental...

O bicho andava mansinho,

 

Mas um pouco desconfiado.

 

Vendo ao espelho o seu focinho

 

Ficou muito admirado.

Olhou o reflexo de frente.

 

E recuou quatro passos.

 

Foi-se ao espelho de repente

 

E desfê-lo em pedaços.

Malaquias num birote,

 

Apanhou os cacos pr’ó lixo

 

E foi buscar um serrote

 

Serrou os cornos ó bicho

A mulher do Malaquias

 

Oh homem, valha-te Deus

 

Será que tu gostarias

 

Que te serrassem os teus.

 

Instrumental...

 

 

NO CUME DAQUELA SERRA

 

No cume daquela serra

Eu plantei uma roseira

Quanto mais as rosas nascem

Quanto mais o cume cheira

 

Quando cai a chuva fria

Salpicos no cume caem

A chuva no cume molha

Os bichos do cume saem

 

Quando cai a chuva grossa

A água do cume desce

O orvalho do cume brilha

A mata do cume cresce

 

E depois que a chuva cessa

Ao cume volta alegria

Pois volta a brilhar depressa

O sol que no cume ardia

 

E à hora crepuscular

Tudo no cume escurece

Morcegos do cume saem

Tudo no cume arrefece

 

 

ESTA NOITE NÃO SE DORME (Janeiras – Terras de Santa Maria)

 

Solo dos violinos (1 volta)...

 

Dó>               Sol 7ª

Esta noite não se dorme,

Sol 7ª            Dó>

Vimos cantar as Janeiras.

 

Dó>7ª    Fá>              Dó>

Cheira a cravos, cheira a rosas,

Dó>   Sol 7ª           Dó>

Cheira a flôr das laranjeiras.

 

 

Aqui mora gente honrada,

Em casa do lavrador

 

Que tem a mulher bonita,

E a filha que é uma flor.

 

Solo dos violinos (1 volta)...

 

Aqui vimos aqui estamos,

Cantando à luz da candeia.

 

A mulher do lavrador,

Vai-nos convidar p'ra ceia.

 

 

Oh que linda estrela vinha,

D'além dos lados do norte.

 

Aos senhores desta casa,

Que lhes deia boa sorte.

 

Solo dos violinos (1 volta)...

 

 

O BALHO FURADO (Povoação – S. Miguel – Açores)

 

..........solo..........

Minha avó quando nasceu, eu já tinha três semanas

Já vinha da povoação c'um saquinho de castanhas

 

Esta noite fui ó balho, mai'la minha rapariga

Eu dei-lhe um beijo na testa, e um beliscão na barriga.

 

..........solo..........

Minha mãe quando nasceu, eu já ia em S. Vicente

Ainda assim está teimosa, que nasceu à minha frente.

 

Oh que linda rosa esta, que tenho ao pé de mim

P'lo cheirinho que ela deita, veio agora do jardim

 

..........solo..........

Minha avó quando morreu, deixou-me uma deixa-deixa

É uma caixa tão velha, que já não abre nem fecha

 

O balho da Povoação, é um balho campanudo

Eu vejo a Povoação, pela beira do canudo

 

..........solo..........

Parou.

..........solo..........  /  ..........solo..........

 

 

OLHOS DA MARIANITA

 

Os olhos da Marianita

São verdes da cor do limão

Os olhos da Marianita

São verdes da cor do limão

 

Ai sim, Marianita, ai sim

Ai não, Marianita, ai não

Ai sim, Marianita, ai sim

Ai não, Marianita, ai não

 

Os olhos da Marianita

São negros cor do carvão

Os olhos da Marianita

São negros cor do carvão

 

Ai sim, Marianita, ai sim

Ai não, Marianita, ai não

Ai sim, Marianita, ai sim

Ai não, Marianita, ai não

 

Os olhos da Marianita

Tenho-os eu aqui na mão

Os olhos da Marianita

Tenho-os eu aqui na mão

 

Ai sim, Marianita, ai sim

Ai não, Marianita, ai não

Ai sim, Marianita, ai sim

Ai não, Marianita, ai não

 

 

PÉZINHO DO PICO  (S. João – Lajes do Pico – Açores)

 

Eu fui ao Pico, piquei-me,

Ai sim piquei-me, piquei-me lá num silvado. [Bis]

Nunca mais eu vou ao Pico,

Ai sim o Pico, sem o Pico ser podado. [Bis]

Eu fui ao Pico, piquei-me,

Ai sim piquei-me, piquei-me lá num picão.

O pico nasce da silva,

Nasce da silva e a silva nasce do chão.

Ó meu amor nada, nada,

Ó meu amor nada, nada, nada não.

Nada trago em meu peito,

Ai em meu peito, de que te faça quinhão.

Ponha aqui o seu pézinho,

Ai ponha aqui, ponha aqui, que não faz mal.

Que esta moda do pézinho,

Ai foi do Pico, foi do Pico pr´ó Faial.

 

 

IN: "MÚSICA TRADICIONAL, VOL 6- TERRAS DE MIRANDA";

 

Indo you pa la mi(e) (a)rada

atras de ias mies chabacas,

 

cun ei chin-dilin-glin-dina

cun ei chin-dilin-glan-daba

cun ei chin-dilin-glin-dina

se m(e) olvidou la guilhada

you virei atras pur eilha

i achei la puerta fechada...

 

cun ei chin-guilin-glin-dina

cun ei chin-dilin-glan-daba

Que yes aquelho mujeri

que (e)sta d(e)ba'la nuestra cama

cun ei chin-guilin-glin-dina

cun ei chin-guilin-glan-daba

cun ei chin-guilin-glin-dina

se m(e) olvidou la guilhada.

 

i (y)es l'gato d'l cunventu

que ven pa la nuestra gata...

 

Trai la (e)scupeta mujeri

qu(e) l'hei dar uma (e)scupetada...

 

Não haças* isso marido

que desconjuntas la cama...

Qui(e)n t(e) agarrara mujeri

n(a) aqueilha sierra granada...

 

con tres carros de lheinha

outros tres de retrama...

i un airico castelhano

que atiçara bien la chama...

 

umas tanazes de tres ganchos

para revolver las brasas...

Qui(e)n t(e) agarrara marido

no meiu d(e) aqueilha sala...

 

cun las pernas amarilhas

i la cor demudada...

los claristas a la puerta

salga meu maridu salga...

i you pur tras lhurando

nin que fuera d(e) mala gana...

(Mirandés-português-castelhano)

 

 

ROUXINOL REPICA O CANTI  (Alentejo)

 

Rouxinol repica o canti

e ao passar à passadeira

nunca mais voltes a Beja

o-aiii

sem passar à Vidigueira

Sem passar à Vidigueira

sem ir beber ao Falcante

e ao passar à passadeira

o-aiii

rouxinol repica o canti

Eu gosto muito de ouvir

cantar a quem aprendeu

se houvera quem me ensinara

o-aiii

quem aprendia era eu

 

 

SAMARITANA  (Fado de Coimbra)

 

Dos amores do redentor

não reza a história sagrada

mas diz uma lenda encantada

que o bom Jesus sofreu de amor.

 

Sofreu consigo e calou

sua paixão divinal

assim como qualquer mortal

um dia de amor palpitou.

 [Refrão]

 

Samaritana plebeia de Sicá

Alguém espreitando te viu Jesus beijar

De tarde quando foste encontrá-lo só

Morto de sede junto à fonte de Jacob.

 

E tu risonha acolheste

o beijo que te encantou

Serena, empalideceste

e Jesus Cristo corou

 

Corou por ver quanta luz

irradiava da tua fronte

Quando disseste ò bom Jesus

-'Que bem eu fiz, Senhor, em vir à fonte.'

 

[Refrão]

 

 

TENHO UMA ROCA (Trás-os Montes)

 

Tenho uma roca de pau de figueira

Diz a minha mãe que não sou fiandeira

Diz meu pai Casar, casar

Diz a minha mãe que não tem que me dar

Diz meu pai que me dá uma cabra

Diz minha mãe que a danada é brava

Diz meu pai: -Nós a amansaremos

Tenho um tear de madeira de pinho

Não é de estopa nem de linho

Diz meu pai Casar, casar

Diz minha mãe que não tenho enxoval

Diz meu pai Que me dá uma leira

Diz minha mãe que não sou lavradeira

Diz meu pai: -Nós a amanharemos

Tenho dois cudos de ferro coado

Diz a minha mãe não os dês de fiado

Diz meu pai Casar, casar

Diz minha mãe que não tenho lençóis

Diz meu pai Que mos compra depois

Diz minha mãe que depois já é tarde

Diz meu pai: -Nós a esconderemos

 

Toca gaiteiro que nós dançaremos

 

 

TOURADA  (Alma Popular – Terceira – Açores)

 

Ei Zé!  -Olá António, tas bom?

Olha eu que magrinho,

Viste aquela tourada na Vila Nova

Eu cá gostei bastante

Porra, sabes lá.

Tava ali na tasca do Manel a comer uma febrazinha, um luxo.

E eu, tava ali a beber uma sangriazinha, o touro veio e varreu tudo.

Eh? Foi! – Oh homem, atão conta lá à gente. – Vou-te contar.

 

Dizem Josés e Antónios

Do mais velho ao mais moderno

Afirmam natos campónios

Que os touros duros e feros

Pareciam quatro demónios.

Das profundas do inferno.

 

O 71 abriu a corrida da Vitura

Quando brava assaíu,

Tremeu toda a criatura,

Quem sabe ver touros viu,

A sua enorme galadura.

 

O 80 suplantou

a corrida em que deu prova

Da bravura que mostrou,

Fez gemer mortos na cova,

Por nada não rebentou,

Com tudo na Vila Nova.

 

O 81 depois

fez pasmar os visitantes

Não lhe abriam guarda-sois

Os toureiros importantes,

Foi igual aos outros dois,

Que tinham saído antes.

 

97 fechou

a corrida desse dia

Quando na rua se achou

De raiva tudo tremia

Limpou tudo o que encontrou.

Ser mais bravo não podia

 

Quem tinha as pernas curtas,

Viu as almas por um canudo

Ninguém parava nas portas

Do mais grado ao mais miúdo

por balcões, portões e botas,

O touro varria tudo.

 

Quando na corrida vinha

Sabe quem touros conheça

E até não houve capinha

Que na frente lhe apareça

Parece que o touro tinha

Sete diabos na cabeça.

 

E assim as quatro roices

Correram dessa maneira,

Como esta várias vezes

Nos caminhos da Terceira,

Provaram aos Portugueses,

Que são touros de primeira

 

Ei Zé, aquilo é que foi uma tourada.

Lá isso é que foi

Eu cá gostei bastante  - filha da mãe.

Vais a casa da avó agora?

É já? – É ontem, tou lá caído já.

Atão xau e até logo.

Adeus e pronto

 

QUE SÃO TOUROS DE PRIMEIRA.

 

 

VIRGININHA  (Minho)

 

ACERCA-TE Ó VIRGININHA

NÃO DESPREZES TEU VIZINHO

EU VENHO PENSANDO HÁ DIAS

QUE É TRISTE VIVER SÓZINHO

 

QUE É TRISTE VIVER SÓZINHO

SE FOR DA TUA VONTADE

FAZEMOS UM ARRANJINHO

 

DIGA O QUE QUER SENHOR MOKKA

AI TALVEZ QUEIRA CASAR

QUE UM HOMEM DA SUA IDADE

JÁ POUCO PODE ARRANJAR

ORA DIGA AS CONDIÇÕES

PARA SE PODER FALAR

 

HÁ DIAS VI-TE PASSAR

NOVA ESPERANÇA ME NASCEU

 

 

AI NOVA ESPERANÇA ME NASCEU

SE ACEITARES O MEU PEDIDO

CHAMARÁS A TUDO TEU.

 

VÁ-SE EMBORA C’OS DIABOS

DEIXE-ME NO MEU SOSSEGO.

PODE-ME LADRAR DE LONGE

CÃO QUE LADRA NÃO FAZ MEDO

QUANDO ARRANJAR UMA QUINTA

HEI-DE LHE DAR UM EMPREGO.

 

ESCUTA-ME Ó VIRGININHA

EU QUE SOU O TEU AMIGO

MAS NÃO COMPRES QUINTA ALGUMA

REPARA P’RÓ QUE EU TE DIGO

 

REPARA P’RÓ QUE EU TE DIGO

ANTES ME FAÇAS FEITOR

AI DA QUE TU TRAZES CONTIGO.

 

DAVA O POR MAL EMPREGADO

O FRUTO DA MINHA QUINTA

QUER-SE MAIS BEM CULTIVADO.

DEUS ME NÃO DÊ POR CASTIGO

UM FEITOR TÃO ACABADO.

 

TENHO CALOR TENHO FORÇA

INDA BRINCAR ME APETECE

NÃO ME ACHAVAS ENCOLHIDO

SE EM TUA CAMA EU ESTIVESSE

 

AI SE EM TUA CAMA EU ESTIVESSE

HAVIAS DE VER O VELHO

SE EU AGARRAR-TE PUDESSE.

 

JÁ QUE NINGUÉM CALA O VELHO,

TÁ CHEIO DE SE GABAR.

JÁ TEM CORCOVAS NAS COSTAS

AS BARBAS A DESMAIAR

NÃO HOUVE CANTAR O CUCO

SE O INVERNO APERTAR.

 

AI TU DIZES QUE EU NÃO POSSO

MAS HEI-DE TE DAR A PROVA

TU HÁS-DE MORRER PRIMEIRO

EU HEI-DE IR LEVAR-TE À COVA

 

EU HEI-DE IR LEVAR-TE À COVA

E TENDO CALOR P’RÓ INVERNO

INDA FAÇO GENTE NOVA.

 

OH, BRILHANTE SOCIEDADE

MINHA VENTURA FOI POUCA

VIRGININHA FOI-SE EMBORA

FIQUEI COM ÁGUA NA BOCA

 

FIQUEI COM ÁGUA NA BOCA

OH, BRILHANTE SOCIEDADE

MINHA VENTURA FOI POUCA

 

 

POSTAL DOS CORREIOS  (Rio Grande)

 

Querida mãe, querido pai então que tal,

Nós aqui vamos do jeito que Deus quer,

Pelos dias que passam menos mal,

Lá vem um que nos dá mais que fazer.

 

Mas falemos de coisas bem melhores,

A Laurinda faz vestidos por medida,

O rapaz estuda nos computadores,

Dizem que é um emprego com saída.

 

Cá chegou direitinha a encomenda,

No expresso que parou na piedade,

Pão de milho e linguiça p’rá merenda,

Sempre dá para enganar a saudade.

 

Espero que não demorem a mandar,

Novidades na volta do correio,

A ribeira corre bem ou vai secar?

Como vão as oliveiras em candeio?

 

Já não tenho mais assunto p’ra escrever,

Cumprimentos ao nosso pessoal,

Um abraço deste que tanto vos quer,

Sou capaz de ir aí pelo Natal.

Um abraço deste que tanto vos quer,

Sou capaz de ir aí pelo Natal.

 

 

QUANDO O MENINO NASCEU  (Janeiras de S. Miguel – Açores)

 

Quando o menino nasceu quando o menino nasceu

P’ra salvar a toda a gente, ai… p’ra salvar a toda a gente.

Uma estrela apareceu, uma estrela apareceu,

Aos três reis do Oriente, ai… aos três reis do Oriente.

 

Quando a estrela avistaram, quando a estrela avistaram,

Compreenderam a lei, ai… compreenderam a lei.

Sem demora caminharam, sem demora caminharam

Atrás dela p’ra Belém, ai… atrás dela p’ra Belém.

 

 

AS MENINAS DA RIBEIRA DO SADO  (Alto Alentejo)

 

                                

Estrala a bomba e o foguete vai no are

Dó7ª               

Arrebenta fica todo quemado

                          

N’ah ninguém, que baile mais bem

  Dó7ª                    

Qu’as meninas da Ribera do Sado

 

 

                                

As meninas da Ribera do Sado é que é

Dó7ª                           

Lavram na terra qu’as unhas dos pés

                                       

As meninas da Ribera do Sado são com’as ovelhas

Dó7ª                     

Têm carrapatos atrás das orelhas.

 

 

                          

Era um daqueles dias bem chalados,

  Dó7ª                        

Em que o sol batia forte nas cabeças.

                             

As meninas viram qu’eu ‘tava apanhado

Dó7ª                         

E desseram: -Nunca mais cá apareças!

 

                                    

Mas voltei e entretive-me a bailar com três

Dó7ª                           

Queriam qu’eu fosse atrás do convês

                                           

Ma nã fui e mandei-as irem dar banho ao meu canário

Dó7ª                             

Que bateu as botas com dores num ovário.

 

 

Estrala a bomb...

                                

(10 vezes) Têm carrapatos,...

 

                       

Têm carrapatos atrás das ore...........lhas.

 

 

O FADO DAS SETE LETRAS  (Trovas à Toa)

 

Quer seja curto ou comprido

Quer seja fino ou mais grosso

É um órgão muito querido

Por não ter espinhas nem osso

 

De incalculável valor

Ninguém tem nenhum a mais

E desempenha no amor

Um dos papéis principais

 

Quando uma dama aparece

Ei-lo a pular com fervor

Se é um rapaz, estremece

Velho, tem menos vigor

 

Seu nome não é tão feio

Tem sete letrinhas só

Tem um R e um A no meio

Começa em C e acaba em O

 

Nunca se encontra sozinho

Vive sempre acompanhado

Por outros dois orgãozinhos

Junto de si, lado a lado

 

O nome destes porém

Que não gere confusões

Tem sete letras também

Tem um L e acaba em ÕES

 

E p’rá acabar com o embalo

E com as más impressões

Os órgãos de que aqui falo

São o coração e os pulmões.

 

 

FADO CORRIDO (Ronda dos 4 Caminhos)

 

Larai-larai-larai... em Dó>

 

Sol>

Quando oiço cantar o fado,

Paro e tiro o meu chapéu,

 

Não me importava morrer,

Se houvesse violas no céu.

 

Dó>

Vem cantar uma cantiga,

Que esta gente quer-te ouvir.

 

Se não sabias cantar

Quem te mandou aqui vir

 

Fá>

És um grande cantador

És um grande cantarista

 

Mas eu já tenho depenado

Galos de bem maior crista.

 

Sol>

Põe-se o sol e nasce a lua,

Reverdescem as flores

 

Tinhas tu que vir cantar,

Vergonha dos cantadores.

 

Dó>

Cantas tu cantarei eu,

Faremos um cantarão

 

Os anjos cantam no céu

Nós cantaremos no chão.

 

 

FISGA (Rio Grande)

 

Dó>

Trago a fisga no bolso de trás,

                           Sol>

E na pasta o caderno dos deveres

     Sol7ª                       Dó>

Mestre escola eu sei lá se sou capaz,

              Sol7ª              Dó>

De escolher o melhor dos dois saberes.

 

Dó>  

O meu pai diz que o sol é que nos faz,

      Dó7ª                 Fá>    Mi<

Minha mãe manda-me ler a lição,

      Ré<                        Sol>

Mestre escola eu sei lá se sou capaz,

        Sol7ª                 Dó>

Faz-me falta ouvir outra opinião.

 

Mi>                         Lá<

Eu até nem sequer sou mau rapaz,

Mi>                         Lá<   Lá7ª

Com maneiras até sou bem mandado,

Ré<                            Sol>

Mestre escola diga lá se for capaz,

      Sol7ª                           Dó>

P'ra que lado é que me viro, p'ra que lado.

 

 

OH MORENA  (Popular)

 

Refrão:

Oh morena,

Oh morena

Oh morena moreninha,

Oh morena

Oh morena

Oh morena, rosa minha.

 

 

Dei um beijo ao meu amor,

Às escondidas dos pais,

A principio não gostava,

Mas depois pedia mais.

 

Descientão mais abaixo,

E beijei-lhe o duro seio,

Mais abaixo, pediu ela,

Mais abaixo sem receio.

 

Refrão...

 

Desci então mais abaixo,

E beijei-a no umbigo.

Mais abaixo, disse-me ela,

Mais abaixo não há perigo.

 

Então desci mais abaixo,

E beijei-lhe os pés iguais.

Mais acima, mais acima,

Desceste abaixo demais.

 

Refrão...

 

Subi então mais acima,

E beijei-a nos joelhos,

Mais acima, pediu ela,

Nesse monte de pintelhos.

 

Então subi mais acima,

Beijei-lhe a rosa encarnada.

Foi então que a grande vaca,

Caiu p'ra trás desmaiada.

 

Refrão...

 

 

MARIQUINHAS DOS ENCANTOS (Trovas à Tôa)

 

Mariquinhas dos encantos

Limpa o corrimão da escada.    (bis)

 

Limpa o co.. e limpa o co...

Limpa o co.. e limpa o co...

Limpa o corrimão da escada.    (bis)

 

Mariquinhas dos encantos

Arranjou procurador.

 

Arranjou procu... procu...

Arranjou procu... procu...

Arranjou procurador.

 

Mariquinhas dos encantos

Só quer alhos na sopinha.

 

Só quer alhos, só quer alhos,

Só quer alhos, só quer alhos,

 

Mariquinhas dos encantos

Deu c'um ninho no jardim.

 

Deu c'um ninho, deu c'um ninho,

Deu c'um ninho, deu c'um ninho,

Deu c'um ninho no jardim.

 

Mariquinhas dos encantos

Holofotes foi comprar

 

Holofotes ...fotes ...fotes,

Holofotes ...fotes ...fotes,

Holofotes foi comprar

 

Mariquinhas dos encantos

Arrancou na sua mota.

 

Arrancou na, ...cou na, ...cou na,

Arrancou na, ...cou na, ...cou na,

Arrancou na sua mota.

 

 

 

 

NO FOGUETÃO (António Mafra)

 

 

 

Na praia da Boa Nova

Ao subir o foguetão.

A tua saia de roda,

deu-lhe o vento e fez balão.

 

Enquanto o mar estendia,

As ondas mansas na praia.

O meu olhar se prendia,

No balão da tua saia.

 

Enquanto no horizonte

Vimos esconder o sol,

Eu dei-te um beijo na ponte

Mesmo em frente do farol.

 

 

 

 

CAMPAINHAS AMARELAS

 

 

 

 

Fá>                             Ré<             Dó7ª                   Fá>

PARA CÁ DO RIO TEJO, POR CAMPINAS E MONTADOS

 

Lá#>                                                      Dó7ª                                         Fá>

CORREM LEBRES, PIAM MOCHOS, CANTAM GRILOS, PASTAM GADOS

 

Lá<                               Sol<     Dó7ª                         Fá>

ENTRE TOJOS E SILVADOS,  ENTRE TOJOS E SILVADOS

 

 

GRITA A MARIA DO MONTE A GUARDAR O SEU REBANHO

 

E O MANEL JÁ NO AMANHO DA TERRA QUE O SOL CRESTOU.

 

PORQUE O ESTIO NADA DEIXOU, E A CHUVA NÃO VEIO AINDA.

 

NO FRESCO DA TARDE FINDA, QUE O TRABALHO ACABOU

 

 

 

CAMPAINHAS AMARELAS, LÍRIO ROXO

 

CORTA LÁ ERVA-CIDREIRA,

 

ROSEIRA BRAVA MACELA, NA TAPADA DA RIBEIRA.

2xBIS…

 

 

 

CANINHA VERDE

(VERSÃO Trovas à Tôa)


 

 

Caninha verde,

Oh minha verde Caninha

Cana verde do sapal

Verde cana folha estreita

 

Caninha verde,

Talo fino folha estreita

Encanei as moças todas

E trago a cana direita

Rica caninha talo fino folha estreita

 

 

Caninha verde

Já dizia a minha avó

Oh minha caninha verde,

Bota fumo e larga pó.

 

Anda não roda,

Furo acima rego abaixo

De tanto fura não fura

Vai-se a cana num fogacho

Rica caninha furo acima rego abaixo

 

 

Caninha verde

Deitada da água boia

Oh minha caninha verde

Oh minha verde canoa

 

Verga não quebra

Oh minha verde canoa

Quem gosta da cana verde

Vem ver os Trovas á Tôa

Oh i Oh ai vem ver os Trovas à Tôa.


 

 

 

 

 

LENGA-LENGA II

 

 

<              Sol <

 

ANDAVA O ZÉ MANDADINHA

NA MISSÃO DE VENDER ÁGUA,

COM O BURRO QUE ELE TINHA

MUITO TRISTE CHEIO DE MÁGOA.

 

 

 

 

 

Toada Nazaré

 

 

Se o mar tivesse uma ponte,

Nem que ela fosse de pau

Ia ver o meu amor

À pesca do bacalhau

 

Refrão:

Toma lá dá cá, dá cá toma lá,

O meu coração anda cá e lá.

 

As ondas do mar são brancas

Por dentro são amarelas

Coitadinho de quem nasce

P’ra viver no meio delas

 

Refrão:

 

Fui à ponta do castelo,

P’ra ver o barco a sair,

Nele rema o meu amor

Peço a Deus que torne a vir.

 

Refrão:

 

 

 

 

 

 

CHARLATÃO

(Sérgio Godinho)

 

 

 

assobio

C F C

G C F C

F G C

Am Dm G C

Am Dm G C

G C G G C C C F F C F G

G C G G Am Am Am Dm Dm G G C

 

 

     C   F     C  

Na ruela de má fama

G     C        F     C  

faz negócio um charlatão

      F    G      C

vende perfumes de lama

Am       Dm     G     C  

anéis de ouro a um tostão

Am  Dm      G     C  

enriquece o charlatão

 

 

G C G G C C C F F C F G

 

 

 

     C      F  C 

no beco mal afamado

G    C          F     C 

as mulheres não têm marido

        F            G    C   

um está preso, outro é soldado

Am      Dm      G     C

um está morto e outro ferido

Am       Dm       G     C

outro em França anda perdido

       G   C    G    C

 

 

 

 

é entrar senhorias

      F     C  F  G

a ver o que cá se lavra

G    C      G      C 

sete ratos, três enguias

    F      C  F   G

uma cabra abracadabra 

   

(kazoo e lá ...)

G C G G Am Am Am Dm Dm G G C

 

 

 

 

     C   F     C 

na ruela de má fama

G     C     F      C

o charlatão vive à larga

       F        G   C   

Chegam-lhe toda a semana

Am     Dm G      C

em camionetas de carga

Am    Dm     G      C

rezas doces, paga amarga

 

 

G C G G C

 

 

     C      F     C

no beco dos mal-fadados

G     C     F      C

os catraios passam fome

       F      G    C  

têm os dentes enterrados

Am     Dm     G         C

no pão que ninguém mais come

Am   Dm     G      C

os catraios passam fome

 

 

refrão

 

(kazoo e lá ...)

G C G G Am Am Am Dm Dm G G C

 

 

 

      C     F     C  

na travessa dos defuntos

G     C      F     C

charlatões e charlatonas

     F       G      C 

discutem dos seus assuntos

Am   Dm        G      C

repartem-se em quatro zonas

Am   Dm    G     C

instalados em poltronas

 

 

G C G G C

 

 

       C   F     C

pr'á rua saem toupeiras

G       C    F     C

entra o frio nos buracos

        F     G     C 

dorme a gente nas soleiras

Am    Dm     G      C

das casas feitas em cacos

Am    Dm      G      C

em troca de alguns patacos

 

 

refrão

 

 (kazoo e lá ...)

G C G G Am Am Am Dm Dm G G C

 

 

        C     F   C

entre a rua e o país

G     C       F     C

vai o passo de um anão

      F        G           C 

vai o rei que ninguém mais quis

Am    Dm     G     C

vai o tiro de um canhão

Am        Dm   G     C

e o trono é do charlatão

(x2)

 

G C G G C

 

 refrão

 

 

 

 

 

ILHA DOS VIDROS

 

 

Oh Ana, Oh Ana, Oh Ana, dá um jeitinho à “centura

Lá na tua terra oh Ana, nem a tua mãe te atura.

 

 

Nem a tua mãe te atura, nem o S. Bartolomeu.

Oh Ana, Oh Ana, Oh Ana, tu és minha e eu sou teu.

 

 

Tu és minha e eu sou teu e eu sou teu e tu és minha.

Oh Ana, Oh Ana, Oh Ana, dá lá mais uma voltinha

 

 

Pus-me a contar ás avessas numa pedra “di” coluna.

Oito nove sete seis, cinco quatro três dois um.

 

 

Sete e sete são catorze e mais 7 vinte e um.

Tenho sete namoradas e “” gosto de nenhuma.

 

 

 

Venho da ilha dos vidros.

Da praia dos diamantes.

Ando no mundo perdido

Pelos teus olhos brilhantes.

 

 

Pelos teus olhos brilhantes,

Pelo teu rosto de prata.

Ter amores não me custa,

Deixá-los è que me mata.

 

 

 

 

 

 

 

 

O BARCO VAI DE SAIDA

Fausto Bordalo Dias

 

 


O barco vai de saída

 Adeus ao cais de Alfama

 Se agora ou de partida

 Levo-te comigo ó cana verde

 Lembra-te de mim ó meu amor

 Lembra-te de mim nesta aventura

 P'ra lá da loucura

 P'ra lá do Equador

 

 

 Ah mas que ingrata ventura

 Bem me posso queixar

 da Pátria a pouca fartura

 Cheia de mágoas ai quebra-mar

 Com tantos perigos ai minha vida

 Com tantos medos e sobressaltos

 Que eu já vou aos saltos

 Que eu vou de fugida

 

 

 Sem contar essa história escondida

 Por servir de criado essa senhora

 Serviu-se ela também tão sedutora

 Foi pecado

 Foi pecado

 E foi pecado sim senhor

 Que vida boa era a de Lisboa

 

 

 

 Gingão de roda batida

 corsário sem cruzado

 ao som do baile mandado

 em terra de pimenta e maravilha

 com sonhos de prata e fantasia

 com sonhos da cor do arco-íris

 desvaira se os vires

 desvairas magias

 

 

 

 Já tenho a vela enfunada

 marrano sem vergonha

 judeu sem coisa nem fronha

 vou de viagem ai que largada

  vejo cores ai que alegria

  vejo piratas e tesouros

 são pratas, são ouros,

 são noites, são dias

 

 

 Vou no espantoso trono das águas

 vou no tremendo assopro dos ventos

 vou por cima dos meus pensamentos

 arrepia

 arrepia

 e arrepia sim senhor

 que vida boa era a de Lisboa

 

 

 

 O mar das águas ardendo

 o delírio do céu

 a fúria do barlavento

 arreia a vela e vai marujo ao leme

 vira o barco e cai marujo ao mar

 vira o barco na curva da morte

 e olha a minha sorte

 e olha o meu azar

 

 

 e depois do barco virado

 grandes urros e gritos

 na salvação dos aflitos

 estala, mata, agarra, ai quem me ajuda

 reza, implora, escapa, ai que pagode

 rezam tremem heróis e eunucos

 são mouros são turcos

 são mouros acode!

 

 

 Aquilo é uma tempestade medonha

 aquilo vai p'ra lá do que é eterno

 aquilo era o retrato do inferno

 vai ao fundo

 vai ao fundo

 e vai ao fundo sim senhor

 que vida boa era a de Lisboa


 

 

 

 

 

 

 

 

 

PONDE PONDE PONDE

 

 

Quando o meu compadre

Me pôs a mão na testa,

Eu logo lhe disse:

Oh compadre temos festa.

 

 

PONDE PONDE PONDE

PONDE A VOSSA MÃO,

CARREGAI SEM MEDO

SE TENDES TESÃO

 

 

Quando o meu compadre

Me pôs a mão nas costas,

Eu logo lhe disse:

Oh compadre também gostas.

 

 

PONDE PONDE PONDE

…..

 

 

Quando o meu compadre

Me pôs a mão no peito,

Eu logo lhe disse:

Oh compadre tu tens jeito.

 

 

PONDE PONDE PONDE

PONDE A VOSSA MÃO,

CARREGAI SEM MEDO

SE TENDES TESÃO

 

 

PONDE PONDE PONDE

PONDE PONDE PONDE

PONDE PONDE PONDE

PONDE PONDE PONDE

PONDE PONDE PONDE

PONDE PONDE PONDE

 

CARREGAI SEM MEDO

SE TENDES TESÃO

 

 

 

 

 

 

 

 

Traditional, arranged by Van Morrison / Paddy Moloney

 

 

In Banbridge Town in the County Down

One morning last July,

From a boreen green came a sweet colleen

And she smiled as she passed me by.

She looked so sweet from her two bare feet

To the sheen of her nut brown hair.

Such a coaxing elf, sure I shook myself

For to see I was really there.

 

Chorus:

From Bantry Bay up to Derry Quay and

From Galway to Dublin Town,

No maid I've seen like the brown colleen

That I met in the County Down.

 

As she onward sped, sure I scratched my head,

And I looked with a feelin' rare,

And I says, says I, to a passer-by,

"Who's the maid with the nut brown hair?"

He smiled at me and he says, says he,

"That's the gem of Ireland's crown.

Young Rosie McCann from the banks of the Bann,

She's the star of the County Down."

 

Chorus:

 

 

At the Harvest Fair she'll be surely there

And I'll dress in my Sunday clothes,

With my shoes shone bright and my hat cocked right

For a smile from my nut brown rose.

No pipe I'll smoke, no horse I'll yoke

Till my plough turns rust coloured brown.

Till a smiling bride by my own fireside

Sits the star of the County Down.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Última actualização: 23/12/23.

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