Armadura


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Mais uma vez, dando oportunidade às nossas gentes de melhor entender a época medieval e as suas características mais emblemáticas, deixamos aqui alguns vídeos explicativos sobre a arte fabricar armaduras.

São vídeos que podem ser encontrados no Youtube aonde podem contactar o autor e esclarecer algumas dúvidas com ele.

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Um dos estereótipos criados por Hollywood é o de que as armaduras eram feitas em gigantescas fornalhas com tipos a baterem o ferro com enormes marretas.

Isso não é verdade. As armaduras são feitas de vários passos delicados, com trabalho muito miúdo e instrumentos mais delicados (como os 59 diferentes martelos do actual ferreiro, não muito diferentes dos da Iade Média).

As primeiras armaduras nem sequer foram feitas de metal, mas sim de couro endurecido. Mais tarde, o couro foi relegado para segundo plano e começaram a usar cotas de malha de ferro. As cotas de malha são flexíveis e muito eficientes contra uma espada ou outra arma de corte. Uma cota de malha completa leva cerca de 45.000 anéis de aço. A tecnologia da Idade Média não era pobre como se pensa, era muito mais evoluída que a indústria romana. A peça de tecnologia que deu cabo da popularidade da cota de malha foi a flecha de ponta estreita.

A armadura completa é indiscutivelmente medieval embora as mais trabalhadas sejam renascentistas e até modernas (séc. XVII). A armadura medieval é muito simples na sua decoração. Não porque os ferreiros não soubessem decorá-la. O que acontece é que o estilo medieval era simples e modesto. Usar uma armadura muito trabalhada seria um sinal de vaidade (pecado mortal no contexto de exacerbada religiosidade da Idade

Média).

Assim, cavalheiros, quando virem uma armadura estilo "Senhor dos Aneis", não é medieval. É poético-cinematográfica.

As próprias técnicas de luta do cinema são despropositadas e infantis. Mais uma vez a poesia tomou o lugar do realismo. Sabemos que a realidade não pertence ao cinema, ou às artes, mas o realismo devia.

Ninguém andava a dançar pelas escadas do castelo a bater espadas como se fosse a luta do pau. Isso simplesmente não funciona. Dois lutadores a sério tentam matar-se um ao outro, logo, atiram terra, cospem-se, lançam a espada aos olhos e aos testículos. Não andam a  bailar com uma mão atrás das costas quando a podem usar para qualquer coisa útil, como segurar melhor na espada, dar murros, agarrar o oponente, etc.

A honra do guerreiro não é a sua pose. Isso vem depois. A primeira honra do cavaleiro medieval é GANHAR.

 

O moderno ferreiro leva à volta de seis semanas para fazer uma armadura completa. Como o ferreiro medieval usava placas muito mais irregulares e tinha e bater o ferro antes de começar a moldá-lo, para eliminar o excesso de carbono devido a uma fundição algo deficiente, admitimos que poderia levar o dobro do tempo a fazer uma armadura. São perto de 100 peças diferentes moldadas na fornalha (primeiro) e depois rectificadas a frio. No fim ainda é importante temperar o metal. Podemos ver 3 diferentes tratamentos e concluir qual é o correcto. O problema é que o tratamento correcto implica um segundo aquecimento do metal, controlado, apenas até que o metal se torne azul. Fazer isto sem o maçarico é mais difícil do que possa parecer.

Por esta razão, as armaduras completas eram muito raras. Também eram pouco usadas em batalha porque não se consegue estar um dia todo a lutar com 40 Kg de ferro em cima. A desidratação acabava por enfraquecer o guerreiro e matá-lo. Recordemos que nos campos de batalha não havia aguadeiros.

Aconselhamos também a consulta do nosso trabalho sobre a Espada, o Arco e o Machado medievais, contidos na secção "Artigos", por onde o estimado leitor já passou para cáchegar.

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Última actualização: 23/12/23.

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