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"Cordas Soltas" é o nome do último álbum dos
Trovas à Tôa (com acento
circunflexo). Tendo em vista a vocação do grupo, que é a de dar a conhecer a
nossa música e a nossa maneira de a tocar, tinha de ser uma gravação ao vivo e a
cores (sendo a cor predominante o tinto).
Esta magnífica obra de arte da música tradicional Portuguesa, encontra-se
disponível para os coleccionadores. Para auxiliar a compreensão de tão complexo
trabalho sinfónico, deixamos aqui uma breve introdução.

as faixas:
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Siga a rusga : nova no repertório. Uma rusga como
tantas outras, com que começamos os nossos espectáculos, também para que o
JP possa afinar a mesa de mistura. Cantiga calma e compassada que servia
para acompanhar o passo dos caminhantes e que agora serve para aquecer a
musculatura destes elegantes músicos.
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O Fado das Sete Letras: nova no repertório. Para
uma introdução bem disposta. Uma letra muito conhecida e pouco cantada com
um toque de fado-das-ilhas.
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Tourada: nova no repertório. Música e letra do
grupo Alma Popular, da Ilha Terceira, dos Açores. Uma pérola da música
tradicional.
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A Patuscada: um tema conhecido de "O Fado da Badalhoca"
aqui tocada pelo grupo todo, como sempre fazemos ao vivo.
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A Quadrilha de Vilarinho: editada inicialmente em "Ao vivo
em Vilarinho" é parte obrigatória dos nossos espectáculos. Realça-se o
vigoroso trabalho do braço direito do Abel sobre as dez cordas da viola.
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O Balho Furado: nova no repertório. Uma bonita
cantiga da Ilha de S. Miguel, divulgada inicialmente pelo grupo etnográfico
(folclore) da vila da Povoação, mais tarde pela Ronda dos Quatro Caminhos e
tendo sido objecto de um excelente (mas academicamente excelente) trabalho
pelo "Miguel Pimentel" em dois dos seus CDs sobre a Viola-da-Terra.
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A Moda dos Mastros: uma cantiga alentejana, da região de
Castro Verde. Apraz-nos trazer à ribalta, uma cantiga alentejana que não faz
parte do estereótipo que as pessoas têm daquilo que é uma modinha
alentejana. É quase como as modas minhotas: toda a gente pensa no vira,
quando ele não chega a ser 5% do folclore minhoto. Assim aqui fica um
exemplo das nossas capacidades vocais.
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A Quadrilha de Tendais: nova no repertório. Tocada com
base num recolha do rancho folclórico da casa do povo de Tendais, a provar
que os ranchos folclóricos não "são todos a mesma treta". Bem longe
disso. Há ranchos (felizmente já bastantes) que bem mereciam outra
designação que lhes fizesse a devida justiça. Aqui deixamos este exemplo.
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O Malhão Velho do Cachadinhas: nunca será demais
homenagear este homem que tanto dá à música tradicional minhota. O
Cachadinhas e a sua concertina bem merecem um monumento em Ponte-de-Lima. E
nós pagávamos a viagem para ir lá cantar na inauguração.
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A Valsa: tivemos de incluí-la no disco porque nunca calhou
tocá-la tão bem e porque será provavelmente a última vez que a incluímos num
CD. Apreciamos sobretudo o belo trabalho de bandolim do JP, mas também toda
a harmonia que calhou muito bem.
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Oh Laurindinha: a pedido da multidão de Cesar que nos
acompanhou neste concerto em terras da Estrela. Sendo uma das cantigas
fundadoras do grupo e entendida como parte do cancioneiro de Cesar, é
indispensável. Aqui incluindo um trabalho de cavaquinho dobrado pelo Manel
que, apesar da transpiração e dos holofotes que lhe queimavam o pescoço,
conseguiu dar boa conta do recado.
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A Chibinha: desta vez acompanhada com um cheirinho de
gaita-de-foles, para o bailarico que, nesta altura, já estava generalizado
por entre os canteiros e as esplanadas do jardim central de Gouveia. Houve
alguns tropeções e somos testemunhas de ligeiros acidentes entre os
bailadores, mas garantimos que não pisaram as plantas.
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Meus Senhores: nova no repertório. Mais uma
alentejana pouco vulgar. Conhecida, mas nunca tão enriquecida como quando
foi trabalhada pela "Adiafa". A eles (Adiafa) devemos a lembrança desta
cantiga tão bonita que resolvemos tocar para as gentes de Gouveia.
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As Meninas da Ribeira do Sado: nova no repertório.
De facto nem pertence propriamente ao nosso repertório, mas nesta fase do
espectáculo já estávamos a ser tão influenciados pelo público quanto o
público estava a ser influenciado por nós. Eles pediram e teve de ser (mais
uma vez obrigado, Adiafa).
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Estava a assar sardinhas: pois. Não conseguimos passá-la.
O bailarico continua, o público exige e o grupo tem de acompanhar. Desta vez
fomos testemunhas de que o Celestino passou por cima da beira de um canteiro
de flores a uns 75 Km/h, conseguindo ainda evitar um banco de pedra e uma
sebe de bucho baixinha. A noite continuava morna e limpa, nas faldas da
Serra de Estrela enquanto a gaita-de-foles espantava alguns mosquitos que
pululavam junto aos holofotes do palco.
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O Foguetão: nova no repertório. Esta foi uma
cantiga criada pelo saudoso António Mafra para festejar o lançamento do
primeiro foguetão português, pela equipa do Engº
Jósé Gomes do Instituto
Superior de Engenharia (se me não falha a memória). Um foguetão de dois
andares, lançado da praia da Boa Nova, junto ao local onde hoje se encontram
as instalações da GALP, isto no início dos anos 60. Pode ver o relato do
acontecimento , contado na primeira pessoa pelo próprio José Gomesno seu
blog (
http://chuviscos.blogspot.com/2006_01_15_archive.html )
ou na cópia que
aqui criámos, para o caso de alguém vir a apagar o blog. Clique no
recorte do jornal. Pois resolvemos lembrar
o grande António Mafra e homenagear o que hoje ainda é um agradável grupo de
música portuguesa de cariz tradicional.
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Mariquinhas dos Encantos: modificada. Quer na
música, que re-arranjamos em cinco acordes, quer na letra pois que o Alfredo
se lembrou de mais duas estrofes que faltavam. Fica assim completa uma
cantiga popular, recolhida no café Convívio de Cesar, numa das muitas e
longas noites de Inverno que assolam a nossa região.
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O Malhão da Carvalhosa: não foi a última cantiga a ser
cantada. Resolvemos colocá-la em último no CD, mas isso foi uma espécie de
acréscimo. A apresentação do grupo não é feita sempre com a mesma cantiga,
nem é sempre feita no mesmo formato. Nós chamamo-nos Trovas à Tôa e
não Trovas Organizadas. Nós mudamos o espectáculo como nos apetece (a
nós e ao público). Esta teima das quadras do António Aleixo foi uma
alembradura do avô mokka e é sabido que não se consegue tirar debaixo
daquela careca, uma teima pré-instalada. Assim, teve que ser e não ficou
mal.
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