MORENA
Oh morena, oh morena, oh morena moreninha
Oh morena, oh morena, oh morena, rosa minha
Dei um beijo ao meu amor às escondidas dos pais.
A princípio não gostava mas depois queria mais.
Então desci mais abaixo e beijei-lhe o duro seio.
Mais abaixo - pediu ela - mais abaixo sem receio.
refrão
Então desci mais abaixo e beijei-a no umbigo.
Mais abaixo – pediu ela – mais abaixo não há perigo.
Desci então mais abaixo e beijei-lhe os pés iguais.
Mais acima – disse-me ela – desceste abaixo demais.
refrão
Subi então mais acima e beijei-a nos joelhos.
Mais acima, mais acima, nesse monte de pintelhos.
Então subi mais acima e beijei-lhe a rosa encarnada,
Foi então que a grande vaca, caiu p’ra trás desmaiada.
refrão
Fora da Bouça
Tenho ouvisto dizer: -Fora da bouça
Cantigas não vão à feira
Fora da bouça, que a bouça é nossa.
Fui arriar o calhau - Fora da bouça
Lá pr’os lados de Valbom
Fora da bouça, que a bouça é nossa.
Um cabrão d’um escaravelho - Fora da bouça
Veio e ferrou-me um quilhão
Fora da bouça, que a bouça é nossa.
Peguei no filha-da-puta - Fora da bouça
E ele tornou-me a ferrar
Fora da bouça, que a bouça é nossa.
Meti-lhe um fósforo no cú - Fora da bouça
Que ele nunca mais se pode dobrar
Fora da bouça, que a bouça é nossa.
O Fado do Malaquias Barbeiro
Houve grande confusão, no Malaquias barbeiro.
Foi à feira de Azeitão, para comprar um carneiro.
Escolheu um a seu jeito, com as patinhas malhadas,
Mas tinha um grande defeito, que era andar às cabeçadas.
Malaquias já contente e cheio de alegria,
Onde foi pôr o carneiro? Dentro da barbearia.
Instrumental...
O bicho andava mansinho, mas um pouco desconfiado.
Vendo ao espelho o seu focinho ficou muito admirado.
Olhou o reflexo de frente e recuou quatro passos.
Foi-se ao espelho de repente e desfê-lo em pedaços.
Malaquias num birote, apanhou os cacos pr’ó lixo,
E foi buscar um serrote, serrou os cornos ó bicho
A mulher do Malaquias: -Oh homem, valha-te Deus.
Será que tu gostarias que te serrassem os teus.
O Fado da Badalhoca
Tii-Tiri, Tiri tiri tiri tiri titi
Foste badalhoca quando te encontrei,
Disseste que eras limpa e eu acreditei
Ai, badalhoca...
Há mais de três semanas estás de caganeira
Sujaste-me a gaita e de que maneira
Ai, badalhoca...
Mesmo assim saltei-te pr’ó pacote
Amassei-te a bilha com o meu marrote
Ai, badalhoca...
Eras tu a chupar e a levar depois
Nessa chanfra gorda onde cabem dois
Ai, badalhoca...
S. Gonçalo
S. Gonçalo de Amarante, casai-me que bem podeis,
Já tenho teias de aranha num sítio que vós sabeis.
S. Gonçalo de Amarante,
Queres que te baile, queres que te cante.
S. Gonçalo de Amarante, que estais virado p’rá vila,
Virai-vos p’rá outra banda que vos dá sole na pila
S. Gonçalo de Amarante,
Queres que te baile, queres que te cante.
S. Gonçalo de Amarante que és feito de pau de pinho
Tens mais força no caralho do que um porco no focinho.
S. Gonçalo de Amarante,
Queres que te baile, queres que te cante.
O Fado do Filho da Gina
Tive um filho pequenino, tive um filho pequenino,
tive dores e vi-me à rasca.
Mal sabia o destino que o diabo do menino,
havia de ser panasca.
Mal sabia o destino que o diabo do menino,
havia de ser panasca.
Fez-se homem, foi à tropa. Assentou praça no quartel,
o diabo do meu rapaz.
De cabo a furriel, de tenente a coronel,
todos lhe foram atrás.
De cabo a furriel, de tenente a coronel,
todos lhe foram atrás.
(agora vem a parte triste) Cantava a Gina:
Já não tenho o meu menino, já não tenho o meu menino,
já não tenho o meu lulu.
Mais vale morrer de fome, do que ter um filho que come,
pela boca e pelo cú.
Mais vale morrer de fome, do que ter um filho que come,
nos entrefolhos do cú.
O Blues do Convento
Cantam as freiras:
Ia eu de bicicleta,
pelos campos de alecrim.
Ai eu ia tão contente,
porque estava sem selim.
À noitinha no convento
quando se apagam as luzes.
Apanhamos grandes mocas,
a snifar o pó das cruzes.
Pelo claustro escuro e frio,
no meio da escuridão.
Vou acendendo o pavio,
ao monsenhor D. Simão.
Ai que grande comichão,
ai que comichão sem fim.
Ainda bem que quem ma coça
é o padre Serafim.
Um Rico Cú
Ai rico cú, ai rico cú,
Quem me dera ser o seu priprietário.
É um cú tão bonitinho, tão roliço e tão branquinho.
É um cú absolutamente extraordinário.
Sei duma piquena, roliça e morena
que é mesmo um bijou.
E traz um adorno que faz dor de corno: um rico cú.
Eu digo e não minto o desejo que sinto de lhe ir ao pacote.
Mas a vaca a gritar diz que não pode entrar tamanho marrote.
Refrão
Cheio de coragem, peguei na engrenagem, voltei a insistir.
Por entre gemidos, grunhidos, latidos e eu sempre a subir.
Depois, já cansado, fumando um cigarro, senti ao ouvido:
Que o meu toutiço era o melhor chouriço que tinha comido.
refrão
As Velhas
Meu avô mais minha avó, Isso foi um dia só,
Que se houveram de alembrar.
Gafanhotos gafanhotas, gafanhotas, gafanhotos,
p’ra relva foram apanhar.
Diz minha avó p’ró meu avô:
-Salta lá pr’aquela horta, se apanhares um gafanhoto
dou-te a minha gafanhota.
Uma velha cagarola queria ser mestre escola,
mas não tinha entendimento.
Como era fraca da bola, foi mijar na caçarola
onde tinha o fermento.
Sai-te veha dum diabo, que isso já passa de graça,
já mijaste no fermento e ainda cagas na massa.
Uma velha duas velhas, duas velhas e três velhas,
a mijar num garrafão.
Dizem umas para as outras,
Dizem umas para as outras,
Temos vinho p'ra todo o verão.
Ai o diabo das velhas ‘starem a mijar sentadas,
quem lhe desse nas canelas um bom par de caneladas.
Rock de Cagadeira
Puxei o autoclismo
com grande precisão.
A merda estremeceu,
era um grande cagalhão.
Puxei o autoclismo
A merda estremeceu.
Deu meia volta à pista,
cumprimentou e desceu.
Puxei o autoclismo
como o rabo dum macaco.
A merda escorregou
e enfiou-se no buraco.
O Pezinho da Vila
Eu nasci à sexta-feira, com barbas e cabeleira,
Mais parecera o anti-cristo.
Qu’inté o Sr. padre cura, que é homem de sabedura,
nunca tal houvera visto.
Fui dali a Vila Franca, escanchado numa tranca
à morte de uma galinha.
E o que ela tinha no papo, sete cães e um macaco
e um soldado da marinha.
Ponha aqui o seu pézinho, devagar devagarinho,
Se vai à Ribeira Grande.
Eu tenho uma carta escrita, para ti cara bonita,
não tenho por quem a mande.
Nesta ilha que me cerca, o meu amor veio da Amerca
e cá ninguém no conhece.
E é tanto, tanto engano, pois só fala amaricano
“ó right, camone yesse”.
Namorei c’uma criada, que tinha a hora marcada,
debaixo d’uma varanda.
E ela era torta d’um olho e nas costas tinha um repolho
e via mal da outra banda.
refrão
Toda a moça que é bonitxa, se ela chora, se ela gritxa,
nunca houvera de nascere.
É com’a maçã madura da quinta do padre cura.
todos na querem comer.
Eu fui à praia da Rocha, sapato, meia, galocha,
Ver se o mar estava manso.
Encontrei lá uma garoupa, toda embrulhada em roupa,
a dormir em seu descanso.
refrão