CANCIONEIRO
Índice...
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As cantigas aqui
incluídas pertencem quase todas ao nosso cancioneiro popular, mas tem algumas
que estão registadas na SPA pelos respectivos autores. Devem ter o cuidado de
não as usar em actividades que violem esses direitos.
v
CHIBINHA
v
VELHAS
·
LIRA
·
TOURADA
·
AS MENINAS DA RIBEIRA DO SADO
·
FISGA
OLHA
A CHIBINHA (Beira Litoral)
Olha a Chibinha, mé, mé, mé
Anda perdida, ninguém sabe de quem é.
Fugiu do aido
Um dia de manhazinha
Prometi dinheiro às almas
P’ra encontrar minha Chibinha
Ouvi barulho
Não sabia de onde vinha
Pensei que era a minha chiba
Era a chiba da Vizinha
Pus-me a correr
Com toda a força que tinha
Não consegui agarrar
A minha rica chibinha
Já quase rouco
P’ra falar força não tinha
E apanhei uma grande chiba
Em vez da minha chibinha
Como castigo
Minha mulher à noitinha
Obrigou-me a dormir
Lá no aido da chibinha
Mas certo dia
A minha chiba apareceu
E eu revoltado mandei-a
P’rá pulha que ma vendeu
ESTAVA
A ASSAR SARDINHAS (popular)
Quando eu era pequenino
Minha mãe disse vai vai (bis)
Vai depressa assar sardinhas
Para o jantar do teu pai. (bis)
Estava a assar sardinhas
Com o lume a arder
Queimei a pilinha
Sem ninguém saber.
Se fosse outra coisa
Eu não me importava
Mas foi a pilinha
Que eu tanto estimava
Menina de saia curta
Eu quero que sejas minha (bis)
Não volto a assar sardinhas
Nem a queimar a pilinha. (bis)
Estava a assar sardinhas
Com o lume a arder
Queimei a pilinha
Sem ninguém saber.
Se fosse outra coisa
Eu não me importava
Mas foi a pilinha
Que eu tanto estimava
Menina de saia curta
Venha as sardinhas assar (bis)
Eu não queimo a pilinha
Para consigo casar. (bis)
Estava a assar sardinhas
Com o lume a arder
Queimei a pilinha
Sem ninguém saber.
Se fosse outra coisa
Eu não me importava
Mas foi a pilinha
Que eu tanto estimava
Eu fui à barra de Aveiro
Com vento norte nordeste
Ó real caninha
Com vento norte nordeste
Só para ver se alcançava
A filha do contramestre
Ó real caninha
A filha do contramestre
Eu fui à barra de Aveiro
Com vento norte nordeste
Eu fui à barra de Aveiro
Com vento norte suão
Ó real caninha
Com vento norte suão
Só para ver se alcançava
A filha do capitão
Ó real caninha
A filha do capitão
Eu fui à barra de Aveiro
Com vento norte suão
Eu fui à barra de Aveiro
No meu barquinho à vela
Ó real caninha
No meu barquinho à vela
Só para ver meu amor
Debruçado à janela
Ó real caninha
Debruçado à janela
Eu fui à barra de Aveiro
No meu barquinho à vela
Tenho rendas que me rendem
Não quero mais trabalhar
Ó real caninha
Não quero mais trabalhar
Tenho navios na barra
Com janelas para o mar
Ó real caninha
Com janelas para o mar
Tenho rendas que me rendem
Não quero mais trabalhar
MENINA
TIRA A CHINELA (Popular)
Menina tira a chinela
Ó rapaz descalça a meia (bis)
Vem acender a braseira, ó ai
Dois beijos para a minha ceia (bis-coro)
O meu amor me disse hoje
Para a semana falaremos (bis)
A semana tem seis dias, ó ai
Eu ainda queria menos (bis-coro)
Pinheiro dá-me uma pinha
Ó pinha dá-me um pinhão (bis)
Menina dá-me os teus olhos, ó ai
Eu dou-te o meu coração (bis-coro)
O fandango de uma velha
Fez-me doer a barriga
Já não quero mais fandango
Se não for duma rapariga.
Eu gosto muito de pêras
Sendo elas cabaçais
Eu gosto muito das velhas
Mas das novas muito mais.
Eu dantes para te ver
Sete janelas abria
Agora p’ra te não ver
Outras sete fecharia
Eu gosto muito de ver
As pernas às raparigas
Se são grossas ou delgadas
Se são curtas ou compridas
Fui no Domingo a Cacilhas
Mais o Chico maravilhas
Comer uma caldeirada
A gente não nada em taco
Mas vai dando p’ró tabaco
E p’ra regar a salada
E antes gastá-lo em tacho
Que na farmácia qu’eu acho
Qu’isto é principalmente
E p’ro qu’isto é mesmo assim
A gente morre e o pilim
Não vai p’rá cova ca gente
Terminada a refeição
Ao entrar na embarcação
Começou a grande espiga
O mangas abriu o bico
Pôs-se a mandar vir co Chico
E o Chico arriou a giga
E eu p’ra acalmar a tormenta
Inda disse ó Chico aguenta
Mas o mangas insistiu
E o Chico sem intenção
Com um ligeiro encontrão
Atirou co tipo ao rio....Ai!!
Outro sócio outro meco
Quis-se armar ó malandreco
A gente já’tava quentch
Veio p’ra mim desnorteado
Dei-lhe co penteado
Pus-lhe a cuspir dos dentch
Outro sócio outra ideia
De cernelha à plateia
Mais outro fui-lhó focinho
E o Chico por seu lado
Só p’ra não ficar parado
Aviou quatro sozinho
Fez-se uma grande molhada
Desatou tudo à estalada
Eu o Chico no centro
Naquela calamidade
Apareceu a autoridade
E meteu-nos todos dentro
Eu não tenho vida p’ra isto
De futuro desisto
De me meter noutra alhada
Nunca mais vou a cacilhas
Mais o Chico Maravilhas
Comer outra caldeirada
SERENATA
AO LUAR (Trovas à Toa)
Ai como a noite é bela
Ai como é belo amar
Junto d’uma janela
Viradinh’ao luar
É triste a minha vida
Passo tormentos sem par
Minh’alma está perdida
Vivo só para te amar
Ó bela anda à janela
Anda ouvir a serenata
Deixa lá teus aposentos
Dos belos momentos
Que a noite é de prata
Anda ouvir as serenata
Ao som do meu violão
Anda vem ver o luar
Ouvir soluçar
O meu coração
Meu avô mais minha avó
Isto foi um dia só
Que se houveram de alembrar
Gafanhotos, gafanhotas
Gafanhotas, gafanhotos
P'rá relva foram apanhar
Diz minha avó p'ró meu avô
Salta lá p'ráquela horta
Se apanhares um gafanhoto
Dou-te a minha gafanhota
Meu avô tinha um pomar
E era amigo de dar
Da fruta lha quem a pedia (bis)
Uma velha foi-lhe pedir
E ele respondeu-lhe a sorrir
Hei-de ter também p'rá tia
Deu-lhe dois maracujás
E um figo de banana
E se a tia quiser mais
Venha cá pará semana
Meu avô veio de longe
E trouxe um casal de pombos
Com o sentido de os criar (bis)
Minha avó ai que não queria
Deram em pancadaria
Tiveram que os apartar
Assisti a tudo isto
E vi como se passou
Minha avó ficou com o pombo
E deu a pomba ao meu avô
Namorei-me com uma velha
Uma vez lá na cidade
Junto à ribeira do testo (bis)
No dia do casamento
Em vez de a levar p'rá cama
Meti-a dentro de um cesto
Ai o diabo da velha
Que toda a noite se riu
Ao chegar onde chegou
E ao ver um que nunca viu
Uma velha cagarola
Queria ser mestre escola
Mas não tinha entendimento (bis)
Como era fraca da bola
Foi mijar na caçarola
Onde tinha o fermento
Sai-te velha do diabo
Que isto já passa de graça
Já mijaste no fermento
Ainda cagas na massa
Uma velha, duas velhas
Duas velhas e três velhas
A mijar p'ra um garrafão (bis)
Dizem umas para as outras
Dizem umas para as outras
Temos vinho p'ra todo o verão
Ai o diabo das velhas
Que se houveram de alembrar
À volta de um garrafão
Todas juntas a esguichar.
ÓH
LAURINDINHA (Trás-os-Montes)
Óh Laurindinha vem á janela (bis)
Ver o teu amor ai, ai, ai
Que ele vai p’rá guerra
Ver o teu amor ai, ai, ai
Que ele vai p’rá guerra
Ele vai p’rá guerra, deixai-o ir (bis)
Ele é rapaz novo ai, ai, ai
Ele torna a vir ai, ai, ai
Ele é rapaz novo ai, ai, ai
Ele torna a vir
Ele torna a vir se Deus quiser (bis)
Ainda vem a tempo ai, ai, ai
De arranjar mulher ai, ai, ai
Ainda vem a tempo ai, ai, ai
De arranjar mulher
Ele torna a vir,, virá ou não (bis)
Ó Laurindinha ai, ai, ai
Dá-me a tua mão ai, ai, ai
Ó Laurindinha ai, ai, ai
Dá-me a tua mão
Alecrim, alecrim doirado
Que nasces no monte sem ser semeado (bis)
AI MEU AMOR, QUEM TE DISSE A TI
QUE A F(E)LOR DO MONTE ERA O ALECRIM (bis)
Alecrim, alecrim aos molhos,
Por causa de ti choram os meus olhos.(bis)
Alecrim, alecrim querido.
Que vives no monte quase esquecido(bis)
Alecrim, alecrim a arder,
O teu fumo é santo, junto a Deus vai Ter (bis)
Oh oliveira da serra
O vento leva a flor (bis)
Ó-I-Ó-AI, SÓ A MIM NINGUÉM ME LEVA,
Ó-I-Ó-AI PARA O PÉ DO MEU AMOR! (bis)
Oh oliveira da serra
O vento leva a ramada (bis)
Ó-I-Ó-AI, SÓ A MIM NINGUÉM ME LEVA,
Ó-I-Ó-AI, PARA O PÉ DA MINHA AMADA (bis)
ÓH
ROSA ARREDONDA A SAIA (infantil)
Óh Rosa, arredonda a saia,
Óh Rosa arredonda bem !
Óh Rosa arredonda a saia,
Olha a roda que ela tem !
Olha a roda que ela tem,
Olha a roda que ela tinha !
Óh Rosa arredonda a saia
Que fique bem direitinha.
Ó mulher, eu compro-te umas luvas !(bis)
Isso não, maridinho, que eu não sou mulher de uvas !
COMPRA-ME UM LITRO DE VINHO,
ÁGUA FRIA FAZ-ME MAL,
ISSO SIM, MARIDINHO (bis)
Ó mulher eu compro-te umas “chancas”!(bis)
Isso não maridinho, que me faz as pernas mancas!
Ó mulher, eu compro-te umas meias !(bis)
Isso não, maridinho, que me põe as pernas feias !
Ó mulher, eu compro-te uma saia !(bis)
Isso não, maridinho, que eu não sou mulher da praia !
Ó mulher, eu compro-te um burrinho !(bis)
Isso sim, maridinho, pois de um lado leva o pão
Do outro lado leva o vinho e eu também vou no burrinho
Ribeira vai cheia
E o barco não anda,
Tenho o meu amor
Lá da outra banda!
Lá da outra banda
E eu cá deste lado,
Ribeira vai cheia
E o barco parado!
Se eu tivesse amores
Que me têm dado,
Tinha a casa cheia
Até ao telhado!
Amores, amores,
Amores, só um;
E o melhor de tudo
É não ter nenhum!
A
VIDA DE UM MARINHEIRO (Beira Litoral)
A vida de um marinheiro
É uma vida amargurada
Vai marinheiro vai vai
Vai buscar a tua amada.
Vai buscar a tua amada
Vai buscar a Laurindinha
Vai marinheiro vai vai
Ela é tua não é minha.
Ela é tua não é minha
Não será tua mulher
Vai marinheiro vai vai
Será de quem ela quer.
Instrumental
À sombrinha do navio
À sombrinha do vapor
Vai marinheiro vai vai
Vai buscar o teu amor.
Vai buscar o teu amor
Vai buscar a Laurindinha
Vai marinheiro vai vai
Ela é tua não é minha
Ela é tua não é minha
Não será tua mulher
Vai marinheiro vai vai
Será de quem ela quer.
Instrumental
Vai marinheiro vai vai
Vai à pesca da sardinha
Vai marinheiro vai vai
Vai buscar a Laurindinha.
Vai buscar a Laurindinha
Vai marinheiro vai vai
Ela é tua não é minha
Ela é filha de seu pai.
Ela é filha de seu pai
Não será tua mulher
Vai marinheiro vai vai
Será de quem ela quer.
Instrumental
Olhos pretos são gentios,
São gentios, são gentios da Guiné.
Ai da Guiné, por serem negros,
Da Guiné por serem negros, gentios por não ter fé.
Olhos pretos, cheios de ardor,
Ai quanto amor, diz à gente com o olhar.
Ai olhos pretos, do meu encanto,
Ai quanto pranto tu fizeste derramar.
Eu amei dois olhos pretos,
Que me foram, que me foram dois traidores.
Quem diz que é firme, que o preto é firme,
Ai quem diz que o preto é firme, entende pouco de amores.
Olhos pretos são cativos,
São cativos do império brasileiro.
Não há paixão ai, ai como a última,
Não há paixão como a última, nem amor como o primeiro.
Morte que mataste Lira,
Morte que mataste Lira,
Morte que mataste Lira,
Mata-me a mim, que sou teu!
Morte que mataste Lira,
Mata-me a mim, que sou teu
Mata-me com os mesmos ferros
Com que a Lira morreu
A lira por ser ingrata
Tiranamente morreu
A morte a mim não me mata
Firme e constante sou eu
Veio um pastor lá da serra
À minha porta bateu
Veio me dar por notícia
Que a minha Lira morreu
A mulher gorda
A mim não me convém
Eu não quero andar na rua
Com as banhas de ninguém.
A mulher magra
A mim não me convém
Eu não quero andar na rua
Com o esqueleto de ninguém.
Refrão:
Ai...ai...ai...ai...
Eu gosto dessa mulher
Quero tê-la ao pé de mim
Beijá-la quando quiser.
A mulher alta
A mim não me convém
Eu não quero andar na rua
Com o escadote de ninguém
A mulher baixa
A mim não me convém
Eu não quero andar na rua
Com a muleta de ninguém.
Refrão
Ai...ai...ai...ai...
Eu gosto dessa mulher
Quero tê-la ao pé de mim
Beijá-la quando quiser.
A mulher bela
A mim não me convém
Eu não quero andar na rua
Com o retrato de ninguém.
A mulher feia
A mim não me convém
Eu não quero andar na rua
Com a careta de ninguém.
Refrão
Ai...ai...ai...ai...
Eu gosto dessa mulher
Quero tê-la ao pé de mim
Beijá-la quando quiser.
A mulher nova
A mim não me convém
Eu não quero andar na rua
Com a creche de ninguém.
A mulher velha
A mim não me convém
Eu não quero andar na rua
Com o asilo de ninguém.
A mulher do Mickey
A mim não me convém
Eu não quero andar na rua
Com a rata de ninguém
REGADINHO
(Terras de Santa Maria)
Água leva o regadinho
Água leva o regador
Enquanto rega e não rega
Vou falar ao meu amor (bis)
Água leva o regadinho
Pela minha porta acima
Enquanto rega e não rega
Vou falar à minha prima (bis)
Água leva o regadinho
Pela minha porta abaixo
Escorreguei e caí
Quebrei o fundo ao tacho (bis)
Água leva o regadinho
Rega o campo e rega a rua
O meu amor rega bem
Porque a água é toda tua (bis)
Água leva o regadinho
Água leva o bem regar
Enquanto rega e não rega
Ao meu amor vou falar (bis)
OH MEU AMOR SE TU FORES (Manhouce)
Oh meu amor se tu fores, Ai
Deixa-me a quem hei-de amar.
Ai, ai, ai, não te deixo a ninguém
Ai, ai, ai, eu vou mas hei-de voltar.
Oh meu amor a quem deste, Ai
O teu lenço às pintinhas.
Ai, ai, ai, diz-me com quem repartiste
Ai, ai, ai, a amizade que me tinhas.
Oh meu cravinho vermelho, Ai
Salpicado da botica.
Ai, ai, ai, adeus que me vou embora
Ai, ai, ai, meu coração cá te fica
Oh meu amor se tu fores, Ai
dá um tiro na Portela.
Ai, ai, ai, para que as moças saibam
Ai, ai, ai, que vai o bom desta terra.
Era quase meio-dia, a noiva está a chegar,
O padre com bonomia, faz sinal à galeria:
A função vai começar
O povo pôs-se em sentido, nós à frente lado a lado,
Estava tudo bem vestido, ela de branco e comprido,
E ele com um fato riscado,
O sermão chegou ao fim, alianças com o nome,
Quando gastou o latim, dissemos os dois que sim,
Já estava tudo com fome.
Nos retratos com fogacho, à saída da igreja,
Os chegados mais em baixo, os outros ficam em cacho,
Isto tudo salvo seja.
Está na hora do cortejo, também tem os seus preceitos,
As mulheres mandam um beijo, os homens lembram desejo,
Todos atiram confeitos,
Com ervas que nem eu sei, os comeres são temperados,
Parece a mesa de um rei, e antes que vinho almarei,
Canta-se aos recém-casados
ABANA
(ILHA DO PICO - Açores))
ABANA CASACA ABANA
ABANA TORNA A ABANAR
QUEM TEM A CASACA ABANA
QUEM A NÃO TEM VAI COMPRAR.
ABANA CASACA ABANA
ABANA TORNA A ABANAR
QUEM TEM A CASACA ABANA
QUEM A NÃO TEM VAI COMPRAR.
ABANA CASACA ABANA,
ABANA NÃO TENHAS DÓ
EU TENHO SETE CASACAS
TODAS FEITAS DE FILÓ.
ABANA CASACA ABANA
ABANA TORNA A ABANAR
QUEM TEM A CASACA ABANA
QUEM A NÃO TEM VAI COMPRAR.
ABANA CASACA ABANA
ABANA TORNA A ABANAR
QUEM TEM A CASACA ABANA
QUEM A NÃO TEM VAI COMPRAR.
QUER P’RA TRÁS QUER P’RA DIANTE
HEI-DE TE FAZER ANDAR
AS SOLINHAS DOS SAPATOS
HEI-DE T’AS FAZER GASTAR
ABANA CASACA ABANA
ABANA TORNA A ABANAR
QUEM TEM A CASACA ABANA
QUEM A NÃO TEM VAI COMPRAR.
ABANA CASACA ABANA
ABANA TORNA A ABANAR
QUEM TEM A CASACA ABANA
QUEM A NÃO TEM VAI COMPRAR.
RUA ABAIXO RUA ACIMA
NÃO SEI QUANTAS RUAS SÃO.
TUDO SÃO CRAVOS E ROSAS
PLANTADOS NA MINHA MÃO.
CANTAR
BREJEIRO (Pedro Barroso)
Passei de largo para ver se não te via
Se me esquecia do teu doce bamboleio
Mas por má sorte caminhaste para mim
Olhos gulosos e assim
Com o vento a colar teu seio
Olha a perninha, a perninha da menina
Olha a perninha, a perninha a dar a dar
Cabeça não tem juízo e a perna é que vai pagar
Cabeça não tem juízo e a perna é que vai pagar
Amor de verão que foi no tempo das colheitas
E o teu perfume tinha a naturalidade
De quem descansa dos trabalhos e maleitas
Nos derriços mais gostosos de uma breve mocidade
Olha a perninha, a perninha da menina
Olha a perninha, a perninha a dar a dar
Cabeça não tem juízo e a perna é que vai pagar
Cabeça não tem juízo e a perna é que vai pagar
Mas da seara cortada fez-se farinha
Dessa farinha com fermento fiz o pão
Ficou-me ao peito essa trigueira rainha
Que me roubou alegria ao meu canto e coração
Olha a perninha, a perninha da menina
Olha a perninha, a perninha a dar a dar
Cabeça não tem juízo e a perna é que vai pagar
Cabeça não tem juízo e a perna é que vai pagar
CANTIGAS
DO MAIO (José Afonso)
Em G
Eu fui ver a minha amada
h7 Em
lá prós lados dum jardim
G h7
dei-lhe uma rosa encarnada
Em
para se lembrar de mim
Eu fui ver o meu benzinho
lá prós lados dum paçal
dei-lhe o meu lenço de linho
que é do mais fino bragal
Em
Minha mãe quando eu morrer
h7 Em
ai chore por quem muito amargou
para então dizer ao mundo
h7 Em
ai Deus mo deu ai Deus mo levou
Eu fui ver uma donzela
numa barquinha a dormir
dei-lhe uma colcha de seda
para nela se cobrir
Eu fui ver uma solteira
numa salinha a fiar
dei-lhe uma rosa vermelha
para de mim se encantar
Minha mãe quando eu morrer ...
Eu fui ver a minha amada
lä nos campos eu fui ver
dei-lhe uma rosa encarnada
para de mim se prender
Verdes prados verdes campos
onde está minha paixão
as andorinhas não param
umas voltam outras não
Minha mãe quando eu morrer..
O
BAILE DA D. ESTER (António Mafra)
Sol
NO BAILE DA D. ESTER
Dó
FEITO A SEMANA PASSADA,
Ré
FORAM DAR COM O CHOFER
Sol
A DANÇAR COM A CRIADA
Sol
DIZIA-LHE ELA BAIXINHO:
Sol7ª Dó
-NA PRIZE ÉS BESTIAL
Dó
Sol
ERAM PR’AÍ SETE E PICO
Ré
Sol
OITO E COISA NOVE E TAL
Sol
CHEGANDO A ALTURA DA VALSA
Sol Dó
E EXIBIU-SE O OSÓRIO
Ré
DE REPENTE CAI-LHE A CALÇA,
Sol
REBENTOU-LHE O SUSPENSÓRIO
Sol
AFLITO C’OA MÃO NA CINTA
Sol7ª Dó
PERANTE O RISO GERAL
Dó
Sol
ERAM PR’AÍ SETE E PICO
Ré
Sol
OITO E COISA NOVE E TAL
Sol
A D. INÊS SEQUIOSA,
Sol Dó
NÃO RESISTIU AO UISQUE
Ré
E P’RA SE TORNAR FAMOSA
Sol
QUIS IR DANÇAR O TWISTE
Sol
AO DAR UM JEITO PARTIU-SE
Sol7ª Dó
A COLUNA VERTEBRAL
Dó
Sol
ERAM PR’AÍ SETE E PICO
Ré
Sol
OITO E COISA NOVE E TAL
Sol
O D. JOSÉ DE VICENTE
Dó
QUE É DE S. PEDRO DA COVA.
Ré
P’RA MOSTRAR QU’INDA É VALENTE,
Sol
FOI DANÇAR A BOSSA NOVA
Sol
ESCORREGOU NO SOALHO,
Sol7ª Dó
CAIU, FOI P’RÓ HOSPITAL
Dó
Sol
ERAM PR’AÍ SETE E PICO
Ré
Sol
OITO E COISA NOVE E TAL
Sol
QUANDO O SERVIÇO ABUNDANTE
Sol Dó
NO BAILE SE INICIOU.
Ré
O D. GRILO NUM INSTANTE,
Sol
A ALFACE DEVOROU.
Sol
DIZ-LHE A LOCAS AO OUVIDO:
Sol7ª Dó
-PARECES UM ANIMAL
Dó
Sol
ERAM PR’AÍ SETE E PICO
Ré
Sol
OITO E COISA NOVE E TAL
Sol
FALTOU A LUZ E GEROU-SE
Sol Dó
A CONFUSÃO NATURAL.
Ré
E A LOCAS ENCONTROU-SE
Sol
NOS BRAÇOS DO AMARAL.
Sol
LOGO ESTA GRITA AFLITA:
Sol7ª
Dó
-AI ACENDAM O CASTIÇAL.
Dó
Sol
ERAM PR’AÍ SETE E PICO
Ré
Sol
OITO E COISA NOVE E TAL
VÃO AS DAMAS PARA O MEIO (Douro Litoral)
Lá<
Vão as damas para o meio
Lá< Sol7ª Dó>
Também vão os cidadões
Lá<
Vão as damas para o meio
Lá< Sol7ª Dó>
Também vão os cidadões
Dó>
Mi>
Já não há quem queira amar
Mi>
Lá<
Estes nossos corações
Lá<
Mi>
Já não há quem queira amar
Mi>
Lá<
Estes nossos corações
Fui-te ver estavas lavando
fui-te ver estavas lavando
no rio sem assabão
lavas com águas de rosas
lavas com águas de rosas
fica-te cheiro na mão
Ficou-te o cheiro na mão
ficou-te o cheiro na mão
ficou-te o cheiro no fato
se eu morrer e tu ficares
se eu morrer e tu ficares
adorna o meu retrato
Adorna o meu retrato
adorna o meu retrato
adorna meu coração
fui te ver estavas lavando
fui te ver estavas lavando
no rio sem [as]sabão
LENGA-LENGA (Trás-os-Montes)
Tinha vinte e quatro freiras
Mandei-as fazer um doce
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão doze
Dessas doze que ficaram
mandei-as vestir de bronze
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão onze
dessas onze que ficaram
mandei-as lavar os pés
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão dez
dessas dez que me ficaram
mandei-as pró dezanove
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão nove
dessas nove que ficaram
mandei-as comer biscoito
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão oito
dessas oito que ficaram
tiveram de ir à retrete
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão sete
dessas sete que me ficaram
mandei-as cantar os reis
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão seis
dessas seis que me ficaram
pendurei-as por um brinco
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão cinco
dessas cinco que ficaram
mandei-as mascar tabaco
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão quatro
dessas quatro que ficaram
mandei-as lá outra vez
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão três
dessas três que me ficaram
mandei-as calçar as luvas
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão duas
dessas duas que ficaram
mandei-as comer pirua
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão uma
Tinha vinte e quatro freiras
fi-las andar na poeira
elas morreram-me todas
com uma grande borracheira
TINTA
VERDE DOS TEUS OLHOS (Vitorino)
Tinta verde dos teus olhos
Escreve torto no meu peito
Amores tenho eu aos molhos
Se pr’ó teu me faltar jeito
Amores tenho eu aos molhos
Se pr’ó teu me faltar jeito
Tinta verde dos teus olhos
Escreve torto no meu peito
No meu peito, escreve torto
Na minh’alma a dar a dar,
Nunca mais eu chego ao Porto,
Se lá for por este andar
Nunca mais eu chego ao Porto,
Se lá for por este andar
No meu peito, escreve torto
Na minh’alma a dar a dar,
Nunca mais eu chego ao Porto,
Ao porto de Matosinhos
A luz verde dos teus olhos
Estão cá outros mais escurinhos.
Estavam todas juntas
Quatrocentas bruxas
À espera À espera
À espera da lua cheia
Estavam todas juntas
Veio um chibo velho
Dançar no adro
Alguém morreu
Arlindo coveiro
Com a tua marreca
Leva-me primeiro
Para a cova aberta
Arlindo Arlindo
Bailador das fadas
Vai ao pé coxinho
Cava-me a morada
Arlindo coveiro
Cava-me a morada
Fecha-me o jazigo
Quero campa rasa
Arlindo Arlindo
Bailador das fadas
Vai ao pé coxinho
Cava-me a morada
O
FADO DO MALAQUIAS BARBEIRO (Trovas à Toa)
Fá
Houve grande confusão
Fá Dó
no Malaquias barbeiro
Dó Dó7ª
Foi à feira de Azeitão
Dó7ª Fá
para comprar um carneiro
Fá
Escolheu um a seu jeito
Fá Dó
Com as patinhas malhadas,
Dó
Dó7ª
Mas tinha um grande defeito,
Dó7ª Fá
que era andar às cabeçadas.
Fá
Malaquias já contente,
Fá Dó
E cheio de alegria,
Dó Dó7ª
Onde foi pôr o carneiro
Dó7ª Fá
Dentro da barbearia.
Instrumental...
O bicho andava mansinho,
Mas um pouco desconfiado.
Vendo ao espelho o seu focinho
Ficou muito admirado.
Olhou o reflexo de frente.
E recuou quatro passos.
Foi-se ao espelho de repente
E desfê-lo em pedaços.
Malaquias num birote,
Apanhou os cacos pr’ó lixo
E foi buscar um serrote
Serrou os cornos ó bicho
A mulher do Malaquias
Oh homem, valha-te Deus
Será que tu gostarias
Que te serrassem os teus.
Instrumental...
No cume daquela serra
Eu plantei uma roseira
Quanto mais as rosas nascem
Quanto mais o cume cheira
Quando cai a chuva fria
Salpicos no cume caem
A chuva no cume molha
Os bichos do cume saem
Quando cai a chuva grossa
A água do cume desce
O orvalho do cume brilha
A mata do cume cresce
E depois que a chuva cessa
Ao cume volta alegria
Pois volta a brilhar depressa
O sol que no cume ardia
E à hora crepuscular
Tudo no cume escurece
Morcegos do cume saem
Tudo no cume arrefece
ESTA
NOITE NÃO SE DORME (Janeiras – Terras de Santa Maria)
Solo dos violinos (1 volta)...
Dó>
Sol 7ª
Esta noite não se dorme,
Sol 7ª
Dó>
Vimos cantar as Janeiras.
Dó>7ª Fá> Dó>
Cheira a cravos, cheira a rosas,
Dó> Sol 7ª Dó>
Cheira a flôr das laranjeiras.
Aqui mora gente honrada,
Em casa do lavrador
Que tem a mulher bonita,
E a filha que é uma flor.
Solo dos violinos (1 volta)...
Aqui vimos aqui estamos,
Cantando à luz da candeia.
A mulher do lavrador,
Vai-nos convidar p'ra ceia.
Oh que linda estrela vinha,
D'além dos lados do norte.
Aos senhores desta casa,
Que lhes deia boa sorte.
Solo dos violinos (1 volta)...
O
BALHO FURADO (Povoação – S. Miguel – Açores)
..........solo..........
Minha avó quando nasceu, eu já tinha três semanas
Já vinha da povoação c'um saquinho de castanhas
Esta noite fui ó balho, mai'la minha rapariga
Eu dei-lhe um beijo na testa, e um beliscão na barriga.
..........solo..........
Minha mãe quando nasceu, eu já ia
Ainda assim está teimosa, que nasceu à minha frente.
Oh que linda rosa esta, que tenho ao pé de mim
P'lo cheirinho que ela deita, veio agora do jardim
..........solo..........
Minha avó quando morreu, deixou-me uma deixa-deixa
É uma caixa tão velha, que já não abre nem fecha
O balho da Povoação, é um balho campanudo
Eu vejo a Povoação, pela beira do canudo
..........solo..........
Parou.
..........solo..........
/ ..........solo..........
Os olhos da Marianita
São verdes da cor do limão
Os olhos da Marianita
São verdes da cor do limão
Ai sim, Marianita, ai sim
Ai não, Marianita, ai não
Ai sim, Marianita, ai sim
Ai não, Marianita, ai não
Os olhos da Marianita
São negros cor do carvão
Os olhos da Marianita
São negros cor do carvão
Ai sim, Marianita, ai sim
Ai não, Marianita, ai não
Ai sim, Marianita, ai sim
Ai não, Marianita, ai não
Os olhos da Marianita
Tenho-os eu aqui na mão
Os olhos da Marianita
Tenho-os eu aqui na mão
Ai sim, Marianita, ai sim
Ai não, Marianita, ai não
Ai sim, Marianita, ai sim
Ai não, Marianita, ai não
PÉZINHO
DO PICO (S. João – Lajes do Pico –
Açores)
Eu fui ao Pico, piquei-me,
Ai sim piquei-me, piquei-me lá num silvado. [Bis]
Nunca mais eu vou ao Pico,
Ai sim o Pico, sem o Pico ser podado. [Bis]
Eu fui ao Pico, piquei-me,
Ai sim piquei-me, piquei-me lá num picão.
O pico nasce da silva,
Nasce da silva e a silva nasce do chão.
Ó meu amor nada, nada,
Ó meu amor nada, nada, nada não.
Nada trago em meu peito,
Ai em meu peito, de que te faça quinhão.
Ponha aqui o seu pézinho,
Ai ponha aqui, ponha aqui, que não faz mal.
Que esta moda do pézinho,
Ai foi do Pico, foi do Pico pr´ó Faial.
IN: "MÚSICA TRADICIONAL, VOL 6-
TERRAS DE MIRANDA";
Indo you pa la mi(e) (a)rada
atras de ias mies chabacas,
cun ei chin-dilin-glin-dina
cun ei chin-dilin-glan-daba
cun ei chin-dilin-glin-dina
se m(e) olvidou la guilhada
you virei atras pur eilha
i achei la puerta fechada...
cun ei chin-guilin-glin-dina
cun ei chin-dilin-glan-daba
Que yes aquelho mujeri
que (e)sta d(e)ba'la nuestra cama
cun ei chin-guilin-glin-dina
cun ei chin-guilin-glan-daba
cun ei chin-guilin-glin-dina
se m(e) olvidou la guilhada.
i (y)es l'gato d'l cunventu
que ven pa la nuestra gata...
Trai la (e)scupeta mujeri
qu(e) l'hei dar uma (e)scupetada...
Não haças* isso marido
que desconjuntas la cama...
Qui(e)n t(e) agarrara mujeri
n(a) aqueilha sierra granada...
con tres carros de lheinha
outros tres de retrama...
i un airico castelhano
que atiçara bien la chama...
umas tanazes de tres ganchos
para revolver las brasas...
Qui(e)n t(e) agarrara marido
no meiu d(e) aqueilha sala...
cun las pernas amarilhas
i la cor demudada...
los claristas a la puerta
salga meu maridu salga...
i you pur tras lhurando
nin que fuera d(e) mala gana...
(Mirandés-português-castelhano)
ROUXINOL
REPICA O CANTI (Alentejo)
Rouxinol repica o canti
e ao passar à passadeira
nunca mais voltes a Beja
o-aiii
sem passar à Vidigueira
Sem passar à Vidigueira
sem ir beber ao Falcante
e ao passar à passadeira
o-aiii
rouxinol repica o canti
Eu gosto muito de ouvir
cantar a quem aprendeu
se houvera quem me ensinara
o-aiii
quem aprendia era eu
Dos amores do redentor
não reza a história sagrada
mas diz uma lenda encantada
que o bom Jesus sofreu de amor.
Sofreu consigo e calou
sua paixão divinal
assim como qualquer mortal
um dia de amor palpitou.
[Refrão]
Samaritana plebeia de Sicá
Alguém espreitando te viu Jesus beijar
De tarde quando foste encontrá-lo só
Morto de sede junto à fonte de Jacob.
E tu risonha acolheste
o beijo que te encantou
Serena, empalideceste
e Jesus Cristo corou
Corou por ver quanta luz
irradiava da tua fronte
Quando disseste ò bom Jesus
-'Que bem eu fiz, Senhor, em vir à fonte.'
[Refrão]
TENHO
UMA ROCA (Trás-os Montes)
Tenho uma roca de pau de figueira
Diz a minha mãe que não sou fiandeira
Diz meu pai Casar, casar
Diz a minha mãe que não tem que me dar
Diz meu pai que me dá uma cabra
Diz minha mãe que a danada é brava
Diz meu pai: -Nós a amansaremos
Tenho um tear de madeira de pinho
Não é de estopa nem de linho
Diz meu pai Casar, casar
Diz minha mãe que não tenho enxoval
Diz meu pai Que me dá uma leira
Diz minha mãe que não sou lavradeira
Diz meu pai: -Nós a amanharemos
Tenho dois cudos de ferro coado
Diz a minha mãe não os dês de fiado
Diz meu pai Casar, casar
Diz minha mãe que não tenho lençóis
Diz meu pai Que mos compra depois
Diz minha mãe que depois já é tarde
Diz meu pai: -Nós a esconderemos
Toca gaiteiro que nós dançaremos
TOURADA (Alma Popular – Terceira – Açores)
Ei Zé! -Olá António,
tas bom?
Olha eu que magrinho,
Viste aquela tourada na Vila Nova
Eu cá gostei bastante
Porra, sabes lá.
Tava ali na tasca do Manel a comer uma febrazinha, um luxo.
E eu, tava ali a beber uma sangriazinha, o touro veio e
varreu tudo.
Eh? Foi! – Oh homem, atão conta lá à gente. – Vou-te contar.
Dizem Josés e Antónios
Do mais velho ao mais moderno
Afirmam natos campónios
Que os touros duros e feros
Pareciam quatro demónios.
Das profundas do inferno.
O 71 abriu a corrida da Vitura
Quando brava assaíu,
Tremeu toda a criatura,
Quem sabe ver touros viu,
A sua enorme galadura.
O 80 suplantou
a corrida em que deu prova
Da bravura que mostrou,
Fez gemer mortos na cova,
Por nada não rebentou,
Com tudo na Vila Nova.
O 81 depois
fez pasmar os visitantes
Não lhe abriam guarda-sois
Os toureiros importantes,
Foi igual aos outros dois,
Que tinham saído antes.
97 fechou
a corrida desse dia
Quando na rua se achou
De raiva tudo tremia
Limpou tudo o que encontrou.
Ser mais bravo não podia
Quem tinha as pernas curtas,
Viu as almas por um canudo
Ninguém parava nas portas
Do mais grado ao mais miúdo
por balcões, portões e botas,
O touro varria tudo.
Quando na corrida vinha
Sabe quem touros conheça
E até não houve capinha
Que na frente lhe apareça
Parece que o touro tinha
Sete diabos na cabeça.
E assim as quatro roices
Correram dessa maneira,
Como esta várias vezes
Nos caminhos da Terceira,
Provaram aos Portugueses,
Que são touros de primeira
Ei Zé, aquilo é que foi uma tourada.
Lá isso é que foi
Eu cá gostei bastante
- filha da mãe.
Vais a casa da avó agora?
É já? – É ontem, tou lá caído já.
Atão xau e até logo.
Adeus e pronto
QUE SÃO TOUROS DE PRIMEIRA.
ACERCA-TE Ó VIRGININHA
NÃO DESPREZES TEU VIZINHO
EU VENHO PENSANDO HÁ DIAS
QUE É TRISTE VIVER SÓZINHO
QUE É TRISTE VIVER SÓZINHO
SE FOR DA TUA VONTADE
FAZEMOS UM ARRANJINHO
DIGA O QUE QUER SENHOR MOKKA
AI TALVEZ QUEIRA CASAR
QUE UM HOMEM DA SUA IDADE
JÁ POUCO PODE ARRANJAR
ORA DIGA AS CONDIÇÕES
PARA SE PODER FALAR
HÁ DIAS VI-TE PASSAR
NOVA ESPERANÇA ME NASCEU
AI NOVA ESPERANÇA ME NASCEU
SE ACEITARES O MEU PEDIDO
CHAMARÁS A TUDO TEU.
VÁ-SE EMBORA C’OS DIABOS
DEIXE-ME NO MEU SOSSEGO.
PODE-ME LADRAR DE LONGE
CÃO QUE LADRA NÃO FAZ MEDO
QUANDO ARRANJAR UMA QUINTA
HEI-DE LHE DAR UM EMPREGO.
ESCUTA-ME Ó VIRGININHA
EU QUE SOU O TEU AMIGO
MAS NÃO COMPRES QUINTA ALGUMA
REPARA P’RÓ QUE EU TE DIGO
REPARA P’RÓ QUE EU TE DIGO
ANTES ME FAÇAS FEITOR
AI DA QUE TU TRAZES CONTIGO.
DAVA O POR MAL EMPREGADO
O FRUTO DA MINHA QUINTA
QUER-SE MAIS BEM CULTIVADO.
DEUS ME NÃO DÊ POR CASTIGO
UM FEITOR TÃO ACABADO.
TENHO CALOR TENHO FORÇA
INDA BRINCAR ME APETECE
NÃO ME ACHAVAS ENCOLHIDO
SE
AI SE
HAVIAS DE VER O VELHO
SE EU AGARRAR-TE PUDESSE.
JÁ QUE NINGUÉM CALA O VELHO,
TÁ CHEIO DE SE GABAR.
JÁ TEM CORCOVAS NAS COSTAS
AS BARBAS A DESMAIAR
NÃO HOUVE CANTAR O CUCO
SE O INVERNO APERTAR.
AI TU DIZES QUE EU NÃO POSSO
MAS HEI-DE TE DAR A PROVA
TU HÁS-DE MORRER PRIMEIRO
EU HEI-DE IR LEVAR-TE À COVA
EU HEI-DE IR LEVAR-TE À COVA
E TENDO CALOR P’RÓ INVERNO
INDA FAÇO GENTE NOVA.
OH, BRILHANTE SOCIEDADE
MINHA VENTURA FOI POUCA
VIRGININHA FOI-SE EMBORA
FIQUEI COM ÁGUA NA BOCA
FIQUEI COM ÁGUA NA BOCA
OH, BRILHANTE SOCIEDADE
MINHA VENTURA FOI POUCA
POSTAL
DOS CORREIOS (Rio Grande)
Querida mãe, querido pai então que tal,
Nós aqui vamos do jeito que Deus quer,
Pelos dias que passam menos mal,
Lá vem um que nos dá mais que fazer.
Mas falemos de coisas bem melhores,
A Laurinda faz vestidos por medida,
O rapaz estuda nos computadores,
Dizem que é um emprego com saída.
Cá chegou direitinha a encomenda,
No expresso que parou na piedade,
Pão de milho e linguiça p’rá merenda,
Sempre dá para enganar a saudade.
Espero que não demorem a mandar,
Novidades na volta do correio,
A ribeira corre bem ou vai secar?
Como vão as oliveiras em candeio?
Já não tenho mais assunto p’ra escrever,
Cumprimentos ao nosso pessoal,
Um abraço deste que tanto vos quer,
Sou capaz de ir aí pelo Natal.
Um abraço deste que tanto vos quer,
Sou capaz de ir aí pelo Natal.
QUANDO
O MENINO NASCEU (Janeiras de S. Miguel –
Açores)
Quando o menino nasceu quando o menino nasceu
P’ra salvar a toda a gente, ai… p’ra salvar a toda a gente.
Uma estrela apareceu, uma estrela apareceu,
Aos três reis do Oriente, ai… aos três reis do Oriente.
Quando a estrela avistaram, quando a estrela avistaram,
Compreenderam a lei, ai… compreenderam a lei.
Sem demora caminharam, sem demora caminharam
Atrás dela p’ra Belém, ai… atrás dela p’ra Belém.
AS
MENINAS DA RIBEIRA DO SADO (Alto
Alentejo)
Fá Dó
Estrala a bomba e o foguete vai no are
Dó7ª Fá
Arrebenta fica todo quemado
Fá
Dó
N’ah ninguém, que baile mais bem
Dó7ª Fá
Qu’as meninas da Ribera do Sado
Fá Dó
As meninas da Ribera do Sado é que é
Dó7ª Fá
Lavram na terra qu’as unhas dos pés
Fá Dó
As meninas da Ribera do Sado são com’as ovelhas
Dó7ª
Fá
Têm carrapatos atrás das orelhas.
Fá
Dó
Era um daqueles dias bem chalados,
Dó7ª Fá
Em que o sol batia forte nas cabeças.
Fá Dó
As meninas viram qu’eu ‘tava apanhado
Dó7ª
Fá
E desseram: -Nunca mais cá apareças!
Fá Dó
Mas voltei e entretive-me a bailar com três
Dó7ª Fá
Queriam qu’eu fosse atrás do convês
Fá Dó
Ma nã fui e mandei-as irem dar banho ao meu canário
Dó7ª Fá
Que bateu as botas com dores num ovário.
Estrala a bomb...
Fá Fá
(10 vezes) Têm carrapatos,...
Dó
Fá
Têm carrapatos atrás das ore...........lhas.
O
FADO DAS SETE LETRAS (Trovas à Toa)
Quer seja curto ou comprido
Quer seja fino ou mais grosso
É um órgão muito querido
Por não ter espinhas nem osso
De incalculável valor
Ninguém tem nenhum a mais
E desempenha no amor
Um dos papéis principais
Quando uma dama aparece
Ei-lo a pular com fervor
Se é um rapaz, estremece
Velho, tem menos vigor
Seu nome não é tão feio
Tem sete letrinhas só
Tem um R e um A no meio
Começa em C e acaba em O
Nunca se encontra sozinho
Vive sempre acompanhado
Por outros dois orgãozinhos
Junto de si, lado a lado
O nome destes porém
Que não gere confusões
Tem sete letras também
Tem um L e acaba em ÕES
E p’rá acabar com o embalo
E com as más impressões
Os órgãos de que aqui falo
São o coração e os pulmões.
FADO
CORRIDO (Ronda dos 4 Caminhos)
Larai-larai-larai... em Dó>
Sol>
Quando oiço cantar o fado,
Paro e tiro o meu chapéu,
Não me importava morrer,
Se houvesse violas no céu.
Dó>
Vem cantar uma cantiga,
Que esta gente quer-te ouvir.
Se não sabias cantar
Quem te mandou aqui vir
Fá>
És um grande cantador
És um grande cantarista
Mas eu já tenho depenado
Galos de bem maior crista.
Sol>
Põe-se o sol e nasce a lua,
Reverdescem as flores
Tinhas tu que vir cantar,
Vergonha dos cantadores.
Dó>
Cantas tu cantarei eu,
Faremos um cantarão
Os anjos cantam no céu
Nós cantaremos no chão.
FISGA (Rio Grande)
Dó>
Trago a fisga no bolso de trás,
Sol>
E na pasta o caderno dos deveres
Sol7ª Dó>
Mestre escola eu sei lá se sou capaz,
Sol7ª Dó>
De escolher o melhor dos dois saberes.
Dó>
O meu pai diz que o sol é que nos faz,
Dó7ª Fá> Mi<
Minha mãe manda-me ler a lição,
Ré< Sol>
Mestre escola eu sei lá se sou capaz,
Sol7ª Dó>
Faz-me falta ouvir outra opinião.
Mi>
Lá<
Eu até nem sequer sou mau rapaz,
Mi>
Lá< Lá7ª
Com maneiras até sou bem mandado,
Ré<
Sol>
Mestre escola diga lá se for capaz,
Sol7ª Dó>
P'ra que lado é que me viro, p'ra que lado.
OH MORENA (Popular)
Refrão:
Oh morena,
Oh morena
Oh morena moreninha,
Oh morena
Oh morena
Oh morena, rosa minha.
Dei um beijo ao meu amor,
Às escondidas dos pais,
A principio não gostava,
Mas depois pedia mais.
Descientão mais abaixo,
E beijei-lhe o duro seio,
Mais abaixo, pediu ela,
Mais abaixo sem receio.
Refrão...
Desci então mais abaixo,
E beijei-a no umbigo.
Mais abaixo, disse-me ela,
Mais abaixo não há perigo.
Então desci mais abaixo,
E beijei-lhe os pés iguais.
Mais acima, mais acima,
Desceste abaixo demais.
Refrão...
Subi então mais acima,
E beijei-a nos joelhos,
Mais acima, pediu ela,
Nesse monte de pintelhos.
Então subi mais acima,
Beijei-lhe a rosa encarnada.
Foi então que a grande vaca,
Caiu p'ra trás desmaiada.
Refrão...
MARIQUINHAS DOS
ENCANTOS (Trovas à Tôa)
Mariquinhas dos encantos
Limpa o corrimão da escada.
(bis)
Limpa o co.. e limpa o co...
Limpa o co.. e limpa o co...
Limpa o corrimão da escada.
(bis)
Mariquinhas dos encantos
Arranjou procurador.
Arranjou procu... procu...
Arranjou procu... procu...
Arranjou procurador.
Mariquinhas dos encantos
Só quer alhos na sopinha.
Só quer alhos, só quer alhos,
Só quer alhos, só quer alhos,
Mariquinhas dos encantos
Deu c'um ninho no jardim.
Deu c'um ninho, deu c'um ninho,
Deu c'um ninho, deu c'um ninho,
Deu c'um ninho no jardim.
Mariquinhas dos encantos
Holofotes foi comprar
Holofotes ...fotes ...fotes,
Holofotes ...fotes ...fotes,
Holofotes foi comprar
Mariquinhas dos encantos
Arrancou na sua mota.
Arrancou na, ...cou na, ...cou na,
Arrancou na, ...cou na, ...cou na,
Arrancou na sua mota.
NO
FOGUETÃO (António Mafra)
Na praia da Boa Nova
Ao subir o foguetão.
A tua saia de roda,
deu-lhe o vento e fez balão.
Enquanto o mar estendia,
As ondas mansas na praia.
O meu olhar se prendia,
No balão da tua saia.
Enquanto no horizonte
Vimos esconder o sol,
Eu dei-te um beijo na ponte
Mesmo em frente do farol.
Fá> Ré< Dó7ª Fá>
PARA CÁ DO RIO TEJO, POR CAMPINAS E MONTADOS
Lá#> Dó7ª Fá>
CORREM LEBRES, PIAM MOCHOS, CANTAM GRILOS, PASTAM GADOS
Lá< Sol< Dó7ª Fá>
ENTRE TOJOS E SILVADOS,
ENTRE TOJOS E SILVADOS
GRITA A MARIA DO MONTE A GUARDAR O SEU REBANHO
E O MANEL JÁ NO AMANHO DA TERRA QUE O SOL CRESTOU.
PORQUE O ESTIO NADA DEIXOU, E A CHUVA NÃO VEIO AINDA.
NO FRESCO DA TARDE FINDA, QUE O TRABALHO ACABOU
CAMPAINHAS AMARELAS, LÍRIO ROXO
CORTA LÁ ERVA-CIDREIRA,
ROSEIRA BRAVA MACELA, NA TAPADA DA RIBEIRA.
2xBIS…
(VERSÃO Trovas à Tôa)
Caninha verde,
Oh minha verde Caninha
Cana verde do sapal
Verde cana folha estreita
Caninha verde,
Talo fino folha estreita
Encanei as moças todas
E trago a cana direita
Rica caninha talo fino folha estreita
Caninha verde
Já dizia a minha avó
Oh minha caninha verde,
Bota fumo e larga pó.
Anda não roda,
Furo acima rego abaixo
De tanto fura não fura
Vai-se a cana num fogacho
Rica caninha furo acima rego abaixo
Caninha verde
Deitada da água boia
Oh minha caninha verde
Oh minha verde canoa
Verga não quebra
Oh minha verde canoa
Quem gosta da cana verde
Vem ver os Trovas á Tôa
Oh i Oh ai vem ver os Trovas à Tôa.
Dó < Sol <
ANDAVA O ZÉ MANDADINHA
NA MISSÃO DE VENDER ÁGUA,
COM O BURRO QUE ELE TINHA
MUITO TRISTE CHEIO DE MÁGOA.
Se o mar tivesse uma ponte,
Nem que ela fosse de pau
Ia ver o meu amor
À pesca do bacalhau
Refrão:
Toma lá dá cá, dá cá toma lá,
O meu coração anda cá e lá.
As ondas do mar são brancas
Por dentro são amarelas
Coitadinho de quem nasce
P’ra viver no
meio delas
Refrão:
Fui à ponta do castelo,
P’ra ver o barco
a sair,
Nele rema o meu amor
Peço a Deus que torne a vir.
Refrão:
(Sérgio Godinho)
assobio
C F C
G C F C
F G C
Am Dm G
C
Am Dm G
C
G C G G
C C C F F C F G
G C G G
Am Am Am Dm Dm G G C
C F C
Na
ruela de má fama
G C F
C
faz
negócio um charlatão
F G C
vende perfumes de lama
Am Dm G
C
anéis de ouro a um tostão
Am Dm G C
enriquece o charlatão
G C G G
C C C F F
C F G
C F C
no beco
mal afamado
G C F
C
as
mulheres não têm marido
F G C
um está
preso, outro é soldado
Am Dm G C
um está
morto e outro ferido
Am Dm G C
outro em França anda perdido
G C
G C
é entrar
senhorias
F C
F G
a ver o
que cá se lavra
G C G
C
sete ratos,
três enguias
F C
F G
uma cabra
abracadabra
(kazoo e lá lá lá...)
G C G G
Am Am Am Dm Dm G G C
C F C
na ruela
de má fama
G C F
C
o
charlatão vive à larga
F G C
Chegam-lhe
toda a semana
Am Dm G C
em
camionetas de carga
Am Dm G C
rezas doces, paga amarga
G C G G C
C F C
no beco
dos mal-fadados
G C F
C
os
catraios passam fome
F G C
têm os
dentes enterrados
Am Dm G C
no pão
que ninguém mais come
Am Dm G C
os
catraios passam fome
refrão
(kazoo e lá lá lá...)
G C G G
Am Am Am Dm Dm G G C
C F C
na
travessa dos defuntos
G C F C
charlatões e charlatonas
F G C
discutem dos seus assuntos
Am Dm G C
repartem-se em quatro zonas
Am Dm G C
instalados em poltronas
G C G G C
C F
C
pr'á rua saem toupeiras
G C F
C
entra o frio nos buracos
F G C
dorme a gente nas soleiras
Am Dm G C
das casas
feitas em cacos
Am Dm G C
em troca
de alguns patacos
refrão
(kazoo e lá lá lá...)
G C G G
Am Am Am Dm Dm G G C
C F C
entre a rua e o país
G C F
C
vai o
passo de um anão
F G C
vai o rei
que ninguém mais quis
Am Dm G C
vai o tiro
de um canhão
Am Dm G
C
e o
trono é do charlatão
(x2)
G C G G
C
refrão
Oh
Ana, Oh Ana, Oh Ana, dá um jeitinho à “centura”
Lá
na tua terra oh Ana, nem a tua mãe te atura.
Nem
a tua mãe te atura, nem o S. Bartolomeu.
Oh
Ana, Oh Ana, Oh Ana, tu és minha e eu sou teu.
Tu
és minha e eu sou teu e eu sou teu e tu és minha.
Oh
Ana, Oh Ana, Oh Ana, dá lá mais uma voltinha
Pus-me
a contar ás avessas numa pedra “di”
coluna.
Oito
nove sete seis, cinco quatro três dois um.
Sete
e sete são catorze e mais 7 vinte e um.
Tenho
sete namoradas e “nã” gosto de nenhuma.
Venho
da ilha dos vidros.
Da
praia dos diamantes.
Ando
no mundo perdido
Pelos
teus olhos brilhantes.
Pelos
teus olhos brilhantes,
Pelo
teu rosto de prata.
Ter
amores não me custa,
Deixá-los è que me mata.
O BARCO VAI DE SAIDA
Fausto Bordalo Dias
O barco vai de saída
Adeus ao cais de
Alfama
Se agora ou de
partida
Levo-te comigo ó
cana verde
Lembra-te de mim ó
meu amor
Lembra-te de mim
nesta aventura
P'ra lá da loucura
P'ra lá do Equador
Ah mas que ingrata
ventura
Bem me posso
queixar
da
Pátria a pouca fartura
Cheia de mágoas ai
quebra-mar
Com tantos perigos
ai minha vida
Com tantos medos e
sobressaltos
Que eu já vou aos
saltos
Que eu vou de
fugida
Sem contar essa
história escondida
Por servir de
criado essa senhora
Serviu-se ela
também tão sedutora
Foi pecado
Foi pecado
E foi pecado sim
senhor
Que vida boa era a
de Lisboa
Gingão de roda
batida
corsário
sem cruzado
ao
som do baile mandado
em
terra de pimenta e maravilha
com
sonhos de prata e fantasia
com
sonhos da cor do arco-íris
desvaira
se os vires
desvairas
magias
Já tenho a vela
enfunada
marrano
sem vergonha
judeu
sem coisa nem fronha
vou
de viagem ai que largada
só
vejo cores ai que alegria
só
vejo piratas e tesouros
são
pratas, são ouros,
são
noites, são dias
Vou no espantoso
trono das águas
vou
no tremendo assopro dos ventos
vou
por cima dos meus pensamentos
arrepia
arrepia
e
arrepia sim senhor
que
vida boa era a de Lisboa
O mar das águas
ardendo
o
delírio do céu
a
fúria do barlavento
arreia
a vela e vai marujo ao leme
vira
o barco e cai marujo ao mar
vira
o barco na curva da morte
e
olha a minha sorte
e
olha o meu azar
e
depois do barco virado
grandes
urros e gritos
na
salvação dos aflitos
estala,
mata, agarra, ai quem me ajuda
reza,
implora, escapa, ai que pagode
rezam
tremem heróis e eunucos
são
mouros são turcos
são
mouros acode!
Aquilo é uma
tempestade medonha
aquilo
vai p'ra lá do que é eterno
aquilo
era o retrato do inferno
vai
ao fundo
vai
ao fundo
e
vai ao fundo sim senhor
que
vida boa era a de Lisboa
PONDE PONDE PONDE
Quando o meu compadre
Me pôs a mão na testa,
Eu logo lhe disse:
Oh compadre temos festa.
PONDE PONDE PONDE
PONDE A VOSSA MÃO,
CARREGAI SEM MEDO
SE TENDES TESÃO
Quando o meu compadre
Me pôs a mão nas costas,
Eu logo lhe disse:
Oh compadre também gostas.
PONDE PONDE PONDE
…..
Quando o meu compadre
Me pôs a mão no peito,
Eu logo lhe disse:
Oh compadre tu tens jeito.
PONDE PONDE PONDE
PONDE A VOSSA MÃO,
CARREGAI SEM MEDO
SE TENDES TESÃO
PONDE PONDE PONDE
PONDE PONDE PONDE
PONDE PONDE PONDE
PONDE PONDE PONDE
PONDE PONDE PONDE
PONDE PONDE PONDE
CARREGAI SEM MEDO
SE
TENDES TESÃO
Traditional, arranged by Van Morrison / Paddy Moloney
In Banbridge
Town in the County Down
One morning last July,
From a boreen green came a sweet colleen
And she smiled as she
passed me by.
She looked so sweet
from her two bare feet
To the sheen of her nut
brown hair.
Such a coaxing elf,
sure I shook myself
For to see I was really
there.
Chorus:
From Bantry Bay up to Derry Quay and
From Galway to Dublin
Town,
No maid I've seen like
the brown colleen
That I met in the
County Down.
As she onward sped,
sure I scratched my head,
And I looked with a feelin' rare,
And I says, says I, to
a passer-by,
"Who's the maid
with the nut brown hair?"
He smiled at me and he
says, says he,
"That's the gem of
Ireland's crown.
Young Rosie McCann from
the banks of the Bann,
She's the star of the
County Down."
Chorus:
At the Harvest Fair
she'll be surely there
And I'll dress in my
Sunday clothes,
With my shoes shone
bright and my hat cocked right
For a smile from my nut
brown rose.
No pipe I'll smoke, no
horse I'll yoke
Till my plough turns
rust coloured brown.
Till a smiling bride by
my own fireside
Sits the star of the
County Down.